O ódio à democracia

O antidemocratismo manifestado em ano eleitoral não é resultado de um sistema ainda imaturo, mas de um processo que se consolida e começa a incomodar
Antonio Cruz / Agência Brasil
Recife
Santinhos são jogados no chão de locais de votação no Recife. O antidemocratismo manifestado em ano eleitoral não é resultado de um sistema ainda imaturo, mas de um processo que se consolida e começa a incomodar







A polarização, cada vez mais acentuada entre os dois principais partidos do País, levou candidatos, eleitores-internautas, internautas-eleitores e parte da mídia a se comportar como torcedores de arquibancada nas últimas semanas, em especial no último domingo, 26 de outubro, quando a presidenta Dilma Rousseff foi reeleita. A tônica variava, mas tinha uma mesma base: não bastava expressar o voto, era preciso eliminar o concorrente e quem vota no concorrente – principalmente se ele não tem o mesmo repertório, a mesma escolaridade, a mesma (e suposta) independência material. Daí as agressividades identificadas tanto no submundo da internet quanto nas vozes de autoridades, personalidades e celebridades – que se engajaram na campanha atual, com apoio de um lado a outro, como nunca antes na história.
A essa altura, atribuir a um ou a outro a primazia do primeiro tacape será inútil. É preciso entender por que a agressividade se avoluma à medida que o sistema democrático se constrói – pois sua construção é um exercício permanente. Não é um fenômeno local: na Europa, onde o sistema é vigente há mais tempo, os intelectuais se batem há tempos sobre as contradições do chamado “reino do excesso” e das demandas pulverizadas (“mesquinhas”, segundo muitos) de um conjunto de indivíduos, muitos representantes de minorias – e não, para desespero das velhas oligarquias, de uma multidão uniforme.
Em um país como o Brasil, onde privilégio ao nascer e hegemonia política e econômica foram sinônimos ao longo da história, a ascensão de determinados grupos antes subjugados têm produzido todo tipo de ofensa ao chamado “individualismo democrático”. Sobram patadas sobre pobres, gays, lésbicas, negros, "comunistas", mulheres. Um exemplo foram as manifestações de ódio contra a população nordestina, onde o PT conquistou muitos votos. A repulsa chega com todos os disfarces, mas pode ser identificada, por exemplo, quando um ex-presidente da República atribui um resultado adverso (para ele e os seus) à cegueira coletiva dos “menos instruídos”.
No livro Ódio à Democracia, recém-publicado no Brasil pela Boitempo Editorial, o filósofo franco-argelino Jacques Rancière deixa pistas para entender este fenômeno. Um fenômeno que, a se fiar pela experiência europeia e pelos últimos embates, será cada vez mais comum por esses lados. A obra é uma crítica contundente à denúncia do “individualismo democrático” – que, segundo ele, cobre, com pouco esforço, duas teses: a clássica dos favorecidos (os pobres querem sempre mais) e das elites refinadas (há indivíduos demais, gente demais reivindicando o privilégio da individualidade). “O discurso intelectual dominante une-se ao pensamento das elites censitárias e cultas do século XIX: a individualidade é uma coisa boa para as elites; torna-se um desastre para a civilização se a ela todos têm acesso”, escreve. Para o autor, não é o individualismo que esse discurso rejeita, mas a possibilidade de qualquer um partilhar de suas prerrogativas. “A crítica ao ‘individualismo democrático’ é simplesmente o ódio à igualdade pelo qual uma intelligentsia dominante confirma que é a elite qualificada para dirigir o cedo rebanho”.
Qualquer semelhança com os últimos capítulos da eleição não é mera coincidência. No prefácio da mesma obra, o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de ética da USP, lembra que um número expressivo de membros da classe média ainda desqualifica os programas sociais consolidados nos últimos anos. “Para eles, o Brasil era bom quando pertencia a poucos. Assim, quando a multidão ocupa espaços antes reservados às pessoas 'de boa aparência', uma gritaria se alastra em sinal de protesto. O que é isso, senão o enorme mal-estar dos privilegiados?”, questiona. “A expansão da democracia incomoda. Daí um ódio que domina nossa política, tal como não se via desde as vésperas de um golpe de 1964, condenando as medidas que favoreciam os mais pobres como populistas e demagógicas”.
Em coro com Rancière, Janine Ribeiro lembra que a democracia não é um Estado acabado nem um estado acabado das coisas; ela vive constante e conflitiva expansão. “Porque a ideia de separação social continua presente e forte”.
Ao menos nas últimas semanas, esta ideia parece ter tomado proporções graves nas manifestações de ódio pelas ruas e redes sociais. Como se o mesmo país fosse pequeno demais para dois (para não dizer muitos) tipos de eleitores: um deve ser enviado a Cuba, o outro, a Miami; um deve ter o direito de voto cassado, o outro tem o direito apenas de calar. O não-diálogo é escancarado, sobretudo por quem costumava observar o espaço público como sua propriedade e hoje se rebela contra o "Estado protetor" e o voto "mesquinho" dos indivíduos. Mas a democracia, prossegue Rancière, longe de ser a forma de vida dos indivíduos empenhados em sua felicidade privada, é o processo de luta contra essa privatização, o processo de ampliação dessa esfera. "Ampliar a esfera pública não significa, como afirma o chamado discurso liberal, exigir a intervenção crescente do Estado na sociedade. Significa lutar contra a divisão do público e do privado que garante a dupla dominação da oligarquia no Estado e na sociedade”.

Bom dia

Exiba _MG_6427.JPG na apresentação de slides

15 mil pessoas, se reuniram em Icó, na última quinta-feira, 30, para comemorar a festa da vitória das eleições de Laís Nunes, a deputada estadual, e, Domingos Neto, à deputado federal.

Doleiro que vendeu a 2,50 agora compra a 2,38. É o "feito Dilma presidenta?"

Dólar tem maior queda diária em um ano e fecha próximo de R$ 2,41

Um dia depois de o Banco Central (BC) aumentar os juros básicos da economia, o dólar teve o maior recuo em mais de um ano. O dólar comercial caiu 2,45% na sessão desta quinta-feira (30), fechando em R$ 2,408 para venda. A cotação alcançou o menor valor desde o dia 14, quando tinha encerrado em R$ 2,401.
A queda de 2,45% é a maior registrada para um dia desde setembro do ano passado. Apenas nos últimos três dias, a divisa acumula recuo de R$ 0,12 (4,56%). A cotação passou a acumular queda de 1,64% no mês. A alta da moeda norte-americana caiu para 2,14% em 2014.
Nos últimos meses, as tensões associadas ao cenário internacional e às eleições presidenciais fizeram o dólar disparar. No exterior, o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, reduziu os estímulos monetários à maior economia do planeta, fazendo o dólar disparar em todo o mundo. Ontem (29), o Fed encerrou as injeções de dólares na economia mundial.

Opinião

Artigo do Jurista e Professor Luiz Flávio Gomes
 

Plebiscito ou referendo? Pelo fim das aberrações do sistema político

 
01. Mesmo antes do "juízo final" (26/10) já se sabia que o terceiro turno viria com a reforma política, onde será travada uma longa batalha entre uma vigorosa e pujante parcela da sociedade civil (que não suporta mais o patrimonialismo, o clientelismo, o fisiologismo e os privilégios dos "políticos profissionais") e o poder político instalado, totalmente deslegitimado, a começar pelos partidos que são corruptos ou muito corruptos para 81% dos entrevistados Ibope; o poder político também no nosso País se converteu no centro fulcral de um nefasto crime organizado que se formou entre os políticos e outros agentes públicos + agentes econômicos + agentes financeiros (que formaram uma troika maligna que representa os interesses das oligarquias inescrupulosas que se apoderaram de uma grande parcela das receitas do Brasil, sendo sintomas disso a Petrobrás, as licitações do metrô de SP, os mensalões do PT e do PSDB, o fisiologismo do PMDB etc.).

02. De que maneira vamos promover a reforma política? Desde logo, aprovando, sem perda de tempo, por lei e/ou por emenda constitucional, tudo que retrata um consolidado e majoritário consenso. É imenso aqui o espaço que se abre para a DDD (democracia direta digital), que colheria as manifestações da população em um Fórum Cidadão (do qual seria excluído liminar e peremptoriamente todas as baixarias de que os brasileiros somos capazes de expressar). Com a DDD ou sem ela, naquilo em que não houver esse consenso, abrem-se os caminhos do referendo e do plebiscito. Qual a diferença entre eles? A seguinte: pelo referendo o povo é consultado sobre uma lei já editada. Consoante o plebiscito o povo é consultado sobre algo ainda não votado pelo Parlamento.

03. Dentre tantas outras, Gaudêncio Torquato (Estado 19/10/14: A2) sintetizou algumas das aberrações do sistema político que deveriam ser desde logo eliminadas:

Reeleição. "Em democracias consolidadas a reeleição pode ser um eixo de aperfeiçoamento democrático, no entendimento de que o mandato de quatro anos seria insuficiente para um partido no poder concluir sua obra. Em países de instituições políticas e sociais em processo de consolidação, como é o caso do nosso, a reeleição bafeja os governantes, visto que, sem se afastarem do posto, eles usufruem o simbolismo e a força inerentes ao cargo. Essa alavancagem contribui para entortar a régua da igualdade entre disputantes. Um mandato de cinco anos sem reeleição cairia melhor na moldura de nossa democracia, pois propiciaria a renovação de mandatários e a oxigenação das estruturas governativas" (G. Torquato, citado). Nosso movimento popular (veja fimdareeleição.com.br) vai mais longe: somos pelo fim da reeleição em todos os cargos (executivo e legislativo). Com isso evitamos o pecaminoso e danoso político profissional, que é o que se perpetua na política corrupta, como se essa malignidade fosse o destino cruel e inevitável do Brasil;

Coligações nas eleições proporcionais (deputados e vereadores). Dos 513 deputados federais eleitos no último pleito, apenas 35 (6,8%) receberam votos suficientes para se elegerem sozinhos, sem as coligações ou quociente de legenda. Em 2006, 32 tiveram votação suficiente; em 2010, 35 seriam eleitos sozinhos. Não cumprimos no Brasil nem sequer a regra elementar do sistema representativo: eleição dos mais votados. Não é isso o que ocorre. As coligações nas eleições proporcionais tornam eleitos parlamentares por força de votos alheios. Continua em alta o "puxador de voto" (tipo Tiririca, Russomano, Maluf etc.). A representação democrática se enfraquece (fica deturpada). Veja o absurdo: Mendes Thame em SP recebeu 106 mil votos e não foi eleito (pelo PSDB); Fausto Pinato (PRB-SP, partido de Russomano) com 22 mil foi eleito;

Sociedade do espetáculo. É grotesco o espetáculo televisivo promovido pelos marqueteiros durante as campanhas, com desfile de caras, bocas e caretas sem nenhum significado institucional. Cada um se julga mocinho, herói, salvador da pátria, solucionador simplista dos problemas nacionais, benfeitor; diabo é o outro, o destruidor, o perverso, o corrupto; tudo isso tem que acabar prontamente;

Excesso de partidos políticos. A Câmara dos Deputados passa a ter 28 partidos a partir de fevereiro/15. A cláusula de barreira aprovada pelo parlamento caiu no STF (que acabou dando sua contribuição para a barafunda que avilta nossos olhos). O tempo de TV virou balcão de negócios (algo costumeiro nos partidos políticos pátrios). O Diap informou: com a cláusula de desempenho (de barreira) de 5% dos votos nacionais apenas 7 partidos sobreviveriam: PT, PMDB, PSDB, PSD, PP, PR e PSB (Ilimar Franco Globo 19/10/14: 2);

Senadores suplentes (os sem votos). Não só os menos votados são eleitos (por força das coligações): também estão no parlamento senadores sem votos. São os excrescentes suplentes (18 estão em exercício e mais 10 podem assumir a partir de fevereiro). Quase um terço do senado será composto por quem nunca recebeu nenhum voto (democracia representativa sem voto). São financiadores de campanhas, parentes ou apaniguados;

"Recall" (deseleição). Com urgência temos que aprovar a possibilidade de destituição do político do seu cargo quando se mostra incompetente ou desonesto. O escândalo da Petrobrás vai agora entrar em sua segunda fase. Vamos saber os nomes de todos os políticos envolvidos nas falcatruas (pelo que dizem, são muitos). O povo tem que ter o poder de deseleger os corruptos (ou seja: de decretar o "impeachment" do eleito).

04. Os mais conformados com nosso viciado sistema político objetam as profundas reformas que apoiamos afirmando que somos implacáveis adversários do sistema eleitoral, das eleições democráticas, do voto universal ou mesmo da vida institucional do País. Nada mais inverídico e falacioso, porque na verdade o que se vê é a verdade oprimida e o triunfo do vício, do escamoteamento, da pilantragem e da pilhagem. O mal tomou conta da política brasileira desde o momento em que esta passou a ser puro instrumento "democrático" das oligarquias decadentes (primeiro as rurais, hoje as urbanas e empresariais) que nunca (nem mesmo nas ditaduras) perderam as rédeas dos destinos da nação (apoiando-as no primeiro momento, para em seguida se enriquecerem mais de forma ilícita). Elas se julgam classes privilegiadas e, na prática, realmente contam com muitas vantagens fundadas nas desigualdades, incluindo-se a da impunidade. Se também esse mal acomete a vida política do Brasil, faz-se mister combatê-lo onde quer que se manifeste. Como dizia Timon (personagem de João Francisco Lisboa, Jornal de Timon), "se atarmos os braços a vãos receios e esperanças, deixando-nos atoar ao sabor dos acontecimentos, e aguardando que venha um novo Moisés com a mágica varinha abrandar o rochedo, e operar o milagre da regeneração, ficaremos para todo sempre transviados no deserto, sem jamais por os pés na cobiçada terra da promissão".
 
 
 
 
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Papa Francisco: estar do lado dos pobres é Evangelho, não comunismo

Terra, casa, trabalho: esses foram os três pontos fundamentais em torno dos quais desenvolveu-se o longo e articulado discurso do Papa Francisco aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, recebidos esta terça-feira na Sala Antiga do Sínodo, no Vaticano. O Pontífice ressaltou que é preciso revitalizar as democracias, erradicar a fome e a guerra, assegurar a dignidade a todos, sobretudo aos mais pobres e marginalizados.
Tratou-se de um veemente pronunciamento, ao mesmo tempo, de esperança e de denúncia. Um discurso que, por amplidão e profundidade, tem o valor de uma pequena encíclica de Doutrina Social. Ademais, era natural que os Movimentos Populares solicitassem este encontro com o Papa Francisco.
Efetivamente, na Argentina, como bispo e depois como cardeal, Bergoglio sempre se fez próximo das comunidades populares como as de "catadores de papel" e "camponeses". No fundo, nesta audiência retomou o fio de um compromisso jamais interrompido.
O Santo Padre evidenciou já de início, no discurso, que a solidariedade – encarnada pelos Movimentos Populares – encontra-se "enfrentando os efeitos deletérios do império do dinheiro".
O Papa observou que não se vence "o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que servem unicamente para transformar os pobres em seres domésticos e inofensivos". Quem reduz os pobres à "passividade", disse, Jesus "os chamaria de hipócritas". Em seguida, deteve-se sobre três pontos chave:"Terra, teto, trabalho. É estranho – disse –, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o Papa é comunista. Não se entende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho." Portanto, acrescentou, terra, casa e trabalho são "direitos sagrados", "é a Doutrina social da Igreja".
Dirigindo-se aos "camponeses", Francisco disse que a saída deles do campo por causa "de guerras e desastres naturais" o preocupa. E acrescentou que é um crime que milhões de pessoas padeçam a fome, enquanto a "especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando esses alimentos como qualquer outra mercadoria". Daí, a exortação do Papa Francisco a continuar "a luta em prol da dignidade da família rural".
Em seguida, o Santo Padre dirigiu seu pensamento aos que são obrigados a viver sem uma casa, como experimentara também Jesus, obrigado a fugir com sua família para o Egito. Hoje, observou, vivemos em "cidades imensas que se mostram modernas, orgulhosas e vaidosas". Cidades que oferecem "numerosos lugares" para uma minoria feliz e, porém, "negam a casa a milhares de nossos vizinhos, incluindo as crianças".
Com pesar, Francisco ressaltou que "no mundo globalizado das injustiças proliferam-se os eufemismos para os quais uma pessoa que sofre a miséria se define simplesmente 'sem morada fixa'".
O Papa denunciou que muitas vezes "por trás de um eufemismo há um delito". Vivemos em cidades que constroem centros comerciais e abandonam "uma parte de si às margens, nas periferias".
Por outro lado, elogiou aquelas cidades onde se "segue uma linha de integração urbana", onde "se favorece o reconhecimento do outro". Em seguida, foi a vez de tratar da questão do trabalho:"Não existe – ressaltou – uma pobreza material pior do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho." Em particular, Francisco citou o caso dos jovens desempregados e ressaltou que tal situação não é inevitável, mas é o resultado "de uma opção social, de um sistema econômico que coloca os benefícios antes do homem", de uma cultura que descarta o ser humano como "um bem de consumo".
Falando espontaneamente, ou seja, fora do texto, o Pontífice retomou a Exortação apostólica "Evangelii Gaudium" para denunciar mais uma vez que as crianças e os anciãos são descartados. E agora se descartam os jovens, com milhões de desempregados, disse ainda. Trata-se de um desemprego juvenil que em alguns países supera 50%, constatou. Todos, reiterou, têm direito a "uma digna remuneração e à segurança social".
Aqui, disse o Pontífice, encontram-se "catadores de papel", vendedores ambulantes, mineiros, "camponeses" aos quais são negados os direitos do trabalho, "aos quais se nega a possibilidade de sindicalizar-se". Hoje, afirmou, "desejo unir a minha voz à de vocês e acompanhá-los em sua luta".Em seguida, Francisco ofereceu sua reflexão sobre o binômio ecologia-paz, afirmando que são questões que devem concernir a todos, "não podem ser deixadas somente nas mãos dos políticos". O Santo Padre afirmou mais uma vez que estamos vivendo a "III Guerra Mundial", em pedaços, denunciando que "existem sistemas econômicos que têm que fazer a guerra para sobreviver": "Quanto sofrimento, quanta destruição _ disse o Papa –, quanta dor! Hoje, o grito da paz se eleva de todas as partes da terra, em todos os povos, em todo coração e nos movimentos populares: Nunca mais a guerra!"Um sistema econômico centralizado no dinheiro – acrescentou – explora a natureza "para alimentar o ritmo frenético de consumo" e daí derivam feitos destrutivos como a mudança climática e o desmatamento.
O Papa recordou que está preparando uma Encíclica sobre a ecologia assegurando que as preocupações dos Movimentos Populares estarão presentes nela. O Pontífice perguntou-se por qual motivo assistimos a todas essas situações:"Porque – respondeu – neste sistema o homem foi expulso do centro e foi substituído por outra coisa. Porque se presta um culto idolátrico ao dinheiro, globalizou-se a indiferença." Porque, disse ainda, "o mundo esqueceu-se de Deus que é Pai e tornou-se órfão porque colocou Deus de lado".
Em seguida, o Papa exortou os Movimentos Populares a mudarem este sistema, a "construírem estruturas sociais alternativas". Francisco advertiu que é preciso fazê-lo com coragem, mas também com inteligência. Com tenacidade, porém, sem fanatismo. Com paixão, mas sem violência". Nós cristãos, disse, temos um bonito programa: as Bem-aventuranças e o Cap. 25 do Evangelho segundo Mateus. Francisco reiterou a importância da cultura do encontro para derrotar toda discriminação e disse que é preciso uma maior coordenação dos movimentos, sem, porém, criar "estruturas rígidas":"Os Movimentos Populares – afirmou – expressam a necessidade urgente de revitalizar nossas democracias, muitas vezes sequestradas por inúmeros fatores." É "impossível", frisou, "imaginar um futuro para uma sociedade sem a participação protagonista da grande maioria" das pessoas.É preciso superar "o assistencialismo paternalista" para ter paz e justiça, prosseguiu, criando "novas formas de participação que incluam os movimentos populares" e "sua torrente de energia moral".
O Pontífice concluiu seu discurso com um premente apelo:"Nenhuma família sem casa. Nenhum camponês sem terra! Nenhum trabalhador sem direitos! Nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá" – disse.Entre os participantes, no Vaticano, do encontro dos Movimentos Populares figura também o presidente da Bolívia, Evo Morales.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, explicou que, nesta ocasião, a visita do chefe de Estado boliviano não foi "organizada mediante os habituais canais diplomáticos" e que o encontro "privado e informal" no final da tarde desta terça-feira entre o Papa Francisco e o presidente deve ser considerado "uma expressão de afeto e proximidade ao povo e à Igreja boliviana e um apoio à melhoria das relações entre as Autoridades e a Igreja no país".

Aluguel residencial com aniversário em novembro e reajuste pelo IGP-M subirá 2,96%

Essa é a variação acumulada em 12 meses do indicador, que corrige a maior parte dos contratos de locação
O aluguel residencial em andamento com aniversário em novembro e correção pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), sofrerá atualização de 2,96%.
O IGP-M é um dos principais indicadores usados como referência para reajustes contratuais, por ser o primeiro a ser divulgado ainda dentro do mês de referência. Assim, a variação mensal de 0,28% no mês de outubro fecha o comportamento dos preços no período de 12 meses compreendido entre novembro de 2013 e outubro deste ano.
Para facilitar o cálculo do novo aluguel, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulga mensalmente fator de atualização, que no caso será de 1,0296. Por exemplo: para atualizar um aluguel de R$ 1.000,00 que vigorou até outubro de 2014, realiza-se a multiplicação de R$1.000,00 por 1,0296, que resultará em R$ 1.029,60, que é o aluguel de novembro a ser pago no final do mês de novembro ou início de dezembro.
Seguem os reajustes dos últimos meses:
Fatores de Reajustes de aluguel
• Contrato com aniversário em dezembro/13 e pagamento em janeiro/14: 1,0560
• Contrato com aniversário em janeiro/14 e pagamento em fevereiro/14: 1,0551
• Contrato com aniversário em fevereiro/14 e pagamento em março/14: 1,0566
• Contrato com aniversário em março/14 e pagamento em abril/14: 1,0576
• Contrato com aniversário em abril/14 e pagamento em maio/14: 1,0730
• Contrato com aniversário em maio/14 e pagamento em junho/14: 1,0798
• Contrato com aniversário em junho/14 e pagamento em julho/14: 1,0784
• Contrato com aniversário em julho/14 e pagamento em agosto/14: 1,0624
• Contrato com aniversário em agosto/14 e pagamento em setembro/14: 1,0532
• Contrato com aniversário em setembro/14 e pagamento em outubro/14: 1,0489
• Contrato com aniversário em outubro/14 e pagamento em novembro/14: 1,0354
• Contrato com aniversário em novembro/14 e pagamento em dezembro/14: 1,0296

Prefeito Veveu inaugurará 1 ª Etapa de restauração da Catedral de Sobral nesta sexta-feira, 31

O Prefeito Veveu inaugurará nesta sexta-feira, 31 de outubro, às 19h, a 1ª etapa das obras de restauração da Catedral de Nossa Senhora da Conceição (Sé). Em solenidade com a presença do Bispo Dom Odelir Magri, o Prefeito Veveu entregará à Diocese e à comunidade sobralense as obras concluídas. Em seguida será celebrada Missa em Ação de Graças e haverá apresentação da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.

Símbolo da religiosidade do povo sobralense e monumento tombado como Patrimônio Nacional, a igreja reabrirá para a comunidade com as reformas nas instalações hidráulica, elétrica, alvenaria e pintura e recuperação do telhado e forro concluídas, por meio de convênio entre Prefeitura e Ministério do Turismo, com investimentos de cerca de R$1,5 milhão. “Agradeço ao Deputado Padre Zé Linhares o empenho dele em conseguir os recursos necessários junto ao Ministério” destaca o Prefeito Veveu.

A segunda etapa de restauração da Igreja da Sé incluirá o restauro de imagens, vitrais, altar-mor e altares laterais, lustres e demais adornos do interior da igreja, que data do século XVIII (1778).

Em novembro de 2013, o Prefeito Veveu entregou à comunidade a Praça da Catedral, totalmente recuperada e com a recolocação do Cruzeiro datado de 1883, obra do ferreiro Alexandre Costa.