REDUÇÃO DE PREÇOS ATÔMICA



Manoel Marques
Em 1983, o governo decidiu construir a usina de Angra 3. A licitação das obras civis foi vencida pela empreiteira Andrade Gutierrez. O dinheiro, no entanto, nunca foi liberado, e a usina empacou. Em 2007, o projeto foi desengavetado. A Andrade Gutierrez refez seus cálculos, converteu os valores que estavam em cruzeiros e pediu 1,6 bilhão de reais pelo serviço. A Eletronuclear regateou para 1,4 bilhão de reais. A empreiteira ficou satisfeita, mas o TCU não. Ao analisar o contrato, o tribunal chegou à conclusão de que seria possível fazer a usina por um preço ainda mais baixo: 800 milhões de reais. Após muita conversa, e um rigoroso encontro de contas, fixou-se o preço final em 1,2 bilhão de reais. A empreiteira admitiu que havia itens caros demais, e o TCU concordou que, por se tratar de uma usina nuclear, alguns materiais tinham, de fato, preços mais altos que os da média do mercado.

ACABOU NAS MÃOS DO EXÉRCITO



Leo Cladas/Ag. Titula
A BR-163, que liga o Pará a Mato Grosso, é uma típica estrada amazônica: vira um rio de lama no inverno e um amontoado de poeira no verão. Nos anos 90, o governo contratou um grupo de empreiteiras para asfaltá-la. A obra foi paralisada por falta de recursos e só pôde ser retomada quase dez anos depois. Mas os auditores do TCU identificaram um cipoal de problemas. Haviam sido feitas tantas emendas ao contrato original que a obra ficou quatro vezes mais cara. Alguns dos serviços, como terraplenagem, apresentavam sobrepreço de 250%. Eram tantas irregularidades que o tribunal cancelou o contrato – e a obra foi repassada ao Exército. As empreiteiras que queriam ganhar mais do que deviam (Norberto Odebrecht, Estacon, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão) reclamam na Justiça por terem perdido a parada e querem uma indenização de 82 milhões de reais.

Deu na Veja que circula hoje


AUMENTO EXPONENCIAL
O metrô de Fortaleza, no Ceará, foi licitado por 357 milhões de reais. No fim das contas, deverá custar o quádruplo desse valor. O TCU luta para recuperar 133 milhões para os cofres públicos
Brasil
Desvios Subterrâneos
Há uma infinidade de canteiros de obras no Brasil de onde o dinheiro público parece simplesmente desaparecer. Graças ao Tribunal de Contas da União, porém, é possível rastrear os caminhos pelos quais esses recursos escapam

Fábio Portela

Manoel Marques

Examinada de perto, a construção do túnel que abrigará o futuro metrô de Fortaleza (foto acima) suscita dúvidas que o governo do Ceará gostaria que ficassem eternamente ocultas debaixo da terra. A principal delas diz respeito à incrível elevação que o preço da obra sofreu ao longo dos anos. O projeto começou a ser tocado em 1999. A previsão inicial era que ficasse pronto em 2002, ao custo de 357 milhões de reais. Em 2007, quando o governo federal encampou a obra, seu valor foi recalculado para 681 milhões de reais. Ainda não há trilhos assentados, e o Ceará diz que precisará de 1,4 bilhão de reais para colocar os trens para rodar. O que justifica que uma obra pública custe o quádruplo de seu valor original? No caso do metrô de Fortaleza, dois fatores explicam por que o projeto se tornou bilionário: o governo estadual autorizou que fosse feita uma série de alterações na obra em relação ao projeto original. As mudanças, não licitadas, ficaram caríssimas. Além disso, boa parte dos serviços realizados pelas empreiteiras Queiroz Galvão e Camargo Corrêa foi paga com valores muito superiores aos da média praticada pelo mercado.

Esse incrível aumento de custo só veio à luz graças ao trabalho do Tribunal de Contas da União (TCU). Depois de analisarem cada etapa do projeto cearense, os auditores chegaram à conclusão de que, numa perspectiva conservadora, ao menos 133 milhões de reais do meu, do seu, do nosso suado dinheirinho foram enterrados por lá sem nenhuma justificativa. Os indícios de irregularidades são tão fortes que o tribunal chegou a solicitar a paralisação da obra até que as empreiteiras se explicassem. Como não houve respostas convincentes, o TCU abriu uma batalha contra o governo do Ceará para que os valores sejam ressarcidos aos cofres federais.

Evitar que o dinheiro público escorra pelo ralo é a razão da existência do TCU, órgão consultivo ligado ao Congresso. O tribunal é o maior responsável por fiscalizar a aplicação dos recursos federais e informar aos parlamentares – e ao país – se as verbas estão sendo bem aplicadas. Essa missão é basilar para a democracia, pois para um leigo (o contribuinte que paga impostos) é impossível aferir se as contas apresentadas por um político ou órgão governamental fazem ou não sentido. A barafunda de contratos, planilhas e termos aditivos que compõem cada obra forma um emaranhado de números incompreensível para quem não é do ramo. Para realizar seu trabalho, o TCU conta com 2 500 técnicos, especializados em descobrir tudo o que as autoridades juram que não existe no Brasil: desvio de verbas, fraudes em licitações, superfaturamento, pagamento por serviços que nunca foram realizados... As auditorias ainda passam pelo crivo de nove ministros: três indicados pelo Senado, três pela Câmara e três pelo Palácio do Planalto. Desse último grupo, um deve pertencer ao Ministério Público e outro, ao corpo técnico do próprio tribunal.

Apesar da relevância do trabalho que realiza, o TCU esteve na berlinda em 2009. Não foram poucos os políticos que se incomodaram por ter seus contratos escrutinados. Os que mais reclamaram foram os petistas, entre eles o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "Não é justo mandar parar uma obra, mesmo quando haja algo errado, porque o custo fica muito mais caro ao país e ao povo", disse ele, em agosto. Depois dessa manifestação, o TCU passou a ser metralhado por políticos da base aliada. Ora era acusado de estar a serviço da oposição, por revelar desvios em obras do governo, ora de tentar atravancar o crescimento do país por apontar irregularidades em projetos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O bombardeio foi tamanho que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, instituiu um grupo de estudos para criar outro órgão fiscalizador "mais ágil" (leia-se, "mais dócil").

Um órgão com a missão de zelar pelo dinheiro público não pode viver sob suspeita, sobretudo em ano eleitoral – quando o resultado de suas auditorias, querendo ou não, terá influência no processo político. VEJA decidiu, então, verificar se o TCU cumpre suas funções com equilíbrio ou se, de fato, apenas tenta atrapalhar a vida do governo. A reportagem debruçou-se sobre uma lista de quinze obras – todas de orçamentos milionários – nas quais o tribunal encontrou indícios gravíssimos de desvios (veja a tabela ao longo desta reportagem). Os extensos relatórios de auditoria foram lidos linha a linha. As obras, localizadas em onze estados e no Distrito Federal, foram visitadas e seus gestores, entrevistados. Ao cabo de quatro meses de trabalho, é possível afirmar que as análises do TCU seguem critérios técnicos e estão bem fundamentadas, já que se baseiam em cifras e cruzamentos de informações que não deixam dúvidas a respeito das irregularidades. "O TCU cumpre o seu papel e não se curvará a pressões políticas que interfiram em suas atividades", diz o ministro Aroldo Cedraz, que integra o tribunal.

Se a eficácia do trabalho dos auditores do tribunal é animadora, o quadro que emergiu da análise dessas quinze obras, no que diz respeito à forma como os políticos gastam o nosso dinheiro, é aterrador. Somados, os valores dos contratos atingem 7,65 bilhões de reais. Segundo o TCU, a parcela correspondente ao sobrepreço – gastos feitos por valores superiores aos da média do mercado – chega a 1,35 bilhão de reais, ou 17,6% do total. Isso significa que, de cada 100 reais investidos pelo governo federal nesses projetos, 17 foram desviados. Qual é o destino desse dinheiro? Só há dois lugares onde procurar: no bolso (e talvez na cueca) dos políticos responsáveis pela liberação das verbas e nas contas bancárias das empreiteiras. Quando o sobrepreço é descoberto antes de a obra começar, como no caso da usina nuclear de Angra 3, é possível renegociar o contrato e evitar que o desvio ocorra. Em outros casos, como o da BR-163, que deveria ter sido asfaltada há quase vinte anos, mas continua coberta de lama, é muito difícil recuperar os recursos, pois eles já foram liberados e faturados – daí a expressão "superfaturamento".

Além do sobrepreço puro e simples, diversos outros artifícios são usados para inflar os orçamentos das obras públicas. A pedido de VEJA, os auditores do TCU detalharam os seis golpes mais comuns, que perpassam quase todos os projetos analisados:

Projeto executivo básico malfeito – O primeiro passo para fazer uma obra é analisar o terreno onde ela será erguida. Se essa etapa não é cumprida com rigor, surgem imprevistos na sua execução que forçam os custos para além do que foi licitado. Os empreiteiros, portanto, adoram projetos executivos básicos malfeitos.

Aditamento irregular – Por lei, toda obra no Brasil pode terminar custando 25% mais que o previsto, para evitar que incidentes travem os trabalhos. O que deveria ser exceção tornou-se regra. É difícil ver uma obra, por menor que seja, cujo orçamento não cresça nesse porcentual. Essa lei deveria ser revista.

Fraude na licitação – É o golpe clássico: o empresário suborna um político para vencer uma licitação. Depois, usa de brechas nos contratos para cobrar quanto quer pelo serviço, com a certeza de que a verba será liberada.

Jogo de planilha – A empresa apresenta um orçamento irreal para vencer uma concorrência. Depois de assinar o contrato, alega que os materiais oferecidos não podem ser usados "por razões técnicas" e opta por congêneres mais caros.

Medição "por química" – O governo só pode pagar às empresas pelo trecho de obra já realizado. Muitas vezes, o fiscal nem vai ao canteiro de obras, ou só dá uma passadinha, mas libera o dinheiro mesmo que nada ou pouco tenha sido executado.

Golpe do BDI – A sigla refere-se à expressão inglesa budget difference income. É um porcentual que deveria ser aplicado sobre o orçamento total de uma obra, apenas para cobrir custos de impostos e da administração central das empreiteiras. O índice, porém, costuma ser calculado de forma empírica e sempre sobe mais do que deveria.

Com tantos sorvedouros de dinheiro público, o TCU não consegue tapar todos os buracos. Sua equipe, inclusive, é insuficiente para fiscalizar os milhares de contratos firmados pela administração pública. Como é irrealizável a tarefa de esquadrinhar todas as obras, os auditores se concentram nas de maior valor. Seguem o Princípio de Pareto, postulado matemático que ensina que 20% das causas geram 80% dos efeitos. Traduzindo: de todos os contratos públicos, o TCU audita os 20% mais caros, pois eles concentram 80% dos recursos movimentados. É um grande trabalho, que precisa ser mantido e ampliado. Afinal, como ensina o caso do túnel do metrô de Fortaleza, citado no início da reportagem, quanto mais se analisam as obras públicas no Brasil, mais se percebe que a lama está por todos os lados.

Com reportagem de Leonardo Coutinho, Igor Paulin, Gabriele Jimenez, Raquel Salgado e Kalleo Coura

APOSENTADOS COMEÇAM A RECEBER BENEFÍCIOS COM AUMENTO A PARTIR DO DIA 26


Os aposentados e pensionistas do INSS começam a receber os benefícios com aumento definido pelo Governo Federal a partir do próximo dia 26 de janeiro, informou neste sábado (2) o Ministro da Previdência Social, José Pimentel, em entrevista ao programa Alerta Geral Especial, de uma rede de rádio do Ceará. Segundo o Ministro, mais de R$ 700 milhões serão liberados somente no Ceará.

PAÇO MUNICIPAL VOLTARÁ A SER SEDE DA PREFEITURA DE FORTALEZA



Por: Christina Herbster
O Paço Municipal, também conhecido como Palácio dos Bispos, no centro da capital cearense será inaugurado nesta segunda-feira (04) pela prefeitura de Fortaleza. Depois de quase dois anos de reforma, o prédio voltará abrigar a sede do poder municipal de Fortaleza. A prefeita Luizianne Lins começará a despachar no local tão logo as instalações e mudanças sejam concluídas.

A obra de reforma do Paço Municipal foi umas das promessas da prefeita durante campanha eleitoral. O Palácio do Bispo foi o primeiro bem tombado na gestão Fortaleza Bela, em 23 de novembro de 2005. A reforma preservou a fachada original, inclusive nas cores.

Além da reforma foi construído um anexo, onde funcionarão algumas assessorias diretamente ligadas ao gabinete da Prefeita. O local também ganhou elevador e foi todo adequado para os padrões de acessibilidade. Ao todo, foi acrescida, restaurada e reformada uma área de 5.529,22 m², num terreno de 27.622,07m².

Fonte: Prefeitura de Fortaleza

Briga no Juazeiro do Norte


SANTANA MANTÉM CONFISCO E REDUZ REPASSE DA CÂMARA
O prefeito Manoel Santana continua com sua política de retaliação ao presidente da Câmara de Juazeiro, Amélia Junior, por ele ter se recusado a aprovar o projeto que confiscava 10% dos salários dos servidores ocupantes de cargos comissionados, de secretários e do prefeito. O repasse do duodécimo do mês de dezembro foi realizado com uma redução de aproximadamente R$ 200 mil.
O presidente da Câmara, Amélia Junior, lamentou ao Jornal do Cariri, o corte imposto pelo prefeito. “No mesmo dia em que o Prefeito foi ao rádio de Juazeiro dizer que iria iniciar uma nova relação e apagar os erros passados, adota um comportamento que não é o melhor para a política da boa convivência entre os poderes”, ressaltou Amélia Junior.
O rompimento de Santana com o presidente Amélia Junior continua sendo negado pelo prefeito de Juazeiro, apesar de todas as evidências. Mas, contraditoriamente, em entrevista concedida a Tempo FM, Santana confirmou o confisco de 10% dos salários dos servidores comissionados da prefeitura de Juazeiro e reconheceu suas dificuldades no relacionamento com a Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte e se propôs a mudar para acabar com as brigas.
“Eu pensei que pelo fato de eu ter sido vereador ia ter uma relação, uma facilidade maior nesse contato. Tive dificuldades na relação. Amadureci mais, e acredito que nesse final de ano, eu cheguei ao momento que eu posso dizer que estabeleci um contato pessoal ou mais direto e melhor com a maior parte dos vereadores” assegurou Santana.
Sobre as desavenças com Amélia Junior e a falta de diálogo com os outros vereadores, Santana admitiu ter errado e propôs uma nova relação política com a Câmara e também com o presidente Amélia Junior. “Eu acho que a gente pode rever nossas posições. O que passou, o que aconteceu de errado, desentendimento e embate político, para mim, zera aqui. Eu vou daqui pra diante, numa nova ótica, numa nova perspectiva, conversar com todos aqueles que queiram conversar comigo. Sem rancor e sem ressentimentos com ninguém. E eu quero que essas pessoas também tenham esses desprendimento”.
Apesar dessas palavras conciliadoras, Santana reduziu os recursos da Câmara em dezembro. A assessoria do prefeito alega que esse fato não é verdadeiro, e que foi repassado o valor estabelecido dentro do Orçamento Municipal.

Do site www.cearaagora.com.br

Zé Pimentel anuncia no rádio...

PIMENTEL ANUNCIA MUNICÍPIOS QUE RECEBERÃO AGÊNCIAS DO INSS EM 2010
Por: Luciano Augusto


O ministro da Previdência Social, José Pimentel, falou neste sábado (2) no jornal Alerta Geral sobre o trabalho de instalação de novas agências do INSS em cidades cearenses com menos de 20 mil habitantes. Segundo o Ministro, já estão em processo de licitação as novas agências de Cruz, Bela Cruz, Coreaú, Ipu, Aurora, Jardim, Missão Velha, Milagres, Mauriti, Lavras da Mangabeira, Cedro , Paracuru, Paraipaba, Aracoiaba, entre outras.