Datafolha/O POVO – No Ceará, Dilma tem 65% e Serra, 15%

“Os escândalos recentes envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, parecem não ter respingado na imagem de sua antecessora no cargo, a presidenciável Dilma Rousseff (PT), perante o eleitorado cearense. A quarta pesquisa O POVO/Datafolha sobre a corrida eleitoral ao Planalto mostra a petista com 65% das intenções de voto na consulta estimulada, mesmo percentual de duas semanas atrás. Em segundo lugar, José Serra (PSDB) oscilou dois pontos para mais, chegando a 15%. Marina Silva (PV) vem em seguida, com os mesmos 8% de antes.
Apesar da pouca oscilação, Serra melhorou seu desempenho entre alguns segmentos, como entre os eleitores de 45 a 59 anos (de 14% para 25%), com ensino superior completo (de 16% para 24%) e de maior poder aquisitivo (de 19% para 24%). No interior, ele foi de 12% para 16%.
Plínio de Arruda Sampaio (Psol), Levi Fidelix (PRTB) e Ivan Pinheiro (PCB) foram citados, mas não atingiram 1%. José Maria Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO) e José Maria (PSTU) não foram citados. Nulos e brancos somam 3%. Os indecisos passaram de 12% a 9%.
Na espontânea, quando os entrevistados não têm acesso ao nome dos candidatos, Dilma aparece com 52%, um ponto a mais do que antes. Serra vai de 9% para 12% e Marina, de 5% para 6%. Já em caso de segundo turno entre Dilma e Serra, ela teria 71%, mesmo percentual anterior. Serra oscilou de 19% a 22%. Brancos e nulos passaram de 4% a 3% e os indecisos, de 7% a 4%.
A margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos. Foram entrevistados 985 eleitores de 44 municípios nos dias 23 e 24. A pesquisa foi registrada no TRE (nº 57467/10) e no TSE ( 32025/10).”
(O POVO)

Datafolha não descarta eleição presidencial em 2º turno

“A seis dias da eleição, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, já não tem mais garantida a vitória em primeiro turno, revela nova pesquisa Datafolha realizada ontem em todo o país.
Segundo o levantamento, Dilma agora perde votos ou oscila negativamente em todos os estratos da população.
Nos últimos cinco dias, Dilma perdeu três pontos percentuais entre os votos válidos que decidirão o pleito. Ela recuou de 54% para 51% – e precisa de 50% mais um voto para ser eleita.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Dilma pode ter 49% dos votos válidos. Ou 53%, o que a levaria ao Planalto sem passar por um segundo turno eleitoral.
Ainda considerando os votos válidos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, apenas oscilou positivamente, de 31% para 32%.
Marina Silva, do PV, também oscilou positivamente dentro da margem de erro. Passou para 16%, ante os 14% que tinha na última pesquisa, realizada entre os dias 21 e 22 de setembro.
Houve queda ou oscilação negativa para a candidata escolhida pelo presidente Lula para sucedê-lo em todos os estratos da população, nos cortes por sexo, região, renda, escolaridade e idade.
Uma das maiores baixas (queda de 5% nas intenções de voto) se deu entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (entre R$ 1.020,00 e R$ 2.550,00). Cerca de 33% da população brasileira se encaixa nessa faixa de renda.
Dilma vem perdendo votos desde a segunda semana de setembro. Foi quando o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil levou ao pedido de demissão de sua ex-principal assessora, Erenice Guerra.
De lá para cá, o total das intenções de voto em Dilma caiu de 51% para 46%. Já a soma de seus adversários subiu de 39% para 44%.
Considerando somente os votos válidos, a diferença entre Dilma e os demais candidatos despencou de 14 pontos há duas semanas para dois pontos agora.
A pesquisa mostra também que houve forte “desembarque” da candidatura Dilma entre as mulheres (queda de 47% para 42%) e entre os eleitores mais escolarizados, com curso superior.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a vantagem da petista também caiu. No levantamento anterior, Dilma tinha 55% das intenções de voto. Agora, tem 52%. Serra, que antes tinha 38%, agora tem 39%.”
(Folha.com)

Disputa embolada para o Senado

Datafolha/O POVO –

“A poucos dias da definição, a disputa pelas duas vagas no Senado pelo Ceará fica cada vez mais embolada. Tasso Jereissati (PSDB) oscilou quatro pontos percentuais e agora aparece com 44% na pesquisa O POVO/Datafolha. Há duas semanas, tinha 48%. Eunício Oliveira (PMDB) cresceu sete pontos e, com 41%, está tecnicamente empatado com o tucano. É a primeira vez na qual Tasso não lidera de forma isolada, em quatro rodadas de pesquisa O POVO/Datafolha. A coisa fica ainda mais embolada porque José Pimentel (PT) subiu cinco pontos e, com 36%, está tecnicamente empatado com Eunício.
Considerando a variação máxima da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Tasso pode ter entre 41% e 47% das intenções de voto. Eunício pode ter entre um máximo de 44% e um mínimo de 38%. E Pimentel pode ter de 33% a 39%. Por essa razão, a situação de Eunício é de empate técnico tanto com Tasso, levando em conta a possibilidade de variação para mais da margem de erro, quanto com Pimentel, na hipótese de variação negativa.
Alexandre Pereira (PPS), que nas duas últimas pesquisas aparecia com 2%, agora chegou a 4% das intenções de voto. Com 2% estão Tarcísio Leitão, Marilene Torres (Psol) e Raquel Dias (PSTU). Benedito Oliveira (PCB), Reginaldo (PSTU) e Polô (PV) têm 1%, cada.
O percentual dos que declararam voto em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos para as duas vagas de senador é de 3%. Para uma das vagas, são 7% os que pretendem anular o voto, votar em branco ou dizem não votar em nenhum.
O índice de indefinição ainda é significativo: 35% dos eleitores pesquisados não sabem em quem votar para uma das vagas. Para as duas vagas, são 22% de votos indefinidos. A pesquisa é a primeira realizada após o início da veiculação da propaganda na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Cid Gomes (PSB) aparecem ao lado de Eunício e Pimentel pedindo voto para os dois candidatos.
Votos válidos
Como são dois votos para o Senado, a soma dos percentuais totaliza 200%. Nesta pesquisa, porém, pela primeira vez, o Datafolha divulgou também os percentuais de votos válidos. Este é o critério que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adota na apuração dos resultados. A base de cálculo, assim, deixa de ser o total de eleitores e passa a ser o total de votos.
Brancos, nulos e indecisos são excluídos e, nesse caso, a soma dos votos dos candidatos totaliza 100%. Nesse cálculo, não há mudança nas tendências, mas altera-se o percentual obtido pelos candidatos. Por isso, os índices de intenções de voto são inferiores aos registrados quando se considera o total de eleitores.
Nessa forma de cálculo, Tasso tem 33% das intenções de voto. Eunício fica com 31% e Pimentel, 27%. Na hipótese de variação máxima da margem de erro, há tríplice empate técnico. Alexandre Pereira tem 3%. Os demais candidatos todos figuram com 1%, cada.
MetodologiaA pesquisa foi feita entre os dias 23 e 24 de setembro e ouviu 985 eleitores de 44 municípios cearenses. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O número de registro no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) é 57467/2010. No Tribunal Superior Eleitoral, a pesquisa está registrada com o número 32025/2010.”
(O POVO)

Marina acredita que vai para o 2º turno

A candidata do PV à Presidência da República Marina Silva, em caminhada em um importante centro comercial de Guarulhos, na Grande São Paulo, reiterou a confiança na sua participação no segundo turno das eleições e destacou que ela não pode mais ser ignorada por seus adversários. “Tentaram [outros candidatos] me ignorar, mas agora não dá mais. A onda verde não para de crescer.”

A candidata disse que outros candidatos já acreditam que ela pode ir para um segundo turno por causa da polarização. “A melhor forma de denunciar que a população está do meu lado é vindo para a polarização comigo. Toda vez que eles [os candidatos] vêm para polarização comigo, eles estão assinando embaixo: a Marina está à beira de ir para um segundo turno graças à mobilização da sociedade.”

Dilma Rousseff em Ouro Preto
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, minimizou, durante visita a Ouro Preto (MG), as declarações da vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau ao jornal Folha de S. Paulo, que disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora. É por isso que, como dizem no manifesto, ele misturou o homem de partido com o presidente”.
“Entendo não como uma crítica do cargo, mas como a crítica de uma cidadã. Como cidadã, ela tem direito de falar o que pensa, mas isso não pode ser visto como pronunciamento do cargo, pois caso contrário, ela estaria incorrendo também em um posicionamento não muito correto. Vejo com muita tranquilidade”, disse Dilma Rousseff. Questionada sobre o crescimento da candidata do PV, Marina Silva, nas pesquisas de intenção de voto, Dilma disse preferir aguardar o resultado da eleição. “Quem sabe a gente não aguarda o dia 3 de outubro para ver o que vai ocorrer de fato nas eleições”, afirmou.

SERRA: ESTELIONATO ELEITORAL
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou que a proibição, imposta pela Justiça Eleitoral do Tocantins a veículos de imprensa, de divulgar informações que relacionem o governador do estado, Carlos Gaguim, candidato à reeleição pelo PMDB, a um suposto esquema de fraudes em licitações investigado pelo Ministério Público de São Paulo, esconde um “estelionato eleitoral de esquema político do PT”.

Gaguim é apoiado pelo PT no Tocantins, e a decisão do desembargador Liberato Póvoa, do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-TO), atendeu ação proposta pela coligação do governador. Ele argumentou que adversários estavam usando reportagem da TV Anhanguera, afiliada da TV Globo, a respeito da investigação, para atacá-lo durante a campanha eleitoral. Na tarde de ontem, por volta das 16h, o desembargador derrubou a proibição.

Serra classificou a primeira decisão judicial como “aberração completa”. “Na semana da eleição, um escândalo daquele tamanho, de roubalheira de dinheiro público, e eles conseguem que seja proibido divulgar o que está acontecendo. Isso é um estelionato eleitoral e de um esquema político do PT, porque se trata da candidatura do PT no estado do Tocantins”, afirmou.

OPINIÃO

Tiririca
Nem mesmo o próprio Tiririca pensou que fosse fazer tanto sucesso ao se candidatar a uma vaga para deputado federal pelo Estado de São Paulo.

A imprensa tem sido impiedosa com Tiririca, considerando-o um candidato palhaço ou um palhaço candidato. O deboche de Tiririca conseguiu alçá-lo à condição de candidato já tido por eleito no maior Estado do País, onde existe o maior colégio eleitoral.

Candidatos como Tiririca só fazem sucesso porque, no Brasil, política e políticos não são levados a sério, salvo algumas exceções. Basta lembrar que horário eleitoral é momento para rir das tantas bobagens e caretas que aparecem, jamais para ouvir propostas, muitas das quais absurdas, que beiram ao ridículo, onde candidatos propõem o que jamais poderão cumprir.

A exemplo de Tiririca, quantos candidatos não sabem o que faz – ou é para fazer – um deputado estadual, um deputado federal ou um senador?
Tiririca nada mais é do que a expressão nacional daquilo que passou a representar a política para o povo brasileiro, onde os representantes eleitos pelo povo – na grande maioria – são vistos com desconfiança; onde princípios morais e éticos são diuturnamente abalados por escândalos de desvios de verbas públicas, dinheiro na cueca, mensalões, fraudes em licitações e uma gama de mazelas que acompanhamos pela imprensa.
Tiririca vem sendo apontado como uma aberração política, uma afronta aos princípios democráticos e republicanos, um desrespeito ao eleitor, uma brincadeira de mau gosto com o sistema eleitoral. Porém, tudo isso vem acontecendo há um longo tempo e nós brasileiros temos sido as grandes vítimas desse sistema político desvirtuado, cujos interesses particulares parecem sempre prevalecer diante dos interesses públicos.

Quantos candidatos “tiriricas” estão disputando o pleito eleitoral? Quantos de nós seremos eleitores “tiriricas”?
Melhor seria se não tivéssemos candidatos como Tiririca. Entretanto, se existe algo errado no sistema eleitoral e na política do País, certamente não se pode atribuir ao Tiririca.
Afinal, a culpa é de quem?

Grecianny Cordeiro - Promotora de Justiça

Ausência municia candidatos em debate contra Cid Gomes na TV União



Por Bruno Pontes
Da Redação do Jornal O Estado

Embora tenha confirmado presença, o governador Cid Gomes (PSB) não compareceu ao debate promovido ontem pela TV União com os candidatos ao Palácio Iracema, alegando choque de agenda. Foi munição extra para os ataques de Lúcio Alcântara (PR), Marcos Cals (PSDB) e Soraya Tupinambá (PSol).

Já no primeiro bloco do debate, Soraya afirmou que “a ausência do governador reflete essa coisa que começa a ser percebida”, em alusão à denúncia veiculada pela revista Veja, sob o título “Integração Cearense”, segundo a qual os irmãos Cid e Ciro Gomes (PSB) teriam comandado um esquema de desvio de verbas de prefeituras cearenses em parceria com o empresário Raimundo Morais Filho. Conforme a publicação, o montante desviado, estimado em R$ 300 milhões, teria sido usado nas campanhas dos Gomes.

Lúcio Alcântara (PR) acusou Cid de não ter argumentos para se defender da acusação e pediu aos eleitores que levem a disputa para o segundo turno. “Faço um apelo à população. É até melhor para o governador, que vai ter mais tempo de se esclarecer”, disse o republicano, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto. A declaração foi feita durante réplica a uma pergunta da candidata do PSol, que ouviu de Lúcio um empenho de ajuda. “Vou revelar uma coisa, Soraya: se você for para o segundo turno [com Cid], eu te apoio”.

Sorteado para ir à tribuna em seguida, Marcos Cals capitalizou a fala e, dirigindo-se a Lúcio, o deixou informado: “Eu também aceito o seu apoio no segundo turno”. O tucano destacou a decisão do juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, Luiz Roberto Oliveira Duarte, liberando o uso em sua propaganda da reportagem da Veja e citou a pesquisa Datafolha/O Povo, divulgada horas antes do debate, que aponta diminuição da vantagem de Cid. O governador obteve 52%, à frente de Lúcio, com 20%, e do tucano, com 10%. “O governador caiu seis pontos”, frisou Marcos. “O povo está indignado. Temos a obrigação de mostrar os equívocos. O povo precisa saber. Não são 30 mil, são 300 milhões de reais”.

“DESRESPEITO” E “DETERIORAÇÃO”
As críticas a Cid Gomes prosseguiram após o debate, quando os candidatos falaram com os jornalistas. “Lamentavelmente, o governador não veio, certamente porque não teria respostas para os escândalos que a imprensa revela”, declarou Lúcio, exortando novamente a população a prorrogar a campanha. “As pesquisas mostram uma queda acentuada do governador. Faço um apelo ao eleitor: no segundo turno, as condições de disputa são mais equilibradas”.

Marcos seguiu linha semelhante. “A ausência é um desrespeito ao povo cearense”, disse o tucano. “Cid caiu nas pesquisas, especialmente em Fortaleza e na Região Metropolitana. Isso vai se alastrar pelo interior do Estado e iremos para o segundo turno”.

Para Soraya, “a ausência é uma deterioração clara da imagem de Cid, não só por causa dos escândalos, mas também por causa das políticas”. A candidata do PS afirmou ainda que tem se espantado com a quantidade de pessoas comprando e vendendo votos Ceará adentro. “São campanhas milionárias, prefeitos comprados pela máquina administrativa”, lamentou. Soraya, Francisco Gonzaga (PSTU) e Maria da Natividade (PCB) aproveitaram o debate para anunciar um ato a ser realizado a partir das 16h de hoje, na Praça do Ferreira, em protesto contra “as campanhas milionárias, a corrupção e a falta de democracia nas eleições burguesas”.

Comércio Preço do voto em Tauá

A “troca” do voto por dentaduras ou pares de óculos é uma prática que faz parte da cultura nordestina desde a época dos currais eleitorais, dos coronéis e das grandes oligarquias. Atitude que, pelo grau de miséria que sempre assolou os habitantes do grande sertão nordestino, contou com o beneplácito da sociedade. Educação cívica, a conscientização da importância do voto e o que este representa para a sociedade, seja ela distrital, municipal, estadual ou nacional, prescede a educação formal, a alfabetização, a alimentação, o trabalho e a saúde para todos os governados. Do homem do campo, que convive diariamente com a fome e a sede estampada nos olhos dos seus filhos, dos munícipes, que morrem baleados nos comércios de sua cidade porque sua cidade não tem viatura policial nem contigente policial armado e preparado, se costuma exigir conscientização política. Campanhas publicitárias caríssimas são feitas alertando-os do perigo de “venderem seus votos”. Qual é o crime? Matá-los de sede por falta de caminhão pipa, como ocorre em Antonina do Norte? Ou matar sua sede negociando o único bem que os governantes precisam de forma igualmente vital?

sobrevivência
No município de Tauá, localizado na macrorregião do Inhamuns, onde o drama da seca verde dizimou rebanhos, consumiu as forças do homem e inviabilizou até a agricultura de subsistência, a campanha eleitoral tem mostrado o lado mais cru do ser humano na luta pela sobrevivência. As discussões nos “bate-papos” que surgem nos bares, nos restaurantes, na praça principal, nas rodas no final de tarde na beira da calçada, têm como epicentro a venda de votos e principalmente a venda do apoio e espaço público a determinado candidato. O debate sobre política ideológica, que sempre movimentou os homens intelectuais ou iletrados, cosmopolitas ou interioranos cedeu espaço para a discussão da tabela de preços. Participar de carreatas rende para cada eleitor que estiver no carro até R$ 40,00; colocar fotos de candidatos nos muros de suas residências ou comércios está tabelado em R$ 200,00. Se for para retirar o cartaz de um candidato e colocar outro, o preço sobe.

O negócio está tão rentável que os adeptos desta prática estão pedindo a Deus para que a campanha se prolongue até o segundo turno. O sentimento de ceticismo e indignação com a classe política, que esquece suas promessas verbalizadas com tanta veemência, justifica este comércio conforme a afirmação de um eleitor, que teve sua identidade preservada por medo de sofrer represálias por parte da Justiça Eleitoral: “O que vemos é muita corrupção e roubalheira.

Esta decisão de estarmos negociando o apoio a um ou outro candidato é uma forma de expressar a nossa indignação. Nós é que sofremos, não os políticos. Em minha casa, são dez votos e ninguém irá votar de graça. Ou negociamos ou então iremos anular os votos. Depois que são eleitos com os nossos votos, vão embora. De quatro em quatro anos, é que eles vêm aparecer aqui em Tauá. Só se lembram do eleitor neste tempo de campanha, aí todo mundo é bom, por isto é que temos mesmo é que negociar os votos”. (Amaury Alencar, com participação de Mimosa Pessoa, especial para O Estado).