No seu esforço para misturar administração com eleição, Lula inovou nesta segunda-feira (1º).
Não foi a nenhum Estado para participar de inauguraçôes. Preferiu trazer as inaugrações a Brasília.
De uma tacada, inaugurou 78 novas escolas técnicas federais. Tinha a seu lado, além do ministro Fernando Haddad (Educação), ela.
Sim, ela. Você sabe. A de sempre. A onipresente. Dilma Rousseff. Ela não discursou. Mas foi mencionada, como sói, no discurso de seu cabo eleitoral.
Golpeado na semana passada por uma crise de hipertensão, Lula parece ter achado um elixir milagroso. Chama-se pesquisa eleitoral.
“Não há pressão que consiga subir com a pesquisa de hoje, mostrando que as pessoas estão compreendendo o que está acontecendo no Brasil”, disse.
Referia-se à sondagem do instituto Sensus. Divulgada horas antes, acomodara Dilma a um ‘bico’ de distância do rival tucano José Serra.
Ao entrar no tema da noite, as escolas técnicas, Lula disse esperar que sua gestão se torne um modelo para as administrações futuras.
"Sem nenhuma falsa modéstia, Deus queira que daqui para frente eu seja um paradigma para quem vier depois de mim...”
“...Quem governar esse país depois de mim não tem o direito de fazer menos do que eu fiz. Nós mudamos o paradigma, que era muito nivelado por baixo".
A certa altura, voltando-se para sua candidata, Lula emendou: "Dilma, a máquina [pública] nós aprendemos [a controlar] nesses oito anos...”
“...Daqui pra frente, a tendência é a gente fazer com mais facilidade, e fazer muito mais".
O presidente fez piada de sua pouca escolaridade. Disse que não se orgulha de não ter obtido um canudo. E comparou-se aos economistas presentes.
“Você não sabe como eu gostaria de ser economista, chique. Fernando Hadadd, é verdade, tinha vontade de ser economista...”
“...Eu vejo vocês falarem, com tanta facilidade, um monte de números, um monte de coisas...”
“...Eu fico pensado: Se eu fosse sabido como eles, o que eu não faria com esse país aqui!” Ouviram-se risos.
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