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Frescar com chinês, é fria

 


Aviões Boeing recusados por companhias aéreas chinesas regressam aos EUA

Aviões da Boeing que se encontravam no centro de acabamento em Zhoushan, na China, foram recusados pela companhia aérea Xiamen Air e vão regressar aos EUA, numa altura de tensão na guerra comercial.
Os aviões Boeing 737 Max recusados por companhias aéreas chinesas já começaram a voar de regresso aos Estados Unidos, num momento em que se agrava a guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.
Um aparelho do gigante aeronáutico norte-americano, que se encontrava no centro de acabamento da Boeing em Zhoushan, na China, e que se destinava à companhia aérea Xiamen Air, voou de Zhoushan para Guam, numa primeira etapa do percurso pelo Pacífico, segundo dados do FlightRadar24, revelados este sábado pela Bloomberg.
O aparelho voou de Seattle para Zhoushan via Havai e Guam no mês passado, segundo os dados.
Há, pelo menos, dois outros aviões em Zhoushan à espera de ser devolvidos, de acordo com dados do Aviation Flights Group.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, iniciada pela imposição de tarifas aduaneiras por parte da Administração de Donald Trump, apanhou a Boeing no meio. A China tinha dado instruções esta semana às suas companhias aéreas para deixarem de receber aparelhos Boeing.
A gigante norte-americana da aeronáutica declinou fazer comentários e a Xiamen Air não respondeu em tempo útil aos pedidos de comentário da agência Bloomberg.

“Cancelar não é responsabilizar, é aniquilar”, afirma o psicanalista Luciano Elia

 


Elia analisa a cultura do cancelamento e alerta: “É o gozo de ver o outro ser destruído, não o desejo de justiça”

“A psicanálise nos ensina que nós não somos bons por natureza. Existe em nós uma dimensão de mal radical. E é a partir dessa sombra que cancelamos”, afirmou Elia logo no início da conversa. Para ele, o cancelamento é um ato que nasce da rejeição profunda de algo que, de forma inconsciente, nos toca e nos mobiliza. “Não se cancela qualquer coisa. Cancela-se aquilo que nos diz respeito. É um movimento íntimo, embora se manifeste publicamente como condenação coletiva”, explicou.

A crítica central do psicanalista recai sobre a violência simbólica presente no ato de cancelar. Ele utiliza o conceito freudiano de Verwerfung, frequentemente traduzido como rejeição, mas que expressa a ideia de uma expulsão radical do campo simbólico. “Não é uma simples rejeição afetiva. É o desejo de ejetar, lançar para fora, negar ao outro até mesmo a dignidade de existir simbolicamente”, destacou.

Luciano apontou ainda o componente de gozo envolvido na prática. Mais do que prazer, trata-se de uma satisfação pulsional em ver o outro humilhado, excluído, eliminado do espaço social. “O cancelamento é gozo. É o gozo de não suportar o gozo do outro. E isso nos aproxima de um funcionamento autoritário, fascista. Não há debate, não há escuta, só há execução moral”, disse. A seu ver, cancelar não é o mesmo que responsabilizar. Ao contrário: impede qualquer possibilidade de responsabilização ou transformação. “Cancelar não é responsabilizar, é aniquilar”, afirmou.

A crítica das práticas de cancelamento não devem ofuscar a emergência das importantíssimas questões políticas e sociais que tem motivado essas práticas: abuso de poder, assédio moral, assédio e violência sexual, racismo, machismo, misoginia, homo e transfobia, etc. Esses temas só muito recentemente tem vindo à tona, saindo do encobrimento e do silenciamento que os véus sociais que protegem os agressores os envolvem. Celebramos que o silêncio seja quebrado, mas justamente apontamos o perigo dele ser restabelecido por práticas eliminatórias e canceladoras, que não levam ao debate, ao verdadeiro combate e a desconstrução dos valores seculares que sustentam os abusos de poder dos homens cis-héteros, brancos, patriarcais. 

Ao longo da conversa, foram mencionados casos recentes de cancelamentos — como os que atingiram o ex-ministro Silvio Almeida, o jurista português Boaventura de Sousa Santos e o professor Alysson Mascaro —, todos eles nomes ligados à esquerda e ao pensamento crítico. Foram lembrados também os ataques históricos sofridos por Lula e Dilma Rousseff, episódios que, segundo Luciano, foram os precursores do que viria a se tornar uma cultura do cancelamento estrutural. “O grande crime de Lula foi ter ocupado um lugar que a elite não aceita que ele ocupe. Ele foi cancelado por existir onde não deveria, na lógica perversa da classe dominante”, comentou.

O programa tratou ainda das armadilhas discursivas que se instauram quando o medo de ser cancelado passa a pautar o que se pode ou não dizer. Para Luciano, esse receio é real e produz autocensura. “Mas não podemos deixar de falar por medo. O silêncio imposto é a outra face do autoritarismo”, alertou. A jornalista questionou o impacto das redes sociais nesse processo, observando como elas instrumentalizam o poder de censura por meio de pequenos atos de patrulhamento. “As redes oferecem a fantasia de um poder, de exercer controle sobre o discurso do outro. É o patrulhamento transformado em espetáculo”, analisou o psicanalista.

A conversa terminou com um apelo à escuta e ao debate. “Responsabilizar alguém não é destruí-lo. É incluí-lo no campo do simbólico, dar a ele a chance de se implicar, de se transformar. E isso só é possível pela via do diálogo, da palavra”, afirmou Luciano Elia. Para ele, o verdadeiro desafio não está em punir, mas em abrir espaço para que temas como machismo, racismo, assédio e abuso de poder sejam enfrentados de forma crítica, e não convertidos em linchamentos morais.

“O que está em jogo é muito sério. São pautas que merecem visibilidade e transformação, não espetáculo e vingança. A roda da conversa não comporta o cancelamento. Ela exige escuta, tempo, complexidade. Exige papo curvo”, concluiu o convidado.

Ceará:

 

Júri nega feminicídio e vê morte a tiros de mulher como sem intenção

O MP-CE (Ministério Público do Ceará) entrou com recurso para anular um júri popular realizado no último dia quatro e que condenou por homicídio culposo (sem intenção) um homem acusado de matar a esposa com dois tiros dentro de casa em Juazeiro do Norte, em fevereiro de 2024. Ele pegou um ano e três meses de prisão em regime aberto.

Segundo o recurso da 2ª Promotoria de Justiça de Barbalha, a decisão dos jurados "foi manifestamente contrária à prova dos autos" e o caso se tratou, na verdade, de feminicídio (que prevê prisão de 20 a 40 anos). O pedido será analisado pelo TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará), que pode determinar ou não a realização de um novo julgamento.

O dia

 


Se medir o tempo é somar envelhecimento, olhar pro passado é perder de vista o que resta para se fazer útil, inclusive a si. Fazer do tempo que se espera, uma jangada de sonhos, quem sabe leve suas esperanças a alegrias preparatórias de felicidade. Um pé de laranja poderia ser esse barco, se você não guardasse fidelidade e respeito pela vida do outro.

Bom dia


                                            O Poder da Mensagem




Um apelo pela civilidade na política do Ceará

Opinião

Li com atenção e aplauso o editorial do jornalista e colunista Macário Batista, publicado em "O Estado" nesta sexta-feira (18) santa, onde ele aborda com coragem as baixarias que ainda persistem no ambiente político de Sobral. Mesmo após o término das eleições, os ataques e provocações continuam, envolvendo o prefeito Oscar Rodrigues e a deputada Lia Gomes.
Infelizmente, essa realidade não se restringe a Sobral. Em muitas cidades, o nível do debate político ainda é lamentavelmente rasteiro, dominado pela lógica do “dente por dente, olho por olho”. Uma postura que nos remete aos tempos primitivos, de ignorância e estupidez, quando a razão era subjugada pela força bruta.
Entendo o choque que esse cenário provoca, sobretudo em uma cidade como Sobral, que sempre se destacou nacionalmente pela excelência na educação e pela formação de cidadãos conscientes. A decepção é ainda maior quando se percebe que alguns líderes preferem fomentar a discórdia em vez de construir pontes.
Em Icó, vivenciamos situação semelhante, e não me excluo à época desse ambiente de agressões políticas. Felizmente, essa história mudou. A eleição de Laís Nunes, primeira mulher a governar o município, marcou o fim das práticas de baixo nível em comícios, rádios e reuniões públicas. Laís trouxe consigo uma nova postura: a da civilidade e do respeito mútuo.
E o povo respondeu à altura. Aqueles que insistiram em atacar e promover baixarias nas últimas eleições foram rejeitados nas urnas: um candidato obteve apenas 55 votos, outro, 56. A sociedade deixou claro que não apoia mais esse tipo de comportamento. O eleitor quer respeito, quer debate qualificado e propostas consistentes.
Fruto dessa nova política de respeito e trabalho, Laís Nunes foi eleita deputada estadual com aproximadamente 50 mil votos, tornou-se a primeira prefeita da tricentenária Icó, foi reeleita com facilidade, deixou o Palácio da Alforria com impressionantes 88% de popularidade e ainda ajudou a eleger sua sucessora, a vibrante Mestra em Educação, Professora Aurineide, com votação recorde e histórica.
A política precisa, urgentemente, reencontrar sua essência: a arte do diálogo, da construção coletiva, da busca pelo bem comum. O que todos almejamos é um ambiente onde, mesmo divergindo, possamos conviver, debater ideias e encontrar caminhos comuns, sem sopapos e sem pontapés, nem o espetáculo da agressão recíproca.
Esse é o mínimo que se espera em um mundo verdadeiramente civilizado.
Good Morning, Sobral!
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado, contista, e ex-vice-prefeito de Icó).

Coluna do Macário Batista para 18 de abril de 2025


De médicos e loucos, todos temos um pouco
Rasgos de histrionices alumiaram os céus de Sobral nos últimos meses. Deputado estadual de pouca fala, baixo clero, milionário folgazão cuidador de universidade com ensino superior em vários cantos do Ceará, a partir de Sobral, Oscar Rodrigues foi eleito prefeito daquela cidade, que sempre primou por ter entre seus dirigentes a simplicidade, a discrição, como lembro Pedro Mendes Carneiro, Jerônimo Prado, Cid Gomes, Zé Euclides, dentre outros por mais ou por menos que gostassem de aparecer sem os vexames de plateias aos aplausos e amarras-cachorros aos gritos de muito bem! A cidade cresceu e prosperou sob o signo do trabalho e o desafio da educação, seja a formal, seja a aprendida em casa, por pais cuidadosos de seus filhos. No Colégio Sobralense, no Colégio Santana, no Grupo professor Arruda, no externato Rosa Gatorno, no Seminário da Betânia, aprendemos que Sobral, acima de todos, dignifica o Ceará e honra a cultura das cadeiras nas calçadas, nas quartinhas nas janelas ao fim do dia, nas missas celebradas pelo Bispo Conde D. José Tupinambá, na brisa que desce da Meruoca no lusco-fusco do entardecer. Os que um dia assumiram o comando da cidade, jamais gritaram em praça pública: Vencer ou morrer! Não! Sempre foram pessoas educadas, lhanas, dedicadas, e finas no trato. Jamais, até hoje, pelo que passei, pelo que li, pelo que aprendi com meus avós, soube de nenhuma delas verberar ao vento: Aqui quem manda sou eu. Como se fosse donatária de uma capitania herdada de um rei que o havia feito alcaide. Riquinho e deslumbrado, criador e vendedor de educação, construtor de castelo para um reino, quem sabe sonhado, o prefeito de Sobral, ao gritar Aqui quem manda sou eu, está sujeito a ouvir numa rua qualquer o que não gostaria. Aprendi ao longo da vida que quem diz o que quer, ouve o que não quer.

A frase: "No Dia de Tiradentes, celebre o poder do sacrifício e da coragem – porque a liberdade é o presente mais valioso que podemos conquistar!" A sabedoria do povo está ai.

Arrumando as malas (Nota da foto)
O Presidente da Assembleia do Ceará, Romeu Aldigueri afivela o matulão pra viajar pra China. Vai a serviço. E a convite. Segundo vazou tem uma pasta cheia de coisas pra conversar com "os china" sobre o Ceará.
Cassinos humanos
Na região de praia, como Aquiraz, grupo de estrangeiros promovem apostas, tipo jogo do bicho para pequenos apostadores. É impressionante a aceitação do público para os sorteios, várias vezes ao dia.
Uma conversa aprumada
Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega fez duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Perdendo a credibilidade
Segundo Mantega, a condução da política econômica norte-americana está gerando instabilidade global, abalando os mercados e expondo os próprios Estados Unidos à perda de credibilidade.

O dia

 


- Sabe o que é? É a história da insegurança e da dúvida. As duas persistem feito monjolo fazendo pó pra paçoca de amendoim. Já viu mó moendo milho,? Alguém num pilão com Farinha e carne seca? É a vida hoje, insistentemente insegura e cheia de dúvidas. Escolha um caminho e encontre um dilema: é pra ir? Paçoca doce ou salgada? Milho pilado fino pra fazer curau ou grosso pra fazer cuscuz. Já viu galo pelado cheio de mondrongo ? Vou ali. Volto num pulo. Sim, os esquecendo; já que cê num guarda mais os dias grandes, vá logo pra praia.

Direitona perde no tapetão


TJ suspende lei que cria dia em memória a 'vítimas do comunismo' em Maceió
O TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas) suspendeu, em julgamento nessa terça-feira (15), uma lei de Maceió que criou o "Dia Municipal em Memória das Vítimas do Comunismo". A ação foi proposta pela Federação Brasil da Esperança (que inclui os partidos PCdoB, PT e PV).
A lei havia sido promulgada pela Câmara de Vereadores em 28 de fevereiro, após ser ignorada (ou seja, nem vetada, nem sancionada) pelo prefeito João Henrique Caldas (PL).
Agora, por unanimidade, os desembargadores entenderam que a lei é preconceituosa, viola as liberdades de expressão e política e limita a visão de um tema amplo. Por isso, concederam uma liminar suspendendo a legislação até o julgamento de sua inconstitucionalidade. O acórdão com os detalhes dos votos dos julgadores ainda não foi publicado.

Guerra a vista




PGJ pede suspensão de lei que libera drones com agrotóxicos no Ceará
A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei 19.135/24, que liberou o uso de drones para a pulverização aérea de agrotóxicos no Ceará, aprovada pela maioria dos deputados estaduais e sancionada pelo governador Elmano de Freitas (PT) em dezembro do ano passado.
Entre os pedidos feitos na Ação, a PGJ pede a suspensão imediata da lei. Para o procurador-geral de Justiça do Ceará, Haley Carvalho Filho, a legislação representa uma “nítida ofensa ao patrimônio jurídico ambiental”. Além disso, significa um “nítido retrocesso legislativo”. Segundo a Ação, não existem estudos suficientes comprovando a segurança para o meio ambiente e para a população presentes nos arredores de uma plantação submetida ao uso de agrotóxicos aplicados com essa tecnologia.
A iniciativa é resultado de uma representação do deputado estadual Renato Roseno (Psol) no Ministério Público Estadual. O parlamentar ainda articulou outra ADI, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), que também busca a suspensão da lei em questão.
Chamada pelos críticos de "chuva de veneno", essa lei alterou a chamada Lei Zé Maria do Tomé (lei 16.820/19), de autoria de Roseno, que proibia a pulverização aérea de agrotóxicos no território cearense. A medida causou polêmica quando tramitou na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). De autoria de um deputado da oposição, Felipe Mota (União Brasil), teve apoio do governador Elmano e dividiu a base do governo, com voto contrário inclusive de deputados do PT, mesmo partido do governador.