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Isso está na BBC II
'Quebra do luto' e 'palanque eleitoral': jornais britânicos repercutem declarações de Bolsonaro antes do funeral da rainha Elizabeth 2ª

Crédito, Getty Images
Jair Bolsonaro (PL), ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, assina o livro de condolências pela morte da rainha Elizabeth 2ª, em Londres
Veículos de comunicação britânicos repercutiram as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua viagem a Londres para o funeral da rainha Elizabeth 2ª.
Tanto jornais de tendência à esquerda, como The Guardian, quanto à direita, como o Daily Mail, abordaram as manifestações do presidente brasileiro sobre política.
Bolsonaro fez discurso em tom de campanha e mencionou vitória em primeiro turno, embora apareça atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.
"Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno", disse na manhã de domingo (18/09) o presidente, na sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Mayfair, Londres.
Sobre as declarações, o Daily Mail escreveu: "Enquanto líderes globais chegam ao Reino Unidos para manifestar seu respeito pela rainha, o líder da direita radical populista Jair Bolsonaro fez um comício em tom agressivo da janela da embaixada de seu país incitando uma multidão com bandeiras".
"Vídeos também mostram apoiadores do líder brasileiro vestindo a bandeira nacional e xingando manifestantes anti-Bolsonaro nas proximidades", afirma ainda o texto.

Crédito, Reprodução/Daily Mail
Já o título da matéria publicada pelo The Guardian diz: "Presidente Bolsonaro usa visita a Londres para funeral da rainha como 'palanque eleitoral'".
No texto, o jornal britânico afirma que o presidente brasileiro "voou para Londres para discursar aos seus apoiadores sobre os perigos dos esquerdistas, do aborto e da 'ideologia de gênero'".

Crédito, Reprodução/The Guardian
Já o Independent escreveu que "o polêmico Bolsonaro aproveitou a viagem a Londres para tentar convencer os eleitores indecisos de sua importância internacional, levando sua campanha política para a viagem".
Um vídeo gravado por Bolsonaro em um posto de gasolina, em que ele comenta o preço do combustível no Reino Unido e o compara ao do Brasil, também foi alvo dos jornais britânicos.

Crédito, Reprodução/Independent
Na gravação, compartilhada nas redes sociais pelo seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL- SP), o presidente afirma que o preço da gasolina britânica em libras é "praticamente o dobro da média de muitos estados do Brasil".
"Estou aqui em Londres, Inglaterra. O preço da gasolina: 1,61 libras (esterlinas). Isso dá aproximadamente R$ 9,70 o litro", diz.
O jornal The Times escreveu que Bolsonaro "aproveitou sua ida ao funeral da rainha para mostrar ao seu país como o combustível é caro em Londres".
A manchete publicada pelo jornal classificado como de centro-direita diz: "Bolsonaro quebra luto para ganhar pontos políticos".

Crédito, Reprodução/The Times
Questionado nesta segunda-feira (19/09) por jornalistas sobre o tom das reportagens publicadas nos jornais britânicos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou: "Você acha que eu vim aqui fazer política? Pelo amor de Deus, não vou te responder não. Pelo amor de Deus. Não tem uma pergunta decente".
A BBC News Brasil também questionou o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, sobre o tema. O religioso respondeu: "Não dá para separar viagem ao funeral de campanha política, é isso mesmo".
No Twitter, o jornalista britânico e editor de meio ambiente do jornal The Guardian Jonathan Watts disse: "O insensível, superficial e grosseiro Bolsonaro está tentando usar o funeral da rainha como uma parada de campanha eleitoral. Que vergonhoso representante do Brasil".
O comentário de Watts foi feito em resposta a uma postagem do correspondente do jornal The Guardian no Brasil, Tom Phillips, que escreveu: "Bolsonaro decidiu marcar o funeral da rainha com discurso sobre gênero, ideologia, abortos e males do comunismo de sua sacada em Mayfair".
Em reação, Eduardo Bolsonaro, que integra a comitiva do presidente, escreveu que o jornalista britânico omitiu que Bolsonaro mencionou a rainha no início do seu discurso. E afirmou que "vocês se enterram sozinhos, sem credibilidade".
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62960534
Está na BBC
Britânico pede 'respeito' em dia de funeral da rainha e é hostilizado por bolsonaristas em Londres
- Ricardo Senra e Giovanni Bello
- Da BBC News Brasil em Londres

Crédito, Giovanni Bello/BBC News Brasil
Legenda da foto,
Chris Harvey pediu a bolsonaristas que respeitassem dia de funeral da rainha
Um britânico aposentado de 61 anos que passava em frente à residência do embaixador brasileiro em Londres, nesta segunda-feira (19), foi hostilizado por bolsonaristas ao pedir que o público agisse com "respeito" no dia do funeral da rainha Elizabeth 2ª.
O aposentado, que se identificou depois para a equipe da BBC News Brasil como Chris Harvey, deparou com um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) discutindo com um homem que começou a criticar o presidente.
"Vocês estão na Inglaterra, demonstrem algum respeito, é o dia do funeral da rainha", gritou o britânico após bolsonaristas questionarem o que ele fazia ali e mandá-lo calar a boca.
Bolsonaro está no Reino Unido para participar do funeral e ficou hospedado na residência oficial do embaixador, onde apoiadores se aglomeraram para tentar falar com ele no domingo e nesta segunda-feira.
A confusão começou quando um homem segurando uma bandeira brasileira se aproximou de apoiadores de Bolsonaro dizendo que era cristão, mas que a "religião hoje no Brasil é parcial".
Silas Malafaia, que integra a comitiva de Bolsonaro e estava conversando com apoiadores do presidente naquele momento, puxou um coro de "mito, mito, mito".
O homem com a bandeira brasileira então começou a perguntar, também gritando, por que o público ali presente "não estava preocupado" com as queimadas na Amazônia, "em saber quem assassinou a ex-vereadora Marielle Franco" e com a "origem do dinheiro usado para comprar imóveis da família Bolsonaro".
Os apoiadores do presidente cercaram o homem, chamando-o de petista. Nesse momento, Harvey disse ter visto o que lhe pareceu ser uma situação de intimidação e decidiu intervir: "Esse homem tem o direito de protestar. Essa é a Inglaterra."
Os apoiadores de Bolsonaro, então, também se aproximaram do britânico gritando "Bolsonaro 2022, Bolsonaro presidente". Um dos bolsonaristas disse: "Você não sabe nada do seu próprio país".
"Vocês estão desrespeitando o Brasil. Esse é o funeral da rainha. Mostrem mais respeito! Isso está muito errado, é desrespeitoso com a rainha. O seu presidente não deve estar feliz com o seu comportamento", disse o britânico, em inglês.

Crédito, Ricardo Senra/BBC News Brasil
Bolsonaro estava com apoiadores quando manifestante apareceu
Enquanto a confusão acontecia, um grupo de aproximadamente 20 policiais formou um cordão em proteção ao homem que carregava a bandeira do Brasil e que havia iniciado as críticas a Bolsonaro.
Nesse meio tempo, Bolsonaro deixou a residência do embaixador, tirou fotos com apoiadores e entrou num carro sem falar com a imprensa.
Participação no funeral
Bolsonaro chegou a Londres no sábado (18) para participar do funeral da rainha, que morreu aos 96 anos. Ele e outros chefes de Estado foram convidados pelo governo britânico para prestar as últimas homenagens à monarca.
Bolsonaro está acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, entre outros assessores e apoiadores. Ao chegar à residência oficial do embaixador brasileiro em Mayfair, ele fez um discurso da varanda para um grupo de apoiadores que se aglomeraram em frente ao prédio.
O presidente iniciou a fala dizendo que se trata de um momento de pesar e falando em "profundo respeito pela família da rainha e pelo povo do Reino Unido". Disse que esse era o "objetivo principal", mas falou nos cerca de quatro minutos restantes sobre contexto político no Brasil e sobre sua plataforma de campanha à reeleição.
"Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno", disse Bolsonaro.
No mesmo dia, ele visitou o caixão da rainha, na Abadia de Westminster, acompanhado de Michelle Bolsonaro e de Silas Malafaia.

Crédito, Giovanni Bello/BBCNews Brasil
Chris Harvey disse que apoiadores de Bolsonaro estavam desrespeitando o Brasil
De noite, gravou um vídeo num posto de combustível criticando o preço da gasolina no país que Elizabeth 2ª reinou por 70 anos.
"Estou aqui em Londres, Inglaterra, o preço da gasolina £1,61. Isso dá aproximadamente R$ 9,70 o litro. Ou seja, praticamente o dobro da média de muitos Estados do Brasil. Então, a gasolina é uma das mais baratas do mundo. É o governo brasileiro trabalhando para você", disse Bolsonaro, no vídeo, sem mencionar que o poder de compra médio dos moradores da Inglaterra é muito maior que a dos brasileiros.
Questionado sobre Bolsonaro falar em campanha eleitoral em meio às cerimônias fúnebres da rainha, o ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que fez parte da comitiva do presidente na viagem a Londres, argumentou que o presidente iniciou sua fala hoje falando do funeral.
Malafaia, por outro lado, disse que não dá para "fingir que não está tendo um processo eleitoral no Brasil".
Repercussão na imprensa britânica
A imprensa britânica registrou os acontecimentos durante a passagem do presidente brasileiro por Londres.
Tanto jornais de tendência à esquerda, como o The Guardian, quanto à direita, como o Daily Mail, abordaram o discurso do presidente na residência oficial do embaixador.
"Enquanto líderes globais chegam ao Reino Unidos para manifestar seu respeito pela rainha, o líder da direita radical populista Jair Bolsonaro fez um comício em tom agressivo da janela da embaixada de seu pais incensando uma multidão com bandeiras", publicou o Daily Mail.
Já o Guardian disse que o "Presidente Bolsonaro usa visita a Londres para funeral da rainha como 'palanque eleitoral'".
O jornal The Times escreveu que Bolsonaro "aproveitou sua ida ao funeral da rainha para mostrar ao seu país como o combustível é caro em Londres".
E reportagem do Independent diz que "o polêmico Bolsonaro aproveitou a viagem a Londres para tentar convencer os eleitores indecisos de sua importância internacional, levando sua campanha política para a viagem".
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62946305
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