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Língua de Bolsonaro tornou-se líder da oposição

Opinião 

Josias de Souza

21/07/2019 02h49

A língua de Jair Bolsonaro ganhou vida própria. Aventura-se no ramo da magia. Ela fala dez vezes antes que o presidente consiga pensar. A cada nova frase retira um gambá da cartola. Os truques causam danos insondáveis. De raro em raro, o presidente consegue farejar o mau cheiro. Às vezes, manda a assessoria corrigir as maluquices. Mas o Planalto está sempre um passo atrás da língua, que se sente à vontade para produzir crises em série.
"Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira", disse ela, a língua, envergonhando o presidente e o país numa mesa em que os garçons do Planalto serviam a jornalistas estrangeiros guloseimas num café da manhã. Um desjejum  custeado pelos brasileiros dos quais o fisco arranca tudo a força, e depois chama de contribuintes.
"A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão", declarou a língua. O ponto é de partida, não final, pois há um ponto fraco na tese: os dados do Inpe informam que o desmatamento na Amazônia disparou na primeira metade de julho. Superou toda a taxa registrada no mesmo mês no ano passado. Servindo-se dos lábios de Bolsonaro, a língua propagou uma versão mentirosa sobre a realidade ambiental do país.
"A cultura vem para Brasília e vai ter um filtro sim, já que é um órgão federal. Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine", declarou a ilusionista, convertendo o céu da boca presidencial na antessala da censura, um inferno do qual o país se imaginava livre. "Privatizaremos ou extinguiremos. Não pode dinheiro público ser usado para fins pornográfico. Olha, dinheiro público para fazer filme de Bruna Surfistinha, não."
A língua evolui da censura ao preconceito com hedionda naturalidade. "Desses governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão", ela balbuciou nos ouvidos de Onyx Lorenzoni, num lapso captado pelas câmeras da empresa oficial de comunicação. Comum no Rio de Janeiro, onde todo nordestino é um "paraíba", a metonímia veio acompanhada de um complemento que revela pendores antirrepublicanos em relação a Flávio Dino, o governador comunista do Maranhão: "Tem que ter nada pra esse cara". Em verdade, sonegam-se recursos federais não para "esse cara", mas para os "paraíbas" do Maranhão.
Num evento evangélico, organizado em Brasília pela igreja Sara Nossa Terra, a língua soou em timbre pouco cristão. Perguntou-se ao presidente se a equipe econômica estuda acabar com a multa rescisória a que os trabalhadores têm direito quando são demitidos sem justa causa. E ela: "Está sendo estudado, desconheço qualquer trabalho nesse sentido."
A declaração contraditória foi seguida de outra mais assertiva: "Essa multa de 40% foi quando [Francisco] Dornelles era ministro [da Fazenda] do Fernando Henrique Cardoso. Aumentou a multa para evitar demissão, ok? O que acontece depois disso? O pessoal não emprega mais por causa da multa."
O que desemprega é a estagnação econômica, não a multa. O gambá da mentira fede mais quando salta da cartola acompanhado de desinformação. A alíquota de 40% sobre o saldo do FGTS foi imposta pela Constituição de 1988. O que Dornelles criou, sob FHC, foi um adicional de 10%. Que não foi para o bolso do trabalhador, mas para uma reserva de caixa destinada a cobrir expurgos produzidos por planos econômicos.
A língua dá de ombros para os fatos, engata uma segunda marcha e segue em frente: "O pessoal não emprega mais por causa da multa. É quase impossível ser patrão no Brasil. Um dia o país vai ter de decidir se quer menos direitos e mais empregos ou todos os direitos e desemprego." A assessoria da Presidência apressou-se em desmentir a língua do presidente, negando a existência de estudos sobre a a extinção da multa.
Como morder a própria língua é um exercício dolorido, Bolsonaro tenta contornar o constrangimento atacando a imprensa. "Não adianta a imprensa me pintar como seu inimigo. Nenhum presidente recebeu tanto jornalista no Palácio do Planalto quanto eu, mesmo que só tenham usado dessa boa vontade para distorcer minhas palavras, mudar e agir de má-fé ao invés de reproduzir a realidade dos fatos", ele afirmou neste sábado (21).
Suprema ironia: na véspera, a língua difundira aleivosias sobre a repórter Miriam Leitão. Dissera que ela participou da luta armada contra a ditadura. Mentira. Negara que ela tivesse sido torturada num quartel do Exército. Os suplícios impostos à repórter, grávida na ocasião, estão registrados em processos disponíveis para consulta. Bolsonaro dá de ombros.
O capitão declara-se a favor da liberdade de imprensa, "mesmo consciente do papel político-ideológico atual de sua maior parte, contrário aos interesses dos brasileiros, que contamina a informação e gera desinformação." Bolsonaro afirma que os repórteres "morrem de saudades do PT". Para preservar a língua, iguala-se a Lula, que inclui a "mídia golpista" na "conspiração" ilusória que o levou à prisão.
Já estava entendido que, no Brasil atual, as coisas não são certas ou erradas. Sob Bolsonaro, as coisas são absorvidas ou pegam mal. Nos últimos dias, entretanto, a língua do presidente parece ter fugido completamente do controle do dono. Bateu todos os recordes da falta de recato. Esqueceu de maneirar.
As mentiras sobre a fome e o desmatamento não pegaram bem. O flerte com a censura pegou mal. Tratar nordestinos como sub-brasileiros e discriminar governadores de oposição pegou muito mal. Pendurarar desinformação nas manchetes sobre a legislação trabalhista pegou ainda pior. Caluniar uma repórter respeitável potencializou o surto de barbaridades.
Alçado ao trono como resultado da onda antipetista que varreu o país na sucessão de 2018, Bolsonaro já deveria ter notado que vive um momento inédito da história brasileira. Nesse instante especial, a empulhação é o caminho mais longo entre um projeto de governo e a sua realização. O capitão teria de trazer a língua na coleira. Mas ela, além de falar demais, cala demais.
A língua grita contra perversões alheias, mas silencia diante da cruzada de Flávio Bolsonaro para brecar o inquérito que o investiga por peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Na festa de aniversário dos 200 dias de governo, a língua se absteve de anunciar medidas econômicas capazes de atenuar o drama do desemprego, mas reiterou seu plano de cavar para o filho Eduardo Bolsonaro um emprego de embaixador em Washington.
Difícil prever quais serão os próximos lances da guerra que Bolsonaro trava contra a lógica e o bom senso. Por enquanto, a única certeza disponível é a seguinte: a língua do presidente tornou-se líder da oposição.

Enfeitando o domingo

Imagem aérea por drone do festival Forricó(em Icó-CE), que ocorre no maior Largo da América Latina: o "Largo do Théberge".
No Largo do Théberge, também, concentra-se o nosso rico e belo Patrimônio Histórico restaurado pela gestão Neto Nunes(1997-2004) e por Laís Nunes, atual prefeita.
Ei-los:
- Teatro da Ribeira dos Icós;
- Casa de Câmara e Cadeia;
- Igreja do Senhor do Bonfim;
- Sobrado do Canela Preta;
- Igreja da Matriz e as belezas dos nossos casarões, sobradões, como o do Barão do Crato e dos Olímpios.

Pode perguntar?

Globo dá melhor resposta ao comentário de Bolsonaro sobre fome

O presidente afirmou que "passar fome no Brasil é uma grande mentira", mas foi duramente criticado pelas redes sociais e pela imprensa

Por: Redação | 
O jornal O Globo deu a melhor e definitiva resposta aos comentários feitos pelo presidente Jair Bolsonaro sobre fome no Brasil.
Segundo o presidente, ignorando dados oficiais, não existira fome no país. A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto.
Crédito: Marcos Corrêa/PRPresidente  Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto
O jornal enumerou dados irrefutáveis.
“Relatório do Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2018, divulgado em novembro pela ONU, mostrou o crescimento da fome no Brasil. O estudo estimou que a desnutrição alcançou até 5,2 milhões de brasileiros entre 2015 e 2017, ante os 5,1 milhões calculados para os triênios 2014-2016 e 2013-2015. No triênio 2000-2002, 18,8 milhões de brasileiros sofriam com a fome.
Ainda segundo a reportagem, dados do IBGE, em números relativos a 2017, revelam que existem 54,8 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, dos quais 25,5 milhões (45%) estavam no Nordeste.
Já o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), de acordo com O Globo, mostrou que a proporção de miseráveis no país subiu de 6,6% para 7,4% de 2016 para 2017. “O Ipea classifica como miseráveis os que vivem com um rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo”.

Perguntar não ofende: Tem alguém ensinando o rapaz a dizer essas coisas,ou é coisa da cabeça dele mesmo? Pelamordedeus!! Tou só perguntando.

Ta no UOL.

Com 42 ações pendentes, Toffoli só viu urgência ao analisar caso Flávio

Presidente do Supremo atua em processo semelhante há dois anos e poderia ter determinado suspensão de investigações anteriormente

A Mega saiu

Mega-Sena/Concurso 2171 (20/07/19)

12 13 19 36 44 55
Acertador fez a mega sena. Só um.

Acumulada próximo concurso: R$ 3.000.000,00

Felipão stressa ao perder pro Ceará

Ceará ganha do Palmeiras e deixa Felipão com os nervos em pandarecos.
A segunda derrota seguida ligou o alerta no Palmeiras, que acabou vencido por 2 a 0 para o Ceará na noite de ontem. Em entrevista coletiva no estádio do Castelão, após o jogo, Felipão admitiu o nervosismo do time e cobrou nova postura para não colocar a boa temporada a perder. "Tenho que trabalhar bem esse aspecto psicológico com os jogadores. Em determinados momentos estávamos mais nervosos do que o comum, com jogadores experientes, vendo que não íamos ganhar, preocupados com a equipe adversária, se faziam deboche", criticou o treinador, referindo-se a vários momentos de nervosismo, discussão e cabeça quente envolvendo Felipe Melo, Diogo Barbosa e Gustavo Gómez.

Fico em casa


Bom dia


Chove pra dedéu em Fortaleza.
Apesar de tudo testemunho, desde a janela do meu tugúrio. a teimosia do sol em botar os olhinhos de fora.

Pai Vovô Pompeu Ferreira da Ponte ensinava: Nunca brigue com os tres PÊS: Padre, Polícia e Puta.

'Ele está cuidando demais do que não precisa', diz Surfistinha sobre Bolsonaro

Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha
Raquel Pacheco diz que fala contra filme sobre sua vida foi infeliz e que presidente deveria cuidar da moral de sua família.
A empresária e escritora Raquel Pacheco, conhecida como Bruna Surfistinha, rebateu nesta sexta-feira (19) as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à produção cinematográfica baseada no seu livro "O Doce Veneno do Escorpião".

Quem manda não ver tv de madrugada


“Sempre houve homossexualidade no Exército”, diz Mourão

Crédito: Reprodução/ TV Globo
O vice-presidente Hamilton Mourão disse em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, nessa terça-feira (16) que há homossexuais nas Forças Armadas. “Transgênero só existe um caso ou dois, se houve. Homossexualidade sempre houve, agora, dentro da disciplina e da hierarquia.”
Mourão também negou que houve ditadura e classificou a época como um “período de presidentes militares”. Mourão ainda elogiou o Coronel Brilhante Ustra, considerado pela Justiça como único torturador  no regime militar. “Foi um exemplo de soldado pra mim”, afirmou.
Questionado sobre a fala polêmica em 2017 em que falou sobre intervenção militar em um evento da maçonaria, o vice-presidente afirmou que só sofreria alguma punição “se pregasse abertamente”.
Mourão ainda disse que ficou surpreso com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de indicar seu filho, Eduardo Bolsonaro, para a embaixada norte-americana. “Decisão (de presidente) não se discute”, afirmou.

Com todo respeito, só não entendi uma coisa..."Homossexualidade sempre houve, agora, dentro da disciplina e da hierarquia". Como é? Disciplina até aceito, mas hierarquia fica dificil. Prioridade pra...sei lá.