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Coluna do Macário Batista em 06 de junho de 2025



Vídeo mostra fuga armada de membros do CV do CE durante operação na Rocinha
Imagens feitas por um drone da Polícia Militar do Rio de Janeiro mostram o momento em que um grupo de suspeitos ligados ao CV (Comando Vermelho) fogem para uma área de mata durante uma operação realizada na madrugada do sábado (31) na comunidade da Rocinha, zona sul da capital fluminense. A ação buscava prender líderes cearenses da facção que estavam escondidos no local, de onde comandavam crimes no estado nordestino, comenta Carlos Madeiro. Ao grupo são atribuídas ordens para matar cerca de mil pessoas no Ceará em dois anos, segundo o MP-RJ (Ministério Público do Rio), além de outros crimes como ataques a provedores de internet. "A informação que a polícia do Rio nos passou foi que cerca de 400 pessoas entraram na mata portando fuzis e mochilas, apresentando todas as características de que estavam em situação de fuga", di z o subprocurador-geral de Justiça jurídico do MP-CE (Ministério Público do Ceará), Plácido Rios. A operação começou por volta das 3h e envolveu 80 policiais. Durante a ação, um agente de segurança foi baleado de raspão no pescoço. Dos 29 mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Ceará, apenas um foi cumprido. Outros de busca e apreensão e de sequestro de bens foram cumpridos. O local onde os criminosos estavam, a rua Dioneia, fica estrategicamente ao lado de uma área de mata, que funciona como rota de fuga. Como a chegada ao local é difícil e demorada, a subida dos policiais foi informada em tempo hábil aos líderes, que tiveram tempo de escapar levando armas. Segundo Plácido, não houve vazamento prévio da operação, tanto que os criminosos fugiram durante a madrugada, quando as equipes já estavam na comunidade. Apesar da fuga dos líderes, Plácido diz que a ação pode ainda render bons frutos. "A gente conseguiu apreender celulares que vão ser fruto de novas investigações, além de termos apreendidos bens de luxo, fuzis e outras armas", diz. Além de integrantes do CV cearense, as autoridades acreditam que o local serve de esconderijo para outros foragidos da justiça de outros estados, o que ajuda a entender a fuga em massa em um número tão elevado de pessoas. Na principal rua alvo da operação, o líder da facção no Ceará, Anastácio Paiva Pereira, conhecido como "Doze", morava em mansão com piscina aquecida e academia.  Havia ainda no local um prédio de seis andares erguido há dois anos pelos integrantes do CV cearense. Segundo as investigações, quatro andares d ele eram usados por seguranças do grupo, e os dois superiores eram ocupados por líderes da facção no Ceará. Sabemos que esse grupo fatura milhões e milhões, mas ninguém sabe ao certo o total porque se trata de dinheiro sujo, ilegal. Mas basta ver os imóveis que vivem para perceber a riqueza, comenta Plácido Rios. (Foram acalorados os debates entre situação e oposição ao Governo do Estado, ontem, sobre o assunto,  na Assembleia do Ceará).

A frase: "O recado que essa ação passa para esses criminosos é: eles agora sabem que nós sabemos onde eles estão, que estamos atrás e perto deles. Seja para onde forem, nós temos como os encontrar. Nós estamos com uma integração importante dos órgãos de combate às organizações criminosas, e vamos seguir e expandir essas ações". Plácido Rios.
 
Saldo da batida (Nota da foto)
Na operação foram apreendidos: quatro fuzis, duas pistolas, um revólver,
204 kg de drogas e equipamentos pessoais de maior valor. As informações sobre a presença dos integrantes da CV cearense foram dadas em uma colaboração premiada durante a investigação da influência da facção nas eleições de Santa Quitéria. O prefeito eleito José Braga, o Braguinha (PSB), teve o mandato cassado por relação com a facção, e a Justiça determinou nova eleição no município. Ele recorre da decisão.

E mais...
Entre os crimes ordenados por esses líderes, além de tráfico de drogas, armas e homicídios, os investigadores apontam também a recente onda de ataques a provedores de internet no Ceará. "De lá, eles devem estar trazendo para o Ceará um modelo de ineditismo. Aqui eles tentaram se apoderar desse ramo, porque sabem que isso ia render muito para eles", diz o subprocurador cearense.

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