De Macário Batista (Enviado Especial aos Estados Unidos) com Agências
Fui a vários lugares aqui em Washignton
durante todo o dia de ontem. Buscava opinião pessoal, do povo. Encontrei
na juventude, principalmente da Universiade de Georgetawn, alguns
poucos alunos discutindo porque votar ou não votar. Achei maioria pro
Obama entre os jovens. ENcontrei cinco carros com pequenos adesivos de
Obama e um com adesivo de Mitt Romney. O Presidente se reelegeria se
houvesse só Washington. Mas a coisa tá empatada.
Os candidatos democrata e republicano chegam neste domingo (4), a dois dias das eleições presidenciais dos EUA,
empatados nas pesquisas.
São muitos os temas que podem levar os eleitores do país a escolher por
um dos lados. Abaixo estão as principais posições do presidente Barack
Obama e de seu adversário republicano Mitt Romney sobre importantes
assuntos antes das eleições de terça (6).
Eleitores assistem pela televisão em Los Angeles, Califórnia, ao debate entre Romney e Obama em 22 de outubro (Foto: AFP)
Política doméstica
Economia
Romney afirma que Obama falhou em reativar a economia americana desde o
início da crise financeira, e promete ser um "agente da mudança" para
restaurar a saúde econômica do país. Quer criar milhares de empregos ao
promover o crescimento através de impostos mais baixos, mercados abertos
e exploração de gás e petróleo americanos. Ele propôs cortar as
alíquotas do imposto de renda em 20%, eliminar taxas sobre rendimentos
de investimentos e reduzir os impostos sobre as empresas.
Obama defendeu seus esforços para reativar a economia americana,
ressaltando seu resgate da indústria automobilística. Prometeu reduzir o
déficit americano em 4 trilhões ao longo de dez anos e implementar o
chamado '"Buffett rule", aplicando um imposto mínimo de 30% sobre
indivíduos que ganhem mais de 1 milhão de dólares por ano. Ele também
quer criar um milhão de empregos na indústria até 2016.
Aborto e Contracepção
Romney se opõe à "Roe v. Wade", decisão de 1973 tomada pela Suprema
Corte americana que defende o direito da mulher ao aborto. Ele apoia uma
proibição do aborto, exceto em casos de estupro, incesto ou risco para a
vida ou a saúde da mãe. Quer acabar com os subsídios federais para
centros de planejamento familiar. Romney também criticou a reforma do
sistema de saúde promovida por Obama, já que isso obrigou os
empregadores, incluindo instituições religiosas, a cobrir os custos de
contracepção para seus empregados.
Barack Obama, que apoia o acesso ao aborto, acredita que "as escolhas
de uma mulher quanto a sua saúde são decisões pessoais, são tomadas de
uma forma melhor com seu médico - sem a interferência de políticos".
Direitos dos Gays
Romney se opõe ao casamento e à união civil entre pessoas do mesmo
sexo, e apoia uma emenda constitucional que define o casamento como uma
união entre um homem e uma mulher. Ele se opôs à revogação do "Don't
ask, don't tell", que proibia gays servindo nas Forças Armadas de
anunciar publicamente sua opção sexual, mas anunciou que não vai tentar
retomar esta política.
Obama - que se opôs ao "Don't ask, don't tell" - foi o primeiro
presidente americano a apoiar os direitos dos homossexuais ao casamento.
Ele disse que isso é uma crença pessoal, mas afirmou que a decisão de
legalizar o casamento gay seria uma decisão deixada para cada estado
separadamente.
Imigração
Romney afirmou que espera que imigrantes ilegais se "autodeportem" dos
Estados Unidos se as condições de trabalho e de habitação se tornarem
suficientemente inóspitas para eles. Ele criticou a legislação congelada
há muito tempo no Congresso que concederia direitos a alguns imigrantes
ilegais. Também acusou Obama de não fazer o suficiente para frear a
onda de imigrantes ilegais que se dirigem aos Estados Unidos.
Obama é um simpatizante da legislação "Dream act", atualmente
paralisada no Congresso, que propõe suspender a deportação de filhos de
imigrantes ilegais. Em junho, ele anunciou medidas que colocam em vigor
muitas das propostas da legislação, garantindo a jovens imigrantes
ilegais vistos de residência e trabalho desde que eles se enquadrem em
certas condições, incluindo não ter registro criminal.
Controle de Armas
Romney interpreta estritamente a Segunda Emenda da Constituição
Americana, que consagra aos americanos o direito de portar armas. Ele se
opõe a qualquer nova legislação federal que restrinja a compra de armas
de fogo, e recebeu o aval da Associação Nacional do Rifle, o poderoso
lobby de direitos de armas.
Obama se comprometeu a respeitar a Segunda Emenda, mas apoia reforçar
as verificações de antecedentes dos compradores de armas. Ele espera
aumentar as restrições sobre a venda ao público em geral do tipo de
armas automáticas que foram utilizadas na maioria dos tiroteios em massa
mais mortais nos Estados Unidos. Liberais dizem que ele não fez o
suficiente nesta questão.
Legalização de Drogas
Romney se opõe à legalização da maconha por razões médicas federais, o que ocorreu em diversos estados, incluindo a Califórnia.
Obama, assim como seu rival republicano, é contra a descriminalização
da maconha. O presidente ordenou que as agências federais não
intervenham contra os dispensários que utilizam maconha para fins
médicos, mas os gerentes se queixaram desde então de uma nova repressão.
O republicano Mitt Romney e o democrata Barack Obama cumprimentam-se antes do debate na Flórida (Foto: AP)
Polítca externa
Iraque
Romney, em um importante discurso sobre política externa durante a
campanha, criticou Obama por falhar em garantir um acordo com o Iraque
para uma presença residual das tropas americanas após a retirada das
forças do país, no ano passado.
Obama, que prometeu durante a campanha em 2008, acabar com a Guerra do
Iraque, apresentou a retirada das tropas como uma vitória de política
externa que pôs fim "às políticas fracassadas do passado".
Irã
Romney exige sanções mais duras contra o Irã por seu programa nuclear,
dizendo que, sob o governo de Obama, Teerã chegou mais perto do que
nunca de conseguir produzir uma arma nuclear.
Obama insiste que as sanções impostas pela comunidade internacional
contra o Irã para retardar sua busca por uma bomba nuclear foram as mais
rígidas possíveis, e devem receber tempo suficiente para surtir efeito
antes de recorrer à força militar. Mas ele também prometeu que o Irã não
terá êxito em obter uma arma nuclear durante sua gestão.
Rússia
Romney afirmou no início deste ano que a Rússia é "a inimiga número um"
dos Estados Unidos, e prometeu mostrar mais "determinação" que Obama em
suas relações com o presidente russo, Vladimir Putin.
Obama zombou das ideias de Romney, chamando-as antiquadas. "Governador,
quando se trata de nossa política externa, você parece querer importar
as políticas externas dos anos 1980, assim como as políticas sociais dos
anos 1950 e as políticas econômicas da década de 1920", disse em um
debate no mês passado.
China
Romney prometeu pressionar mais a China em questões de comércio e
moeda, e apontar Pequim como um manipulador de moeda a partir do
primeiro dia de sua presidência - uma ação que permitiria aos Estados
Unidos impor uma dura retaliação sobre bens chineses, o que levou alguns
analistas a alertar sobre uma possível guerra comercial.
A administração Obama se absteve de tal movimento, afirmando que isso
poderia provocar desnecessariamente tensões entre as duas principais
economias mundiais. Assessores de Obama afirmam que o presidente espera
que a China e os Estados Unidos se desenvolvam como "parceiros, e não
inimigos".
Israel
Romney acusa Obama de negligenciar Israel e de realizar uma
administração ruim nas relações com o aliado mais próximo dos Estados
Unidos, e afirmou que os recentes conflitos no Oriente Médio e no Norte
da África - incluindo a violência na Síria e o ataque a um consulado dos
Estados Unidos na Líbia - são a prova de que a política de Obama na
região está "se desmantelando diante de nossos olhos".
Obama insiste que tratou Israel como "um verdadeiro amigo. Ele é o
nosso maior aliado na região. E, se Israel for atacado, a América vai
ficar com Israel. Deixei isso claro ao longo da minha presidência". No
restante da região, ele se gabou dos êxitos dos Estados Unidos durante
seu governo, ao colocar extremistas islâmicos sob pressão, embora uma
vigilância contínua seja necessária.
Afeganistão
Em um debate no mês passado sobre política externa, Romney apoiou a
decisão de Obama de se retirar do Afeganistão em 2014, expressou apoio
aos ataques de drones dos Estados Unidos contra alvos terroristas e o
felicitou por caçar e matar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no
vizinho Paquistão. Mas criticou Obama por anunciar o prazo de 2014 para
retirar as tropas americanas do país, afirmando que forneceu muitas
informações para o inimigo.
Obama, ciente de que os americanos estão cansados da guerra após uma
década no Afeganistão, foi firme em sua decisão de retirar as tropas
americanas em 2014. Ele diz que a morte de Bin Laden - um dos triunfos
da política externa de sua presidência - é um símbolo que ele é um líder
firme e focado para lidar com o extremismo islâmico.