De 1º de janeiro deste ano até o dia de
hoje foram desviados no país mais de R$45 bilhões por algum ato de
corrupção, desfalque, falcatrua, negociata, traficância e velhacaria. O
cálculo do site desviometro.com.br é semelhante ao Impostômetro, que
soma minuto a minuto todos impostos pagos pela população brasileira a
todas esferas de governo. O combate à corrupção foi um dos principais
temas que tem levado as pessoas às ruas nas últimas semanas.
No De$viômetro, o cidadão fica sabendo, a cada
segundo, quanto poderia ser investido em habitação, saúde, segurança,
educação e transporte público se não houvesse desvio de verbas públicas.
Estudo Fiesp
Criada em setembro do ano passado, a página da
internet é uma iniciativa de Paulo Vega, servidor público de Caxias do
Sul (RS), que se inspirou no estudo da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), de 2010. O levantamento estimou que o
desvio de dinheiro público no país equivaleria a 2,3% do Produto Interno
Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país durante um
ano. Pelo raciocínio, R$96 bilhões em verbas públicas foram roubados no
ano passado.
“O estudo analisou comparativamente dados de
países semelhantes ao Brasil e as informações diponibilizadas pela
Transparência Internacional, que todo o ano divulga o Índice de
Percepção da Corrupção'', explica Vega.
Vice-presidente da Fiesp e diretor do
Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), José Ricardo
Roriz Coelho diz que os dados de 2010 valem hoje, pois o combate à
corrupção leva anos ou até mesmo uma geração. “Há uma melhora bastante
perceptível, mas os outros países também melhoraram. Hoje, o Brasil
encontra-se na 73ª posição (entre 180 países analisados)”, destaca Roriz
Coelho. Para ele, a burocracia da máquina pública associada a
impunidade são os dois principais vetores que geram a corrupção.
A sociedade em rede contra a corrupção
CONTADOR DA CORRUPÇÃO
http://www.desviometro.com.br/
O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUÇÃO
http://www.oquevocetemavercomacorrupcao.com/conteudo/home/index.asp?cod=0
TRANSPARÊNCIA BRASIL
http://www.transparencia.org.br/
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL
http://www.portaltransparencia.gov.br/
ABRACCI — ARTICULAÇÃO BRASILEIRA CONTRA A CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE
http://www.abracci.org.br
OBSERVATÓRIO SOCIAL DO BRASIL
http://www.observatoriosocialdobrasil.org.br/
MCCE — MOVIMENTO DE COMBATE A CORRUPÇÃO ELEITORAL
http://www.mcce.org.br/
NÃO ACEITO CORRUPÇÃO
http://www.naoaceitocorrupcao.com.br/
CONTAS ABERTAS
http://www.contasabertas.com.br/WebSite/
AMARRIBO BRASIL
COALIZAÇÃO BRASILEIRA CONTRA CORRUPÇÃO
http://www.amarribo.org.br
VOTO CONSCIENTE
http://www.votoconsciente.org.br/site/
TRANSPARENCY
INTERNACIONAL
http://www.transparency.org/
MOVIMENTO BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO
http://www.mbcc.com.br/site/
Combate à impunidade é essencial
Diretor do Instituto Universitário de Pesquisa do
Rio de Janeiro (Iuperj), Geraldo Tadeu diz que há mecanismos efetivos
para combater a corrupção, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei da
Improbidade Administrativa e os Tribunais de Contas da União e
estaduais. Segundo ele, o que falta é um maior controle das contas
públicas e uma condenação efetiva nos casos de corrupção.
“A sensação de impunidade é que leva as pessoas
às ruas. Há percepção de que tem o roubo, mas que ninguém é preso”, diz o
sociólogo, acrescentando que a Lei de Acesso à Informação como os
portais de transparência do governo federal e de alguns estados são
exemplos de avanços no país.
Para o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ)
somente a legislação não impede o crime. De acordo com o parlamentar, é
fundamental haver disposição política para impedir que haja a corrupção.
“O dirigente tem que ser o primeiro dar o exemplo. Os prestadores de
serviços públicos têm que saber que dentro de um governo a corrupção não
é permitida. Num segundo momento, é necessário reduzir a impunidade”,
afirma Miro, autor de um projeto de lei que remete os casos de corrupção
para serem julgados por júri popular.
Para o deputado, as passeatas serviram para
“tirar a cera dos ouvidos dos governantes”. Miro diz que essa é uma
‘revolução da tecnologia da informação’, permitindo a mobilização de
todas as camadas sociais em todo o país.