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Cassada, senadora conhecida como 'Moro de saias' diz que foi ingênua e se compara a Bolsonaro: 'Fiz uma trapalhada'

Direito de imagem Katiana Pereira/Assessoria de imprensa
Image caption A senadora durante a campanha eleitoral, em Mato Grosso
Conhecida pelo discurso anticorrupção, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) foi responsável por condenar, quando era juíza estadual, figurões da política mato-grossense e ganhou o apelido de "Moro de saias". Colega de partido do presidente Jair Bolsonaro, ela foi a mais votada na disputa ao Senado Federal em Mato Grosso no ano passado.
Mas, pouco mais de dois meses após assumir a cadeira, Selma foi cassada pelo TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso) justamente por crimes que criticou no passado, entre eles o caixa dois. Em 2016, quando se discutia no país a possibilidade de anistia ao financiamento irregular de recursos de campanha, ela classificou essa hipótese de "tentativa de golpe".
No dia 10 de abril, os juízes-membros do tribunal eleitoral decidiram, por 7 votos a 0, que Selma deve perder o mandato e se tornar inelegível pelas práticas de caixa dois e abuso de poder econômico. Ela foi acusada de ter gasto de R$ 1,2 milhão em valores não declarados à Justiça Eleitoral para se eleger ao Senado.
Segundo investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE), a chapa da senadora utilizou R$ 855 mil na pré-campanha e R$ 375 mil durante a campanha. Os valores foram usados em serviços como publicidade, pesquisas eleitorais e consultoria jurídica. Os recursos não foram informados na prestação de contas da chapa da senadora, omissão que o TRE-MT considerou ilegal. Ainda cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A senadora nega que tenha cometido irregularidades e justifica que os valores apontados como não declarados foram usados antes do início da campanha. "A lei não obriga a prestar contas da pré-campanha. Tenho a consciência tranquila. Não foram atrás do que meus adversários gastaram no mesmo período. Ninguém prestou contas do que fez antes da campanha", argumenta.
Sobre os recursos apontados como não declarados durante o período eleitoral, ela afirma que são referentes a cheques pré-datados, que pagaram serviços na pré-campanha.
Para a senadora, a cassação de sua chapa foi irresponsável. "Parecia que estavam cassando um síndico de condomínio. Eles não consideraram a supremacia da vontade popular, que é um princípio do direito eleitoral", diz à BBC News Brasil, em entrevista concedida na sala de seu apartamento, em um prédio de classe média alta, em Cuiabá (MT). Ali, no cômodo de cores neutras, Selma guarda fotos da família em porta-retratos e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, da qual é devota.
Direito de imagem Emanoele Daiane/BBC News Brasil
Image caption Selma afirma ter sido mal orientada durante a pré-campanha por 'não entender de política'
Selma afirma ter sido mal orientada durante a pré-campanha por "não entender de política". "Não há dolo. Se há alguma coisa errada, não fui eu que fiz", argumenta.
A juíza aposentada dá a entender também que a cassação seja uma forma de retaliação a sua atuação enquanto juíza. "A sensação que tenho é que estou pagando exatamente por ter mexido com quem nunca tinha sido mexido antes no Estado. Quando a gente mexe com determinados personagens, acaba atingindo pessoas que nem imagina. E uma hora esses personagens dão um jeito de retornar e se vingar", diz.
Entre as pessoas que foram condenadas por ela estão políticos como o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, José Geraldo Riva - conhecido como "maior ficha suja do Brasil", por responder a mais de cem processos.
Após a cassação, não houve contato entre a senadora do PSL e Bolsonaro. Ela se lembra, porém, do comentário dele ao saber que a parlamentar era alvo de uma ação na Justiça Eleitoral. "Ele disse que fui ingênua e deu uma risadinha. Quer dizer, é óbvio que ele entendeu que eu não tive vontade de fazer sacanagem. Eu fiz mesmo foi uma trapalhada, mais parecida com ele que qualquer coisa", diz.
No dia seguinte à cassação, viajou para Cuiabá para buscar refúgio na família. "Uma decisão dessas é um baque. Já chorei, quase desidratei de tanto chorar", revela. Apesar do momento que classifica como difícil, ela acredita que logo irá se restabelecer. "Já perdi uma filha e acho que pra quem já passou por isso, qualquer outra dor é mais fácil de ser superada", diz. A filha dela morreu em decorrência de um câncer de pele, há cinco anos.
Em Cuiabá, após a cassação, Selma não quis sair nas ruas, para evitar constrangimentos. "É terrível sentir vergonha de uma coisa que não fez. Então, tenho evitado me expor."

De juíza a senadora

Selma, de 56 anos, nasceu em Camaquã (RS), cidade com cerca de 65 mil habitantes. Ela afirma ter descoberto a vocação para o Direito na adolescência, ao ser aconselhada por um professor, que elogiou sua desenvoltura durante um debate em uma aula de história. Em 1996, já casada e mãe de três filhos, foi aprovada em um concurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Estado em que morava havia mais de uma década.
Ela atuou em diversas comarcas no interior de Mato Grosso. Foi responsável por prender traficantes e policiais corruptos em pequenas cidades. A partir de então, conta, passou a receber ameaças. Para se proteger, costumava passar o dia armada.
Em 2015, passou a comandar uma das principais áreas da Justiça de Cuiabá: a Vara Especializada Contra o Crime Organizado. Foi a partir de então que Selma ganhou notoriedade. Por segurança, começou a receber escolta - ela perdeu o benefício pouco depois de se aposentar.
Direito de imagem Arquivo Pessoal
Image caption Na época em que ela era juíza da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá
Na magistratura, foi alvo de acusações, como a vez em que respondeu por ter colocado o marido, o policial aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Norberto Arruda, como agente da segurança voluntário da Sexta Vara de Várzea Grande, onde ela atuava na época, em 2008. O caso foi levado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que considerou a atuação como irregular, por assemelhar-se a nepotismo, ainda que fosse uma função voluntária. O marido teve de deixar o cargo.
"Selma Arruda foi uma excelente juíza. Mostrou que tem como fazer diferença no Poder Judiciário", diz à BBC News Brasil Sílvio Fávero (PSL), deputado estadual em Mato Grosso. "(Ela) Prendeu alguns tubarões. Foi uma das juízas mais respeitadas em Mato Grosso. Foi uma magistrada íntegra em sua posição. Sempre foi muito séria e respeitada. Por isso, foi a mais votada para o Senado no Estado, porque a população queria mudança."
No fim de março do ano passado, a parlamentar deixou a carreira no Judiciário, após conseguir permissão para se aposentar, e no mesmo período decidiu entrar para a política. "Estava cansada de ficar sentada na minha sala reclamando que as leis são mal feitas e que as pessoas saem impunes quando cometem crimes", diz.
Dias depois, no início de abril, se filiou ao Partido Social Liberal. A sigla foi escolhida, diz, pela admiração por Bolsonaro. "Acredito que ele é o antipolítico, assim como eu. Atrapalhado, faz as coisas, se dá mal, mas não é aquele que a gente não quer mais. Era o diferente. Até hoje não me arrependo", afirma.
Durante a campanha, a parlamentar utilizou o mote de combate à corrupção. Ela se autointitulou "Senadora do Bolsonaro", conseguiu colar sua imagem ao candidato presidencial, que teve 60,04% dos votos em Mato Grosso no primeiro turno, e venceu nas urnas como "Juíza Selma Arruda". Recebeu 678.542 votos (24,65% dos votos válidos) e tomou posse em 1º de fevereiro.
Suas posições despertam polêmicas, principalmente entre mulheres. Já se manifestou contra o sistema de reserva de vagas para candidatas femininas: "Detesto essa questão de cotas. Não posso nem ouvir". Também critica a tipificação do assassinato contra mulheres: "Feminicídio é matar qualquer mulher? Não. É você matar uma mulher em razão de ser mulher. Não entendi. Por que se você mata por ciúmes, porque pegou a mulher te traindo, você não está matando porque ela é mulher, está matando ela porque ela te traiu! Mas a lei diz que é feminicídio. Como assim?!".
No Senado, ela já se habituou a ouvir críticas ou "conselhos" de outras senadoras. "A mulherada lá no Senado quer me matar, e falam: 'se você não vai votar a favor, pelo menos não use o microfone e fique quieta'", diz, rindo.

Os atos na pré-campanha

Selma Arruda se envolveu no imbróglio judicial que culminou na cassação de seu mandato pouco antes do pleito. No fim de setembro passado, o marqueteiro Júnior Brasa, dono da agência de publicidade Genius Produções Cinematográficas, moveu uma ação de cobrança contra a senadora.
Ele pedia R$ 1,1 milhão, valor que inclui restos a pagar e multa contratual, por serviços que prestou para ela entre abril e agosto passado.
Direito de imagem Katiana Pereira/Assessoria de imprensa
Image caption Foto da foto oficial para o Senado
O acordo entre a candidata e o publicitário resultou em produções de vídeos, áudios, artes para adesivos, criação de logomarca, entre outros, de abril ao início de agosto de 2018, período que antecedeu a campanha eleitoral, e também no início do pleito, em meados de agosto. Parte dos pagamentos ao marqueteiro, na pré-campanha e no período eleitoral, não consta na prestação de contas de Selma.
No início de setembro, durante o período de campanha, eles encerraram o contrato por causa de divergências. "Ele queria que eu tivesse uma postura, mais ou menos, de Lady Di [em alusão à Princesa Diana, morta em 1997]", diz a parlamentar.
Brasa disse à BBC News Brasil que Selma não tem "veia política". Segundo ele, apesar das dificuldades que diz ter tido na pré-campanha, a juíza aposentada representava aquilo que boa parte do público buscava em um candidato: alguém novo na política e que representasse a honestidade. "Ela sempre teve muita chance de ser eleita. O problema é que não tinha 'trava' na língua, respondia a tudo o que perguntavam e acabava falando bobagens", diz.
A cobrança do marqueteiro contra Selma segue na Justiça de Mato Grosso. Entre os documentos da ação, Brasa anexou cheques entregues na pré-campanha, que somam R$ 550 mil - três de R$ 150 mil e um de R$ 100 mil. Os valores foram pagos pela juíza aposentada, com recursos retirados da própria conta, entre 11 de abril e 16 de julho de 2018.

Ação eleitoral

Os cheques apresentados pelo marqueteiro foram usados pelos adversários de Selma para dar início à Ação de Investigação Judicial Eleitoral, entre eles o advogado Sebastião Carlos de Carvalho (Rede) e o produtor rural Carlos Fávaro (PSD). Ambos foram derrotados por Selma na disputa ao Senado em 2018, em Mato Grosso - Fávaro foi o terceiro colocado no pleito, em que foram disputadas duas vagas.
"Não é nada de cunho pessoal, em hipótese alguma. É só para buscar a legitimidade", disse Fávaro (PSD), no início deste mês, em entrevista ao site MidiaNews. "A eleição tem que ser disputada dentro da lei. À medida que essas regras sofreram influências irregulares, ocorre uma divergência. E, consequentemente, isso traz um prejuízo muito grande para as eleições. A eleição é feita para que o pleito ocorra em pé de igualdade entre os concorrentes. Quando alguém busca a irregularidade, está ferindo o direito do outro em disputar."
Para apurar o caso, a Justiça autorizou, no fim de outubro passado, a quebra de sigilo bancário de Selma e do primeiro-suplente dela, o produtor rural Gilberto Possamai, conforme solicitado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
Direito de imagem Reprodução
Image caption Bolsonaro e Selma se encontram em Brasília em julho de 2018
O TRE-MT, ao considerar excessivos os gastos durante a pré-campanha, argumentou que os recursos utilizados antes do pleito e aqueles não declarados durante a eleição correspondem a 72% do valor total que ela declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre os 5 dos 11 candidatos mais votados na disputa ao Senado em Mato Grosso, Selma foi a que declarou o menor gasto eleitoral: R$ 1,7 milhão. O que mais gastou na campanha foi o ex-deputado federal Nilson Leitão, quinto colocado na disputa: R$ 2,9 milhões. O teto de gastos legal era de R$ 3 milhões.
Selma declarou R$ 1,4 milhão em patrimônio ao TSE - valor que inclui, entre outros itens, três casas: uma de R$ 600 mil em Chapada dos Guimarães (a 67 km de Cuiabá) e duas na capital mato-grossense, de R$ 320 mil e R$ 220 mil. Já Possamai, produtor rural em Sorriso (MT) e suplente dela, declarou R$ 44,3 milhões. "Eu tinha capital político. Ele tinha capital econômico", diz, ao justificar a parceria. Possamai e a esposa, Adriana Krasnievicz, doaram R$ 1,4 milhão em recursos declarados para a campanha. Selma doou R$ 188 mil.
O patrimônio de Possamai era o segundo maior entre os membros das cinco chapas mais votadas na disputa ao Senado. Ele ficou atrás somente da empresária Cândida Farias, que declarou R$ 58,3 milhões. Ela é segunda suplente do empresário Jayme Campos (DEM), segundo colocado na disputa e também eleito senador, com 17,82% dos votos válidos.

Empréstimo não declarado

Na pré-campanha, Possamai e Adriana repassaram R$ 1,5 milhão a Selma. Os valores foram depositados na conta da senadora em 5 de abril, data em que ela assinou a ficha de filiação ao PSL. Dias antes, segundo a quebra de sigilo decretada pela Justiça, Selma tinha saldo bancário negativo.
Para o procurador regional eleitoral Raul Batista Leite, o R$ 1,5 milhão foi repassado exclusivamente para pagamentos paralelos à campanha, que não foram declarados, "com o fito de desequilibrar o pleito antes do início." Segundo o Ministério Público Eleitoral, Selma declarou ao TSE apenas R$ 188 mil do R$ 1,5 milhão que recebeu do casal na pré-campanha.
Selma diz que o valor repassado por Possamai e pela esposa dele é "absolutamente lícito". "Ele me falou que é permitido autofinanciamento de campanha e me propôs financiar, caso eu o aceitasse como primeiro-suplente. Ou seja, uma troca absolutamente lisa e limpa."
Segundo a parlamentar, o valor não consta na declaração à Justiça Eleitoral por se tratar de período pré-campanha. "Não é caixa dois porque para isso deveria ter sido cometido no período eleitoral", argumenta.
Para o ex-governador de MT Silval Barbosa, que foi condenado por Arruda na primeira instância, ela deveria fazer o mesmo que ele e assumir ilegalidades. "Ela se julga tão conhecedora da lei e praticar os crimes que foram praticados, é muito grave", afirmou ao site mato-grossense Gazeta Digital.
"Silval Barbosa querendo que eu confesse meus crimes... É o poste fazendo xixi no cachorro", rebateu Selma.

O que diz a lei sobre gastos na pré-campanha?

Conforme especialistas consultados pela BBC News Brasil, os recursos utilizados pelo candidato na pré-campanha devem ser moderados, em comparação ao teto de gastos do cargo, e não precisam necessariamente ser declarados. No entanto, caso seja comprovado um excesso de gastos que resultou em vantagem na disputa, o candidato pode ser punido pela Justiça Eleitoral.
Esse ponto da lei, porém, gera interpretações jurídicas divergentes.
"Em 2018, ao julgar um importante caso em Várzea Paulista, o TSE entendeu que eventuais excessos em gastos na pré-campanha devem ser examinados sob o viés do abuso de poder econômico. É um critério aberto, que deve avaliar questões como o tamanho da eleição, quantidade de eleitores e valores médios gastos por outros candidatos. Há, porém, inegável insegurança jurídica", diz Flávio Cheim Jorge, doutor em Direito e ex-juiz do TRE do Espírito Santo.
Direito de imagem Wagner Ulisses/PSL no Senado
Image caption Para a senadora, cassação de sua chapa foi irresponsável: 'Parecia que estavam cassando um síndico de condomínio. Eles não consideraram a supremacia da vontade popular, que é um princípio do direito eleitoral'
O ministro Luiz Fux (do STF e que foi do TSE) apontou que são permitidos gastos pré-campanha, desde que não assumam dimensões extraordinárias ou contornos abusivos. "Esses parâmetros devem ser examinados à luz de uma comparação hipotética, mostrando-se toleráveis todas as ações de publicidade que estejam ao alcance das possibilidades do 'pré-candidato médio'. Assim, entendem-se lícitas as ações publicitárias não extraordinárias, isto é, aquelas possíveis de ser realizadas pelos demais virtuais concorrentes."
O desembargador Pedro Sakamoto, relator da ação eleitoral contra a senadora no TRE-MT, disse que "é plenamente possível que a prática do caixa dois ocorra antes mesmo do período eleitoral." Em seu voto, ele afirmou que ficou configurado o abuso de poder econômico e caixa dois no caso, em virtude dos recursos utilizados durante a pré-campanha, que classificou como excessivos.
Sakamoto e os outros seis juízes-membros do TRE-MT decidiram pela cassação da chapa de Selma e definiram que a senadora e Possamai devem ficar inelegíveis por oito anos. Eles também decretaram que seja feita nova eleição para o Senado Federal no Estado.

Críticas à cassação

Ao ser cassada, Selma revela que o primeiro pensamento que teve foi em renunciar ao cargo. "Me pus no Senado para ajudar a mudar. De repente, os caras me sacaneiam. Eu não preciso disso. Eu poderia estar muito feliz na minha casa, pintando quadros e viajando."
Ela acusa o desembargador Pedro Sakamoto de ter pré-disposição à condenação dela. "É como se a coisa tivesse começado com a sentença pronta."
"Dói muito quando você sofre uma injustiça. Até imaginava que pudesse ser feita Justiça. Depois do julgamento, fiquei muito descrente do Poder Judiciário mato-grossense, ao qual pertenci. Dei a minha vida para essa Justiça", disse.
Por meio de comunicado à BBC News Brasil, o TRE-MT nega qualquer irregularidade no julgamento das contas de Selma ou na votação que cassou a chapa da parlamentar. A entidade afirma que os juízes-membros analisaram os autos do processo e votaram com base nas investigações e na Legislação Eleitoral. O tribunal frisa que cabe à magistrada, por discordar dos apontamentos, recorrer da decisão.
A senadora do PSL relata que foi convencida por aliados a recorrer da decisão para permanecer no cargo e quer que o processo seja transitado em julgado o quanto antes. "Aconteça o que acontecer, tem que ser o quanto antes. Não suporto mais essa condição de ré, de acusada de alguma coisa. Odeio", completa a parlamentar.
Ela também foi motivada pelas manifestações favoráveis que diz receber com frequência nas redes sociais. A senadora conta que tem recebido intenso apoio do PSL. "O partido me disponibilizou uma advogada, porque está preocupado com a situação."
Deputado federal mais votado em Mato Grosso e presidente do PSL no Estado, Nelson Barbudo rechaça a possibilidade de a aliada ter cometido irregularidades. Ele e a senadora fizeram campanha juntos e visitaram diversas regiões de Mato Grosso. "Ela sempre pegou todas as notas de despesas durante a campanha. É honestíssima."
Direito de imagem Geraldo Magela/ Agência Senado
Image caption 'Depois do julgamento, fiquei muito descrente do Poder Judiciário mato-grossense, ao qual pertenci. Dei a minha vida para essa Justiça'
"Ela não fez isso com intenção de burlar o sistema eleitoral. Mas se a Justiça achar que é assim, quem sou eu pra contestar decisão judicial? Acho que a Lei é um tanto quanto difícil, por causa da interpretação", completa o deputado federal.
No fim da tarde da terça, Selma se pronunciou publicamente sobre a cassação pela primeira vez. No plenário do Senado, ela classificou a decisão do TRE-MT como injusta e reforçou que irá recorrer no TSE.
"Estou aqui para dar essa satisfação aos colegas. Confio que aqui (em Brasília, onde fica a sede do TSE) nós vamos ter um julgamento isento e menos perseguidor. Acredito que aqui vou conseguir limpar o meu nome e a minha dignidade", disse, em lágrimas, no pronunciamento de pouco mais de 10 minutos.
Ao fim, aliados como o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, e os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Soraya Thronicke (PSL-MS) manifestaram apoio à parlamentar.

Até sobralense sofre



Boston virou Nova York: Um artigo divertido de David Leonhardt, no New York Times, escolheu 15 cidades dos EUA e contou o número de dias por ano nos quais a temperatura passou de 90°F (32oC) no período que vai de 1900 a 1980, e comparou com os últimos 10 anos. Ele constatou que Boston, mais ao norte e mais fria, vive hoje o que Nova York, mais ao sul e mais quente, passou nos primeiros oitenta anos do século passado. Seria interessante fazer esta conta por aqui. Será que o paulistano está enfrentando um clima carioca?
O Reno a ponto de fechar: No ano passado, durante meses, a navegação foi dificultada no Reno por conta do baixo nível das águas do rio. Houve dias em que esta foi completamente interrompida em certos trechos. Segundo a Bloomberg, é provável que a cena se repita neste ano. Em um dos pontos-chave, perto da cidade alemã de Kaub, o nível estava em 1,5m dias atrás, quando há um mês, era de 3m. Se baixar até 0,5m, a navegação é interrompida. O Reno é a via fluvial mais importante da Europa e liga zonas industriais de Alemanha, Suíça e Holanda com o mar. As interrupções do ano passado contribuíram para uma contração da economia alemã.
Temperaturas recorde na Holanda e na Bélgica: Ontem à tarde, foram batidos os recordes de temperatura da Holanda (39,1oC) e da vizinha Bélgica (38,9oC). A onda de calor que passou pela França no final de semana está subindo ao longo do litoral norte da Europa e começa a atingir a Alemanha. O The Guardian anunciou que a onda de calor provocará a quebra de mais recordes nos próximos dias.
Aumento de 1oC significa 10 vezes mais dias acima de 40oC: O climatólogo norte-americano Michael Mann conversou com Kendra Pierre-Louis, do New York Times, e resumiu de maneira simples o que representa um aumento de 1oC na temperatura média global: em uma cidade como Nova York, isso significa decuplicar o número de dias no ano em que a temperatura passará de 40oC. Pierre-Louis explica que as ondas de calor ficarão mais fortes, mais frequentes e durarão mais tempo.

Mega Sena


Resultado Concurso 2172 (24/07/2019)

Acumulou!

Sorteio realizado Espaço Loterias Caixa em SÃO PAULO, SP

09 24 28 37 43 57

O dia


Pode até não chover,mas que tá bonito, tá.
Desde a janela do meu tugúrio.

Capa do jornal OEstadoCe


Coluna do blog


Universitários recorrem a provedores para bancar a faculdade
O trem tá feio, diria o mineirinho. Ao completar 20 de existência, o Fundo de Investimento Estudantil (Fies) registrou a mais alta taxa de inadimplência de sua história. De cada cinco estudantes que usaram fundo para pagar a faculdade, três não conseguem quitar suas pendências. Os acordos acumulam uma dívida que atinge mais de R$ 13 bilhões. Especialistas advertem que a chamada geração Y – pessoas nascidas entre meados dos anos 90 até o início de 2000 – pode se ver mergulhada em dívidas em decorrência dos programas de crédito estudantil.Para os jovens que têm como objetivo uma formação universitária para se qualificar no mercado de trabalho, a única opção é buscar alternativas para reverter a situação e não ter que abandonar os projetos de formação acadêmica e de carreira. Desde 2015, a plataforma de relacionamentos MeuPatrocínio vem registrando um crescimento no cadastro de sugar babies de nível universitário.  Dos inscritos no site, 76% estão cursando uma faculdade e, destes, 87% em uma instituição privada. Universidade Paulista (UNIP), Pontifícia Universidade Católica (PUC), Estácio e Anhembi Morumbi são as faculdades mais citadas pelos usuários do site, assim como os cursos de direito, administração, enfermagem, pedagogia e medicina. Para os babies, masculinos e femininos, com uma média de 23 anos de idade, jovens atraentes, ambiciosos e com objetivos claros na vida pessoal e profissional, a figura de um “provedor” representa a possibilidade de não abrir mão ou adiar os planos de uma educação de qualidade. Sugar Dadies e Mommies estão desempenhando este papel. Como pessoas maduras e bem-sucedidas, em acordos pré-estabelecidos pela relação sugar, garantem uma renda suplementar aos seus “protegidos” de forma que possam dar continuidade à sua formação. Jennifer Lobo, fundadora e CEO da plataforma MeuPatrocínio, avalia que “os jovens sabem muito bem o que esperam da vida e, principalmente, reconhecem a importância da educação e da formação para a escalada social. Esta geração está apta a utilizar todos os recursos disponíveis para conseguir os seus objetivos. Babies, daddies e momies são honestos com relação às expectativas e cumprem o que foi estabelecido. É assim que universitários têm conseguido se formar, fazer cursos de especialização no exterior, aprendido um novo idioma. Quando encontram um provedor, acabam estimulando outros a fazer o mesmo, ou seja, a aproveitar um relacionamento com benefícios mútuos”.

A frase: "A gente nasce sem trazer nada; morre sem levar nada; no meio do caminho vivemo brigando pelo que não trouxemos nem levaremos". Pra pensar nas férias.

Viva o Raio(Nota da foto)
Onde o Batalhão chega, o bandido some. Foi assim no Acarau, pra dar um exemplo.A bandidagem correu. Foi pro vizinho município de Cruz. E de lá pra Jeri.

Começou
O Governo do Estado começou o trabalho de recuperação das estradas danificadas pelas chuvas. O inverno foi bom nalgumas regiões. Estragou muita coisa. Estão arrumando.

Seca
Parece controverso. Estradas esburacadas pelo inverno, mas o carro pipa já está chegando a quase 30 municípios em emergência de água.Choveu mas não juntou.

Exemplo?
Sertão central está com os potes vazios. Até o Vale do Salgado está sofrendo. No Icó estão bombeando água do Orós para o açude Lima Campos.Apesar dos poços abertos.

Emergências
Tiveram a situação de emergência reconhecida: Beberibe, Boa Viagem, Campos Sales, Caririaçu, Catarina, Catunda, Deputado Irapuan Pinheiro...

E mais...
Itapagé, Jaguaretama, Jaguaribara, Jati, Milhã, Mombaça, Monsenhor Tabosa, Morada Nova, Nova Olinda, Pedra Branca, Pereiro, Piquet Carneiro, Saboeiro, Solonópole e Tarrafas.

Medo da OAB
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil não faz mais parte do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas na indicação de um jurista.

Civil não pode
O presidente Jair Bolsonaro reduziu, por meio de decreto publicado na segunda-feira (22), a participação da sociedade civil no órgão.

Melancia não pode
Aliás, por falar em civil fora, o presidente da república esculhambou um general, ex colega de farda dele, chamando o homem de “general melancia”;

General melancia é...
Para quem conhece o leriado, “general melancia” quer dizer que o homem é verde por fora, vermelho por dentro. Soldado comunista. Que coisa, né!





Bom dia



Carlos Rittl, do Observatório do Clima, faz um diagnóstico preciso e científico do mal que o governo Bolsonaro fez, faz e continuará a fazer ao meio ambiente brasileiro. Até mais do que Dilma (que em uma COP no passado disse que o “meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao desenvolvimento”), "Jair Bolsonaro parece dormir e acordar com a obsessão de pôr abaixo até a última árvore, extinguir até a última Unidade de Conservação e desalojar até o último índio do Brasil.” Rittl alinhava as ações e declarações do presidente e de seu “subministro da Agricultura”, Ricardo Salles, para dizer que era mais do que esperado o aumento do desmatamento.
O ponto-chave do artigo é a preocupação dos mercados internacionais com o que acontece por aqui. “A leitura que os mercados internacionais e os clientes das commodities brasileiras fazem disso tudo é simples: o agronegócio do Brasil não pode prescindir de desmatamento nem de acesso livre a terra barata. Para quem quer impor barreiras não tarifárias às commodities brasileiras e adiar acordos comerciais, trata-se de um prato cheio. Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, mais um motivo de preocupação. A destruição ambiental pode ser o maior tiro no pé da economia nacional.” 
Para evitar que isso aconteça, Rittl convoca “o agro que quer ser pop (...) [a] levantar a voz contra todo o desmonte ambiental de Bolsonaro. E também contra quem faz lobby pela terra arrasada, que não respeita limites, que acha ser possível destruir leis e florestas e engabelar a comunidade internacional vendendo uma sustentabilidade que não existe.”
Em tempo: a frase de Dilma foi dita durante a COP de Copenhague e ninguém perdoou o ato falho até hoje.

Do Climainfo

Ah, bom!


Movimento que lançou Tabata se cala sobre contratação de namorado dela

Daniel Alejandro Martínez integrou campanha da pedetista para fazer 'análises estratégicas'; líder do RenovaBR, Eduardo Mufarrej não quis comentar imbróglio


Em sua página inicial, o RenovaBR diz que tem a missão de preparar lideranças “que têm em comum a crença de que a política é lugar de honestidade, diálogo e dedicação”. Procurado por VEJA, o líder do movimento, Eduardo Mufarrej, não quis comentar o imbróglio envolvendo a pupila mais famosa da entidade, Tabata Amaral (PDT-SP).
Ela está no centro de uma polêmica que envolve uma questão de ética. No sábado 20, o site de VEJA revelou que a pedetista pagou, durante sua campanha, 23 mil reais ao namorado, o colombiano Daniel Alejandro Martínez, para prestar “serviço de análises estratégicas para a campanha eleitoral”.
Procurados por VEJA, Tabata e Daniel não quiseram comentar o caso, tampouco se dispuseram a apresentar a documentação comprovando a realização do trabalho. O caso não é necessariamente ilegal (isso se o serviço foi realmente executado, algo que ainda não se demonstrou). Mas, no mínimo, é uma conduta questionável de quem se elegeu prometendo criar novos padrões morais na política.
Em comunicado enviado à redação de VEJA, o RenovaBR afirmou que “defende total transparência nas contas de campanha” e que “não interfere na gestão do uso dos recursos de campanha de seus líderes”. O movimento diz, ainda, que a parlamentar, um dos símbolos da renovação política, “declarou as doações e despesas, e suas contas foram aprovadas pela justiça eleitoral”. Tabata também se manteve em silêncio com relação ao assunto. Nos dias seguintes à publicação da reportagem, publicou 11 tuítes em sua página – dois sobre a situação da Amazônia, dois sobre agrotóxicos e sete sobre ensino, sua área de atuação.

Hoje no Icó

Nadica de nada, diz pesquisa Datafolha

4 em 10 dizem que Bolsonaro não fez nada de positivo, aponta Datafolha

Para 4 a cada 10 brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fez nada de muito positivo ou que mereça destaque em seus seis meses de governo. O cenário está em levantamento do Datafolha feito nos dias 4 e 5 de julho.
Incitados a responder livremente (não foram dadas opções) o que o presidente teria feito de melhor até então, 39% dos entrevistados responderam “nada”.
Esse percentual sobe para 45% entre mulheres e pessoas com apenas o ensino fundamental, para 46% entre negros, para 47% no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas e para 76% entre quem avalia o governo como ruim ou péssimo.
Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo.
(Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
Dos entrevistados que responderam, 8% consideram que houve avanços na segurança, 7% mencionaram a reforma da Previdência, 4% afirmam que houve combate à corrupção e 4% citaram os decretos de flexibilização do posse e porte de armas. O fim do horário de verão foi apontado por 1%.
Os que mais se referiram à segurança como o melhor do governo foram os homens e habitantes do Norte e do Centro Oeste (11%) e os partidários do PSDB (20%).
Por outro lado, quando questionados o que Bolsonaro teria feito de pior, 18% disseram que nada. Esse número passa para 22% entre os evangélicos, para 24% na região Sul, para 25% entre os amarelos e os que têm 60 anos ou mais e para 36% entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom.
Os decretos das armas aparecem em primeiro lugar entre as iniciativas ruins, mencionados por 21% dos entrevistados. O repúdio é maior entre os negros (25%), quem avalia o governo como ruim ou péssimo (27%) e espíritas (28%).
Logo em seguida na lista de piores medidas vêm reforma da Previdência (12%) e imagem pública (9%) -este último quesito inclui declarações consideradas desnecessárias, uso de palavras ofensivas, postura em relação aos filhos e articulação política.
Outros 3% elegeram os cortes de verbas na educação e 1% citaram racismo ou homofobia e aumento do desemprego, entre outras respostas.
A pesquisa ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é 95%.
Essa última pesquisa do Datafolha indicou a consolidação de uma divisão política do país após seis meses do governo de Bolsonaro. O Brasil está rachado em três.

Para 33%, o presidente faz um trabalho ótimo ou bom. Para 31%, regular, e para outros 33%, ruim ou péssimo. Com variações mínimas, é o mesmo cenário que se desenhou três meses atrás, no mais recente levantamento do instituto.
Com isso, Bolsonaro se mantém como o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação a esta altura do governo desde Fernando Collor de Mello, em 1990.