Maia diz que aliança com Ciro não é a mais provável
Pré-candidato ao Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), disse ontem (13) que uma aliança com o PDT de Ciro Gomes
(CE) não é a maior probabilidade, mas que, como partido do centro do
espectro político, não pode restringir diálogo.
“É a maior probabilidade do DEM? Claro que não é. Mas se criamos este
ambiente chamado centro, que nunca existiu, se a gente restringe o
diálogo com A, B ou C, não é mais centro”, disse Maia em um evento da
Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) onde fez
elogios a Ciro Gomes. Na quarta, ele teve um encontro com o irmão do
presidenciável, o ex-governador Cid Gomes, em Brasília.
Em quase meia hora de palestra, Maia lembrou momentos de parceria entre
Ciro e seu grupo político no Rio. Também minimizou desavenças e
discordâncias ideológicas, disse que “no momento do calor, às vezes a
gente erra” e falou em “potencializar aquilo que teve de positivo na
relação” e que, dependendo das opções, o pré-candidato do PDT “será
opção clara no segundo turno”.
Maia também tem dialogado com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP),
que pediu uma conversa entre os dois nesta quarta-feira, quando o
tucano também estará em Brasília.
“Natural que a gente tem mais condições de diálogo com o governador
Geraldo Alckmin, com o senador Alvaro Dias (PODE-PR), mas não significa
que a gente não possa conversar com PDT, PC do B…”, afirmou.
Patinando nas pesquisas eleitorais, assim como os demais candidatos do
chamado centro, Maia disse que pode, sim, abrir mão da disputa para
apoiar outro nome do campo. O plano B do deputado sempre foi reunir
condições de ser reconduzido à presidência da Câmara.
“Se a gente tiver transparência no debate, eu não tenho problema nenhum
de chegar no dia 30 de julho e entender que tem um caminho que tem mais
viabilidade do que o meu para construir palanques regionais e tempo de
televisão. Por enquanto, não vejo ninguém com essas condições e não vejo
ninguém no nosso campo, neste momento, com capacidade de liderar o
campo”, afirmou.
Ele admitiu que, apesar de se considerar com mais condições de crescer
no processo eleitoral, tem a desvantagem de nunca ter sido majoritário.
Maia ponderou que sociedade e pré-candidatos de seu campo têm visões
diferentes do que é ser centro e que, neste momento, a ala vitoriosa é
aquela que faz oposição ao governo do presidente Michel Temer.
“O campo vitorioso, neste momento, é o campo de oposição. Querendo ou
não, mais próximos ou mais distantes, este campo de centro-direita, no
imaginário da sociedade, está próximo ao presidente da República, que é
quem será contestado na eleição”, afirmou.
Fake news
A representantes de rádios e TVs, Maia defendeu a importância do combate
a notícias falsas, as chamadas fake news, mas ponderou que é preciso
estar atento para não limitar o acesso à informação.
“A discussão das fake news é uma discussão importante, com todo cuidado
que uma regulamentação sobre este assunto não avance em nenhum tipo de
censura”, disse Rodrigo Maia, ressaltando o papel da imprensa em mostrar
que informações divulgadas como verdadeiras, muitas vezes, são falsas.
“Isso é muito importante, principalmente para um processo político. Com
um processo eleitoral, faltando três dias, se entra uma informação falsa
e ela consegue multiplicar, ela pode derrotar um candidato, pode dar
vitória a outro”, afirmou o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia também defendeu a regulamentação de redes sociais que não
têm a mesma responsabilidade que os meios de comunicação sobre o
conteúdo publicado.
“Não pode ter um mercado desregulamentado e outro regulamentado porque
esta concorrência não será saudável. Precisamos ver em que condições a
gente faz isso porque muitas dessas plataformas a gente tem dificuldade
até de acioná-las porque nem no Brasil estão. Este debate vai avançar
nos próximos anos”, afirmou.