A Força Nacional de Segurança, órgão ligado ao Ministério da Justiça, foi chamada para reforçar o policiamento de Fortaleza no Réveillon 2012, em virtude da paralisação de policiais e bombeiros militares. O tamanho do efetivo não foi divulgado pelo Ministério, que alega razões de segurança. A imprensa apurou que 70 homens chegaram na noite de ontem e mais 130 devem chegar na segunda-feira, 2, vindos de Brasília (DF).
Além disso, a presidente Dilma Rousseff assinou na noite de ontem uma portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial, autorizando a atuação do Exército no apoio à segurança pública do Ceará.
O Comando da 10ª Região Militar marcou uma reunião para hoje de manhã, onde decidirá como o Exército entrará no reforço ao esquema de segurança de Fortaleza. O horário do encontro não foi repassado pelo setor de Relações Públicas (5ª Seção) da 10ª RM.
No 23º Batalhão de Caçadores, na avenida 13 de Maio, a informação dada ontem, no início da noite, é que a tropa militar já está a postos para a eventualidade de ser acionada. A Prefeitura de Fortaleza afirma que o número de seguranças particulares para o Réveillon não será ampliado. Serão contratados 280 homens para o aterro.
A população cearense acompanhou com apreensão o primeiro dia de paralisação dos militares. As manifestações estão concentradas na 6ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra. Segundo o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Estado do Ceará (Aprospec), capitão Wagner Sousa, três mil policiais aderiram à paralisação.
O quartel foi ocupado por volta das 19 horas da quinta-feira, 29, após decisão pela paralisação durante assembleia de militares realizada na tarde do mesmo dia. Na manhã de ontem, cerca de 80 viaturas do Ronda interditavam a rua Anário Braga, onde fica a 6ª CIA. Todas elas tiveram os pneus esvaziados pelos manifestantes. A todo o momento, novas viaturas chegavam ao local, o que sempre rendia muita comemoração dos paredistas, que gritavam: “Cid ditador, a Polícia já parou”. A estimativa do comando é de que mais de 100 viaturas estejam paradas em Fortaleza.
Os manifestantes cobriam os rostos com máscaras, capuzes e camisas, para não serem identificados. O presidente da Associação de Cabos e Soldados Militares do Ceará, Flávio Sabino, estima que quase mil militares e familiares tenham passado pela 6ª CIA. As esposas dos militares também foram ao local, prontas para impedir a saída dos PMs.