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Audiencia Pública discute a reformulação dos Conselhos Tutelares

Foi aprovado na Câmara Municipal de Fortaleza o requerimento da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB), que solicita audiência pública para debater a mensagem da Prefeitura sobre a reformulação do formato do Conselho Tutelar. O evento acontece na próxima terça (12), no Plenário do legislativo municipal.

A mensagem dispõe sobre a criação de uma comissão disciplinar para coibir os atos negativos praticados por Conselheiros e também a eleição unificada, permitindo uma única reeleição. De acordo com a justificativa da Prefeitura “os motivos que fundamentam a propositura nascem da necessidade de melhor disciplinar a atuação dos Conselhos Tutelares, atendendo a Lei Federal 8.069/90, adequando-se aos parâmetros propostos pelo Conselho Nacional da Criança e do Adolescente- CONANDA.”

Para a Audiência Pública foram convidados os Conselheiros Tutelares, o Gabinete da Prefeita de Fortaleza, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a Secretaria de Direitos Humanos, a Defensoria Pública Estadual e movimentos sociais que trabalham com a temática da criança e do adolescente.

SERVIÇO

Audiência Pública para debater a reformulação dos Conselhos Tutelares

Data 12. 04.2011

Horário 14h30min

Local: Plenário da Câmara Municipal

Porque um Ipad não substituirá jamais um jornal


O moço aí é frances, viu!

Filho de portugues lendo revista


Pura maldade brasileira

Câmara Municipal e CUFA numa campanha contra o crack


O presidente da Câmara Municipal, Acrísio Sena (PT), fechou com a Central Única das Favelas (CUFA) um conjunto de ações e campanha de prevenção e de enfrentamento ao crack. O conjunto das atividades, segundo informou nesta quarta-feira a assessoria de imprensa da Casa, será divulgado no dia 5 de maio. Entre várias estratégias, entra o Sistema de Comunicação do Legislativo (site, TV Fortaleza e Fortaleza FM), colocado à disposição da campanha.
Acrísio Sena deverá convidar o Governo do Estado, a Prefeitura de Fortaleza, a Assembléia Legislativa e a OAB-Ce para se integrarem a essa iniciativa, que terá ainda outros segmentos da sociedade. Ele disse que deseja pautar o assunto em dois eventos: a reunião com os presidentes de câmaras municipais da Região Metropolitana, no Eusébio, e a próxima sessão do Câmara nos Bairros, na área da Secretaria Executiva Regional (SER) II.
O coordenador nacional da CUFA, Preto Zezé, disse que, a partir de agora, será definido um calendário de ações, não só com relação ao crack, mas no que diz respeito à atuação nas comunidades. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) será convidada a se engajar nessa campanha.
(Foto – Genilson de Lima) do blog do Eliomar

Sem ambulatório e condições de higiene, “PV” não abrirá

“O Ministério Público do Estado do Ceará, através dos integrantes do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (NUDETOR), coordenado pela procuradora de Justiça, Maria Neves Feitosa Campos, recomendou, na tarde de ontem (06/04) ao presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio Santos Costa Júnior, que não autorize a realização de jogos no Estádio Municipal Presidente Vargas (PV), em Fortaleza, enquanto não forem supridas todas as recomendações constantes do Laudo de Condições Sanitárias e de Higiene, bem como não forem apresentados os demais laudos exigidos.
Segundo o artigo 2º, do Decreto nº 6.795, de 16 de março de 2009, a entidade responsável pela organização da competição apresentará ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal, previamente à sua realização, os laudos técnicos expedidos pelos órgãos e autoridades competentes pela vistoria das condições de segurança dos estádios a serem utilizados.
Os laudos técnicos, que atestarão a real capacidade de público dos estádios, bem como suas condições de segurança, são os seguintes: laudo de segurança (elaborado pela Polícia Militar do Estado do Ceará); laudo de vistoria de engenharia (emitido pelos engenheiros do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Ceará – CREA); laudo de prevenção e combate de incêndio (elaborado pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará); e o laudo de condições sanitárias e de higiene (elaborado pela Vigilância Sanitária).
Conforme parecer de análise da documentação contida no Procedimento Administrativo nº 7674/2011-0, foram detectada várias pendências, o que fez com que o NUDETOR deliberasse pela não-aprovação do referido estádio para sua utilização no Campeonato Cearense de Futebol Profissional de 2011 ou em qualquer outra competição organizada pela entidade.
Ao serem analisados os documentos constantes dos autos, verificou-se que o laudo de condições sanitárias e higiene não preenche os requisitos mínimos e foi aprovado com restrições. De acordo com o promotor de Justiça integrante do NEDETOR, Pedro Casimiro Campos de Oliveira, 11 itens indicados no laudo conferem restrições ao pleno funcionamento do referido estádio.
O laudo informa que o ambulatório não está concluído, bem como o local para guarda de resíduos sólidos também se encontra em fase de conclusão. O relatório foi elaborado anteriormente à conclusão das obras e até mesmo à instalação de bares e lanchonetes, o que confere um grau de confiabilidade no uso do referido estádio pela população local, além da falta de ambulatório.”
(Site do MP_CE)
Penso eu - Não é lindo?

Enquete promovida pela Rádio Progresso do Juazeiro do Norte

- POR FAVOR DIVULGEM E VOTEM
De:Pedro Gomes de Matos, neto NETO Matos Pedro
A Rádio Progresso de Juazeiro do Norte, através do link - http://www.radioprogressoam.com.br. - faz enquete para eleger o juazeirense do "Centenário de Juazeiro do Norte", a transcorrer este ano. Dos indicados figura José Geraldo da Cruz, farmacêutico da "Farmácia dos Pobres" e líder político da região. Durante 17 anos foi enfermeiro do Padre Cícero. Ao lado do pai do ex-governador Adauto Bezerra, deu início a luta pela emancipação política da Terra do Padre Cícero, da cidade do Crato, em 1911. Homem de visão, fundou a 1ª escola “O Grupo Padre Cícero” e a Escola Normal Rural. De José Geraldo, o sociólogo e historiador norte-americano Ralph Della Cava, autor da 1ª obra aprofundada sobre o religioso cearense, "Milagre em Joaseiro", o cita várias vezes como fonte. José Geraldo fez o 1º saneamento básico na cidade, fundou a Associação Comercial e editou o jornal "O ideal", em 1924, para defender-se dos ataques do deputado federal Floro Bartolomeu, que enciumado por sua ascensão e prestígio, passou a lhe fazer oposição. É dele o mérito de implantar a 1ª agência do Banco do Brasil e era de sua propriedade o terreno, por ele doado, para instalar o Banco do Nordeste. Teve a visão de lançar na política, o então Cel. do Exército, jovem Adauto Bezerra, apoiando-o a deputado estadual em 1958, pela extinta UDN. Retidão de caráter, ética, humildade e doação pautaram sua vida púlica. Fundou a 1ª casa bancária do Cariri, depois Banco de Juazeiro, o embrião do atual BIC, dos irmãos Bezerra. Aliás, o jornalista Pedro Gomes de Matos Neto, no centenário de seu nascimento, em 1989, lançou opúsculo: "José Geraldo da Cruz:: O Boticário de Juazeiro - Traços e Episódios de Sua Vida", obra citada pelo escritor Lira Neto e de cujo livro, "Padre Cícero: Fé e Guerra no Sertão", a Rede Globo está a produzir uma minisérie. Ele morreu aos 88 anos em 10 de março de 1978, ainda lúcido.

TRE decide hoje se haverá nova eleição em Umirim

Será apreciada hoje pela Corte do TRE a petição nº 3248/2011, que poderá resultar na realização de novas eleições no município de Umirim. No dia 7 de fevereiro deste ano, o TRE cassou o mandato do prefeito e do vice-prefeito do município, José Afrânio Pinheiro e Francisco Clodoveu Oliveira Sales, respectivamente. Os dois foram cassados por corrupção eleitoral e abuso do poder econômico.
No julgamento de hoje, que tem como relator o juiz Raimundo Nonato Silva Santos, a Corte do TRE analisará se haverá eleição direta ou indireta no município. Se a decisão for pela realização de eleição direta, o TRE elaborará uma Resolução com a definição da data da eleição para ser submetida ao Tribunal Superior Eleitoral. Se for decidido pela eleição indireta, o novo prefeito será escolhido pela Câmara Municipal de Umirim.

Fuxico real


Peso de Kate vira assunto no Reino Unido às vésperas do casamento com o príncipe

LONDRES - Talvez só haja mais especulação sobre o costureiro escolhido para o vestido de casamento, mas Kate Middleton também é alvo de debates sobre sua silhueta cada vez mais esguia. Nas últimas semanas, o debate sobre o peso da noiva do príncipe William ganhou força depois dela supostamente ter confessado a um membro do público, durante a visita de William à Irlanda do Norte, no mês passado, que estava fazendo dieta para a cerimônia do próximo dia 29. Desde então, discute-se tanto o método por ela adotado quanto a necessidade de a noiva se preocupar tanto assim com a silhueta.

Uma das mulheres mais fotografadas do mundo, Kate aparenta estar muito mais magra desde que o noivado com William foi anunciado, em novembro. Ao mesmo tempo em que revistas femininas especulam sobre o que ela come ou não, comentaristas de assuntos reais mencionam o precedente preocupante da sogra que Kate não conheceu: a Princesa Diana, cujos problemas conjugais com o príncipe Charles contribuíram para um quadro de bulimia, aparentemente induzido por comentários do marido sobre a silhueta de Di.

A noiva, claro, não fala publicamente sobre o assunto, mas já se transformou em garota-propaganda inesperada: fontes ligadas à família real citadas por jornais britânicos garantem que Kate está fazendo a dieta Dukan, o plano alimentar para lá de popular na França, concebido pelo nutricionista Pierre Dukan, que já teve seus livros vendidos em mais de 30 países.

Entrada líquida de dólares no país bate recorde no 1º tri

A entrada de dólares no país superou a saída em US$ 35,6 bilhões no primeiro trimestre de 2011. É o maior valor da série iniciada em 1982 pelo Banco Central. É também mais que o dobro do recorde anterior, verificado no mesmo período de 2006 (US$ 17,7 bilhões).

O valor supera ainda em 46% o volume de dólares que entrou no país em todo o ano passado.

Os números mostram que houve novamente antecipação no ingresso de recursos, na última segunda-feira, diante do vazamento de informações por parte do governo de que adotaria novas medidas cambiais para evitar esse tipo de movimento.

Somente em março, entraram no país, líquidos, US$ 12,7 bilhões, valor recorde para o terceiro mês do ano.

A maior parte dessa entrada está relacionada à captação de recursos no exterior por empresas brasileiras, modalidade que foi alvo de medida do governo na semana passada, e investimentos estrangeiros em empresas. A entrada de recursos para aplicação em títulos e ações continua baixa.

INTERVENÇÕES

As intervenções do BC para segurar a queda do dólar já somam US$ 24,5 bilhões no mercado à vista e US$ 1,3 bilhão no mercado futuro. Somados, os valores representam 62% das compras realizadas em 2010.

Outro dado divulgado pelo BC mostra que a medida anunciada para obrigar os bancos a reduzir as apostas na queda do dólar deu resultado. As dívidas dos bancos no mercado à vista caíram praticamente pela metade desde o final de 2010, para US$ 8,8 bilhões.

Reportagem especial

Condomínios criam regras cada vez mais polêmicas e irritam os moradores
Não pode fazer barulho ou escutar música alta depois das 22h.
Furadeira e salto alto, nem pensar.
Vaso na janela, futebol no jardim, bagunça de criança, carro torto na garagem, lixo fora do horário podem ser alvo de multa. Pizza só na portaria.
São muitas as regras que os condomínios adotam para garantir a segurança e a boa convivência entre os moradores.
As medidas, no entanto, andam cada vez mais controversas.
Barulhos, problemas de garagem e vazamentos encabeçam o ranking de reclamações, segundo o Secovi-SP, sindicato do mercado imobiliário. Proibições envolvendo bichos de estimação, crianças e bicicletas, então, viraram sinônimo de polêmica e todo mundo parece ter uma história para contar.
A engenheira Camila Guarnieri, 24, enfrenta um problema duplo no condomínio onde mora em Campinas (SP). Os animais não podem circular pelas áreas internas do residencial e não podem fazer barulho. “Eu não entendo. Se você compra uma casa em um condomínio é porque quer segurança. Eu preciso passear com a minha cachorra na rua, à noite, porque não posso circular por aqui”, reclama.

Quando mudou para a casa, sua boxer Fiona demorou para adaptar-se ao novo ambiente e a engenheira logo recebeu uma carta do condomínio dizendo que ela seria multada se o animal não parasse de latir. “Alguém multa meu vizinho porque a criança dele não para de berrar? Conversamos com a síndica e tivemos que comprar uma dessas coleiras que dão choque para ver se ela ficava mais quieta, coitada. Ainda bem que foi por pouco tempo”, lembra.
“Aqui no meu prédio, um morador conseguiu proibir as crianças de brincarem no parquinho, por causa do barulho. Isso no meio das férias escolares. Mas elas se organizaram, fizeram um abaixo-assinado e foram para a reunião de condomínio exigir o fim da proibição. Foram as primeiras a chegar e sentaram na primeira fila”, disse Maria da Graça Ribeiro, que mora em Santos (SP).
Já a escritora Ana Rüsche, 31, conta que seu prédio em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, não tem estacionamento para bicicletas e nem pensa em construir um. Por isso, ela precisa subir quatro andares de escada carregando a bicicleta, que usa para percorrer pequenas distâncias e evitar pegar o carro.
“Carrego no braço mesmo. Tenho uma de alumínio e a outra dobrável, que são levinhas, têm mais ou menos 13 quilos. Mas a gente tem que ter força de vontade para chegar em casa e subir tudo”, diz. “É uma pena, porque há cada vez mais carros na rua e é impossível estacionar por aqui após as 23h”.

Segurança extrema
As medidas de seguranças também dividem os moradores.
Em um condomínio de São Paulo um aviso indica: “Proibido entrada com capacete". No prédio de Higienópolis, na região central da capital paulista, visitas precisam deixar nome e RG. Em Santos (SP), um prédio proibiu entrada de pacotes.
“Primeiro, a gente tinha que descer para pegar a pizza na portaria. Depois, as pessoas não podiam subir com pacotes pelo elevador. Aí, começaram a barrar tudo, tudo virou pacote suspeito. Até presente”, lembra Sonia Becker.
Os especialistas, no entanto, defendem que nenhuma regra de segurança é exagerada. “As únicas regras que devem ser mais rigosas são as de segurança. É melhor exagerar para mais”, analisa o vice-presidente da administração de condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara.
Regras inusitadas
Mas nem sempre as regras do prédio são fáceis de entender. Em um prédio da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, o estatuto diz que é proibido circular pelas áreas comuns usando... robe de chambre. Em outro, é proibido entrar com qualquer bebida, porque pode sujar o hall e quem for visto andando sem camisa leva bronca.
Em um edifício dos Jardins, toalhas penduradas na janela são proibidas -- “principalmente nos kitnets”. E no edifício Louvre, a área da piscina, que fica na cobertura, é trancada a partir das 18h, o que impede os moradores de apreciarem a maravilhosa vista do centro de São Paulo durante o pôr-do-sol.
Outro prédio da região adotou uma sirene polêmica, usada para assustar travestis. “Achava que era algum tipo de alarme de carro, mas um morador antigo me contou que a sirene é acionada quando os travestis tentam usar a nossa calçada para ficar esperando os clientes ou quando estão fazendo muito barulho”, conta Débora Rodrigues, que mora ali. “Ela funciona diariamente, principalmente à noite, de segunda a segunda. Basta algum travesti começar a falar mais alto ou tentar usar a calçada como ponto, que o porteiro aciona”.

Aviso colocado em elevador de prédio em Moema, zona sul de SP, cobra mais higiene dos moradores
Já os moradores de um prédio em Moema, zona sul de São Paulo, viram o seguinte aviso afixado no elevador: “Lamentavelmente tem sido observada no chão da academia a presença de cuspe e escarros junto à esteira e à bicicleta. Por uma questão básica de higiene solicitamos que isso não ocorra”.
“É ridículo ter que ler isso. Mas, pelo visto, era necessário, né?”, comentou a psicóloga Juliana Marques, que mora no local.
Síndicos autoritários
Em muitos casos, as regras polêmicas são resultado de administradores megalomaníacos. Uma moradora de um condomínio da Chácara Klabin, também na zona sul, tem tanto medo do antigo síndico que prefere não ter seu nome divulgado. Ela conta que o morador administrou o prédio por oito anos e “pintou e bordou” durante o período, provocando sérios conflitos com os outros proprietários.
“Ele dizia abertamente que era o dono do prédio e se permitia adotar uma série de proibições por conta própria. Os adolescentes, por exemplo, não podiam sentar no sofá do hall, porque na cabeça dele iriam namorar ali. Ele também colocou tranca em todos os portões do condomínio para evitar que os jovens fossem até a piscina ou o bosque. Ele mexia com as minhas visitas, provocava”, lembra. “Tenho medo, porque ele é agressivo e pode partir para cima”.
Gebara, do Secovi, ressalta que casos de abuso de poder são muito comuns, embora o síndico seja um representante dos moradores e precise seguir a convenção do condomínio e o Código Civil.
“Ele não pode fazer o que bem quiser, não pode decidir as coisas sozinho. Tem que ter bom senso, ser educado e não pode se beneficiar do cargo. E se ele não for bom, troque”, adverte.
José do Amaral Nogueira Jr, presidente do sindicato dos síndicos de São Paulo (Sindsíndico), também diz que o problema é constante e precisa ser combatido. “É comum as pessoas confundirem as coisas e se sentirem donas do prédio. Elas não são profissionais e se perdem no meio da gestão", afirma. "Por isso, nós defendemos que a função de síndico deve ser profissionalizada. A pessoa precisar ser qualificada, passar por curso e se preparar. Até porque pode responder judicialmente pelas suas decisões”.Não pode fazer barulho ou escutar música alta depois das 22h. Furadeira e salto alto, nem pensar. Vaso na janela, futebol no jardim, bagunça de criança, carro torto na garagem, lixo fora do horário podem ser alvo de multa. Pizza só na portaria. São muitas as regras que os condomínios adotam para garantir a segurança e a boa convivência entre os moradores. As medidas, no entanto, andam cada vez mais controversas.
Barulhos, problemas de garagem e vazamentos encabeçam o ranking de reclamações, segundo o Secovi-SP, sindicato do mercado imobiliário. Proibições envolvendo bichos de estimação, crianças e bicicletas, então, viraram sinônimo de polêmica e todo mundo parece ter uma história para contar.
A engenheira Camila Guarnieri, 24, enfrenta um problema duplo no condomínio onde mora em Campinas (SP). Os animais não podem circular pelas áreas internas do residencial e não podem fazer barulho. “Eu não entendo. Se você compra uma casa em um condomínio é porque quer segurança. Eu preciso passear com a minha cachorra na rua, à noite, porque não posso circular por aqui”, reclama.

Fiona, a boxer que precisou usar coleira de choque para evitar latido no condomínio de Campinas (SP)
Quando mudou para a casa, sua boxer Fiona demorou para adaptar-se ao novo ambiente e a engenheira logo recebeu uma carta do condomínio dizendo que ela seria multada se o animal não parasse de latir. “Alguém multa meu vizinho porque a criança dele não para de berrar? Conversamos com a síndica e tivemos que comprar uma dessas coleiras que dão choque para ver se ela ficava mais quieta, coitada. Ainda bem que foi por pouco tempo”, lembra.
“Aqui no meu prédio, um morador conseguiu proibir as crianças de brincarem no parquinho, por causa do barulho. Isso no meio das férias escolares. Mas elas se organizaram, fizeram um abaixo-assinado e foram para a reunião de condomínio exigir o fim da proibição. Foram as primeiras a chegar e sentaram na primeira fila”, disse Maria da Graça Ribeiro, que mora em Santos (SP).
Já a escritora Ana Rüsche, 31, conta que seu prédio em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, não tem estacionamento para bicicletas e nem pensa em construir um. Por isso, ela precisa subir quatro andares de escada carregando a bicicleta, que usa para percorrer pequenas distâncias e evitar pegar o carro.
“Carrego no braço mesmo. Tenho uma de alumínio e a outra dobrável, que são levinhas, têm mais ou menos 13 quilos. Mas a gente tem que ter força de vontade para chegar em casa e subir tudo”, diz. “É uma pena, porque há cada vez mais carros na rua e é impossível estacionar por aqui após as 23h”.

Escritora guarda bicicleta no apartamento por falta de bicicletário em prédio de São Paulo
Segurança extrema
As medidas de seguranças também dividem os moradores. Em um condomínio de São Paulo um aviso indica: “Proibido entrada com capacete". No prédio de Higienópolis, na região central da capital paulista, visitas precisam deixar nome e RG. Em Santos (SP), um prédio proibiu entrada de pacotes.
“Primeiro, a gente tinha que descer para pegar a pizza na portaria. Depois, as pessoas não podiam subir com pacotes pelo elevador. Aí, começaram a barrar tudo, tudo virou pacote suspeito. Até presente”, lembra Sonia Becker.
Os especialistas, no entanto, defendem que nenhuma regra de segurança é exagerada. “As únicas regras que devem ser mais rigosas são as de segurança. É melhor exagerar para mais”, analisa o vice-presidente da administração de condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara.
Regras inusitadas
Mas nem sempre as regras do prédio são fáceis de entender. Em um prédio da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, o estatuto diz que é proibido circular pelas áreas comuns usando... robe de chambre. Em outro, é proibido entrar com qualquer bebida, porque pode sujar o hall e quem for visto andando sem camisa leva bronca.
Em um edifício dos Jardins, toalhas penduradas na janela são proibidas -- “principalmente nos kitnets”. E no edifício Louvre, a área da piscina, que fica na cobertura, é trancada a partir das 18h, o que impede os moradores de apreciarem a maravilhosa vista do centro de São Paulo durante o pôr-do-sol.
Outro prédio da região adotou uma sirene polêmica, usada para assustar travestis. “Achava que era algum tipo de alarme de carro, mas um morador antigo me contou que a sirene é acionada quando os travestis tentam usar a nossa calçada para ficar esperando os clientes ou quando estão fazendo muito barulho”, conta Débora Rodrigues, que mora ali. “Ela funciona diariamente, principalmente à noite, de segunda a segunda. Basta algum travesti começar a falar mais alto ou tentar usar a calçada como ponto, que o porteiro aciona”.

Aviso colocado em elevador de prédio em Moema, zona sul de SP, cobra mais higiene dos moradores
Já os moradores de um prédio em Moema, zona sul de São Paulo, viram o seguinte aviso afixado no elevador: “Lamentavelmente tem sido observada no chão da academia a presença de cuspe e escarros junto à esteira e à bicicleta. Por uma questão básica de higiene solicitamos que isso não ocorra”.
“É ridículo ter que ler isso. Mas, pelo visto, era necessário, né?”, comentou a psicóloga Juliana Marques, que mora no local.
Síndicos autoritários
Em muitos casos, as regras polêmicas são resultado de administradores megalomaníacos. Uma moradora de um condomínio da Chácara Klabin, também na zona sul, tem tanto medo do antigo síndico que prefere não ter seu nome divulgado. Ela conta que o morador administrou o prédio por oito anos e “pintou e bordou” durante o período, provocando sérios conflitos com os outros proprietários.
“Ele dizia abertamente que era o dono do prédio e se permitia adotar uma série de proibições por conta própria. Os adolescentes, por exemplo, não podiam sentar no sofá do hall, porque na cabeça dele iriam namorar ali. Ele também colocou tranca em todos os portões do condomínio para evitar que os jovens fossem até a piscina ou o bosque. Ele mexia com as minhas visitas, provocava”, lembra. “Tenho medo, porque ele é agressivo e pode partir para cima”.
Gebara, do Secovi, ressalta que casos de abuso de poder são muito comuns, embora o síndico seja um representante dos moradores e precise seguir a convenção do condomínio e o Código Civil.
“Ele não pode fazer o que bem quiser, não pode decidir as coisas sozinho. Tem que ter bom senso, ser educado e não pode se beneficiar do cargo. E se ele não for bom, troque”, adverte.
José do Amaral Nogueira Jr, presidente do sindicato dos síndicos de São Paulo (Sindsíndico), também diz que o problema é constante e precisa ser combatido. “É comum as pessoas confundirem as coisas e se sentirem donas do prédio. Elas não são profissionais e se perdem no meio da gestão", afirma. "Por isso, nós defendemos que a função de síndico deve ser profissionalizada. A pessoa precisar ser qualificada, passar por curso e se preparar. Até porque pode responder judicialmente pelas suas decisões”.