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Coluna do Macário Batista para 29 de julho de 2025
O crime brasileiro na visão portuguesa
"Desfocado da realidade". Brasil minimiza preocupações de Portugal sobre atuação do crime organizado. No Fórum de Lisboa, chefe da Polícia Federal e ministro da Justiça do Brasil falam em "casos pontuais" de ação de grupos criminosos em solo nacional, reforçando "muita integração" entre polícias.O diretor-geral da Polícia Federal (PF) do Brasil, Andrei Passos Rodrigues, minimizou preocupações com um alegado crescimento em Portugal da atuação de grupos criminosos brasileiros, como o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em resposta à imprensa durante conferência no Fórum de Lisboa , Rodrigues afirmou que existem apenas "questões muito pontuais" de ações criminosas. "Não há essa propalada, grande difusão, como se um grupo criminoso estivesse tomando de assalto qualquer país que seja. Isso, na nossa avaliação, se desfoca um pouco da realidade", declarou. O chefe da PF concordou com o ministro da Justiça brasileiro, Ricardo Lewandowski, que também já tinha respondido a jornalistas sobre a mesma questão. O ministro negou motivos para "uma preocupação sistémica". "Há colaborações episódicas entre criminosos e bandidos, não só bandidos brasileiros com bandidos portugueses, mas em todo o mundo, porque o crime hoje não é mais local, não é mais nacional, mas o crime organizado, sobretudo, é transnacional. É por isso que o Brasil tem celebrado mais e mais acordos de cooperação", citando os acordos que já existem com Portugal nesta matéria. Portugal, Brasil e Angola são "triângulo extraordinário", diz Gouveia e Melo ao lado de sucessor de Bolsonaro. Recentemente, este tema foi abordado em São Paulo no seminário internacional “Crime Organizado e Mercados Ilícitos no Brasil e na América Latina: Construindo uma Agenda de Ação”. O promotor brasileiro Lincoln Gakyia falou sobre a implantação do PCC em Portugal, relembrando dados que apontavam 87 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no país.
A frase: "Não é um problema que preocupa, porque não é um problema estrutural, são questões episódicas e nós vamos combater isso também, caso acaso". Ricardo Lewandowski.
Sobre o Fórum (Nota da foto)
A 13.ª edição do Fórum de Lisboa, evento liderado pelo ministro do Supremo (STF), Gilmar Mendes, reuniu o primeiro escalão político do Brasil. Cerca de três mil participantes movimentaram a Reitoria e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa durante três dias de evento.
CV em Portugal
O procurador-geral do estado do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, confirmou à agência Lusa que também a organização criminosa Comando Vermelho (CV) já se estabeleceu em Portugal, mas ainda num "estado embrionário".
Ruim pra todo mundo
“O Comando Vermelho está em Portugal. O que é muito ruim. É muito ruim para Portugal, é muito ruim para a nossa imagem exportar para cá o que há de pior lá”, disse Campos Moreira.
Ainda foco no Rio
Campos Moreira sublinhou, contudo, que esta presença da maior fação criminosa do Rio de Janeiro “é um movimento embrionário, algo ainda que pode ser contido”.
Esse cearense é aquele amigo da onça?
General relata ao STF desabafo de Bolsonaro sobre derrota em 2022
General contou em interrogatório que Bolsonaro desabafou após perder as eleições para Lula em 2022 e falou sobre os possíveis motivos.
O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, réu na ação penal da suposta trama golpista contra o resultado das eleições de 2022, afirmou que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em novembro de 2022 e ouviu do ex-mandatário um desabafo sobre os motivos que o levaram a ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Theophilo é interrogado no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta segunda-feira (28/7), e afirmou que esteve com Bolsonaro em uma reunião, a pedido do então comandante do Exército, Freire Gomes, para conversar com o ex-presidente. O general negou que tenha tratado de uma tentativa de golpe..
“Ele reclamou de problemas no processo eleitoral, reclamou até algumas coisas dele próprio. Ele achava que podia ter agido diferente, que poderia ter minorado a sua veemência em algumas coisas”, disse o general, que é um dos réus do núcleo 3, dos kids pretos.
O dia
O dia - Quando o sol se abrir pra terça feira, depois da noite toda de chuvas, fique esperto. Sol claro alerta bandido pra ver onde pode estar sua carteira e seu cartão com aquele negócio de aproximação nos pagamentos. Nunca será demais lembrar; barata esperta não atravessa galinheiro. Na vida, dizia o Carlos aquele Drumond de Minas ...tem uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tem uma pedra. No meio do caminho apareceu um Trump...apareceu um Trump no meio do caminho. Pedras a gente remove, o outro eles lá que removam...
A nova identidade
Até o Leão é vitima do crime
MPF denuncia organização criminosa que tentou interferir em fiscalizações da Receita Federal
Grupo ameaçou matar auditor-fiscal responsável por chefiar o setor de combate a fraudes em importações no Ceará, Maranhão e PiauíO Ministério Público Federal (MPF) denunciou seis pessoas por participarem de organização criminosa voltada à prática de fraudes em importações que, de forma articulada e violenta, impediu a atuação de auditor-fiscal da Receita Federal responsável pela fiscalização de importações nos estados do Ceará, Maranhão e Piauí. A denúncia foi apresentada à Justiça Federal no Ceará, após investigação que identificou estratégias de perseguição, ameaças e disseminação de informações falsas contra o servidor público e seus familiares.
Segundo o MPF, o grupo atuava com divisão clara de tarefas e estabilidade, com o objetivo de obter vantagens financeiras por meio de importações fraudulentas, o que incluía interposição fraudulenta de pessoas nas operações, bem com subfaturamento e até contrafação de mercadorias . As apurações indicaram que a organização adotou diferentes práticas para desestabilizar e afastar o servidor público, como obtenção e uso indevidos de dados pessoais, ameaças de morte, depósitos bancários não identificados para gerar falsa suspeita de corrupção do agente público, pressão política para mudança de lotação do servidor e divulgação de notícias falsas (“fake news”) por meio da criação e divulgação de matéria jornalista fictícia na internet.
Os crimes ocorreram entre 2023 e 2024 e tinham como alvo a Seção de Análise de Risco Aduaneiro da Alfândega de Fortaleza (CE), responsável pela fiscalização na 3ª Região Fiscal da Receita Federal, composta pelos três estados. De acordo com o procurador da República Rodrigo Telles de Souza, responsável pela denúncia, o grupo agia por meio de várias estratégias articuladas, em atuação tipicamente “mafiosa”.
Durante as investigações, a análise do celular de um dos denunciados confirmou que os depósitos fracionados em espécie na conta do auditor e a ameaça de morte feita por meio de um chip telefônico – ativado com os dados da vítima – eram partes integradas de uma mesma estratégia. As ações buscavam forjar o recebimento de propina, levantar suspeitas infundadas e comprometer a imagem do auditor perante a Receita Federal. As mensagens encontradas no celular revelaram que o grupo teria chegado à iminência de realizar um atentado contra a vida do auditor-fiscal e de seus familiares, não tendo havido autorização para prosseguimento quando os supostos executores já estariam preparados para a concretização do ato.
Pressão política – Mensagens de celular indicaram, ainda, que o grupo criminoso recorreu a apoio político para inibir a fiscalização da Receita Federal do Brasil, inclusive com a mudança de lotação do auditor-fiscal, tendo sido mencionados nesse contexto um ex-governador e ex-senador, bem como um ex-governador e atual senador, além de deputados. Um deputado federal chegou a encaminhar aos órgãos superiores da Receita uma reclamação formulada pela principal empresa do grupo contra a fiscalização de suas importações. Em depoimento, o superintendente adjunto da 3a Região Fiscal confirmou a realização de reuniões, a pedido de deputados estaduais, para tratar do mesmo assunto.
Entre os crimes apontados, estão: organização criminosa, denunciação caluniosa qualificada, lavagem de dinheiro, ameaça, perseguição qualificada, falsificação de documento particular e obstrução de investigação criminal. A denúncia, que originou o Processo nº 0814425-93.2025.4.05.8100, será analisada pela 11ª Vara Criminal da Justiça Federal no Ceará.
Articulação – No documento, o MPF afirma que o grupo se dividia em três núcleos principais. O núcleo de comando, composto pelo empresário apontado como chefe da organização, era responsável pela coordenação das fraudes em importações e pela articulação dos ataques contra o auditor. Já o núcleo de intermediação, integrado por dois despachantes aduaneiros, viabilizava a entrada de mercadorias irregulares e executava ações práticas da organização, como os depósitos suspeitos na conta do servidor público, além de outras ações diretas, como as ameaças. Por fim, o núcleo de apoio logístico oferecia suporte ao grupo, como a compra do chip de celular e a preparação e divulgação de notícias falsas.
Anterior atentado contra a vida de auditor-fiscal no Ceará – O caso desperta a atenção dos órgãos de investigação criminal por assemelhar-se a um outro anterior, ocorrido em 9 de dezembro de 2008, em Fortaleza, quando dois homens em uma moto dispararam contra o carro do auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil José de Jesus Ferreira. Ele foi atingido por cinco tiros no rosto, mas sobreviveu, embora tenha ficado com sequelas físicas e psicológicas. O atentado foi motivado pela atuação do servidor público no combate ao contrabando e descaminho, especialmente contra empresas de um iraniano, posteriormente condenado a 20 anos de prisão por encomendar o crime.
Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal no Ceará
