Tá valendo. A chapa esquentou no tanque do seu carro

A Petrobras anunciou aumento do preço da gasolina em 4% e do diesel em 8%. O aumento está valendo desde a zero hora deste sábado (30). O percentual de reajuste será aplicado nas refinarias. Nas bombas dos postos, para o consumidor final, os novos preços devem ficar próximos disso.

A voz rouca das ruas não chega aos ouvidos do outro lado

Aprovação de Dilma sobe para 41%, mas 66% pedem mudança
Avaliação do governo melhora nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e junto aos eleitores menos escolarizados
Presidente continua distante do seu pico de aprovação, em março deste ano, quando tinha 65% de ótimo e bom
 
DE BRASÍLIA

Logo após a queda abrupta de popularidade em junho, Dilma Rousseff teve uma pequena recuperação. Em seguida, de agosto a outubro, parecia ter estacionado: oscilava dentro da margem de erro da pesquisa. Agora, fica claro que a trajetória da curva de aprovação do governo é mesmo gradual e ascendente.
Segundo o Datafolha, o governo federal era aprovado em agosto por 36% dos entrevistados. Foi a 38% em outubro. E agora está em 41%.
Já os que acham a administração petista ruim ou péssima eram 22% em agosto. Recuaram em outubro para 19%. E, na pesquisa da semana passada, para 17%. A taxa de regular está mais estável, em 40% --só tem oscilado na margem de erro da pesquisa.
Dilma melhorou de maneira mais robusta sua imagem entre os menos escolarizados (a aprovação foi de 44% a 50%) e nas regiões Nordeste (de 46% a 52%) e Norte/Centro-Oeste (de 39% a 48%).
Apesar desse aspecto positivo, a pesquisa traz duas notícias desagradáveis para a petista. A primeira é que Dilma continua muito longe do seu pico de popularidade, em março passado, quando tinha 65% de aprovação.
A outra descoberta do Datafolha é um tanto paradoxal. Embora os eleitores tenham melhorado sua percepção sobre o governo e dado a Dilma uma pontuação mais confortável na pesquisa, cerca de dois terços dos entrevistados dizem esperar mudanças na próxima administração.
O Datafolha perguntou aos entrevistados se preferem que a maior parte das ações do próximo presidente seja "igual às ações da presidente Dilma Rousseff ou que a maior parte dessas ações seja diferente da atual presidente".
Para 66% dos pesquisados é melhor que o próximo presidente adote ações na maior parte diferentes das de Dilma. Só 28% querem ações iguais.
O Datafolha fez a mesma pergunta em pesquisa de setembro de 2002, a um mês da eleição presidencial. O ocupante do Planalto era Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
São momentos diferentes. Ainda assim, o resultado daquela época é parecido com o atual. Em 2002, para 76% das pessoas era necessário que o sucessor de FHC adotasse ações diferentes do tucano. O candidato governista era José Serra, que perdeu a disputa para Lula.

Oposição burra dá vantagem a quem lhe monta

Presidente termina 2013 em alta graças à oposição ineficiente
Ambiente até esteve propício, mas ninguém conseguiu formular discurso adequado às demandas dos brasileiros
 
MAURO PAULINO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

Dilma fecha 2013 em alta. A pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha confirma a tendência dos levantamentos anteriores, em agosto e outubro. Estes já apontavam crescimento da popularidade da presidente após a queda sofrida inicialmente em função da sensação de insegurança econômica e acentuada após os protestos de junho.
No último mês, tanto a aprovação à gestão petista quanto o apoio à sua reeleição cresceram, enquanto o índice de rejeição ao seu nome caiu no mesmo período.
Mas o cenário que explica o processo de retomada da popularidade da presidente não se limita apenas às respostas pontuais do governo à crise deflagrada pelas manifestações e tampouco na percepção dos brasileiros sobre a economia.
É marcado, acima de tudo, pela ineficiência da oposição na formulação de um discurso adequado às demandas dos brasileiros. Somados, os candidatos da oposição caíram nas intenções de voto na mesma proporção com que a presidente subiu.
E não faltou ambiente favorável à oposição este ano. Da pressão inflacionária no primeiro semestre evidenciada na pesquisa do início de junho, passando pelo debate multifacetado dos protestos até a repercussão das prisões dos condenados no processo do mensalão, o noticiário era rico em matéria-prima para a apresentação de alternativas.
Para completar, reações específicas do governo em cada um desses episódios também não convenceram. Com exceção do alcance do Mais Médicos, programa aprovado pela população, e da sensação de empregabilidade entre os brasileiros, a proposta polêmica de reforma política e a insegurança sobre a economia forneciam um arsenal ainda mais valioso para os adversários de Dilma.
Porém, o espaço encontrado pela oposição e a forma como tentou capitalizar tais temas não encontraram aderência especialmente junto aos estratos mais carentes da população.
Sobre 2014, o ambiente que se projeta na opinião pública não é dos melhores para o governo. Apesar do 13º salário injetar agora certo otimismo quanto ao poder de compra e à condição econômica dos entrevistados, há um maior pessimismo quanto ao desemprego e à inflação, em patamares próximos aos verificados no início de junho, antes dos protestos.
O desejo de mudança expresso pela maioria, próximo ao observado no fim do segundo mandato de FHC, em 2002, exige tanto do governo quanto da oposição ações mais eficientes e compreensíveis para ocupar esse espaço de insatisfação latente, que decidirá as eleições.
Ouvir, decifrar essas demandas e entregar programas adequados aos diferentes anseios e segmentos da população é a principal lição que 2013 impõe para os candidatos em 2014.

Dilma vira massa de pão; quanto mais apanha mais cresce

Dilma cresce e oposição encolhe, aponta Datafolha
Se eleição fosse hoje, presidente só enfrentaria 2º turno caso Marina disputasse
No cenário que hoje parece mais provável, petista alcança 47%, contra 19% de Aécio e 11% de Campos
 
FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

De junho para cá, os pré-candidatos a presidente fizeram o possível para recuperar a popularidade perdida por causa do abalo provocado pelas manifestações de rua em todo país. Por enquanto, só a presidente Dilma Rousseff segue em trajetória ascendente. A oposição oscila entre bons e maus momentos, e agora encolheu um pouco mais, segundo o Datafolha.
Dilma ou seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, lideram a corrida presidencial em todos os cenários mais prováveis para 2014 --o Datafolha testou nove combinações de nomes.
A presidente pontua de 41% a 47%, dependendo de quem são seus adversários. Lula oscila de 52% a 56%.
O Datafolha entrevistou 4.557 pessoas em 194 municípios na quinta e na sexta-feira. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Apesar do conforto momentâneo que oferecem a Dilma, os eleitores emitem um sinal contraditório para a petista. Dois terços dizem preferir que "a maior parte das ações do próximo presidente seja diferente" das adotadas por ela.
Entre todas as simulações com os nomes dos pré-candidatos, o cenário que parece mais provável hoje é também aquele em que Dilma está mais bem colocada. Ela tem 47% contra 19% de Aécio Neves (PSDB) e 11% de Eduardo Campos (PSB). Em outubro, ela pontuava 42%. O tucano tinha 21% e o socialista, 15%.
Nesse cenário, o percentual de eleitores que vota em branco, nulo ou que se diz indeciso ficou inalterado em 23%, de outubro até agora. Ou seja, a petista cresceu extraindo votos dos dois adversários diretos nesse período. Ganharia no primeiro turno.
A presidente só não venceria hoje a eleição na primeira votação nos cenários em que Marina Silva aparece como candidata. Ocorre que a ex-senadora se filiou ao PSB e não é certo que vá concorrer como cabeça de chapa nas eleições do ano que vem.
Numa das simulações, a petista fica com 41% contra 43% dos outros dois adversários somados (Marina registra 24% e José Serra 19%). Mas Dilma está se recuperando. Em outubro, tinha 37%, contra 28% de Marina e 20% de Serra.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, testado num dos cenários, aparece com 15%, numericamente em segundo lugar. Dilma, com 44%, venceria no primeiro turno. Aécio teria 14%. Campos, 9%.
Diferentemente de Dilma, o ex-presidente Lula venceria a disputa no primeiro turno nos quatro cenários em que seu nome aparece --inclusive contra Marina e Serra.

Manchetes deste domingo

- Globo: Brasil sobre rodas – Frota de veículos mais que dobra em 10 anos
- Estadão: Receitas sobem, mas metade dos Estados investe menos
- Zero Hora: A maconha em debate- Veja: O “gerentão”
- Época: Homens e Mulheres, a guerra dos sexos no trabalho
- IstoÉ: O manifestante
- IstoÉ Dinheiro: Edicão Especial – Empreendedores do ano 2013
- CartaCapital: Na cintura
- Folha: Dilma amplia vantagem sobre rivais,diz Datafolha

Domingo de Claudio Humberto

  • Disponibilizada pelo Gabinete de Segurança Institucional para fazer a segurança da presidenta Dilma e do vice Michel Temer, a minifrota de carros de luxo Ford Edge – custam cerca de R$ 150 mil cada – está empacada há meses na Presidência por falta de seguro. Substituto do general Amaro, o coronel Artur José Solon Neto utiliza os veículos para autoridades do GSI, enquanto a Presidência precisa alugar os seus.
  • O aluguel de um carro de luxo do porte do Ford Edge não sai por menos de R$ 1,6 mil por dia.
  • Apesar de ter adquirido carros Ford Edge, pela bagatela de R$ 150 mil cada, a presidenta ainda anda no mesmo carro, um sedã blindado.
  • O Detran do DF arrecadou R$ 293,4 milhões até outubro deste ano, dos quais R$ 104 milhões vieram dos “pardais”, as máquinas de multar.
  • Apesar de ter aplicação prevista na educação de trânsito, gastou-se apenas R$ 312 mil, dos 104 milhões, com publicidade aos motoristas.
  • O baixo desempenho do presidenciável Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas levou intranqüilidade ao tucanato e aliados, que cobram dele uma nova atitude, até mais agressiva, temendo que a disputa contra a presidenta Dilma nem sequer chegue ao segundo turno. Aécio não parece abalado: lembra que Dilma é beneficiada pela exposição na mídia, em razão do cargo, e que tudo isso está dentro das previsões.
  • Aécio acha que o PSDB vencerá de novo na região Sul, como nas três últimas campanhas, e no Sudeste. Seu desafio, diz, é o Nordeste.
  • O “desfio” oposicionista de crescer no Nordeste ficou mais distante, com o pífio desempenho de Eduardo Campos (PSB) nas pesquisas.
  • O presidente do partido Solidariedade, Paulo Pereira (SP), que apoia Aécio, cobrou dele mais viagens pelo País e uma nova agenda.
  • Indicado pelo PTB para um ministério de Dilma, Benito Gama (BA) tem dito categoricamente, para quem quiser ouvir, que sairá candidato a deputado federal em 2014. Seus adversários o chamam de Benito “Grana”, talvez porque seja vice-presidente do Banco do Brasil.
  • O deputado Fábio Trad (PMDB-MS) se reunirá com o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), para propor a revisão conjunta do código penal e do código de processo penal, ambas de 1940.
  • Fiel escudeiro do vice Michel Temer, Eliseu Padilha (RS) está sendo cotado na bancada do PMDB para assumir Ministério da Agricultura em lugar de Antônio Andrade (MG), que disputará as eleições em 2014.
  • Pedetistas designados para revisar contratos do Ministério do Trabalho com ONGs estão impressionados com os esqueletos que o dono do PDT, Carlos Lupi, deixou. Nem o partido imaginava que eram tantos.
  • O PDT está confiante sobre manter Manoel Dias no Trabalho. O partido alega que a presidente Dilma não entregará de mão beijada seu tempo de TV ao adversário Aécio Neves (PSDB), ou Eduardo Campos (PSB).
  • No Planalto, a ministra Miriam Belchior é nome forte para assumir a chefia da Casa Civil em lugar de Gleisi Hoffmann, que disputará o governo do Paraná. O problema é quem assumiria o Planejamento.
  • Cotado a vice do governador Beto Richa (PSDB), presidente do PMDB-PR, Osmar Serraglio, divulgou nota parabenizando a si próprio pela coragem ao relatar CPI do mensalão, que resultou na prisão de petistas
  • O deputado Marco Feliciano (PSC-RJ) critica o abandono à Comissão de Direitos Humanos: “Mesmo após perceberem que teríamos quórum,  aliados da comunidade gay sequer apareceram para discutir projetos”.
  • O aumento (tão negado) de 4% na gasolina é o primeiro presente de Natal do governo Dilma.

Bom dia

O ouro tem que ir ao fogo para ser ouro.