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Sábado de Claudio Humberto

Relação de Dilma
com Lula enfrenta
séria crise

Nunca esteve tão ruim o relacionamento da presidenta Dilma com o ex-presidente Lula, e azedou muito após ela recusar sua sugestão de substituir o ministro Guido Mantega (Fazenda) pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cuja inteligência o fascina. Durante a conversa entre os dois, esta semana, em São Paulo, Lula não lhe fez sugestões para enfrentar as manifestações, o que a desapontou.

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22/06/2013 | 00:00

Incoerência

Dilma ficou surpresa com a sugestão de Lula para demitir Mantega: o próprio Lula a pressionou a não fazê-lo quando ela o quis, em 2012.

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22/06/2013 | 00:00

Ginástica

Impedida de demitir Mantega no ano passado, Dilma se viu obrigada a encontrar uma maneira de neutralizar o poder dele sem tirá-lo do cargo.

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22/06/2013 | 00:00

Sobrou para João

Dilma também achou que o marqueteiro João Santana, como a Agência Brasileira de Inteligência, deveria tê-la avisado das manifestações.

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22/06/2013 | 00:00

Segunda opinião

Insegura, Dilma quis ouvir o marqueteiro Nizan Guanaes, ligado a tucanos, sobre como enfrentar a crise dos protestos.

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22/06/2013 | 00:00

Brasileiros fazem
protestos de apoio
em 15 países

Cerca de 40 mil pessoas de 15 países confirmaram participação, nas redes sociais, em protestos neste fim de semana para apoiar as manifestações que se alastraram pelo Brasil nas últimas semanas. Os protestos são organizados, tudo pela internet, por brasileiros que vivem no exterior. Estão programadas manifestações pacíficas em países europeus e outros como Estados Unidos, Austrália, Chile e até Japão.

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22/06/2013 | 00:00

Sem fronteiras

Intitulado “Democracia Não Tem Fronteiras”, o movimento “apartidário” critica abusos do poder público e pede educação, saúde e transporte.

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22/06/2013 | 00:00

Nos conformes

Diferentemente do Brasil, os protestos no exterior tem horário para começar e terminar e autorização do governo local para acontecer.

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22/06/2013 | 00:00

Primeiro mundo

Na maioria dos países, os manifestantes se responsabilizam por atos de vandalismo e por deixar o local limpo, do jeito que o encontraram.

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22/06/2013 | 00:00

Defesa da Casa

Chamado de “Bananão” pelos colegas, Antonio Patriota (Relações Exteriores) mostrou inesperada coragem ao chegar no Itamaraty em meio ao vandalismo. Foi a única autoridade a dar a cara nos protestos.

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22/06/2013 | 00:00

Bonitinha do pai

Muitos quilos mais magra em sua página oficial no Facebook, Lurian, a filha de Lula, saudou a “onda vermelha”, alertou contra “oportunistas”, e pediu muitos gritos na rua para “não abrirmos mão da democracia”.

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22/06/2013 | 00:00

Atentos e alerta

O Clube Militar diz que as manifestações “expressam majoritariamente o grito dos que estão indignados com o descaso”, há “interesses inconfessáveis” de vândalos, e que está “acompanhando os fatos”.

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22/06/2013 | 00:00

Nem precisa desenhar

A manobra política é mais velha que “o velho do Restelo”, de Camões: para unir ou amedrontar um povo em crise cria-se um “inimigo interno” – os judeus de Hitler, por exemplo, – ou um “inimigo externo” – os “imperialistas da CIA” na América Latina. O resto é História.

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22/06/2013 | 00:00

Dono da bola

Chefe de gabinete da vice-presidência da Câmara, Lourimar Rabelo Santos ganhou apelido nos corredores de “o 514º” deputado. Na última terça, ele impediu a participação de assessores na reunião de líderes.

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22/06/2013 | 00:00

Pra inglês ter

O deputado Abelardo Camarinho (PSB-SP) critica os “preços exorbitantes” dos ingressos para participar da Copa das Confederações no Brasil: “Estão excluindo corintianos e flamenguistas”, ironiza.

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22/06/2013 | 00:00

Deixa pra depois

Com medo de que os protestos pelo país tomem dimensões ainda maiores, parlamentares do PT tem defendido o adiamento da votação de projetos polêmicos ou que impliquem em gastos públicos.

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22/06/2013 | 00:00

Voz do povo

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) atribui os protestos à dificuldade dos políticos em ouvir o povo: “Quando o poder não chama as pessoas a opinar, por referendo ou plebiscito, elas vem sem serem convidadas”.

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22/06/2013 | 00:00

Pensando bem...

...se o Brasil vive a “revolução do Facebook”, Mark Zuckerberg para presidente já!

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Poder sem pudor

Certo endereço errado

Foto
O ex-senador paraibano Efraim Morais é conhecido pelo jogo de cintura e o senso de humor. Presidente-tampão da Câmara por 45 dias, no final de 2002, às vésperas de deixar o cargo e a residência oficial, ele recebeu a inesperada visita do campeão de votos Enéas Carneiro (Prona-SP) e de seus deputados acusados de fraudar o domicílio eleitoral. Efraim esmerou-se na simpatia, mas torcia para que fossem embora sem serem vistos. Foi inútil: um repórter soube e quis saber o motivo da visita. Efraim foi rápido:
- Nada não, eles erraram de casa...

Bom dia

Millôr Fernandes, gênio do texto e da frase, assim sintetizava a democracia: "Todo homem tem o sagrado direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo". Foi o que faltou na grande passeata quase pacífica da Avenida Paulista, quando militantes de partidos políticos foram expulsos pelos demais manifestantes, ampla maioria na demonstração.
É verdade que a postura dos militantes partidários foi provocadora. Petistas, seguindo as ordens do presidente do partido, Ruy Falcão, tentaram tomar a frente da passeata, para aparentar que a controlavam; outros grupos partidários também se uniformizaram e levaram bandeiras próprias, não as da manifestação. Mas, por provocadores que fossem, tinham esse direito, que lhes foi negado. Millôr tem razão. Mas também é verdade que quem torce pelo Vasco na arquibancada do Flamengo tem de assumir o risco.

Coisas de que precisamos saber antes de dormir pra acordar bem

Carlos Brickman
Tudo começou como um movimento de extrema esquerda: na primeira passeata em São Paulo, militantes do MPL, PSTU, PSOL e PCO, com bandeiras, estavam à frente, bloqueando a Avenida Paulista. O MPL, Movimento Passe Livre, foi criado pelo Fórum Social Mundial, organização assumidamente de esquerda, na reunião de 2005. O domínio de Internet usado pelo MPL pertence a uma ONG próxima ao PT, Alquimídia, que recebe recursos da Petrobras e do Ministério da Cultura e até o início das passeatas trazia no site os símbolos governamentais.
Mas o movimento caiu no gosto do público e atraiu gente que não tinha nada de esquerdista: queria protestar contra a corrupção, o desperdício do dinheiro público, o custo da Copa, os gastos de parlamentares, o Mensalão, os problemas da saúde, problemas sempre associados ao Governo. O que era para ser um movimento contra a alta das tarifas virou ponto de encontro de descontentes com o Governo e o PT - a ponto de manifestantes se reunirem em frente à residência de Lula, em São Bernardo, SP, gritando insultos, a ponto de manifestantes se concentrarem diante da residência do prefeito petista Fernando Haddad, em São Paulo. O radicalismo antipetista chegou a acusar a Globo de estar a serviço do PT.

É sensível a queda de prestígio do Governo. Ruim: este é o Governo que temos, gostemos ou não, e que até o fim de 2014 tem a tarefa de gerir o país.

O bumerangue foi e voltou, atingindo quem se sentiu esperto ao ter a brilhante ideia de lançá-lo.

Como diz o provérbio ídiche, o homem planeja e Deus ri.

Dilma atendeu sugestão de Cid Gomes e vai chamar prefeitos e governadores para discutir a relação.

Em pronunciamento de dez minutos em cadeia nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que irá convidar governadores e prefeitos de todo país para "somar esforços" e discutir um pacto para a melhoria dos serviços públicos nas áreas de saúde, educação e transporte. "Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos."
O pacto, segundo a presidente, terá três focos: um Plano Nacional de Mobilidade Urbana para privilegiar o transporte coletivo; a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação e trazer "de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde)".
O pronunciamento de hoje da presidente acontece após uma série de reuniões com ministros no Palácio do Planalto nesta sexta. A fala foi gravada durante a tarde e teve duração de 10 minutos.
Reprodução da televisão









Protestos
No início do pronunciamento, a presidente comentou a onda de protestos que levou, só ontem, mais de 1 milhão de pessoas às ruas do país. "Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas."
Dilma criticou, no entanto, a violência de "minorias autoritárias" em alguns dos protestos. "O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos."
Ela pediu que os manifestantes façam seus protestos de maneira "pacífica e ordeira". "Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo. (...) Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira."
"O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos", completou.
"Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem."

Copa do Mundo

A presidente também usou parte do pronunciamento para falar sobre a Copa do Mundo de 2014, um dos focos de protesto dos manifestantes.
"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios."
"Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação."
Ela pediu que os brasileiros sejam hospitaleiros com os visitantes que devem vir ao país para o evento. "Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria. É assim que devemos tratar os nossos hóspedes."

Nota e discurso

Em discurso, Dilma elogia manifestantes

  • Em discurso em cerimônia no Planalto na terça (18), a presidente disse que o Brasil "acordou mais forte" depois dos protestos
Além do pronunciamento de hoje, a presidente havia se manifestado em público outras duas vezes sobre os protestos.
A primeira foi em nota oficial na segunda-feira (17), em que disse apoiar as manifestações, desde que pacíficas.
Em seguida, na última terça (18), Dilma disse, em discurso lido em cerimônia no Palácio do Planalto, que o Brasil "acordou mais forte" depois dos protestos. elogiou os manifestantes, a polícia, por não ter cometido excessos, e fez um autoelogio ao seu governo, que, segundo a presidente, "está ouvindo essas vozes por mudanças".
No pronunciamento de hoje, Dilma repetiu trechos do discurso, como a parte em que falou que a sua geração batalhou muito pelo direito de se manifestar.
Dilma também voltou a dizer que seu governo está ouvindo a população. "Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: Eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça. Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país."