Se levou boatos pra tribuna da Assembleia, será no mínimo inconsequente


O deputado Lula Morais disse hoje que não tem documentos sobre a denúncia que fez no Plenário da Assembleia, na última terça-feira, sobre compra de votos nas eleições deste ano. Por telefone, o parlamentar disse: “falei depois de ouvir boatos”. Tá no blog do Roberto Moreira.

A vez do Conjunto Ceará


O prefeito Roberto Cláudio assina, na manhã desta sexta-feira (29), a ordem de serviço para a construção de uma Escola de Tempo Integral e três Centros de Educação Infantil (creches) no Conjunto Ceará. A solenidade de assinatura das ordens de serviços está marcada para as 10 horas, na Rua 717, esquina com Av. I, na 3ª Etapa do Conjunto Ceará.

Efeito Izolda

Prefeito de município gaúcho vem a Sobral conhecer modelo de gestão em Educação de nosso Município

Prefeito de Marau veio conhecer as políticas públicas que fazem de Sobral modelo para todo o país.

Prefeito Josué Longo (direita) e secretário Marciano Aguirre foram recebidos pelo Prefeito Veveu.

O Prefeito de Marau (RS), Josué Longo, esteve em visita oficial a Sobral para conhecer políticas públicas desenvolvidas em nosso Município, principalmente as voltadas para a Educação.

A decisão de conhecer Sobral, segundo Josué Longo, veio depois de assistir no programa Fantástico da TV Globo, reportagem sobre os resultados alcançados na Educação em Sobral. “Buscamos bons exemplos e boas políticas de Educação aqui porque Sobral é modelo para o Brasil pelo desempenho e resultados, e o Prefeito Veveu também nos deu a possibilidade de trocar experiência com todas as secretarias municipais, o que foi muito importante e interessante”, afirmou.


Josué Longo veio acompanhado do Secretário de Educação de Marau, Marciano Aguirre. Aqui tiveram encontros com os secretários de Educação, Saúde, Urbanismo, Desenvolvimento Social, Segurança, Cultura, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Esporte, Agricultura e Pecuária. A comitiva gaúcha também visitou o CRAS e o Centro de Educação Infantil do Alto da Brasília; o Colégio Sobralense de Tempo Integral, no Complexo Monsenhor Aloísio; a Escola Raimundo Pimentel Gomes CAIC, mostrada no Fantástico, e a Fábrica Grendene.


“Gostei muito da cidade, achei muito bonita e organizada. Vimos políticas públicas sérias preocupadas com a população de Sobral, com o resultado. Aqui temos pessoas sérias, simples e que trabalham em prol da sua comunidade. A equipe técnica de secretários é muito comprometida e preocupada para que as coisas aconteçam para o povo de Sobral”, disse.

Landim, o protetor da gente


DO publica Lei que obriga bares e restaurantes a oferecer telefones de táxis e mototáxis
O Diário Oficial do Estado do Ceará publicou a Lei de nº 15.666, que obriga os estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas a disponibilizarem para os clientes, inclusive nos cardápios, telefones de táxis e mototáxis. A Lei colabora com a Lei seca.
Veja, abaixo, o teor da lei:
PROJETO DE LEI N.º 125/2013
Torna obrigatório em todos os estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, no âmbito do estado do Ceará, a informar os números de telefones de pontos de táxi da localidade ou de centrais de rádio táxi, e dá outras providências.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
Art. 1º Torna obrigatória a informação pelos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, os números de telefones de pontos de táxis ou de centrais de rádio táxi próximo da localidade.
Parágrafo único. A informação de que trata o deverá ser disponibilizado caput por meio de placas, folder informativo ou adesivo fixado em local visível.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor no dia de sua publicação;
Governador Cid Gomes

Opinião

O Brasil e os próximos anos
Mauro Santayana

À medida que estamos mais perto da eleição, se evidencia também a necessidade de avaliar as opções estratégicas que aguardam o Brasil nos próximos anos.

Hoje, muita gente acha que se nos aproximarmos muito do mundo em desenvolvimento, como a América do Sul, África e as potências emergentes às quais estamos unidos no BRICS - Rússia, Índia, China, África do Sul - estaremos nos afastando cada vez mais da Europa e dos EUA.

Há, entre certos tipos de brasileiros, os que continuam cultuando apenas o que existe em Nova Iorque, Miami ou Paris, como se não existisse mais nada neste mundo, e os arranha-céus mais altos do planeta não estivessem sendo construídos – para ficar apenas no símbolo de modernidade e pujança das “skylines” que fizeram a fama dos EUA – em cidades como Moscou, Dubai, ou Xangai.

Ataca-se a China por censurar o Google, mas não se atacam os EUA por usarem a internet para espionarem e chantagearem milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo nações de quem se dizem “aliados” como é o caso do Brasil e da Alemanha.

Atacam-se os países do MERCOSUL por nos impor barreiras comerciais, mas não a Europa e os Estados Unidos por terem feito conosco exatamente o mesmo, nos últimos 200 anos, bloqueando – sempre que puderam - o desenvolvimento de tecnologia em nosso continente e absorvendo, antes e depois de nossa independência, basicamente matérias-primas.

Muitos esquecem que o MERCOSUL, com todas suas barreiras, continua o maior, e, às vezes, o único destino para nossas manufaturas. Que só para países como a Venezuela temos aumentado nossas exportações nos últimos anos.

Isso, enquanto têm diminuído nossas vendas e nossos ganhos – e os do resto do mundo - com a Europa e os EUA, no esteio das consequências de uma crise que já dura vários anos e que teve sua origem na desorganização e irresponsabilidade de do sistema financeiro que está sediado ao norte da linha do Equador.

A pergunta que cabe que nos façamos nos próximos anos é a seguinte: a que mundo pertencemos?

Ao da Europa e dos EUA, que sempre nos trataram como colônia e cidadãos de segunda classe a ponto de termos tido milhares de brasileiros expulsos de seus aeroportos há pouquíssimo tempo?

Ou ao mundo em desenvolvimento, onde a cooperação e a necessidade de agregar centenas de milhões de pessoas a uma vida mais digna abre a porta para a oportunidade da realização de acordos e negócios que podem influenciar e melhorar também nosso futuro?

Assim como ocorre na área comercial e diplomática, o Brasil precisa melhorar sua condição de negociação com os EUA e a Europa na área de defesa, usando, para isso, a perspectiva e a ameaça, sempre presentes, de nos aproximarmos, também nessa área, cada vez mais dos BRICS.

Os Estados Unidos e a Europa sempre se mostraram refratários a transferir tecnologia sensível ao Brasil e a outras nações latino-americanas.

Os avanços conseguidos nesse campo pelos governos militares foram feitos a fórceps, como ocorreu nas áreas bélica e aeroespacial, depois do rompimento, pelo Governo Geisel, dos acordos de cooperação com os EUA na área militar, e a aproximação com a Alemanha no campo da utilização pacífica da energia atômica.

Os países “ocidentais” só aceitam transferir um mínimo de tecnologia bélica para países como o Brasil, quando a isso se veem obrigados pelas circunstâncias.

Isso ocorre no caso em que estejamos prestes a alcançar certos avanços sozinhos – e aí eles se aproximam para “monitorar” e “medir” nossos avanços- ou se tivermos outros parceiros, como China ou Rússia – dispostos a transferir para nossas empresas, técnicos ou cientistas, esse conhecimento.

Depois do tímido esforço de rearmamento iniciado pelos dois últimos governos, virou moda, nos portais mais conservadores, se perguntar contra quem estamos nos armando, se vamos invadir nossos vizinhos, ou, ridiculamente combater os Estados Unidos.

Muitos se esquecem, no campo da transferência de tecnologia na área de defesa, que sempre fomos tratados pelos Estados Unidos como um inimigo ao qual não se deve ajudar, em hipótese alguma, a não ser vendendo armas obsoletas ou de segunda mão.

No programa FX, de compra de caças para a Força Aérea, a BOEING norte-americana só concordou em transferir tecnologia para a Embraer – acordo que teria, antes de concretizado, de ser aprovado pelo congresso norte-americano – depois que os franceses, com o RAFALE, e os suecos, com o GRIPPEN NG BR, já tinham concordado em fazer o mesmo. E isso quando vários oficiais da Força Aérea brasileira se manifestavam nos fóruns, torcendo abertamente pelo SUKHOI S-35 russo.

O melhor exemplo do que pode ocorrer, em caso de conflito, principalmente com algum país ocidental, se dependermos da Europa ou dos EUA para nos defendermos, é o argentino.

Na Guerra das Malvinas, as mesmas empresas que, antes, forneciam armas e munição para que o Regime Militar massacrasse a população civil, em nome da “guerra interna”, das “fronteiras ideológicas” e do “anticomunismo”, deixaram de fornecer armas e peças de reposição às forças armadas daquele país, para que não fossem usadas contra a Inglaterra.

Os Estados Unidos só concordariam em fornecer armamento avançado ao Brasil, mas nunca no nível do deles, caso aceitássemos nos transformar em seus cães de guarda na América do Sul, como o faz Israel no Oriente Médio; ajudássemos a criar uma OTAN no hemisfério sul; ou concordássemos, como é o caso da Itália ou a Espanha, em participar, sub-alternamente, em “intervenções” como as feitas por Washington em países como a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, correndo o risco de indispor-nos com milhões de brasileiros de origem árabe e de virar, de um dia para o outro, alvo de ataques, em nosso próprio território, de organizações radicais islâmicas.

Nos últimos anos, conseguimos desenvolver uma nova família de armas individuais 100% nacional, as carabinas e fuzis IA-2, da IMBEL; uma nova família de blindados leves, a Guarani, dos quais 2.050 estão sendo construídos também em Minas Gerais; desenvolvemos o novo jato militar cargueiro KC-390, da Embraer, capaz de carregar dezenas de soldados, tanques ligeiros ou peças de artilharia; voltamos a fortalecer a AVIBRAS, com a compra do novo sistema ASTROS 2020, e o desenvolvimento de mísseis de cruzeiro com o alcance de 300 quilômetros; estamos construindo no Brasil cinco novos submarinos, um deles a propulsão nuclear e reator nacional, com a França, um estaleiro e uma nova base para eles; desenvolvemos a família de radares SABER; foi fechada, com transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto com a Suécia, a construção em território brasileiro de 36 caças GRIPPEN NG-BR; conseguimos fazer, no Brasil, a “remotorização” de mísseis marítimos EXOCET; foi fechada a transferência de tecnologia e está sendo desenvolvido, com a África do Sul, o novo míssil ar-ar A-DARTER; foram comprados novos navios de patrulha oceânica ingleses; helicópteros e baterias antiaéreas russas; e aumentou-se a aquisição e a fabricação de helicópteros militares montados na fábrica da HELIBRAS.

Esses projetos, que envolvem bilhões de dólares, não podem, como já ocorreu no passado, ser interrompidos, descontinuados ou abandonados, nos próximos anos, pelo governo que assumir o poder a partir de janeiro de 2015.

Vivemos em um planeta cada vez mais multipolar, no qual os Estados Unidos e a Europa continuarão existindo e seguirão tentando lutando para se manter à tona contra uma lógica – e inexorável – tendência à decadência econômica, militar e geopolítica.

Nesse contexto, os EUA e a Europa têm que ser olhados por nós como potências que estão no mesmo plano, militar ou político, que a China, a Rússia, a Índia ou o próprio Brasil.

Como quinto maior país em população e extensão territorial, o Brasil tem a obrigação de negociar, e entrar no jogo, com todas essas potências, de igual para igual, e, nunca mais de forma subalterna. Sob a pena de perder o lugar que nos cabe neste novo mundo e neste novo século.



Mauro Santayana é jornalista e meu amigo.

Panorama visto da janela do Josias

JN: jato de Campos cai sobre a pose de Marina

Duas semanas depois da tragédia que produziu uma reviravolta na corrida presidencial, o jato Cessna que transportava Eduardo Campos e mais seis pessoas caiu uma segunda vez. Despencou sobre a pose de Marina Silva no instante em que ela concedia entrevista ao Jornal Nacional, na noite passada. Abriu-se uma fenda no discurso da candidata. Por um instante, a pregação da nova política, tema compulsivo de Marina, tornou-se vulneravelmente opaca.
O jato foi objeto de uma transação milionária feita por meio de laranjas, disse William Bonner. O negócio não foi informado na primeira parcial da prestação de contas à Justiça Eleitoral, prosseguiu. A senhora, que fala em inaugurar uma nova forma de fazer política, usou o avião como teria feito qualquer representante velha política. Procurou saber quem tinha pago por aquele avião ou confiou cegamente nos seus aliados?
Marina estava diante da primeira oportunidade de dizer meia dúzia de palavras sobre o assunto. Até então, sempre que o tema a abalroava, ela se limitava a transferir a responsabilidade pelo provimento de exlicações para o PSB. Acomodada diante das câmeras do telejornal de maior audiência do país, Marina podia tomar distância da encrenca. Preferiu misturar-se ao problema.
Nós tínhamos, William, uma informação de que era um empréstimo, que seria feito um ressarcimento, num prazo legal, que pode ser feito, segundo a própria Justiça Eleitoral, até o encerramento da campanha, tentou explicar Marina. Esse ressarcimento seria feito pelo comitê financeiro do candidato, ela acrescentou.
Professora de formação, Marina soou didática: existem três formas de fazer o provimento da campanha: pelo partido, pelo comitê financeiro do candidato e pelo comitê financeiro da coligação. Nesse caso do avião, seria pelo comitê financeiro do candidato. Essas eram as informações que nós tínhamos.
A senhora sabia dos laranjas?, inquiriu Bonner, incisivo. E Marina: Não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião. Nesse ponto, a candidata preocupou-se em preservar seu ex-companheiro de chapa. Tomada pelas palavras, Marina pareceu dar de barato que eventuais ilegalidades deveriam ser acomodadas sobre os ombros dos donos do avião, não de Eduardo Campos.
Marina prosseguiu: Uma coisa que eu quero dizer para todos aqueles que estão nos acompanhando é que, para além das informações que estão sendo prestadas pelo partido, há uma investigação que está sendo feita pela Polícia Federal.
Na fase seguinte, Marina deixou ainda mais explícita sua pretensão de resguardar o ex-companheiro de chapa: O nosso interesse e a nossa determinação é de que essas investigações sejam feitas com todo o rigor, para que a sociedade possa ter os esclarecimentos e para que não se cometa uma injustiça com a memória de Eduardo.
Por mal dos pecados, a Rede Sustentabilidade divulgara no seu site um texto sobre a participação de Marina no debate presidencial realizado na noite da véspera nos estúdios da Band. Eis o título: Nosso compromisso é de que o Brasil seja passado a limpo, defende Marina.
O texto da Rede recordou que Marina evocara no debate o desejo de mudança da população, explicitado nas manifestações de junho de 2013. Anotou: esse movimento social, para Marina, foi um claro sinal de busca por mudanças e um novo jeito de fazer política. Reproduziu, entre aspas, uma das frases marteladas pela candidata: uma das coisas mais importantes para que a gente possa resolver os problemas, em primeiro lugar, é reconhecer que eles existem.
Pois bem. Bonner esforçou-se para arrancar de Marina um reconhecimento de que o jato convertera-se num problema: candidata, quando os políticos são confrontados ou cobrados por alguma irregularidade, é muito comum que eles digam que não sabiam, que foram enganados, que foram traídos, que tudo tem que ser investigado, que se houver culpados, eles sejam punidos, disse ele.
O entrevistador foi ao ponto: esse é um discurso muito, muito comum aqui no Brasil. E é o discurso que a senhora está usando neste momento. Eu lhe pergunto: em que esse seu comportamento difere do comportamento que a senhora combate tanto da tal velha política.
Abre parênteses: numa das crises que ameaçaram o mandato de Renan Calheiros, em 2007, o presidente do Congresso foi pilhado recebendo dinheiro de uma empreiteira. Os recursos bancavam a pensão de um filho que Renan tivera numa relação extraconjugal com uma jornalista. Para justificar-se, o senador dissera que dispunha de renda. Alegara que vendera cabeças de gado de uma fazenda alagoana. Apresentara pseudo-comprovantes.
Ao perscrutar os supostos compradores, a imprensa deu de cara com laranjas. Periciado pela Polícia Federal, o papelório de Renan foi desqualificado. Chamava-se Renato Casagrande (PSB-ES) um dos relatores do caso no Conselho de Ética do Senado. Hoje governador do Espírito Santo, o então senador Casagrande subscreveu relatório que recomendava que o mandato de Renan fosse passado na lâmina. Para salvar o mandato, Renan renunciou à presidência do Senado.
Mal comparando, o episódio do jato é da mesma família. Numa ponta, empresários generosos prestando favores a um político. Em vez de pensão, um avião. Noutro extremo, um laranjal. No miolo da encrenca, muita desconversa e explicações desconexas. Coisas que fizeram de Renan um protótipo da velha política de que tanto fala Marina Silva. Fecha parentêses.
Em que esse seu comportamento difere do comportamento que a senhora combate tanto da tal velha política?, indagou Bonner. E Marina: Difere no sentido de que esse é o discurso que eu tenho utilizado, William, para todas as situações. Inclusive quando envolve os meus adversários. E não como retórica, mas como desejo de quem de fato quer que as investigações aconteçam. Porque o meu compromisso e o compromisso de todos aqueles que querem a renovação da política é com a verdade.
O diabo é que a verdade começara a ser exposta pelo próprio Jornal Nacional, que desnudara na véspera alguns dos laranjas apresentados como financiadores da compra do jato. Numa segunda reportagem, exibida minutos antes da entrada de Marina em cena, revelaram-se novos e constrangedores buracos na rede de ilegalidades.
Submetida ao impensável, Marina disse respeitar o esforço de reportagem. Mas falou como juíza de direito, não como candidata à Presidência: A verdade não virá apenas pelas mãos do partido nem pela investigação da imprensa. Ela terá que ser aferida pela investigação que está sendo feita pela Polícia Federal. Isso não tem nada a ver com querer tangenciar ou se livrar do problema. Muito pelo contrário, é você enfrentar o problema para que a sociedade possa, com transparência, ter acesso às informações.
Bonner fez uma derradeira investida: o rigor ético que a senhora exige dos seus adversários nos faz perguntar e insistir se a senhora, antes de voar naquele avião, não teria deixado de fazer a pergunta obrigatória: se estava tudo em ordem em relação àquele voo. Não lhe faltou o rigor que a senhora exige dos seus adversários?
Marina, de novo, mirou nos empresários. Rigor é tomar as informações com aqueles que deveriam prestar as informações em relação à forma como aquele avião estava prestando serviço. E a forma como estava prestando serviço era por um empréstimo, que seria ressarcido pelo comitê financeiro. Agora, em relação à postura dos empresários, os problemas que estão sendo identificados agora pela imprensa, e que com certeza serão esclarecidos pela Polícia Federal, eu, como todos os brasileiros, estou aguardando.
Prosseguiu: Eu não uso, William, de dois pesos e duas medidas. Não é? A régua com que eu meço os meus adversários, é porque eu a uso em primeiro lugar comigo. E, neste momento, o meu maior interesse é de que tenhamos todos os esclarecimentos. Mas uma coisa eu te digo: a forma como o serviço estava sendo prestado era exatamente essa do empréstimo, que seria ressarcido depois.
Marina teria soado mais Marina se tivesse declarado algo assim: eu viajei nesse jato como candidata a vice. O cabeça da chapa era Eduardo Campos. O usineiro João Carlos Lyra de Melo Filho, que supostamente emprestou o jato, era amigo do Eduardo. Espanta-me a presença de laranjas no negócio. Sou da Rede. Agradeço muito a hospialidade do PSB. Mas o partido precisa explicar o que sucede. Não me consta que os responsáveis pelo comitê financeiro do candidato tenham morrido no acidente.
Noutras questões, Marina não hesitou em desgrudar a sua Rede do PSB. Refugou, por exemplo, os acordos que levaram o partido de Campos para os palanques de políticos como o tucano Geraldo Alckmin. Não fez o mesmo em relação à encrenca do jato porque faltaram-lhe as condições políticas. Tornou-se candidata com o aval da família do morto. Virou uma espécie de viúva política do ex-parceiro. Não quer passar por ingrata. É do jogo. Mas a condescendência custou-lhe a pose.
O cotidiano de um político é uma sucessão de poses. O político faz pose ao acordar, ao escovar os dentes, ao fazer as refeições. No geral, é difícil saber se o altruísmo do político é ou não representado. Em junho de 2013, o asfalto empurrou para dentro do processo sucessório o desejo de mudança. Marina converteu-se na personificação desse desejo porque as ruas enxergaram sinceridade nas suas poses. Recusando-se a enxergar o problema do jato, Marina arrisca-se a virar uma espécie de sub-Marina.

O dia nasce em Fortaleza