Contato

Convênio para importar cubanos foi firmado antes do Mais Médicos

SHEILA D'AMORIM
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Mais de dois meses antes do lançamento oficial do programa Mais Médicos, o governo brasileiro já tinha assinado com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde, braço da OMS) o contrato que abriu caminho para importar 4.000 médicos cubanos.
Com data de 26 de abril deste ano, o "80º termo de cooperação técnica para desenvolvimento de ações vinculadas ao projeto de acesso da população brasileira à atenção básica em saúde" traça regras gerais para parcerias com a entidade.
Válido por cinco anos prorrogáveis por igual período, ele serviu de base para que fosse firmado em agosto o convênio com Cuba.
Apesar de o contrato já estar valendo no lançamento do Mais Médicos, em julho, o Ministério da Saúde insistiu, na época, que os profissionais brasileiros eram a prioridade do programa.
Finalizada a primeira rodada de seleção do Mais Médicos, no início de agosto, apenas 10% das vagas foram ocupadas. Depois disso, o governo indicou que a solução seria um acordo para trazer os profissionais de Cuba.
Essa sinalização confirmou o que o então ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) já havia citado três meses antes como uma possibilidade em exame. Na época, a fala de Patriota criou um constrangimento ao governo diante da reação negativa.

Editoria de arte/Folhapress
A alternativa de importar médicos cubanos gerou insatisfações veladas até mesmo nos bastidores do governo. A maior crítica dentro da equipe da presidente Dilma Rousseff é que, indiretamente, o convênio serve como ajuda financeira para Cuba, que tem fortes ligações com o PT.
Isso porque o acordo não prevê o pagamento direto da bolsa de R$ 10 mil aos médicos cubanos, diferentemente do que acontece com os profissionais de outras nacionalidades selecionados no programa Mais Médicos.
O valor acertado no convênio (R$ 510 milhões) será pago à Opas, que fará o repasse a Cuba. Por esse serviço, a entidade receberá 5% do valor total (cerca de R$ 25 milhões).
A quantia que será repassada aos médicos cubanos não foi revelada pelo governo brasileiro.
Em contratos semelhantes com outros países, os cubanos recebem entre 25% e 40% do salário previsto. Em Cuba, um médico não costuma ganhar mais de US$ 40 (R$ 94).
O Ministério da Saúde afirma que assinou o termo de cooperação com a Opas, em abril, como um "guarda-chuva" para ações de reforço à atenção básica.
Foi uma forma de se calçar de diferentes alternativas para resolver a falta de médicos no SUS (Sistema Único de Saúde), apesar de a prioridade ser dada aos brasileiros, afirma a pasta.
Os dois primeiros termos de ajuste ao contrato original, explica o Ministério da Saúde, tiveram caráter mais teórico. O terceiro, sobre os médicos cubanos, teve impacto mais prático.

Penso eu - Partiu de que órgão do Governo essa idéia? Quem intermediou essa negociação? Se a OPAS vai levar uma ponta, não  poderia ter ficado uma ponta por aqui? A AGU, o TCU e quetais não poderiam fazer uma análise desse contrato que se antecipou ao programa recém criado?

Mega Sena - Acumulou


  • Números sorteados - 02  26  30  35  46  54

Estrangeiro que visita o Brasil deseja voltar

A intenção de retorno ao país é de 95,7% entre os visitantes internacionais. Os serviços mais bem avaliados são a hospitalidade (97,7%), a gastronomia (95,5%) e a hospedagem (93,2%)
O Brasil recebeu um número recorde de turistas estrangeiros no ano passado, de acordo com o estudo de Demanda Turística Internacional, divulgado hoje pelo Ministério do Turismo. O levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revela que 5,67 milhões de estrangeiros visitaram o país em 2012.
A Argentina se mantém na primeira posição como emissor, com 29% dos turistas que visitam o Brasil (1,67 milhão), seguida pelos Estados Unidos (586 mil). A Alemanha, com 258 mil visitantes ultrapassou o Uruguai (253,8 mil) e conquistou a terceira colocação. Os maiores emissores de turistas residem na América do Sul (50%), seguidos pelos europeus (29%) e norte-americanos (13%).
A maioria dos estrangeiros vem a lazer (46,8%), uma parcela menor, porém importante pela média de gastos no país, vêm a negócios (25,3%) e os demais chegam ao país para visitar parentes, destinos religiosos, fazer cursos e compras (27,9%).
Em comum, os turistas estrangeiros têm a satisfação com a experiência de viagem ao Brasil. A maioria (84,5%) declarou que a viagem atendeu plenamente ou superou suas expectativas, de modo que 95,7% afirmou que pretende voltar ao país.
SATISFAÇÃO
“Temos muito a evoluir, mas os dados mostram que estamos no caminho, que o turista estrangeiro tem tido boas experiências em nosso país”, diz o ministro do Turismo, Gastão Vieira. A intenção de retorno se explicada pela boa avaliação dos principais serviços turísticos. Os serviços mais bem avaliados são a hospitalidade do povo (97,7%), os sabores da gastronomia (95,5%) e a hospedagem (93,2%).
Os serviços com menor grau de satisfação são os preços de produtos e serviços (56,1% de aprovação), a telefonia (67,7%), as rodovias (70%) os aeroportos (73%) e a sinalização (76,5%).
O gasto nas viagens de negócios é quase o dobro (US$ 1599) das viagens de lazer (US$ 877). Os destinos mais visitados a lazer são Rio de Janeiro (29,6%), Florianópolis (18,1%) e Foz do Iguaçu (17,3%) e o ranking das três cidades que mais recebem turistas de negócios é composto por São Paulo (48,3%), Rio de Janeiro (23,9%) e Curitiba (4,4%).

MEIOS DE HOSPEDAGEM
A maioria dos turistas ainda se hospeda em hotéis (52,1%) e casas de amigos e parentes (27,4%). Mas há um crescimento consistente de hospedagens alternativas, como casas alugadas (de 8% para 11,9% nos últimos seis anos); de camping ou albergues (de 2,4% para 4,9% no mesmo período).
Os europeus são os turistas que mais tempo permanecem no país (23,7 dias em média), mais que o dobro dos sul-americanos (10,7 dias). Os europeus são também os que mais gastam: os espanhóis ocupam a primeira posição (US$ 1.703), seguidos pelos portugueses (US$ 1.582) e franceses (US$ 1.509). Os Argentinos gastam em média US$ 648.
A maior parte dos turistas estrangeiros tem nível superior (43,5%), renda familiar mensal de US$ 4.639 e chega ao Brasil de avião (70%). A internet é a principal fonte de informação para a maioria deles (33,6%). “O levantamento mostra que as pessoas têm recorrido a novas fontes de informação. Os destinos devem estar atentos a essa tendência para atrair não apenas os estrangeiros, mas o próprio brasileiro”, disse o secretário Nacional de Políticas de Turismo, Vinicius Lummertz.

O Ministério do Turismo, por meio da Fipe, entrevistou 31.039 pessoas em 10 regiões de fronteira terrestre e 15 aeroportos internacionais brasileiros.

Apague essa idéia

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo


PT foi o partido que mais boicotou a cassação de Donadon
Confira os deputados que se ausentaram para livrar um colega ladrão
Cassação Natan Donadon
Assim como os três réus no processo do mensalão, 95 deputados também boicotaram a votação da cassação do mandato do deputado ladrão Natan Donadon (sem partido-RO), que foi absolvido pela Câmara na noite desta quarta-feira (28), mesmo estando preso no Complexo Penitenciário da Papuda após condenação transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Levantamento feito pelo Diário do Poder revela que o PT foi o partido que mais se absteve na votação. De 88 deputados, 20 simplesmente se recusaram a dar seu voto sobre o processo contra Natan Donadon. Em segundo lugar, está o PMDB, com 15 faltosos. Depois, seguem PP, PSD, PR, PSD, PSB, todos aliados da presidente Dilma Rousseff.
Os oposicionistas PSDB e DEM também colaboraram para o boicote que absolveu o presidiário, somando 12 faltosos.
Segundo governistas, a absolvição de Donadon abre precedente para salvar o mandato dos deputados José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP), réus condenados no processo do mensalão, cujo julgamento deverá ser finalizado ainda este ano no STF.
Confira, a seguir, a lista por partido dos deputados que não votaram na cassação de Natan Donadon:
PT – 20
Weliton  Prado PT /MG
Iriny Lopes PT/ES        
Joao Paulo Cunha PT/SP
Vicentinho PT/SP
Bohn Gass PT/RS
Josias Comes  PT/ BA
Luiz Alberto  PT/BA
Miguel Correa  PT/MG
Odair Cunha PT/MG
Rogerio Carvalho PT/SE
Marina Santana PT/GO
Biffi  PT/MS
Angelo Vanhoni  PT/ PR
Pedro Uczai PT/SC
Marcon PT/RS
Ronaldo Zulke PT/RS
Beto Faro PT/PA
Anselmo de Jesus  PT/RO
Artur Bruno  PT/CE
Pedro Eugenio  PT/PE
PMDB – 15
Gabriel Chalita PMDB/ SP
Carlos Bezerra PMDB/MT
Andre zacharaw  PMDB/PR
Darcisio Perondi PMDB/RS
Eliseu Padilha PMDB/RS
Alceu Moreira PMDB/RS
Asdrubal  Bentes PMDB/PA
Jose Priante  PMDB/PA
Junior Coimbra PMDB/ TO
Renan Filho  PMDB/AL
Arthur O Maia PMDB/BA
Mario Feitoza  PMDB/CE
Genecias Noronha PMDB/CE
Leonardo Quintao  PMDB/MG
Newton Cardoso  PMDB/MG
PP – 12
Toninho Pinheiro PP/MG
Beto Mansur PP/SP
Guilherme Mussi PP/ SP
Paulo Maluf PP/SP
Pedro Henry PP/MT
Afonso Hamm  PP/ RS
J. Otavio Germano PP/RS
Renato Moling PP/RS
Vilson Covatti  PP/RS
Renzo Braz PP/MG
Luiz Fernando  PP/MG
Jose Linhares  PP/CE
PSD – 10
Joao Lira PSD/AL
Manoel Salviano PSD/CE
Marcos Montes PSD/MG
Edson Pimenta  PSD/BA
Fernando Torres  PSD/BA
Jose  C Araujo  PSD/BA
Sergio Brito  PSD/BA
Eliene Lima PSD/ MT
Heuler Cruvinel PSD/GO
Eduardo Sciarra PSD/PR
PR – 8
Laercio Oliveira  PR/SE
Bernardo Santana  PR/MG
Manuel Rosa Nega PR/RJ
Zoinho PR/RJ
Waldemar Costa Neto  PR/SP
Ze Vieira  PR/MA
Vicente Arruda  PR/CE
Inocencio Oliveira PR/PE
PSB – 6                     
Paulo Foletto PSB/ES
Camarinha PSB/SP
Alexandre Roso  PSB/RS
Beto Albuquerque PSB/RS
Antonio Balkmann  PSB/CE
Sandra Rosado  PSB/RN
PSDB – 6
Carlos Roberto PSDB/SP
Vanderlei Macris PSDB/SP
Marco Tebaldi  PSDB/SC
Pinto Itamaraty PSDB/MA
Sergio Guerra  PSDB/PE
Marcus Pestana  PSDB/MG
DEM – 6
Eli Correa Filho DEM /SP
Jorge Tadeu Mudalem DEM/SP
Abelardo Lupion DEM/PR
Lira Maia  DEM/PA
Betinho Rosado DEM/RN
Claudio Cajado DEM/BA
PDT – 3
Enio Bacci PDT/RS
Giovani cherini PDT/RS
Geovanni Queiroz  PDT/PA
PCdoB – 2
Jandira Feghali PCdoB/RJ
Alice Portugal PCdoB/BA
PPS – 2
Arnaldo Jardim  PPS /SP
Almeida Lima PPS/SE
PSC – 2
Marco Feliciano PSC/SP
Nelson Padovani PSC/PR
PTB – 2
Sabino  C Branco PTB/AM
Jovair Arantes PTB/GO
PV – 1
Eurico Junior PV/RJ
PMN – 1
Jaqueline Roriz PMN/DF
PRB – 1
Vilalba PRB/PE
PTdoB – 1
Rosinha da Adefal  PTdoB/AL

Penso eu - Ouso fazer a defesa de pelo menos um deputado federal ausente à votação. O deputado padre José Linhares, embarcou num vôo, as cinco horas da tarde em Brasilia para Fortaleza atendendo a chamamento de urgência por conta de uma pessoa em coma numa UTI médica da capital do Ceará. Ouvido pelo blog o Padre Zé se disse favoravel à perca de mandato de Donadon.

Tá no Claudio Humberto

Os petistas acusam “preconceito” nas manifestações contra os médicos de Cuba. Contra a blogueira dissidente Yoani Sánchez, que quase apanhou no Brasil, talvez tenha sido preconceito contra a democracia.

Ibama concede licença para obras de ampliação do Porto do Pecém

 O Terminal Portuário do Pecém, localizado no município de São Gonçalo do Amarante, terá suas obras de ampliação liberadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por meio da Licença de  Instalação para as obras de expansão do seu Terminal de Múltiplo Uso (TMUT).As obras de expansão darão maior suporte às operações com carga geral, especialmente com produtos de siderurgia. Os serviços, já licitados, receberão um investimento da ordem de R$ 568 milhões. A Licença Prévia para a obra foi expedida pelo Instituto em junho deste ano.
A nova ampliação deverá atender aos futuros empreendimentos previstos para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a Companhia Siderúrgica do Pecém - em implantação - , e as necessidades da Ferrovia Transnordestina, com trecho até o Pecém. As obras realizadas no porto são considerados fundamentais para o desenvolvimento do Estado. O consórcio Marquise/QG/Ivaí – vencedor da licitação da obra em 2011- será o executor das obras num prazo de 30 meses a contar da data de assinatura da Ordem de Serviços pela Secretaria da  Infraestrutura do Estado (Seinfra).
Nesta segunda etapa da expansão o terminal portuário receberá uma nova ponte de acesso ao quebra-mar existente com 1.520 metros de extensão, pavimentação de 1.065 metros sobre o quebra-mar; a ampliação do quebra- mar em cerca de 90 metros; o alargamento em cerca de 33 metros da ponte; a construção de 600 metros de cais com dois berços de atracação de navios cargueiros ou porta-contêineres. Estes últimos equipamentos serão voltados para operação com carga geral e produtos da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e da ferrovia Transnordestina. Está prevista também a ampliação do pátio da retro-área de   aproximadamente 69.000 metros quadrados.
Os dois berços de atracação serão voltados para a exportação de placas   da siderúrgica, enquanto a Ferrovia Transnordestina utilizará provisoriamente TMUT, cuja primeira etapa já foi entregue, até ter o seu próprio terminal. O secretário da Infraestrutura do Estado, Adail Fontenele, vê como fundamentais os investimentos no terminal portuário para fomentar a captação de empreendimentos de grande porte para o Estado, os quais resultarão em impactos positivos na economia estadual.
PRIMEIRA EXPANSÃO
A primeira etapa de expansão do porto aconteceu em 2011, com a construção do TMUT, composto por dois berços, para atender navios porta-contêiner; ampliação do quebra-mar para mil metros; e o prolongamento da ponte existente, de 348 metros. O investimento foi de R$ 410 milhões. Com isso o Terminal ficou apto à receber a crescente demanda de movimentação de contêineres e carga geral, reafirmando sua vocação como porto concentrador de cargas e mantendo a sua consolidação de maior exportador de frutas e calçados do país. A capacidade estimada de movimentação de contêineres foi ampliada de 250.000 TEUS/ano para 760.000 TEUS/ano. Um TEUS equivale um contêiner de 20 pés de capacidade.

José Arnon elogia estradas estaduais

Para José Arnon Bezerra, as estradas estaduais estão perfeitas, porque Cid Gomes está sempre fazendo a correção delas, além da construção de novas vias. Sobre a educação do Estado, o deputado não economizou na avaliação. “Quando a gente visita uma escola estadual percebe a capacitação dos professores e a satisfação dos alunos com a qualidade do ensino e da alimentação”, reconhece. Com relação a economia cearense, disse que os números são sempre positivos, numa prova de que o Ceará está sendo bem governado.

Feira na madrugada congestiona Centro

NATALÍCIO BARROSO
Da Redação
A Rua José Avelino, antes de ser ocupada pelos feirantes, que lá estão, era totalmente abandonada. Apenas os desocupados e dependentes de drogas a frequentavam. Depois que os feirantes, deixaram a Praça da Sé, onde ficavam, pela José Avelino, esta situação mudou. De uma rua deserta, tornou-se um local movimentado.
A informação é do vice-presidente da Associação dos Feirantes da José Avelino, Aldivan de Sousa, mais conhecido como Baiano e que trabalha na feira há cinco anos. Para ele, a Feira da José Avelino, ao contrário do que muita gente pensa, restringe-se à rua apenas e não às travessas que ficam em suas imediações.
“As pessoas que pensam que ela se estende até as proximidades da Sé ou do Beco do Cotovelo, diz ele, estão muito enganadas”. Por isso, a Associação, quando defende os feirantes, não tem nenhum compromisso com aqueles que ficam nas travessas ou no viaduto ali perto. Assim, quando há algum tumulto por esses lados e a imprensa diz que foi na José Avelino, não diz a verdade. Não é à-toa, diz ele, que os feirantes, que trabalham nas ruas próximas, também estão se reunindo para, assim como os da José Avelino, formar as suas associações.
Confrontado com a possibilidade de ter que sair dali, da rua, Baiano informa que, para ele, tanto faz a feira ocorrer ali, ou, em Maracanaú como ocorreu uma vez. O importante, segundo ele, é que os clientes, que vêm de outros estados, se dirijam para lá. Afinal, como a feira depende deles, e não dos feirantes, qualquer lugar pode servir para eles. Desde que não percam contato com aqueles que procuram as mercadorias que vendem.
Shoppings e Balcões
Diretamente relacionados com a feira, estão os galpões e os pequenos shoppings que ficam na rua. Organizados em associação, tal como os feirantes, o presidente da entidade denominada Associação dos Gestores de Empreendimento da Rua José Avelino e Adjacências é o aposentado Martinho Batista Neto. Segundo ele, a Feira da José Avelino começou em torno do Mercado Central. Como vinham sacoleiros da Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão e até do Pará, para fazer compras em Fortaleza, alguns feirantes passaram a armar as suas barracas na Praça da Sé. Ali recebiam os compradores que chegavam de madrugada e o que era um comércio pequeno e localizado foi se expandindo pouco a pouco. Para organizar tudo aquilo, a prefeitura resolveu intervir. Hoje, a feira ocorre de quarta para quinta-feira e de sábado para domingo. Funciona das 19h às 8h da manhã de quarta para quinta e das 19h ao meio-dia de sábado para domingo.
Martinho Batista Neto não diz, mas deixa transparecer que a Feira da José Avelino, em Fortaleza, tem algo a ver com a 25 de Março, em São Paulo, ou o Saara, no Rio de Janeiro. Como atende a uma clientela que vem de quase todo o Nordeste para comprar produtos na Capital cearense e revender em seus respectivos estados, a motivação é a mesma. Toda semana, segundo ele, a feira recebe, pelo menos, 20 mil clientes que chegam a Fortaleza de ônibus e em outros veículos que são estacionados em galpões ou se dispersam por onde podem.
Baixa e Alta Estação
As vendas, no momento, não estão muito boas. Pelo menos é o que diz o feirante Francisco Rodrigues. Segundo ele, as vendas dependem da época. Como Fortaleza está na baixa estação, é natural que as vendas caiam. Depois voltará a subir novamente. Para ele, o grande problema que a feira enfrenta, por enquanto, é a proibição da Prefeitura de não deixar trabalhar durante o dia, mas só à noite.
A Associação dos Feirantes da José Avelino, no entanto, não está reivindicando mudança de horário. O que os feirantes gostariam de ter, informa Baiano, era um local mais adequado para trabalhar. Uma espécie de Ceasa das Confecções. Segundo ele, existe um projeto na Prefeitura ainda do tempo da administração anterior, que trata deste assunto. Até agora, porém, ainda não saiu do papel. Mas acredita que isso será feito no ano que vem, quando a política do atual prefeito que, por sinal, assumiu agora, no começo do ano, tornar-se mais clara. Mas há um pequeno detalhe, diz ele. O local destinado para os feirantes da José Avelino terá que caber todos eles e não apenas alguns, tal como, de certa forma, ocorreu com o Beco do Cotovelo.

Penso eu - Como desconheço um BEco do Cotovelo em Fortaleza, informo que se for o BEco do COtovelo de SObral, jamais o lugar foi ocupado por feirantes ou invadido como o que há nas beiradas da Igreja da Sé em Fortaleza.

Em vez de sepultar Donadon, Câmara se mata

— Na hora de vir pra cá, eu fui tomar banho. E faltou água na torneira. Lá não tem chuveiro. É uma torneira. Água fria. E justamente hoje faltou água.
Plenário da Câmara, noite do dia 28 de agosto de 2013. O clima era de velório. Na tribuna, Natan Donadon, um cadáver político, pronunciava suas penúltimas palavras.
— Eu tava todo ensaboado. E acabou a água do presídio. Eu tive que recorrer a um preso, do lado da minha cela. Ele tinha umas garrafinhas de água. Pedi a ele. E acabei de tomar banho com essas poucas garrafinhas que ele me emprestou.
Em noite constrangedoramente deplorável, o plenário da Câmara perdeu a tradicional aparência de feira livre. Hipnotizados, os presentes dedicavam 100% de sua atenção a Donadon. Pela primeira vez na história do Legislativo, um presidiário ocupava a tribuna.
De todos os persistentes terrores brasileiros, o pior é o terror do sistema prisional. O flagelo é a síntese do que o pedaço bem nascido do Brasil pensa dos sem-berço. As cadeias são infernais porque elas só são infernais para bandidos pretos e pobres. Não é lugar para brasileiros acima de um certo nível de renda e de poder.
De repetente, o STF condenou Donadon a mais de 13 anos de cana dura. E ele foi transferido do mundo das facilidades e dos privilégios para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. “Os companheiros de prisão chamam de ‘P-Zero’, prisão zero, porque não tem nada”, disse, ao relatar seus primeiros dois meses de inferno.
— Vim algemado de lá pra cá. Nunca tinha entrado num camburão na minha vida. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Vim algemado pelas mãos, atrás [didático, o orador leva as mãos às costas, juntando os punhos]. Eu tenho uma certa fobia. Pedi aos agentes pra me trazer na frente. Mas eles disseram que não poderia. Deus me acompanhou. Me deu força, me deu resignação.
O plenário estava reunido para parafusar a tampa do caixão que o Supremo fechara, decretando a cassação do mandato do preso. E Donadon, munido de autorização judicial, revirava no caixão. Nas entrelinhas do seu discurso, o condenado passava aos seus pares, por assim dizer, um recado. Era como se dissesse: “Eu sou vocês amanhã.” Soou dramático.
— Esses 60 dias que eu estou preso lá, tenho sofrido muito. Tenho sofrido muuiiiito. É desumano o que um prisioneiro passa. A minha família tem sofrido muito. Por favor, me absolvam. Essa Casa é independente!
Sentenciado em última instância, sem possibilidade de recorrer, Donadon revelou-se um presidiário de mostruário. Como todo detento que se preza, declarou-se “inocente”. Terminado o discurso, abriu-se o painel de votação. E o plenário começou a esvaziar.
Muitos deputados, cumprida a obrigação de votar, foram embora. Outros tantos bateram em retirada sem votar. Dos 513 deputados, 470 registraram presença ao longo do dia. Desse total, apenas 405 levaram o voto ao plenário. Como que farejando o cheiro de queimado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, esticou a sessão a mais não poder. Queria que todos votassem.
Iniciada às 19h, a sessão foi encerrada às 23h04. Para que o mandato do condenado Donadon fosse passado na lâmina, eram necessários pelo menos 257 votos. “A Câmara não vai cometer hara-kiri político”, disse um otimista Chico Alencar (PSOL-RJ), antes que o resultado fosse estampado no painel eletrônico: “sim”, 233; “não”, 131. “Abstenção”, 41. A Câmara, que sempre teve um comportamento de alto risco, cometeu suicídio. Tornou-se uma instituição-zumbi. Numa tentativa de reduzir os danos, Henrique Alves anunciou que Donadon não terá de volta o salário e demais benefícios. Será convocado o suplente.
Sacramentado o vexame, o ainda deputado federal Natan Donadon levantou as mãos para o alto. Atrás da última fileira de poltronas, festejou a morte do plenário como uma vitória do corporativismo. Depois, foi reconduzido ao camburão. Algemado, voltou para o xilindró. Antes, foi ao microfone de apartes para cumprir um compromisso que assumira com seus companheiros de cárcere.
— Eles falaram pra mim assim: ‘nao esqueça de falar da nossa alimentação. É muito ruim a alimentação do presídio. Não é de boa qualidade. Tenho a síndrome do intestine irritado. Associado ao estresse, tenho passado muito dificuldade lá. Tá dado o recado. Eles pediram pra eu falar. É preciso melhorar a comida dos presidiários da Papuda.
O Brasil dispõe de mais uma jabuticaba: um deputado federal corrupto e presidiário. É coisa única no mundo. “Graças a Deus, a Câmara está fazendo justiça”, disse a anomalia, a caminho do camburão.
Do josias