Serão priorizados jovens das populações chaves
como pessoas que vivem com HIV e aids, gays, travestis, transexuais,
profissionais do sexo e pessoas que usam drogas
O Ministério da Saúde está selecionando 50
jovens entre 18 e 26 anos para acompanhar e fiscalizar as políticas
públicas de saúde na área de HIV e aids. O objetivo é formar uma turma
para participar do Curso de Formação de Novas Lideranças das
Populações-Chave Visando o Controle Social do Sistema Único de Saúde no
âmbito do HIV e aids que será realizado em Brasília, entre os dias 07 e
11 de maio deste ano. As informações completas sobre a seleção podem
ser obtidas no
edital publicado pelo Ministério.
Os interessados em participar da iniciativa poderão realizar suas inscrições no curso, por meio de
formulário eletrônico,
até o dia 8 de março. Serão priorizados jovens das populações chaves
como pessoas que vivem com HIV e aids, gays, travestis e transexuais,
profissionais do sexo e pessoas que usam drogas.
O curso, que terá carga-horária de 36 horas, é realizado pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, em conjunto com o Programa Conjunto
das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) e a Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Acreditamos que temos que buscar novas formas de dialogar com o
público jovem e esse curso faz parte dessa visão, assim como a recente
Campanha de Prevenção às DST e Aids do Carnaval 2015 que investiu em
aplicativos de relacionamento. É exatamente entre o público jovem, em
especial na população gay, que os índices de infecção vem crescendo e
precisamos encontrar maneiras de definir, acompanhar e fiscalizar a
execução das políticas de saúde pelos próprios integrantes das
populações-chaves”, avaliou o diretor do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais, Fábio Mesquita.
A razão para a escolha das populações-chave para a capacitação
deve-se ao fato de que esses segmentos da população possuem
comportamentos específicos que os colocam em maior risco de infecção
pelo HIV e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). Em razão
dessa vulnerabilidade, eles acabam tornando-se populações prioritárias
para as políticas de prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV e outras
IST, desenvolvidas pelo Ministério.
CENÁRIO AIDS – Desde os anos 80, foram notificados
757 mil casos de aids no Brasil. A epidemia no país está estabilizada,
com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes.
Isso representa cerca de 39 mil casos de aids novos ao ano. O
coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos,
passando de 6,4 casos de mortes por 100 mil habitantes em 2003, para 5,7
casos em 2013. A faixa etária onde a epidemia mais cresceu nos últimos
10 anos foi em jovens de 15 a 24 anos de idade.