Da janela do meu tugúrio
EEUU of Sobral
Sobral é apontada como Cidade Americana do Futuro 2015/16
Pela terceira vez consecutiva Sobral é incluída no Guia de investimento estrangeiro do grupo Financial Times
Sobral foi apontada como uma das cidades mais promissoras para receber investimentos estrangeiros, pelo guia “American Cities of the Future 2015/16”, da FDI Magazine, publicação especializada em investimento internacional lida por investidores de todo o mundo. Para a publicação do grupo Financial Times, foram analisados dados de 421 cidades das três Américas.
Única representante do Nordeste, Sobral é listada pela terceira vez consecutiva no guia de investimentos, na categoria relação custo/benefício para cidades de pequeno porte (100 mil a 350 mil habitantes). Além de Sobral, figuram no guia apenas outras seis cidades brasileiras de Minas Gerais (Sete Lagoas), São Paulo (São Paulo e Jundiaí), Rio de Janeiro (Resende e Itatiaia) e Espírito Santo (Vitória).
Sobral assiste lançamento de CD de Manassés
Manassés lança novo CD em
temporada de shows com estreia em Sobral, quarta-feira, 29/4, no Theatro São
João
Um dos mais renomados músicos de todo
o Brasil, o multiiinstrumentista cearense Manassés está lançando um
novo disco. “Mana Mano” traz Manassés tocando todos os instrumentos e
mostrando novas composições. O CD chega com direito a uma temporada especial de
shows, começando quarta-feira, 29/4, em Sobral, no tradicional Theatro São João, com entrada franca.
O universal pelo regional. Poucos
artistas conseguiram assimilar e praticar este lema quanto Manassés de
Souza, violonista, violeiro, guitarrista, compositor, arranjador e produtor
musical cearense que está lançando seu 13º disco, o CD “Mana Mano”. Aplaudido
pelo público cearense, nacional e internacional, aclamado entre os colegas
instrumentistas e intérpretes, Manassés, autor de clássicos como “Briga de
foice”, “Menino de rua” e “Palavra de amor”, apresenta seu novo disco em uma
temporada de shows que inclui apresentações no Ceará e na Paraíba. A
estreia é nesta quarta-feira, 29/4, em Sobral, às 20h, no tradicional Teatro
São João (Praça São João, 156, Centro), com entrada franca. A
apresentação tem produção da Modo Maior e apoio exclusivo da Prefeitura
Municipal de Sobral.
A temporada inclui ainda apresentações em
Fortaleza, nos dias 6 e 23 de maio, no Centro Cultural Banco do Nordeste, e em
Sousa-PB (dia 20/5) e Juazeiro do Norte (dia 21/5), também nas unidades do CCBN
em cada cidade, sempre às 19h. A produção também é da Modo Maior, de Olímpio
Rocha, letrista e parceiro de Manassés, e conta com patrocínio exclusivo
do Banco do Nordeste, por meio da Lei Rouanet, viabilizando a circulação do
show e a realização de uma temporada capaz de descentralizar o acesso ao
trabalho do grande violonista cearense.
Embora “Mana Mano”, o disco que dá
nome ao novo show, tenha sido gravado exclusivamente por Manassés, somando
em cada canção camadas musicais em violões de nylon e aço e no violão de
12 cordas responsável pelo timbre imediatamente associado ao músico natural de
Maranguape, o show trará o artista na companhia de outros grandes nomes
atuantes na cena instrumental cearense. Cristiano Pinho (guitarra e
rabeca), Miqueias dos Santos (contrabaixo), Jorge Levi (acordeom), Jones Cabó
(percussão) e Adriano Azevedo (baterista). Uma formação mais enxuta e com
nomes diferentes daqueles com que Manassés se acostumou a dividir o
palco, ao longo dos últimos anos.
Solenidade na Assembleia Legislativa homenageia Polícia Militar do Ceará
A Assembleia Legislativa do Ceará realiza, nesta sexta-feira
(24/04), sessão solene em homenagem à Polícia Militar do Ceará. O evento
foi solicitado pelo do presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque
(Pros), e será realizado durante o 1°e o 2° expedientes da sessão
plenária de sexta-feira.
A data foi escolhida
por estarmos na semana de 21 de abril, quando se comemora o Dia de
Tiradentes, patrono das Polícias Militares do Brasil.Tiradentes era filho de pai português e mãe brasileira, nasceu em uma fazenda próximo a São João Del Rei, em Minas Gerais. Aos 29 anos entrou para o Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, como Alferes, num tempo em que não havia separação entre Exército, Polícia Militar e Polícia Civil.
É considerado mártir porque lutou pela independência do Brasil e pelo fim da exploração de ouro do Estado de Minas Gerais por Portugal. Em 1789, participou do movimento chamado “Inconfidência Mineira”. Porém, os participantes foram denunciados e acabaram sendo presos. Tiradentes assumiu sozinho a responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte. Foi enforcado em 21 de abril de 1792, por volta dos 45 anos.
A sessão solene irá homenagear 158 oficiais da Polícia Militar da capital e de outros municípios como Sobral, Juazeiro do Norte, Canindé e Russas, além dos oficiais que morreram em atividade.
CAmilo, O Pagador de promessa
Governador entrega Lei que define promoções de policiais

O governador do Ceará, Camilo Santana, entregou, na manhã desta quinta-feira (23/04), durante a ordem do dia da sessão plenária da Assembleia Legislativa, a mensagem do Executivo que trata sobre as promoções da Polícia Militar e Corpo dos Bombeiros. O presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), parabenizou o governador e os policiais militares e classificou o momento como histórico para os cearenses.
De acordo com Zezinho Albuquerque, o governador cumpre mais uma promessa de campanha ao enviar a mensagem à AL. “É uma satisfação para a Assembleia receber o governador que veio entregar pessoalmente esse documento que vai beneficiar os policiais. Ele está fazendo as coisas acontecerem em pouco tempo de mandato”, elogiou.
Segundo Camilo Santana explica que “a nova lei acaba com o limitador de vagas para as promoções e vai garantir que todos tenham expectativa de serem promovidos, além de corrigir a demanda reprimida de quase nove mil policiais, que deveriam ter sido promovidos no passado, mas não foram”.
Camilo Santana disse que vai dialogar com os policiais, buscando diminuir os índices de violência no Estado. “Já estamos analisando as estatísticas da violência e desenvolvendo ações para garantir a tranquilidade do povo cearense”, afirmou.
O chefe do Executivo apresentou algumas das ações previstas para o setor, como a reestruturação do Ronda do Quarteirão, a criação de 60 novas equipes do Raio para o Interior, e do Batalhão de Divisas para proteger as fronteiras do Ceará. “Nada é possível sem planejamento e a violência não é resolvida apenas com a polícia. É preciso integrar as ações como os programas sociais, escolas de tempo integral, iluminação das vias públicas, além da forte presença da saúde, educação, entre outros”, avaliou.
Participaram da mesa o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Delci Teixeira; o chefe da Casa Militar, coronel Francisco Studart; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Geovani Pinheiro; e o secretário da Fazenda, Mauro Filho.
DA REDAÇÃO O ESTADO ONLINE
Fonte: AL-CE
(NR)
As danações do João Ferreira
CURSO DE JORNALISMO – EDUCAÇÃO CONTINUADA
Atenção galera acejiana!
Começa neste sábado, 25 de abril, o Curso de Jornalismo –
Educação Continuada, realização da Aceji (Associação Cearense de Jornalistas do
Interior), em parceria com o Inespec (Instituto de Ensino, Pesquisa,
Extensão e Cultura). O evento, que terá duração de nove meses, terá
investimento individual de R$ 900,00, pago em até nove parcelas, sendo que a
primeira (inscrição) poderá ser quitada até momentos antes do início da
primeira aula presencial, na sede da Aceji (Av. Dom Manuel, 423 – Centro Fortaleza).
A aula inaugural será ministrada no horário das 9h às m17h
deste sábado, dia 25. Ao fazer a inscrição, o aluno receberá o material didático
correspondente à primeira etapa do curso, que é aberto à todos os acejianos que
desejam uma requalificação profissional de qualidade. As aulas virtuais serão
disponibilizadas na internet pelo Inespec.
Mais informações: sede da Aceji (Av. Dom Manuel, 423 – Centro)
Fones: (85) 3231.5531/8540.9588/8823.8249/8699.0717/9732.5010
Ninguém lembra quem levou o IFCE para Acarau, porem...
De Acaraú para os EUA: Aluno brilha em universidade
Para o aluno de Acaraú, cidade que fica a cerca de 260 quilômetros de Fortaleza, o reconhecimento não é só motivo de satisfação, como também de estímulo à continuidade de seus estudos acadêmicos: “Sem dúvida, esse reconhecimento me ajudará bastante em minha vida acadêmica, sendo importante quando eu pleitear, após minha formatura, uma vaga de Mestrado ou Doutorado”, relatou.
Felipe Sousa destacou a gama de conhecimento adquirida no período de um ano e meio que passou no exterior. “Aperfeiçoei o meu inglês, troquei experiência com estudantes de outros recantos do mundo, além de ter tido contato com outras culturas e costumes, o que foi enriquecedor não só à minha formação, como também para a minha vida”, destacou.
Trajetória
de Felipe
Felipe estudou no Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escola pública e é de origem humilde, sendo o pai autônomo e a mãe dona de casa. No entanto, suas dificuldades não foram limitadoras na sua busca para vencer na vida. O discente não só conseguiu garantir uma vaga no IFCE, como passar numa seleção do programa Ciência sem Fronteiras para intercâmbio nos Estados Unidos. “Não precisa ser um nerd para se destacar na vida, basta ter força de vontade e correr atrás”, declarou. A mãe de Felipe, a dona de casa Elizabeth de Araújo, declara seu orgulho pelo filho e as saudades que sentiu no período em que o discente esteve no exterior. “A gente ficou com o coração apertado, mas sabia que era para o bem dele, então ficamos felizes com ele”, disse.
Coluna do blog
Coluna
do Macário Batista para o dia 24.04.2015
Uma
tese que faz sentido
O
deputado Manoel Duca, o Duquinha (Pros) defendeu na Assembleia Legislativa, a
revogação do Estatuto do Desarmamento. Conforme o parlamentar, tramita, na
Câmara Federal, o projeto de lei do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC)
determinando a revogação do Estatuto, que foi aprovado em 2003. O parlamentar
disse que, em face da evolução da violência na sociedade, é preciso que a
legislação seja modificada. “Faz 12 anos que a lei 10.823, de 2003, foi
aprovada. Ao longo desse tempo, estamos observando que o Estatuto não está
cumprindo as suas funções”, frisou. Conforme Manoel Duca, as armas que entram
no Brasil são contrabandeadas e usadas pelos bandidos, enquanto a população está
desarmada. Manoel Duca assinalou que o homem do campo não pode ter nenhuma arma
para guarnecer sua propriedade. “Enquanto isso, os bandidos ficam fortemente
armados. O cidadão brasileiro precisa portar uma arma para se defender”,
acrescentou. O parlamentar comentou que, em 2014, conforme o último Mapa da
Violência divulgado, foram 56.337 assassinatos no Brasil, superando o número de
mortes registrado no conflito de dois anos na Chechênia. “A taxa de homicídio
chegou a 29 casos por 100 mil habitantes. O Brasil possui seis capitais –
Maceió, João Pessoa, Manaus, Fortaleza, Salvador e Vitória – entre as 20
cidades mais violentas do mundo”, assinalou. Manoel Duca considerou que a
política de desarmamento foi ineficaz. Segundo ele, os países que têm
legislação forte contra o armamento enfrentam altos índices de violência,
enquanto as nações mais permissivas com o porte de arma registram baixo número
de assassinatos. “A Alemanha tem 30 mil armas para cada 100 mil habitantes, e o
número de assassinatos é de 0,8 para cada 100 mil habitantes. Na Áustria, há 17
mil armas para cada 100 mil habitantes e, na Noruega, são 36 mil armas para
cada 100 mil habitantes. Todos esses países têm baixos índices de homicídios”,
pontuou. Ainda segundo o parlamentar, a Rússia baniu todas as armas e tem
índice de homicídio de 30,6 para cada 100 mil habitantes, “Na Inglaterra, após
o banimento das armas, o nível de assassinatos também aumentou
consideravelmente”, revelou. Para Manoel Duca, privar o cidadão de portar amas
para defender a família é um absurdo. “Quem viajar de carro para o interior
fica totalmente à mercê dos bandidos”, disse.
A frase: “O partido do vice-presidente Michel Temer,
como se sabe, é firme em suas posições. Pode ser a favor de tudo e
absolutamente contra qualquer outra coisa”. Josias de Souza.
Na
base da vaselina (Nota da foto)
O
deputado Renato Roseno (PSOL) gostou da decisão do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) em estabelecer um prazo de 30 dias para que o
procurador Geral de Justiça do Ceará substitua os trabalhadores terceirizados
de serviços auxiliares por servidores efetivos. Um grupo de concursados que
pede convocação denunciou que o MP do Ceará está cheio de terceirizados
executando funções que não podem por não terem fé pública.
Cidadania
A
Assembleia do Estado realiza hoje sessão solene as sete da noite para entregar
títulos de cidadão do Ceará aos empresários Romeu Lehnen e Remi Delmar Walter.
Posse
A
Associação dos Jovens Advogados do Estado do Ceará (AJA-CE) empossará, às 7 da
noite da próxima segunda-feira, sua nova
diretoria. Na Câmara Municipal de Fortaleza.
Não
bulam na reeleição
Termina
hoje, sexta feira, em Brasília, Congresso da União dos Vereadores do Brasil
(UVB). Uma das lutas dos vereadores é pela manutenção do direito à
reeleição.
Quem
acredita nele?
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitou veementemente a tese de
que já existem elementos para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff,
proposta que ganha corpo entre os partidos de oposição.
O leriado
dele
“Qualquer coisa que chegar a gente vai
examinar com atenção e respeito. Mas, na minha opinião, o que saiu em relação a
isso foi no mandato anterior. Não vejo como possa se aplicar em
responsabilidade no atual mandato”, afirmou.
Fechando
a semana
Pesquisa
nacional acaba de descobrir que o brasileiro tem três desejos na vida. Em ordem
crescente: O terceiro é ter seu próprio negócio. O segundo é ter a casa própria
e o primeiro é...viajar. Alguma coisa contra?
Opinião
De Josias da
Souza: “O partido do vice-presidente Michel Temer, como se sabe, é firme em
suas posições. Pode ser a favor de tudo e absolutamente contra qualquer outra
coisa”.
Bom dia
Opinião
- A "Primavera" Árabe, fomentada pelos EUA e pela União Europeia, com suas intervenções no Oriente Médio e no Norte da África, continua pródiga em produzir cadáveres, em fecunda safra, trágica e macabra.
Morre-se nas mãos do Exército Islâmico, que começou a ser armado para tirar do poder inimigos de Washington, como Kaddafi e Bashar Al Assad. Morre-se nas cidades destruídas da Síria, da Líbia e do Iraque. Morre-se no deserto, ou à beira mar, na fuga do inferno que se estendeu por países onde até poucos anos crianças iam para a escola e seus pais, para o trabalho, todas as manhãs.
Morre-se, também, no Mar Mediterrâneo, quando naufragam embarcações frágeis e superlotadas a caminho de um destino incerto em um continente, a Europa, que odeia e rejeita os refugiados de seus próprios erros, alguns tão velhos quanto a política de colonização que adotou em um continente que ocupou, roubou e violentou, de todas as maneiras, por séculos a fio.
Para não escrever a mesma coisa, desta vez sobre os mortos de Catânia, reproduzo texto do final de 2013, sobre os mortos de Lampedusa, que pereceram em um dos mesmos inumeráveis naufrágios, nas mesmas circustâncias, nas mesmas geladas profundezas, em que recebem, agora, os corpos daqueles que, empurrados pelo desespero, a fome e a violência, os seguiram para a morte, fazendo uma trágica travessia que, na maioria das vezes, não leva a lugar nenhum:
"Berço de antigas civilizações, o Mar Mediterrâneo abriu suas águas, por dezenas de séculos, para receber, em ventre frio e escuro, os corpos de milhares de seres humanos.
A ÁFRICA E A TRAVESSIA DA MORTE
- A "Primavera" Árabe, fomentada pelos EUA e pela União Europeia, com suas intervenções no Oriente Médio e no Norte da África, continua pródiga em produzir cadáveres, em fecunda safra, trágica e macabra.
Morre-se nas mãos do Exército Islâmico, que começou a ser armado para tirar do poder inimigos de Washington, como Kaddafi e Bashar Al Assad. Morre-se nas cidades destruídas da Síria, da Líbia e do Iraque. Morre-se no deserto, ou à beira mar, na fuga do inferno que se estendeu por países onde até poucos anos crianças iam para a escola e seus pais, para o trabalho, todas as manhãs.
Morre-se, também, no Mar Mediterrâneo, quando naufragam embarcações frágeis e superlotadas a caminho de um destino incerto em um continente, a Europa, que odeia e rejeita os refugiados de seus próprios erros, alguns tão velhos quanto a política de colonização que adotou em um continente que ocupou, roubou e violentou, de todas as maneiras, por séculos a fio.
Para não escrever a mesma coisa, desta vez sobre os mortos de Catânia, reproduzo texto do final de 2013, sobre os mortos de Lampedusa, que pereceram em um dos mesmos inumeráveis naufrágios, nas mesmas circustâncias, nas mesmas geladas profundezas, em que recebem, agora, os corpos daqueles que, empurrados pelo desespero, a fome e a violência, os seguiram para a morte, fazendo uma trágica travessia que, na maioria das vezes, não leva a lugar nenhum:
"Berço de antigas civilizações, o Mar Mediterrâneo abriu suas águas, por dezenas de séculos, para receber, em ventre frio e escuro, os corpos de milhares de seres humanos.
Mar de
vida, morte e sonho, Ulisses, na voz de Homero, singrou suas águas. E
tampando os ouvidos, para não escutar o canto das sereias, aportou em
imaginárias ilhas, fugindo de Cíclope e Calipso, para enfrentar, a remo e
vela, os ventos de Poseidon em fúria.
Por
Troia, Cartago, nas Guerras Púnicas ou do Peloponeso, mil frotas
cavalgaram suas ondas, pejadas de armas e guerreiros. E, no seu leito
descansam, se não os tiver roído o tempo, comerciantes fenícios e
venezianos, guerreiros atenienses e espartanos, os pálios e as espadas
de legionários romanos, escudos e capacetes cartagineses, navegantes
persas, cavaleiros cruzados, califas e sultões.
Os mortos do Mediterrâneo descansam sobre seu destino.
Suas
mortes podem não ter sido justas, mas, obedeciam ao fado das guerras e
do comércio, à trajetória do dardo ou da flecha que subitamente atinge o
combatente, ao torpedo disparado pelo submarino, à asa, perfurada por
tiros de artilharia, de um bombardeio que mergulha no mar a caminho da
África do Norte, ao sabre que os olhos vêem na mão do inimigo e à dor do
imediato corte.
De certa forma, elas obedeciam a uma lógica.
Mas não
há lógica ou utilidade nas mortes que estão ocorrendo nestes dias, dos
meninos e meninas que se afogam, em frente à costa italiana, na
tentativa de chegar a solo europeu, depois de atravessar o Mediterrâneo.
Há anos,
centenas de pessoas têm morrido dessa forma. No dia 3 de outubro, um
naufrágio na ilha italiana de Lampedusa deixou ao menos 339 mortos –
quando cerca de 500 imigrantes vindos da Eritreia e da Somália tentavam
chegar à Itália. Oito dias depois, uma embarcação com 250 imigrantes
africanos virou na mesma região e 50 pessoas morreram.
Que
crime cometeram esses meninos e meninas? Nos seus barcos eles não
levavam o ouro da Fenicia, nem lanças e escudos, nem mesmo comida, nem
seda ou veludo, a não ser a sua roupa, seus pais e suas mães, sua pobre e
corajosa esperança de quem foge da guerra e da miséria.
Mas,
mesmo assim, a Europa os teme. A Europa teme a cor de sua pele, o idioma
em que exprimem suas idéias e suas emoções, os deuses para quem oram,
seus hábitos e sua cultura, sua indigência, sua humanidade, sua fome.
Se, antes, lutavam entre si, os europeus hoje, estão unidos e coesos, no combate a um inimigo comum: o imigrante.
O imigrante de qualquer lugar do mundo, mas, principalmente, o imigrante da África Negra e do Oriente Médio.
Barcos
de países mediterrâneos, como os da Grécia, Espanha e Itália, patrulham
as costas do sul do continente. Quando apanhados em alto mar, em
embarcações frágeis e improvisadas, por sua conta e risco, mais
náufragos que navegantes, os imigrantes são devolvidos aos países de
origem.
Antes, a imigração era, principalmente, econômica.
Agora, a
ela se somam as guerras e os deslocamentos forçados. São milhões de
pessoas, tentando fugir de um continente devastado por conflitos
hipocritamente iniciados por iniciativa e incentivo da própria Europa e
dos Estados Unidos.
O Brasil
está fazendo sua parte, abrindo nosso território para a chegada de
centenas de refugiados sírios, como já o fizemos com milhares de
haitianos e clandestinos escapados da África Negra que chegam a nossos
portos de navio.
A Itália
lançou uma operação militar “humanitária”, para acelerar o recolhimento
de imigrantes que estiverem navegando em situação de risco junto às
suas costas, mas irá manter sua rigorosíssima lei de veto à imigração,
feita para proibir e limitar a chegada de estrangeiros.
Como a
mulher, amarga e estéril, que odeia crianças, a Europa envelhece
fechada em seus males e crises, consumida pela decadência e a maldição
de ter cada vez menos filhos.
Mas prefere que o futuro morra, junto com uma criança árabe, no meio do mar, a aceitar a seiva que poderia renovar seu destino.
Sepultados
pela água e o sal do Mediterrâneo, recolhidos, assepticamente, nas
praias italianas, ou enterrados, junto com seus pais, em cemitérios
improvisados da Sicília – ao imigrante, vivo ou morto, só se toca com
luvas de borracha - a meio caminho entre a miséria e o terror e um
impossível futuro a eles arrebatado pela morte - os fantasmas dos
meninos e meninas de Lampedusa poderiam assombrar, com sua lembrança, a
consciência européia.
Se a Europa tivesse consciência."
Postado por
Mauro Santayana-Jornalista e meu amigo.
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