Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a Agência Brasileira de Inteligência espionou ilegalmente 30 mil pessoas durante o governo Jair Bolsonaro..
Abin do governo Bolsonaro tentou invadir rede de telefonia para espionar opositores, diz PF
A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de uma possível utilização ilegal de um software espião pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar invadir a rede telefônica da operadora TIM. Segundo a Folha de S. Paulo, a suspeita se deve a um e-mail encontrado entre o material apreendido pela PF no âmbito da Operação Última Milha, deflagrada no ano passado e que resultou na prisão e afastamento de agentes da Abin.
A suspeita dos investigadores é de que o software espião israleense FirstMile tenha sido usado de forma a monitorar opositores e críticos do governo Bolsonaro. Entre os alvos, segundo a PF, estariam professores, advogados, políticos, jornalistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal. Ao invadir a rede de telefonia, a necessidade de autorização da Justiça para obter as informações sobre a localização dos aparelhos monitorados era praticamente dispensada. >>> 'Abin monitorava meus passos', diz Alexandre de Moraes, alvo dos golpistas de 8 de janeiro (vídeo)
Segundo a reportagem, em “um email de janeiro de 2020 localizado pela PF, uma funcionária da empresa Cognyte —antiga Suntech/Grupo Verint—, responsável pela venda da ferramenta à Abin, afirma que estava 'pesquisando e testando novos métodos para acessar' a rede da Tim após ter sido barrada pela companhia". >>> Glauber Braga pede à PF a lista dos 30 mil brasileiros espionados ilegalmente por Bolsonaro
"Estamos pesquisando e testando novos métodos para acessar a rede da Tim, mas até o momento a Tim está bloqueando todas as nossas tentativas de acesso à rede. O manteremos informado assim que houver necessidade nos nossos testes", diz um trecho do documento. O e-mail foi dirigido a um servidor da Abin que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ele era o responsável pela gestão do contrato do sistema de espionagem. >>> Abin monitorou ilegalmente 30 mil pessoas contrárias a Bolsonaro, diz diretor-geral da PF
"O Estado brasileiro, portanto, efetuou o pagamento de R$ 5 milhões para empresa estrangeira realizar ataques sistemáticos a rede de telefonia nacional para comercializar dados pessoais sensíveis que resultaram na disponibilização da geolocalização de diversos cidadãos brasileiros sem qualquer ordem jurídica", diz um trecho do relatório da PF sobre o caso. >>> PGR cita suspeita de corrupção de Ramagem na Abin de Bolsonaro em caso de software espião.
Em outro trecho, a PF ressalta que “as diligências de alta complexidade empregadas, até o presente momento, revelam a reiterada ação de invasão da rede de telefonia nacional, fomentada pelo órgão ápice do Sistema de Inteligência Brasileiro. Noutros termos, há aplicação de recursos públicos federais em solução tecnológica que explora vulnerabilidades da rede de telefonia nacional".
Em Tianguá, Câmara decide cassar prefeito que se ausentou da função
A Câmara Municipal de Tianguá aprovou nessa quinta-feira (4) a cassação do mandato do prefeito Luiz Menezes de Lima (PSD), que já estava afastado do cargo após decisão da Justiça por se ausentar da sua função por período superior ao permitido pela lei. Foram dez votos a favor e quatro contrários à medida, além de uma abstenção. Para o gestor ser deposto, pelo menos dois terços dos membros do Legislativo tinham que aprovar a cassação. Agora, o prefeito em exercício Alex Nunes (sem partido), eleito como vice-prefeito de Menezes, deve seguir no cargo até o fim do mandato.
Luiz Menezes é acusado de ter se ausentado da função por um período superior a 15 dias sem a autorização do Legislativo municipal. Pela Lei Orgânica de Tianguá, o prefeito só poderia se ausentar por um período maior que esse com autorização da Câmara, o que não aconteceu. Além disso, na época, o então gestor não cedeu o posto ao vice-prefeito, com quem é rompido politicamente.
Em outubro passado, Menezes foi afastado do cargo por meio de uma decisão liminar deferida pelo juiz Felipe William Silva Gonçalves, da 2ª Vara Cível de Tianguá. Na medida, o juiz determinou que o presidente da Câmara Municipal de Tianguá, o vereador Elves Lima (PSD), providenciasse a substituição na gestão da cidade, empossando o então vice-prefeito para exercer o mandato até o fim do impedimento que acometia o gestor titular.
A liminar resultou de um mandado de segurança impetrado pelo vice-prefeito diante das investigações do Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) que confirmaram a internação de Menezes em um hospital privado de Fortaleza desde setembro de 2023. Desde o início desse ano, havia um debate tenso entre a base a oposição ao prefeito sobre suas condições de saúde para exercer o cargo.
Sem diretório, PDT prepara comissão provisória no Ceará
O partido ficou sem gestão no estado e deve apresentar em breve os nomes da nova instância. Flávio Torres deve ser presidente estadual
Depois de o ano de 2023 ficar marcado por uma disputa interna pelo comando do partido, o PDT Ceará iniciou 2024 sem uma instância partidária formal, ou seja, sem um órgão responsável pela gestão do partido no estado. Isso acontece porque o último diretório estadual teve a sua vigência encerrada no dia 31 de dezembro de 2023. Até lá, o senador Cid Gomes era o presidente estadual do partido oficialmente, mesmo articulando a sua saída e de grande parte dos filiados do PDT.
No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é possível consultar dados públicos dos partidos políticos, entre eles, os órgãos internos responsáveis pela sua administração. Uma tabela mostra esses órgãos que estão registrados no TSE, indicando informações como tipo, situação, início e fim de vigência. Consultando os dados do PDT Ceará, é possível observar que a instância mais recente é o diretório estadual que vigorou de outubro a dezembro de 2023, que foi presidido por Cid Gomes. O sistema revela que o órgão consta como “não vigente”, pelo menos até o momento do fechamento desta reportagem.
Agora, o presidente nacional em exercício da sigla, o deputado federal André Figueiredo (PDT), prepara a instalação de uma comissão provisória no Ceará, aos moldes do que foi feito em outras ocasiões no ano passado, no contexto do embate com Cid Gomes pelo comando do partido.
Por meio da Executiva Nacional do PDT, Figueiredo tentou por duas vezes instalar uma comissão provisória no lugar do diretório estadual, no qual Cid tinha o comando da legenda no Ceará. Entretanto, a Justiça Eleitoral derrubou a medida nessas ocasiões, restabelecendo a liderança de Cid a nível de estado.
Diretório e comissão provisória são duas estruturas previstas em lei para a gestão dos partidos políticos, mas têm diferenças. Enquanto o diretório é um órgão eleito em convenção partidária com um prazo determinado de vigência, a comissão provisória é um órgão formado por um número menor de participantes, designado pela executiva do órgão partidário da instância superior, em regra, com prazo de validade por ela determinado.
De acordo com a assessoria de imprensa de Figueiredo, a nova comissão provisória deve funcionar pelos próximos meses, até que seja feita uma nova convenção partidária para eleição do próximo diretório do PDT no Ceará, o que ainda não tem previsão de acontecer.
Os membros do PDT se organizam para apresentar formalmente essa nova comissão nos próximos dias, com todos os nomes que devem compor a instância partidária. Um nome cotado para assumir a função de presidente da comissão é o ex-senador e fundador do PDT Ceará Flávio Torres (PDT), que já exerceu o posto de presidente estadual do partido.
Se confirmada a nomeação de Torres no posto, é ele quem terá a função de liderar o partido nos processos de preparar a agremiação para as eleições municipais deste ano, além de unificar o PDT após a saída em bloco de quadros importantes em meio ao “racha” dentro do partido que vem desde 2022 e buscar manter a importância do partido na política cearense.
Com a debandada no PDT Ceará, o partido perde um senador, quatro deputados federais, 14 deputados estaduais (entre titulares e suplentes), cerca de 40 prefeitos e alguns vereadores. Até o momento, o PSB é a legenda mais cotada para receber o grupo de ex-pedetistas liderados por Cid.
Serviço de Igor Magalhães (OE)
Legenda: Flávio Torres, à esquerda, é o mais cotado para assumir o comando do PDT Ceará na comissão provisória
O dia
Amanhecer de encantamento. Na memória de 1986, uma longa conversa com Djacir Menezes cuja obra a UECE cuida, diz informe do Governo.
Coluna do Macário Batista para 05 de janeiro de 2024
Temos um novo salário mínimo
O Dieese avaliou o impacto do reajuste do salário mínimo na economia. A entidade estima que 59,3 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo, o que resultará em um incremento da renda anual no montante de R$ 69,9 bilhões. “A política estabeleceu, ao mesmo tempo, uma regra estável, permanente e previsível, promovendo a recuperação gradativa e diferida no tempo, com referência para os aumentos reais e estímulo ao crescimento da economia. A valorização do salário mínimo induz à ampliação do mercado consumidor interno e, em consequência, fortalece a economia brasileira”, divulgou a entidade em nota técnica. Além disso, o Dieese estimou R$ 37,7 bilhões de aumento na arrecadação tributária anual sobre o consumo, como impacto também desse reajuste do mínimo. A partir de 1º de janeiro de 2024, o salário mínimo oficial do Brasil será de R$ 1.412. Considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de maio – mês em que houve o último reajuste – a dezembro de 2023, o ganho real chegou a 5,77%, conforme calculou o Dieese. O aumento nominal de R$ 1.320 para 1.412 é de 6,97%, enquanto o INPC está estimado em 1,14%, de maio a dezembro. Se usado como referência o mês de janeiro de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.302, o ganho real seria de 4,69%, em razão do reajuste (de 1,38%) abaixo da inflação ocorrido entre janeiro e maio. A variação do INPC foi de 2,42% no quadrimestre janeiro-abril. Diante disso, houve uma perda real de 1,01% no reajuste realizado em maio deste ano. “Entretanto, o reajuste fixado para janeiro de 2024 mais do que compensa essa perda ocasional, resultando, como já dito, em ganho real de 5,77% em relação a maio de 2023”, avalia o Dieese. No ano de 2002, o salário mínimo ficou definido em R$ 200. Em relação à sua política de valorização, que trouxe aumento real em todos os anos de 2003 a 2016, o Dieese avalia que ela constitui um dos fatores mais importantes para o aumento da renda da população mais pobre e marca o sucesso de uma luta que promoveu um grande acordo salarial na história do país. O Dieese avalia ainda que, ao elevar o piso nacional, a política contribuiu para reduzir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, negros e não negros, entre regiões do país. Além disso, teve impacto positivo sobre os reajustes dos pisos salariais das diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras. Em janeiro de 2017, o reajuste ficou abaixo da inflação, acumulando perda real de 0,10% no período de um ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em janeiro de 2018, a perda real acumulada foi de 0,25%. Em 2019, o ganho real foi de 1,14%; em 2020, a perda real foi de 0,36. Em 2021, o Dieese destaca que não houve incorporação de qualquer ganho real, exceto por reflexo do pequeno arredondamento para o valor de R$ 1.100, que representou ganho de 0,01%. Para 2022, o ocorrido no ano anterior se repetiu, já que que o salário mínimo teve ganho real de apenas 0,02%. Em janeiro de 2023, o aumento real foi de 1,41%.
A frase: “A felicidade não é causa, é conseqüência” Tem gente pensando.
No Panteão (Nota da foto)
O Presidente Lula da Silva assinou o documento que faz do Padre Cícero Romão Batista, personalidade da vida brasileira. Foi para a galeria dos heróis da Pátria.
Sem briga
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), diminuiu a emenda ideológica aprovada junto à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, O destaque ao texto principal foi sugerido pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
E deu no veto de Lula
“Não vamos brigar com aquilo, nem pode aquilo, não tem sentido, vamos focar naquilo que é central, as votações”, explicou o líder a jornalistas.
Guimarães reiterou que a emenda não é uma prioridade para o governo. “Na LDO, o presidente vetará tudo o que não estiver em conformidade com a Constituição“.
Não sabe que a Rosa morreu
"Mais do que nunca nos faz falta uma esquerda com um programa radical. O capitalismo não resolve mais os problemas da população", afirma João Pedro Stédile
Bom dia
Uece vai compartilhar com o mundo acervo do intelectual cearense Djacir Menezes
Com todo o respeito à UECE e à iniciativa de Governo, sinto a obrigação de contar uma historinha, minha, com o professor Djacir e o encontro que tivemos, no Rio, em seu apartamento, quando recebi a missão, invejável, de entrevista-lo.
" Em Buenos Aires, arrumava a mala no hotel depois de cobrir mais uma reunião do Mercosul e o telefone chamou. Era do Brasil. Diretor responsável do jornalismo do Canal 10, Edilmar Norões. Depois dos cumprimentos dá a missão: Não volte pra casa. Fique no Rio. Você vai fazer a Sereia de Ouro deste ano. Na Rádio Tamoio (que era ou é) do Sistema Verdes Mares tem tudo o que você precisa. Contatos, reservas, e o mais que precisar. O Rômulo dará detalhes. Era sexta,boca da noite. Sábado, alojado no Hotel Copacabana, recebo os detalhes: faria Djacir Menezes, Barrica e Florinda Bulcão, escolhidas personalidades daquele ano. Sabia de Florinda, conhecia a obra do pintor Barrica e de Djacir sabia pouco. Conhecia só seu livro sobre o Nordeste. Havia um plantão da biblioteca Nacional no sábado. Apelei pra sorte. A bibliotecária entendeu meu desespero e pois à minha disposição a obra de Djacir Menezes e ainda permitiu que levasse livros para o hotel. Eu devia ter cara de leitor e acreditado pela profissional. Fechei o apartamento do tugúrio carioca e deitei olhos a Djacir. Li desesperadamente o que pude. Afinal iria entrevistar na terça feira uma das mais brilhantes mendes do País. Abdiquei das delícias do velho Rio de Janeiro onde havia morado por longos e felizes onze anos e devorei Djacir. Salto no tempo. Terça nos falamos por telefone e combinamos 6 da tarde na casa dele. Carlinhos foi o cinegrafista que a Tv Globo me deu de presente. Chegamos a um apartamento que nos fazia encolher os ombros, passar de lado, espremidos por livros até uma sala pequena, apinhada de livros. E uma cadeira forrada, a dele e uma pra mim. Carlinhos olha o ambiente, sente minha preocupação com o local para as imagens e diz enfático: Não se preocupe. Faça seu trabalho. Eu resolvo aqui. Era um repórter cinematográfico genial. Um jornalista! Luz no teto, microfones testados e vamos lá. Duas horas depois, com o fôlego para mais duas e mais duras e mais tantas quantas Djacir permitisse e as ficas da câmera dessem pro registro, pergunto finalizando...Como é sua relação com Deus? Eu sabia que ele era agnóstico. Respeitosa, responde. E finaliza; Dessa parte cuida a minha mulher Stela que generosa me deixa encher a casa dela desses livros e documentos. E usou "dessa livraiada". Nunca mais vi Djacir. Nunca mais esqueci Djacir. Nunca mais hei de saber tanto de vida e da obra, tão de perto, na vida de um gênio. Um amante de Kant, como nos identificamos. Repito: Djacir Menezes em 1986, um ano mágico na minha humilde vida.
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Acervo virtual estará disponível no primeiro semestre de 2024
A Biblioteca Central Professor Antônio Martins Filho, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), possui um valioso patrimônio cearense, que é o acervo do bibliófilo Djacir Lima Menezes, intelectual, professor, sociólogo, jurista, economista e filósofo, nascido em Maranguape. O acervo é composto por 16 mil livros que pertenciam à Djacir, de áreas como Direito, Filosofia, Sociologia, Economia, História Geral, História do Brasil, Literatura Brasileira, Literatura Estrangeira, além de documentos diversos como manuscritos, correspondências, fotografias e medalhas.
Dos 16 mil volumes, 3.200 são obras raras e valiosas, entre as quais a Uece selecionou duas coleções, de 100 obras nacionais e 100 obras estrangeiras, para compartilhar virtualmente com o mundo, por meio da tecnologia street view, na plataforma Google Arts and Culture. A previsão é que o material seja disponibilizado ainda neste primeiro semestre de 2024.
Para a diretora da Biblioteca da Uece e uma das coordenadoras do projeto, Ana Néri Barreto, esse ambiente online favorece a disseminação do conhecimento e a Uece não poderia ficar de fora. “As bibliotecas universitárias são instituições e, como tal, são constituídas por um conjunto de funções responsáveis, que vão desde o planejamento até a recuperação da informação. E a nossa Biblioteca não poderia deixar de participar dessa plataforma, mantida pelo Google em colaboração com museus, bibliotecas e galerias de arte espalhados por diversos países”.
Para o curador, historiador e também coordenador do projeto, Rodrigo Alves Ribeiro, “é muito importante que acervos particulares como de Djacir Menezes sejam disponibilizados para o mundo. Porque não é apenas o fato de ser um acervo particular, mas um acervo particular com a relevância documental que tem, que apresenta. Então, a partir dessa iniciativa, pesquisadores de todo o mundo poderão acessar essa documentação. E, se não conseguir acessar essa documentação, eles vão conseguir identificar onde ela se encontra, porque um acervo dessa magnitude precisa ser exposto para o mundo, precisa se tornar acessível para todos. Assim, tratamos também da democratização do conhecimento e do acesso à informação”.
A exposição virtual será inaugurada com a obra “O Outro Nordeste”, de Djacir Menezes. Segundo a também coordenadora do projeto e bibliotecária, Lúcia Maria da Silva, e Rodrigo Alves Ribeiro, a escolha da obra se deve à sua singular importância. “O livro foi publicado em 1937, em coleção que, no ponto de vista da política editorial no Brasil, é muitíssimo importante, que é a Coleção Documentos Brasileiros, pertencente ao catálogo da editora José Olympio”, ressalta Rodrigo.
Lúcia acrescenta que outras valiosas obras nacionais serão disponibilizadas, de renomados autores, como Heráclito Graça, Thomaz Pompêo, Antonio Salles, Rodolfo Theophilo, Barão de Studart; além de obras internacionais, como de Karl Kautsky.
A coleção do professor Djacir Menezes faz parte do patrimônio da Uece, tendo sido adquirida pela Universidade no ano 2000, em parceria com Banco do Nordeste, Grupo M. Dias Branco, Grupo J. Macedo, Sesc, Fiec, Aprece e Secretaria da Cultura do Ceará, e apoio da família do cearense.
A diretora Ana Néri Barreto conta que era desejo do intelectual que seu acervo fosse para o Ceará. “Djacir Menezes deixou em seu testamento o pedido de que sua biblioteca fosse vendida para universidade do Ceará, além de deixar aos filhos a mensagem de que não estava deixando dinheiro, mas que estava deixando esse patrimônio”.
De lá para cá, o acervo de Djacir Menezes na Uece foi tecnicamente cuidado, tratado e preservado. Com a parceria do Banco do Nordeste, ganhou catálogo e até documentário, que pode ser assistido em duas partes (o Homem e Seus Livros – Parte I e o Homem e Seus Livros – Parte II).
E, agora, a instituição de ensino se prepara para oferecer essa importante coleção a todo o mundo.
Com essa iniciativa, outro objetivo da Uece é a parceria com outros pesquisadores, da Uece e de outras instituições. Neste primeiro momento, a Universidade conta com a colaboração do pesquisador, escritor, mestre em crítica literária pela Unicamp e mestre em preservação do patrimônio cultural pelo Iphan, Yuri Zacra. Para ele, “a inserção do acervo Djacir Menezes na plataforma Google Arts and Culture aparece, nessa nova parceria, como caminho natural e em conformidade ao próprio acervo; haver, portanto, a viabilidade de maior difusão, promoção e pesquisa, tão necessária, e sem dúvida, também tão desejada, ainda em vida, por nosso autor e intelectual, é sem mais a democratização de acesso”. E acrescente: “Além, é claro, aquém daqueles interesses e muitos outros, abrir-se assim àqueles supostos turistas, agora possivelmente também digitais, ao direito à curiosidade que acompanham os leitores despretensiosos, que quase sempre, por sua espontaneidade, vão contribuindo para a circulação de novas conexões, alargando, portanto, as fronteiras do conhecimento”.
A ideia de ingressar no Google Arts and Culture partiu do coordenador e curador do projeto na Uece, o analista da Uece e historiador Rodrigo Alves Ribeiro, a partir da sua experiência na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), em que, como mais recente resultado, contribuiu com a difusão da mostra Iracema por Anita Malfatti, que pode ser acessada clicando aqui.
Rodrigo conta que, após a inserção do acervo da Uece na plataforma, o projeto seguirá avançando. E adianta: “O projeto vai se aperfeiçoando e, ao passo que a gente for disponibilizando o acervo de Djacir, a partir de exposições temáticas, vai chegar o momento de levantamentos ou até de captura de imagem em 360° para que as pessoas possam também fazer essa visita virtual pela Biblioteca da Uece”.
Estão também envolvidos no projeto da Uece os servidores Bárbara Oliveira Silva, Davi Martins de Oliveira, Filipe Ramó de Freitas Alcântara, Júlio César Agostinho da Silva Fonseca e Sara Raquel de Melo Ferreira.
Sobre Djacir Menezes e sua biblioteca
Djacir Menezes foi bibliófilo, nasceu em Maranguape-CE, em 16 de novembro de 1907, e faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de junho de 1996. Formou-se em Direito, assumiu a cátedra de Ciências do Direito da Faculdade de Direito do Ceará. Fundou a Faculdade de Economia do Ceará e foi reitor da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, de 1969 a 1973.
Ele deixou, sob a guarda de seus familiares, a imensa coleção de livros acumulada ao longo de toda a sua vida e uma extensa produção intelectual, que se traduz na publicação de cerca de 35 obras produzidas desde 1932.
Considerando que o tamanho das bibliotecas é associado ao refinamento intelectual de seus proprietários, possuir um grande acervo de livros significava ser visto e respeitado como um intelectual erudito, além de ser, evidentemente, um registro de suas atividades intelectuais.
O acervo do Professor Djacir Menezes, considerável tanto no que diz respeito à sua quantidade como à qualidade, dispõe de obras escritas nas mais variadas línguas, abrangendo as diversas áreas do conhecimento tendo maior ênfase em Filosofia e Filosofia Jurídica; Sociologia; História; Economia Clássica; Literatura Brasileira, Portuguesa, Francesa, Alemã, Inglesa.
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1Chiquinho Peixoto
Prefeito José Sarto entrega novo Microparque Urbano no bairro Aracapé
Localizado em uma área de 2.825 m², o Microparque Maria Zeneida é o quarto equipamento entregue pela atual gestão municipal
Na ocasião, o prefeito também ressaltou a importância dos microparques e de outros projetos que contribuem para a educação ambiental em Fortaleza (Foto: Beatriz Boblitz)
"Este é um Microparque diferenciado, por ser um dos maiores, com aproximadamente três mil metros quadrados, e funcionar como um complexo, com estruturas como Academia ao Ar Livre, Rua das Infâncias, quadra de areia e parquinho. E ele está perto de um Centro de Educação Infantil, posto de saúde e outros equipamentos que atendem a população do Aracapé", afirmou o prefeito José Sarto.
Na ocasião, o prefeito também ressaltou a importância dos microparques e de outros projetos que contribuem para a educação ambiental em Fortaleza. "Esta entrega faz parte de uma política moderna de sustentabilidade e educação ambiental. Estamos vivendo uma onda de calor no mundo todo, e os microparques contribuem para uma pedagogia ecológica, ensinando a preservar os espaços verdes e proporcionando diversos benefícios para a população", concluiu Sarto.
O novo espaço está localizado em uma área de 2.825 m² do Aracapé, próximo à escola e ao posto de saúde do bairro. O Microparque conta com academia, brinquedos naturalizados, campo de areia, farmácia viva e projeto paisagístico que o deixou semelhante a uma pequena floresta.
O processo de criação do equipamento foi pensado de forma conjunta entre a comunidade local e a Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). De início, foi feito um mapeamento das áreas, com visitas aos equipamentos do território. Após reuniões e oficinas, o projeto foi aprovado e validado pela população, também responsável pela escolha do nome do local, que se chamará Microparque Maria Zeneida, em homenagem à articuladora comunitária e uma das primeiras moradoras do bairro.
A titular da Seuma Luciana Lobo ressaltou que a entrega faz parte de uma política de valorização dos espaços naturalizados que inclui a criação de 30 novos Microparques Urbanos. "As obras estão acontecendo de acordo com o cronograma e esse aqui é um dos maiores, ele tem quase três mil metros quadrados e faz parte de um grande complexo de melhorias pra nossa cidade. Nesse quarteirão temos posto de saúde, Microparque, Centro de Educação Infantil, é um grande espaço de convivência para as pessoas so Acarapé e de melhoria para Fortaleza", destacou Luciana.
A empregada doméstica Vanusa Mendonça mora pertinho do Microparque Maria Zeneida e já está começando a trazer o neto Thomas, de três anos, para brincar no local. Segundo ela, o aproveitamento só se tornou possível após a criação do Microparque. "Antes era horrível, tudo lixo. Agora está muito bonito. Eu uso todos os parquinhos, a gente pode trazer as nossas crianças para brincar, o nossos pais, que já são idosos, para dar um passeio com a gente, sentar aqui na praça pra ver essas coisas lindas que foram feitas, está muito bonito", contou Vanusa.
Projeto Microparques Urbanos
Com a entrega do Maria Zeneida, Fortaleza passa a contar com seis Microparques Urbanos em operação. Outros 26 equipamentos semelhantes serão entregues à população até o final de 2024, contemplando os bairros Conjunto Ceará, Conjunto Esperança, Mondubim, Siqueira, Jacarecanga, Carlito Pamplona, Barra do Ceará, Vila Velha, Parque Dois Irmãos, Parque Manibura, Jangurussu, São Bento, Messejana, Lagoa Redonda, Vicente Pinzón, Cais do Porto, Sapiranga, Cidade dos Funcionários, Parangaba, José Walter e Jardim das Oliveiras.
O projeto integra o programa Fortaleza Cidade Sustentável (FCS) e envolve investimentos da ordem de R$ 12 milhões.
Em 2022, o projeto Microparques Urbanos venceu o prêmio internacional AIPH World Green City Awards, ficando em primeiro lugar na categoria Living Green for Health and Wellbeing, em meio a iniciativas de todo o mundo. Em 2023, foi eleito um dos três melhores projetos sustentáveis do mundo pelo Seoul Design Award for Sustainable Daily Life - 2023. A seleção, promovida pelo Seoul Design Foundation e pelo Governo Metropolitano de Seul (Coreia do Sul), avaliou iniciativas de designers e organizações de diversos países cujos projetos tenham contribuído para um meio mais sustentável e harmônico.
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