Dinamite pura

- Charge do Paixão, via ‘Gazeta do Povo

Trovoada

Hoje em dia é tão raro algo que preste que até trovão vira notícia boa. Está  trovejando bonito e alto nos cafundós de Fortaleza.

Olhando as manchetes...

...o boi não está dançando direito.

Manchetes deste domingo

- Globo: Governo pode aumentar impostos para compensar novos benefícios
- Folha: Dilma não venceria no 1º turno; Marina e Barbosa sobem
- Estadão: Líderes aliados divergem de ideias de Dilma para reforma
- Correio: Como é viver em um país de inflação alta
- Estado de Minas: Valeu a pena?
- Jornal do Commercio: Duelo para gigantes
- Zero Hora: Grêmio surpreende e demite Luxemburgo
- Veja: Então é no grito?
- Época: Cadê a Estadista?
- IstoÉ: E o poder se mexeu
- IstoÉ Dinheiro: Embraer volta às alturas
- CartaCapital: O Brasil entre a fagulha e a fumaça

Deu na Monica

Consulta de Dilma a FHC deixa PMDB enciumado
  Calou fundo no PMDB a iniciativa de Dilma Rousseff de enviar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para uma conversa com Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente foi consultado com antecedência sobre o plebiscito, o que evidenciou ainda mais o desprezo com que Dilma tratou o peemedebista e vice-presidente da República Michel Temer
Um senador do PMDB pergunta, de forma irônica, quantos parlamentares do Congresso são hoje influenciados por FHC. E também quantos movimentos sociais seguem a liderança dele. (Mônica Bergamo – Folha de S. Paulo)

Os sociólogos sabem das coisas. O povão já sabia e foi pra casa.

'Revolução sem rumo pode dar em nada, o que seria frustrante', afirma sociólogo

As manifestações deste mês serviram para "desmascarar" o PT como o partido das transformações, mas a ausência de direção pode impedir que os protestos tenham um legado duradouro.
A avaliação é do sociólogo Francisco de Oliveira, 80, professor emérito da USP, que se tornou um crítico ácido do PT após romper com o partido, logo no começo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Fabio Braga/Folhapress
O sociólogo Francisco de Oliveira, 79, faz uma analise dos atuais protestos pelo país e dos movimentos sociais
O sociólogo Francisco de Oliveira, 79, faz uma analise dos atuais protestos pelo país e dos movimentos sociais
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Folha - Qual é a sua avaliação dos protestos?
Francisco de Oliveira - Estou surpreso por duas razões. Em primeiro, o povão em geral demonstrou uma capacidade e uma iniciativa que ninguém acreditava, nem nós. Isso é promissor do ponto de vista brasileiro. A contradição é que os objetivos são muito difusos e, portanto, difíceis de alcançar. Ninguém sabe quem manda.
Nunca houve nada parecido pela amplitude no país. É uma experiência realmente nova na política de massas do Brasil, realmente nova. Todo mundo se pergunta no que isso vai dar. Os otimistas diriam: "Vai dar numa revolução". Mas é difícil. Uma revolução, nos casos conhecidos, sempre teve direção. Essa não parece ter. Então pode dar em nada, o que seria muito frustrante.
O que mais há de inédito?
A gente vai descobrir que tem liderança, mas, para o que está ocorrendo, não faz nenhuma diferença. Está fora completamente das instituições que deviam fazer a mediação da política. Os políticos e os partidos estão completamente fora, o que é um fator muito inédito no Brasil.
O que já se sentia é que os partidos não são mais interlocutores. Se disso pensarmos que está surgindo uma nova forma de interlocução política, é uma percepção otimista.
São as primeiras grandes manifestações das quais o PT não participa desde que foi criado. O que aconteceu?
Uma interpretação provisória e hesitante é que isso faz parte desse ciclo que se abriu de muita euforia. Parecia que estava tudo resolvido no Brasil. O PT e o Lula têm parte nessa história. A gente sabe como é: eles mandaram os bancos estatais soltarem o dinheiro, e veio esse festival de consumo que não está à altura da renda dos brasileiros. Eles criam uma euforia falsa, isso não se aguenta. Euforia de consumo financiada por bancos tem perna curta.
O PT incentivou a euforia. Meses atrás, estava todo mundo feliz no Brasil. Mas essa história de enorme transferência de classe é balela, sociologicamente não se sustenta que houve deslocamento de renda proporcionando euforia de consumo.
É o contrário: os bancos oficiais largaram dinheiro. Todo dia a gerente do Banco do Brasil me liga. Uma senhora chamada Simone liga pra minha casa e pergunta: "Professor, quando o senhor vai efetivar o empréstimo?". Parece exagero, mas é todo dia.
Qual é o objetivo disso tudo? Ninguém sabe. Reformar o sistema político de uma vez só é coisa de Lênin. Esse sonho, a gente viu no que deu. Mas nada a ver com Maio de 68, que visava montar outro poder e foi mais consistente que o movimento brasileiro.
As manifestações estavam represadas pelo governo do PT?
A manifestação desmascarou o PT. Não é mais o partido das transformações. É o partido que, até pouco tempo, tinha deslocado os tucanos da Prefeitura de São Paulo e agora está sendo enxovalhado.
Tomara que seja promissor, de uma nova percepção de como a política atua. Mas, sendo pessimista, a experiência histórica mostra que uma coisa sem objetivo não se mantém por muito tempo.
O PT perdeu o contato com os movimentos sociais?
Isso está perdido. O PT vem se burocratizando, não no sentido pejorativo, mas para alcançar determinados objetivos. Ao organizar, necessariamente se perde o contato com as massas. As massas não podem ser organizadas ao estilo de um partido.
O sucesso do PT foi porque era o partido contra a ordem. No momento em que se torna o partido da ordem, as escolhas mudam. Em todo partido que nasce contra a ordem e chega ao poder, há uma transformação trágica, perde a capacidade de reivindicar.
Marina Silva e Eduardo Campos são opções viáveis?
Nenhum deles traz mudança. Campos é um bom moço e só. Marina, que abalou nas últimas eleições, não abala mais.
Não há país desse tamanho, com enormes desigualdades, em que uma mensagem como a dela tenha algo a dizer. O que tem a dizer a São Paulo, com a pior miséria do Brasil, as desigualdades mais intensas?

Meio arrependimento

Dilma perde apoio e enfrentaria segundo turno em 2014, diz Datafolha

 
DE BRASÍLIA
Após três semanas de manifestações, a taxa de intenção de votos da presidente Dilma Rousseff caiu até 21 pontos percentuais. Embora ainda lidere a disputa de 2014, Dilma é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida presidencial e a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno.


O cenário hoje mais provável para a sucessão inclui Dilma, Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Nessa simulação, a petista tinha 51% das intenções de voto nos dias 6 e 7 deste mês. Agora, desceu para 30%. Esse é o mesmo percentual da aprovação de seu governo, apurada no mesmo levantamento e divulgada neste sábado (29) pela Folha.
Nesse mesmo cenário, Marina Silva subiu de 16% para 23%. Aécio Neves foi de 14% para 17%. Campos oscilou de 6% para 7%. Nessa hipótese, seria realizado um segundo turno entre a petista e Marina.
O Datafolha foi à ruas na quinta e na sexta-feira. Entrevistou 4.717 pessoas em 196 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Leia na edição da Folha deste domingo outros cenários da pesquisa Datafolha, incluindo o antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. (FERNANDO RODRIGUES)

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress
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