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Câmara aprova PL da Devastação com voto de seis deputados cearenses
Por Elizabeth Rebouças- JORNALISTA
Foram 267 votos a favor e 116 contrários e o PL 2159/2021, conhecido como PL da Devastação, foi aprovado pela madrugada. Agora poderá ser sancionado ou vetado pelo presidente Lula. Da bancada cearense composta por 22 deputados, apenas sete votaram “Não”, nove estavam ausentes e seis disseram “sim”.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), se posicionou contra a proposta e afirmou que os votos da base governista foram alinhados previamente com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), como informou a agência Câmara.
Com ele, do PT do Ceará, votaram conscientes para as questões do meio ambiente a deputada Luizianne Lins e José Airton. Pelo PSD, o deputado Célio Studart, pelo PDT, o deputado Leônidas Cristino, Mauro Filho e Robério Monteiro.
Estavam ausentes pelo PL, André Fernandes e Matheus Noronha; pelo PDT, André Figueiredo e, pelo União Brasil, Danilo Forte; pelo PSD, Domingos Neto; pelo Podemos, a enfermeira Ana Paula; pelo PSB, Júnior Mano; e os dois do MDB, Nelinho Freitas e Yury do Paredão.
Votaram a favor: A J Albuquerque, do PP; Dayany Bittencourt, Fernanda Pessoa e Moses Rodrigues, do União Brasil; Dr. Jaziel, PL; e Luiz Gastão do PSD .
O ex-deputado Fábio Feldmann prevê, em entrevista concedida ontem à Agência Pública, “infelizmente, a ministra Marina [Silva] está sozinha nessa briga. De certa maneira, ela foi largada para as feras.
A Casa Civil fechou os olhos para a aprovação no Senado. O acordo já está feito para votar e o Lula vai vetar, mas sabendo que o veto vai cair. Isso é um jogo de cena. Nós acabamos sendo moeda de troca nessas grandes discussões, não só no governo Lula, nos outros governos também. Os nossos temas não são reconhecidos como importantes e estratégicos como deve”.
Mais de 350 entidades, segundo o Brasil de Fato, de diferentes áreas lançaram um manifesto conjunto contra a proposta, entregue a parlamentares e integrantes do governo.
O grupo reúne movimentos populares, organizações indígenas, ambientalistas, instituições acadêmicas e sindicais, como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Observatório do Clima.
Após a aprovação, o Greenpeace Brasil emitiu uma nota reforçando que este é “o maior retrocesso ambiental dos últimos 40 anos” e pedindo ao presidente Lula o veto integral do texto.
“A aprovação do PL da Devastação demonstra que os nossos parlamentares estão mais preocupados em destruir do que aprimorar a legislação ambiental, esvaziando a capacidade do Estado de prevenir e mitigar os impactos de obras Brasil afora.
O momento é crítico, mas esperamos que parte dessa lambança feita pelo Congresso Nacional possa ser revertida na sanção presidencial. Veta tudo, Lula!”, diz Gabriela Nepomuceno, especialista em Políticas Públicas da Organização.
Entre os principais pontos, estão a criação de novas modalidades de licenças, como a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) e a Licença de Operação Corretiva (LOC), além da dispensa de licenciamento para atividades como agricultura de pequeno porte, obras emergenciais e manutenção de infraestrutura.
O Governo do Ceará ainda não divulgou um pronunciamento oficial sobre o Projeto de Lei (PL) da Devastação, que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental no Brasil, uma vez que o Ceará possui extensas áreas de mata atlântica e uma rica biodiversidade.
Esse ano, até junho de 2025, a Semace- Superintendência Estadual do Meio Ambiente, recebeu 1.531 reclamações e dessas 656 foram infrações contra a fauna, 383 Infrações relativas às licenças ou às autorizações ambientais, 251 relativas à poluição, 87 contra a Flora e 72 cometidas exclusivamente em Unidades de Conservação.
Críticos do Projeto de Lei afirmam que a LAC, por exemplo, representa um enfraquecimento dos instrumentos de controle, ao permitir que o empreendedor apenas declare que cumpre os requisitos legais, sem necessidade de análise técnica prévia. Já a LOC regulariza empreendimentos que já operam sem licença, abrindo brechas para anistia de danos ambientais.
A professora da Unifor Maria Clara Negreiros, curadora e docente da Outro Ponto, fez recentemente um alerta: é a dispensa de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório -EIA/RIMA- “Essa mudança limita a capacidade do Estado de prever e prevenir danos ambientais relevantes, comprometendo princípios básicos do direito ambiental, como o da precaução”.
(Por Elizabeth Rebouças)


Saúde na Escola

 

Foto: Igor Evangelista/MS

Ceará avança na vacinação de crianças e adolescentes com mais de 54 mil doses aplicadas nas escolas
Para ampliar a cobertura vacinal, o Ministério da Saúde destinou R$ 7,4 milhões ao Programa Saúde na Escola no estado. Neste ano, 91,8% dos municípios cearenses realizaram vacinação nas escolas.
Com mais de um milhão de doses aplicadas nas escolas de 4,1 mil municípios, o Brasil avança na cobertura vacinal de crianças e adolescentes. No Ceará, 54,5 mil foram aplicadas em 91,8% dos municípios locais. O balanço referente ao primeiro semestre de 2025, divulgado nesta quarta-feira (16) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, faz parte das ações do Programa Saúde na Escola (PSE), que promove vacinação de estudantes de até 15 anos no ambiente escolar. Pela primeira vez, a iniciativa, realizada anualmente pelos ministérios da Saúde e da Educação, registra dados com recorte das doses de vacinas aplicadas no espaço educacional, o que representa uma inovação no acompanhamento vacinal.
O Saúde na Escola teve uma adesão histórica no ciclo 2023/2024, alcançando 5.544 cidades, o que representa 99% do total no Brasil. No Ceará, todos os 184 municípios aderiram ao programa. Para fortalecer suas ações, o Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões a estados e municípios, com foco na ampliação da cobertura vacinal, redução de doenças imunopreveníveis, além de ações de combate à desinformação e conscientização. Desse total, R$ 7,4 milhões serão destinados aos municípios cearenses. A previsão é que mais de 1,4 milhão de alunos sejam contemplados pelo PSE no estado.

Lula vence todos os adversários no 1º e no 2º turno em 2026, diz nova pesquisa Quaest

 


Presidente lidera contra Tarcísio, Michelle, Eduardo e outros nomes da direita em todos os cenários simulados de primeiro e segundo turno.
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos os adversários testados em simulações de segundo turno da eleição de 2026, de acordo com a mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (17) pela Folha de S. Paulo. Mesmo nos casos de empate técnico dentro da margem de erro, como no confronto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista aparece numericamente à frente, com 41% contra 37%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de julho em 120 municípios brasileiros, com 2.004 entrevistados e margem de erro de dois pontos percentuais. O levantamento é financiado pela Genial Investimentos e tem nível de confiança de 95%.
No cenário com Tarcísio, Lula repete os 41% da rodada de maio, enquanto o governador recua de 40% para 37%. O desempenho do presidente se manteve estável, enquanto seu principal adversário perdeu força, reflexo da crise do tarifaço e da tentativa de se desvincular do bolsonarismo após as críticas ao aumento das contas de energia.
Bolsonaro encolhe e Lula amplia vantagem - Na disputa direta com Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prestes a ser preso por tentativa de golpe de Estado - Lula também cresceu: agora tem 43% das intenções de voto contra 37% do adversário. Em maio, ambos apareciam empatados com 41%.
Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Lula venceria por 43% a 36% — antes, a diferença era de apenas quatro pontos (43% a 39%). Também supera os governadores Ratinho Junior (41% a 36%) e Eduardo Leite (41% a 36%), com números similares aos observados na rodada anterior.
Outros nomes da direita testados pela Quaest também aparecem atrás do atual presidente. Contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula marca 43% contra 33%; diante de Romeu Zema (Novo), o placar é 42% a 33%; e contra Ronaldo Caiado (União Brasil), 42% a 33%. Nenhuma dessas simulações apresentou variações significativas em relação à pesquisa de maio.
Cenários de primeiro turno ainda pulverizados, mas Lula lidera todos - Nos cenários estimulados de primeiro turno, Lula lidera em todas as simulações, embora com o eleitorado ainda muito dividido. Contra Bolsonaro, o petista tem 32%, seguido pelo ex-presidente com 26%, Ciro Gomes (PDT) com 8%, Ratinho com 6%, e demais nomes com menos de 5%. Brancos, nulos e indecisos somam 23%.
Em outras simulações, Lula aparece com 30% contra Michelle (19%), ou 32% contra Tarcísio (15%) ou Eduardo Bolsonaro (15%). Ciro Gomes aparece como terceira via mais consolidada, com percentuais entre 10% e 12% conforme o cenário.
Crise com Trump fortalece discurso de Lula e enfraquece aliados de Bolsonaro - A pesquisa foi feita em meio à repercussão da medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma sobretaxa de 50% a produtos importados. O tema teve impacto direto no debate político brasileiro, com o governo Lula explorando o discurso da soberania nacional.
Segundo a Quaest, 72% dos brasileiros consideram que Trump errou ao penalizar o Brasil em razão de Bolsonaro. E 53% acham correta a resposta do presidente Lula, que promete retaliação comercial proporcional. O episódio causou recuos na base bolsonarista, como no caso de Tarcísio, que inicialmente apoiou a medida, mas depois adotou discurso mais diplomático.
Eleitores preferem que Bolsonaro apoie outro nome; rejeição à candidatura de Lula diminui - A pesquisa aponta ainda que 62% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro deveria abrir mão de disputar novamente a presidência e apoiar outro nome. Entre os mais citados, Tarcísio lidera com 15%, seguido por Michelle (13%), Ratinho (9%), Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal (8% cada). Outros nomes como Eduardo Leite, Zema e Caiado aparecem com 3% a 4%, enquanto 19% afirmam não querer nenhum desses nomes e 17% estão indecisos.
Sobre Lula, 58% dos entrevistados afirmam que ele não deveria disputar um novo mandato, mas esse número caiu em relação aos 66% que tinham essa opinião em maio. Os favoráveis à reeleição do petista subiram de 32% para 38%, o que indica leve recuperação da imagem do presidente após a defesa do pacote de justiça tributária.
Na espontânea, Lula lidera, mas maioria ainda está indecisa - Na pergunta espontânea — quando os nomes não são apresentados ao entrevistado — Lula tem 15% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 11%. O dado mais relevante, no entanto, é que 68% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar, o que revela um cenário bastante aberto a movimentações políticas nos próximos meses.

Capa do jornal OEstadoCe

 


Fortaleza encaminha contratação de Renato Paiva, o técnico que venceu PSG.

O Fortaleza encaminha a contratação do técnico Renato Paiva, demitido pelo Botafogo dez dias após vencer o Paris Saint-Germain, dois dias depois de perder nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, para o Palmeiras.
A ideia do clube é ter alguém que conheça o futebol do Brasil, para substituir Juan Pablo Vojvoda. Não precisaria ser um brasileiro ou ter qualquer outra nacionalidade.
O entendimento é que Paiva preenche os requisitos.

Cid Gomes foi ao Comitê de Imprensa da Assembleia e deitou o verbo

 

Indignado com operação da PF, Cid reafirma apoio à pré-candidatura de Júnior Mano ao Senado e o considera inocente nas denúncias sobre desvio de dinheiro de emendas

 
 

O senador Cid Gomes (PSB) voltou a defender, nesta quarta-feira (16), a pré-candidatura do deputado federal Júnior Mano ao Senado Federal, o considera inocente na operação da Polícia Federal (PF) que o aponta como envolvido em suposto desvio de dinheiro de emendas parlamentares na campanha eleitoral de 2024 e afirma que não há condenação, mas apenas investigações sem consistência.

“Não existe nem indicamento, o que existe é uma denúncia. O Júnior Mano é uma pessoa do bem. Eu não convivo 24h com ele, mas nem se vivesse, não tenho compromisso com os erros de ninguém, mas até que se prove o contrário ele é uma pessoa do bem!” afirmou Cid.

O cearense decidiu se pronunciar sobre as investigações contra Júnior Mano uma semana após a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara e em endereços nas cidades de Baixio, Nova Russas, Eusébio e Fortaleza.

Os mandados de busca e apreensão foram determinados pelo Ministro Gilmar Mendes, do STF. As investigações criaram constrangimento à cúpula nacional do PSB e abalaram a pré-candidatura de Júnior Mano ao Senado. Cid o tem, porém, como um injustiçado e afirma, com convicção, que o correligionário não tem envolvimento com fraudes.

Entre as seis razões que que o colocam na posição que está para defender Mano, Cid apontou que a origem da denúncia se deu após a então prefeita de Canindé Rosário Ximenes, denunciar Júnior Mano ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), como beneficiente das próprias emendas que encaminhava às prefeituras cearenses. Segundo ele, uma atitude de uma pessoa na eminência de uma derrota acusar outra de um escândalo.

A única coisa que a Polícia Federal tem é uma o depoimento de uma prefeita que perdeu a eleição e teve a filha envolvida num esquema de corrupção na campanha eleitoral. Na quebra de registros telefônicos do Bebeto, a única coisa que tem assoacido ao Mano é o assessor dele perguntando o horário de uma carreata e a outra é informando da porcentagem de repasse máximo que se pode passar a uma prefeitura”, exclamou o senador.

O pessebista afirmou que ficou surpreso com a operação, pois existem 29 prefeitos que seguem a liderança de Júnior Mano e que não tem um deputado com essa estimativa. ‘‘Procurem ver pela lógica, não há similar que tem prefeitos comprometidos em votar nele, e este está denunciado de receber benefícios financeiros de emendas parlamentares”.

Durante a conversa com a imprensa o Cid reafirmou que não tem desejo de disputar a vaga do Senado, e que sua missão dentro do partido e como político é um compor uma bancada estadual e federal repleta de pessebistas. ”Se o PSB tiver um lugar eu na disputa eu defendo ele [Mano], não tenho mais ambição, a única é ter um partido com bancada significativa”.

Estiveram presentes na reunião os deputados estaduais Romeu Aldigueri, Lia Gomes, Guilherme Bismarck, Tin Gomes, Salmito Filho e Sérgio Aguiar.

Presidente Lula veta aumento do número de deputados federais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei que previa o aumento do número de deputados federais de 513 para 531 a partir da próxima legislatura. Caberá o Legislativo manter ou derrubar o veto presidencial.
A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (16) e está em sintonia com o sentimento da maioria da população brasileira, que, segundo pesquisas de opinião, rejeita qualquer ampliação no número de parlamentares.
Para o Palácio do Planalto, o veto atende a um princípio de responsabilidade fiscal e política. A proposta, aprovada na Câmara e no Senado, visava redistribuir as vagas entre os estados com base nos dados atualizados do Censo Demográfico de 2022.
O Ceará, pelo projeto aprovado, ganharia uma vaga a mais na bancada federal. No entanto, a ampliação da representatividade viria acompanhada do aumento dos gastos públicos, o que gerou forte reação negativa entre eleitores e especialistas em contas públicas.
O presidente Lula avaliou que, mesmo com base técnica, o momento político e econômico não comporta a expansão da Câmara dos Deputados. A decisão de vetar o projeto fortalece a imagem do governo junto a setores que exigem austeridade e respeito ao uso do dinheiro público.

AGU diz que decisão sobre IOF representa vitória da Constituição

 


Supremo respeitou separação entre os poderes, destaca Jorge Messias
Agência Brasil - O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou, nesta quarta-feira (16), que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que validou o decreto presidencial sobre alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) representa uma vitória significativa para a Constituição.
Em nota à imprensa, Messias disse que a separação entre os poderes da República foi respeitada pelo Supremo.
“O princípio da separação de poderes resultou respeitado, com atribuições e limites claramente definidos. O STF analisou de forma abrangente a questão central, concluindo que o decreto presidencial é constitucional”, comentou.
Sobre a parte da decisão que trata da incidência do IOF em operações de risco sacado, que foi derrubada pelo ministro, o advogado-geral reconheceu que a medida é controversa. “Respeitamos o entendimento do ministro relator, por tratar-se de controvérsia nova, que efetivamente ainda suscita divergências”, completou.
No início da noite de ontem, Moraes atendeu ao pedido de liminar feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) e o PSOL e manteve o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que prevê o aumento das alíquotas do IOF. No mês passado, o decreto foi suspenso após votação no Congresso Nacional.
A decisão final do ministro foi proferida após o governo federal e o Congresso não chegarem a um acordo durante audiência de conciliação promovida ontem (15) pelo STF.

Lula fala ao país hoje em rede nacional sobre tarifaço de Trump

 


Pronunciamento desta quinta-feira (17) deve reafirmar a defesa da soberania nacional e a disposição do Brasil para a negociação com os EUA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite desta quinta-feira (17) para tratar do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros.
Segundo o jornalista Bruno Boghossian, da Folha de S.Paulo, a declaração já foi gravada e será exibida no momento em que o governo brasileiro intensifica os esforços diplomáticos para reverter ou atenuar a medida norte-americana. O aumento das tarifas, anunciado por Trump em 9 de julho, afeta diretamente setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio, siderurgia e manufaturas industriais.
A decisão de Lula de se pronunciar em rede nacional reflete a gravidade do impacto da medida sobre as exportações do país e o nível de preocupação do Palácio do Planalto com os possíveis efeitos sobre o crescimento econômico, o emprego e a balança comercial.
Desde a segunda-feira (14), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), vem conduzindo reuniões com representantes do setor produtivo para mapear os danos causados pelas tarifas adicionais e formular uma resposta unificada do setor privado brasileiro. Alckmin também participa das conversas técnicas com o Itamaraty e o Ministério da Fazenda para definir a estratégia oficial de negociação com os EUA.
Interlocutores do Planalto afirmam que o discurso de Lula deve reafirmar a soberania nacional e a disposição do Brasil para o diálogo, mas também poderá conter críticas à postura protecionista da Casa Branca sob Trump, sinalizando a intenção de buscar respaldo junto a outros países afetados pelas medidas unilaterais de Washington.
Desde o anúncio das novas tarifas, o Itamaraty tem mantido contatos diplomáticos com parceiros comerciais e com a Organização Mundial do Comércio (OMC) para avaliar instrumentos legais e multilaterais que possam ser acionados.
Nos círculos empresariais, o clima é de apreensão. Exportadores de carne bovina, suco de laranja, aço e componentes automotivos temem uma retração nas vendas e perda de competitividade em relação a países que mantiveram acesso privilegiado ao mercado norte-americano. Segundo entidades do setor, os aumentos tarifários podem provocar demissões e fechamento de plantas industriais no médio prazo.
O posicionamento firme de Lula pode ter efeitos importantes também no plano internacional. .
A transmissão ocorrerá em horário nobre e será exibida simultaneamente em todas as emissoras de rádio e TV abertas do país. Lula deve fazer um apelo à união nacional diante do desafio, reafirmando o compromisso de sua gestão com o desenvolvimento, a soberania e o progresso social.

O Poder da Mensagem