Mariana em Paris

Em Paris, prefeito de Mariana participa de reuniões com representantes de instituições internacionais

Possíveis parcerias para enfrentar os problemas da tragédia do rompimento da barragem em Mariana (MG), no dia 5 de novembro, são o objetivo da reunião desta quinta-feira (3), em Paris (França). O encontro, que acontece durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), terá a participação do prefeito do município mineiro, Duarte Júnior, vice-presidente para Desastres Ambientais da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e de representantes de instituições internacionais. O objetivo é a busca por cooperações técnicas e financiamento para mitigar os danos com o rompimento da barragem Fundão em municípios mineiros e capixabas.
Duarte Júnior integra a delegação de prefeitos brasileiros, juntamente com o prefeito Marcio Lacerda (Belo Horizonte/MG), presidente da FNP; Fernando Haddad (São Paulo/SP), 1º vice-presidente Nacional; Eduardo Paes (Rio de Janeiro/RJ), vice-presidente de Relações com o Congresso Nacional; Carlos Amastha (Palmas/TO), vice-presidente Estadual de Tocantins; e Antônio Luiz Carvalho Gomes (Itu/SP).
Para a busca pelo apoio de instituições internacionais com experiência técnica e programas de financiamento para estruturação de soluções para prevenção, mitigação e recuperação ambiental, social e econômica da região, foi estabelecido quatro eixos estratégicos:
1. A coordenação política e institucional dos 39 municípios afetados pela catástrofe, que devem se organizar para enfrentar melhor este problema comum.
2. O impacto do acidente nas finanças municipais das prefeituras da região cujas receitas dependem em grande maioria da atividade mineradora, correndo o risco de ocasionar a falência das cidades afetadas.
3. A geração de emprego e renda por meio da diversificação da economia local. Os empregos da população local estavam fortemente vinculados à indústria mineira da região, razão pela qual é essencial pensar em soluções de desenvolvimento econômico alternativas para a região a longo-prazo (por exemplo: turismo, inclusão produtiva e economia solidária, entre outros.).
4. A questão ambiental, principalmente a médio-prazo, refletir sobre a coordenação de municípios envolvidos para a operacionalização da limpeza da região invadida pela lama tóxica; e a longo-prazo, refletir em um extrativismo sustentável das atividades de mineração da região, respeitoso do meio ambiente para que as atividades possam retomar.
Além da busca por apoio técnico, esse encontro irá apresentar as dimensões da catástrofe, suas consequências para os governos locais afetados e as providências tomadas até o momento. Outra expectativa da organização é a discussão de formas para enfrentar, de maneira integrada, eventos dessa natureza.
O encontro já tem a confirmação do ministério de Relações Exteriores da França, e representantes de instituições como Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), World Resources Institute (WRI), Iclei - Governos Locais pela Sustentabilidade, Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), Fundação Avina, Geenpeace, Agence Française de développement (AFD), Cités Unies France.
Reunião em Mariana - Em uma reunião promovida pela FNP, no dia 23 de novembro, prefeitos mineiros e capixabas debateram ações conjuntas para a recuperação e indenização aos municípios afetados com o rompimento da barragem Fundão, em Mariana (MG).
Uma das decisões acordadas no encontro é que, sob coordenação do prefeito Duarte Júnior, e com o apoio da FNP, sejam construídos relatórios detalhados, contendo informações sobre ações emergenciais pendentes em cada município atingido pelo desastre.
Os prefeitos solicitaram, e houve concordância dos representantes do Ministério Público Estadual e Federal e da Samarco, que a definição sobre prioridades para o conjunto das demandas das prefeituras seja estabelecida em reunião, de forma coordenada entre os prefeitos. As questões relacionadas ao plano de recuperação dos rios serão negociadas entre a Samarco e as autoridades ambientais.
Acompanhe a agenda do prefeito Duarte Júnior, em Paris:
Dia 3 de dezembro (quinta-feira)
9h/10h: Reunião coletiva para discutir sobre as possíveis soluções para o enfrentamento pelos municípios dos desafios relativos ao desastre ambiental e socioeconômico causado pelo rompimento de duas barragens. Será contemplada a possibilidade de firmar parcerias com instituições internacionais que possuem expertise na área.
Local: 57 rue de Babylone (75007, metro Saint François Xavier), Salle de réunion 2 (edifício da Région Ile-de France)
10h/12h: Reunião na Embaixada do Brasil: Governos Locais no combate a adaptação as mudanças climáticas.
14h/15h: Reunião com representantes da Região Nord-Pas de Calais sobre o processo de transição em contextos "pós-mineração".
Local: Le Bourget
15h/16h: Espaço para o Brasil no Cities & Regions Pavilion TAP 2015.
Local Le Bourget
17h/19h: Encontro de Prefeitos da América Latina.
Local: Hôtel de Ville de Paris
Dia 4 de dezembro (sexta-feira)
8h/18h30 : Cúpula Climática para líderes locais.
Local: Hôtel de Ville de Paris

Aniversariante


Hoje é dia especial para abraçar um dos mais queridos jornalists deste país, no que pese tantos anos morando além fronteiras e mares. Dia de abraçar Antonio FROTA NETO, o Frotinha de todos os amigos, todos os livros, todos os grandes textos da vida nacional.

Tudo nos conformes


AL aprova mensagens do Executivo e do Ministério Público Estadual

Votação das mensagens Votação das mensagens Foto Dário Gabriel
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, nesta terça-feira (01/12), durante a ordem do dia da sessão plenária, sete mensagens, sendo quatro de autoria do Poder Executivo e três do Ministério Público do Estado (TCE).
Dentre as proposições do Governo, a mensagem nº 7.767, que acompanha o projeto de lei nº 54/15, altera a Lei n.º 12.066, de 13 de janeiro de 1993. A proposta disciplina as condições excepcionais em que o profissional do magistério, em estágio probatório, poderá ser afastado de suas funções de docência para ocupar cargos em comissão.

A matéria foi aprovada com duas emendas modificativas: nº 01, de autoria do deputado Audic Mota (PMDB), e nº 02 (http://www2.al.ce.gov.br/legislativo/tramit2015/em2_7767.htm), de autoria do líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT).

A mensagem nº 7.911, que acompanha o projeto de lei nº 88/15, institui o Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Ministério Público do Estado do Ceará.

A mensagem nº 7.912, que acompanha o projeto de lei nº 89/15, autoriza o Poder Executivo Estadual a ceder gratuitamente o uso de bem imóvel ao município de Tabuleiro do Norte para fins de manutenção do funcionamento e da localização da EEF Nossa Senhora de Fátima.

A mensagem nº 7.913, que acompanha o projeto de lei nº 90/15, altera os anexos II e III da Lei nº 15.780, de 29 de abril de 2015. A proposta do Governo tem por finalidade alterar as distribuições dos cargos de professor integrante do Grupo Ocupacional Magistério Superior (MAS) no quadro de pessoal da Fundação da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Fundação da Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva).

Quanto às proposituras do Ministério Público do Estado do Ceará, foi acatada a mensagem nº 04/15, que acompanha o projeto de lei nº 86/15 e dispõe sobre a criação e alteração na estrutura e composição de cargos no Quadro de Pessoal Efetivo e Permanente do Ministério Público Estadual.

E a mensagem nº 05/15, que acompanha o projeto de lei nº 87/15, institui o serviço voluntário no âmbito do Ministério Público do Estado do Ceará.

O plenário também acatou a mensagem nº 03/15, que acompanha o projeto de lei complementar nº 13/15 e altera a Lei Complementar nº 46, de 15 de julho de 2004, destinando parte da Receita Anual do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará ao Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Ministério Público. A propositura recebeu emenda nº 01, do presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (Pros).

Os parlamentares aprovaram ainda o requerimento nº 5270, de autoria de Evandro Leitão (PDT), que solicita a votação em regime de urgência do Projeto de Lei Complementar nº 18/15, oriundo da mensagem nº 7.908; da Proposta de Emenda Constitucional nº 12/15, oriunda da mensagem nº 9.909, e da proposta de Emenda Constitucional nº 13/15, oriunda da mensagem nº 7.910.

Do boletim do Govenro

Semace admite suspender embargo de pousadas de Canoa Quebrada

RREUNIÃO_DEP._EVANDRO_LEITÃO_COM_SEMACE_E_EMPRESÁRIOS_DE_ARACATI_-_FOTOS_BIA_MEDEIROS_01_1
A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) pode levantar o embargo que impede o funcionamento de 16 meios de hospedagem na praia de Canoa Quebrada, em Aracati, no Litoral Leste do estado. A sinalização foi dada nesta sexta feira (27), na Assembleia Legislativa, pelo superientendente da Semace, Ricardo Araújo, depois de mais uma rodada de diálogo com empresários da praia e o compromisso de apresentarem a documentação exigida para o licenciamento ambiental. A reunião com empreendedores daquela praia foi intermediada pelo líder do Governo, deputado Evandro Leitão.
Os estabelecimentos foram embargados por falta de licença ambiental. O documento vem sendo exigido ao longo de três anos, quando a Semace começou a desenvolver ações educativas junto ao segmento. Os três prazos dados pela autarquia para a regularização foram descumbridos, por falta de documentação de posse do imóvel, que é exigido para o licenciamento. A situação de impasse foi superada, depois que a prefeitura decidiu atestar a posse. “Nós vamos ter a maior boa vontade e receber o documento que comprova a posse de quem der entrada no pedido de licenciamento”, afirmou o superintendente.
Araújo explicou que uma vistoria terá de ser realizada em cada estabelecimento solicitante, para coibir pousadas em Área de Proteção Permanente (APP) ou em cima de falésias. “Aí, nós não vamos liberar”, assegurou. Depois dos primeiros pedidos, um mutirão de vistoria será realizado no local. Na próxima terça feira, os diretores das áreas de fiscalização e de Licenciamento da Semace voltarão ao município de Aracati, em mais um esforço de orientar os donos de pousadas a se regularizarem perante a legislação ambiental.

Capa do jornal O Estado(CE)

01

Opinião

O presidencialismo e a conspiração vermelha

Mauro Santayana
Informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, dão conta de que a Procuradoria Geral da República teria enviado ao STF pedido de reversão da decisão do Ministro Teori Zavascki, de afastar da órbita da Operação Lava Jato, ações que não pertencem à sua jurisdição, como a relacionada à Eletronuclear, já encaminhada para o Juiz Marcelo Bretas, da Sétima Vara Federal, no Rio de Janeiro.
O pedido estaria baseado em duas justificativas, a de que “aponta “ação” (sic) de uma “sistemática” (sic) criminosa igual à investigada na Petrobrás” e a de que “um esquema único de “compra” de apoio político teria nascido na Casa Civil em 2004, com o objetivo de garantir a governabilidade e a permanência no poder. Para isso, segue o texto, “teriam sido distribuídos cargos em diferentes áreas do governo, gerando uma “máquina” “complexa” e estruturada de desvios para financiar partidos, políticos e campanhas eleitorais.”
Ora, se a questão é a “sistemática” ser igual, todos os crimes de latrocínio, por exemplo, deveriam ser investigados por um mesmo grupo e julgados pelo mesmo magistrado, já que têm uma mesma mecânica e um mesmo resultado.
Um único juiz ficaria responsável por todos os crimes de tráfico de drogas do país; a outro, seriam encaminhadas todas as ações relacionadas a estelionato, e vários inquéritos, envolvendo corrupção e financiamento indireto de candidatos e partidos, como o Mensalão “Mineiro”, o escândalo dos trens de São Paulo, e dezenas de outros, ainda dos tempos das privatizações, nos anos 90, também deveriam ser encaminhados ao Juiz Sérgio Moro, se – como demonstra a sua atuação no Caso Banestado – ele viesse a agir com o mesmo “rigor” e “empenho” com que está agindo agora.      
Neófitos em política – ou exatamente o contrário – os procuradores que encaminham o pedido ao STF (segundo a matéria, “ligados” ao Procurador Geral da República, Sr. Rodrigo Janot); assim como os seus colegas e o juiz que estão envolvidos com a “Operação Lava Jato” tentam, já há tempos,  transformar, aos olhos do país,  em uma sofisticada e acachapante conspiração, o que nada mais é do que o velho Presidencialismo de Coalizão em seu estado puro.
Um sistema com todos os defeitos e eventuais problemas de uma democracia em funcionamento pleno, que se desenvolve – como em qualquer lugar do mundo - na base da negociação de interesses de indivíduos, grupos de pressão, partidos políticos, funcionários públicos de confiança e de carreira e empresas estatais e privadas.
Sem obras – casas, pontes, estradas, refinarias, usinas hidrelétricas, ferrovias, navios, plataformas de petróleo - não há desenvolvimento e  não existem votos.
Desde que o mundo é mundo, e não desde 2004, como quer nos fazer acreditar a Operação Lava Jato, votam-se verbas para obras – aí estão as emendas parlamentares que não nos deixam mentir – indicam-se diretores de estatais, loteiam-se cargos entre partidos aliados, apresentam-se empreiteiras para a sua execução, realizam-se os projetos e as empresas – preventivamente - para evitar ficar de fora das licitações, ou antipatizar-se com gregos e troianos, financiam partidos e candidatos de todas as cores e de todos os matizes, porque não têm como adivinhar quem vai ganhar que eleição, ou qual será a correlação de forças que sobrevirá a cada pleito.
Esse esquema funciona, assim, desde os tempos do Império e da República Velha e se repete nos Estados, com as Assembleias Legislativas, e nos municípios, com os executivos e câmaras municipais, e, se o PT conspirou ou conspira para “manter-se no poder”, na essência e na lógica da atividade política, ele não faz mais do que faria qualquer outro partido;
Ou há alguém que acredite existir agremiação política que tenha como “objetivo” programático o abandono do poder?
Nisso, o PT, e os outros partidos, fazem o que sempre fizeram os chefes tribais, desde que deixamos de ser coletores e caçadores e nos reunimos em comunidades, ou os políticos gregos, ou os imperadores romanos, ou os reis medievais, ou os partidos e forças que antecederam a ascensão do próprio Partido dos Trabalhadores ao Palácio do Planalto, que, para manter-se nele, chegaram até mesmo a mudar o texto da Constituição Federal, para passar no Congresso – em polêmica e questionável manobra - o instituto da reeleição.
A Democracia - e o Presidencialismo de Coalizão, ou o Parlamentarismo, em que muito menos se governa sem negociação e conciliação de interesses - pode ter defeitos, mas ainda é o melhor sistema conhecido de governo.
Tendo, no entanto, problemas – e sempre os terá, em qualquer país do mundo, pois que se trata mais de um processo do que de um modelo acabado - cabe à classe política, que, com todas as suas mazelas, recebeu a unção do voto – todo poder emana do povo e em seu nome será exercido, ou já nos esquecemos disso? – resolvê-los e não ao Ministério Público, ou a um juiz de primeira instância fazê-lo.
E, muito menos, inventar com esse pretexto, uma teoria conspiratória cujo único objetivo parece ser o de garantir que se lhe transfira, a ele e ao seu grupo, cada vez mais poder e força.
Até mesmo porque, como todos os cidadãos, os jovens procuradores da PGR, assim como os da Operação Lava Jato e o juiz responsável por ela, têm, como qualquer brasileiro, suas preferências políticas, simpatias ocultas, idiossincrasias, seu time de futebol do coração, sua confissão religiosa, seu piloto preferido de Fórmula Um.
Afinal, como diz o ditado, o que seria do azul, se todos gostassem do amarelo?
O que não se pode esquecer é que, se quiserem fazer política, devem candidatar-se e ir atrás de votos e de um lugar no Parlamento, e não misturar alhos com bugalhos, ou querer exercer atribuições que não têm, e que não podem ter, nesta República, pois que não lhes foram conferidas por mandato popular.
Deve, portanto, quem está à frente da Operação Lava Jato, limitar-se, sem paixão, parcialidade, vaidade ou messianismo, tecnicamente, ao seu trabalho, que pode ser exercido por quaisquer outros policiais, procuradores ou juízes, em outros  lugares do país, respeitando-se a jurisdição, as regras e os limites impostos à sua atuação, porque nem mesmo a justiça pode se colocar - como muitos parecem ter se esquecido nos últimos tempos - acima da Lei e da Constituição, cujo maior guardião é, como reza o seu próprio nome, o Supremo Tribunal Federal.
Ninguém discute a necessidade de se combater a corrupção, de preferência - como nem sempre tem ocorrido – a de todos os partidos.
Ninguém também vai querer botar a mão no fogo com relação a partidos que, depois de chegar ao poder, deixaram entrar toda espécie de oportunistas, oriundos de outras agremiações, ou nomeados por governos anteriores, que depois fizeram falcatruas no cargo que estavam ocupando.
Como qualquer partido político, o PT teve acertos e erros nos últimos anos, e deve pagar por eles, até mesmo porque a imensa maioria de seus militantes é correta, nacionalista e não andou por aí prestando “consultorias”.
O que não se pode aceitar é pôr ao alcance de apenas uma pessoa, de um único juiz, um imenso universo de milhares de empresas que realizaram negócios com o governo federal nos últimos anos, em qualquer lugar ou circunstância, colocando, automaticamente, sob suspeição, qualquer pessoa que tiver, em princípio, feito negócios com qualquer uma dessas empresas.
Também não se pode agir, como se partidos de oposição não tenham estado envolvidos, antes e depois de 2004, em alguns dos maiores escândalos de corrupção da história recente, dos mais antigos, como o do Banestado, passando pelos mais simbólicos, como o do Mensalão “Mineiro”, aos mais novos, como o do Trensalão Paulista – cujo inquérito está completando seu primeiro aniversário na gaveta do Ministério Público de São Paulo - todos abafados, ou conduzidos de forma a prescreverem, ou não se punirem os seus principais envolvidos, não lhes acarretando - por parte da justiça, ou da mídia, até agora - quase que nenhuma conseqüência.
Também não se pode acreditar que só o governo federal possa corromper, porque, como explicam os que acreditam nessa fantasiosa teoria conspiratória, é a União que teria a "caneta".
Como, se, por acaso, a oposição também não tivesse a sua, em alguns dos principais estados e municípios do país, como é o caso, emblemático, de São Paulo, unidade da Federação na qual arrecada – e administra - aproximadamente 150 bilhões de reais por ano em impostos, há mais de duas décadas.
Não podemos agir como se a corrupção, no Brasil, tivesse sido inaugurada com o estabelecimento de uma espécie de Protocolo dos Sábios do Sião, do PT, ao urdirem uma conspiração nordestino-bolchevista internacional, com estreitas ligações com o "bolivarianismo", e o "perigosíssimo" Foro de São Paulo, para dominar a América Latina, e, quem sabe - como o "Pink" e o "Cérebro" do desenho animado - o mundo.
Uma conspiração “comunista” que passou o país da décima-terceira economia do mundo, em 2002, para a oitava maior, agora; que pagou, rigorosamente, sem contestar, toda a dívida que tínhamos com o FMI; que emprestou generosamente – e por isso também tem sido acusada – dinheiro do BNDES para empresas privadas, não apenas nacionais, mas também multinacionais; que acumulou mais de 370 bilhões de dólares em reservas internacionais, aplicando-as majoritariamente em títulos do seu, teoricamente, arqui-inimigo,  Estados Unidos da América do Norte; que deu aos bancos alguns dos maiores lucros de sua história; que praticamente duplicou a porcentagem de crédito na economia; e diminuiu a dívida líquida pública pela metade nos últimos 13 anos.          
Como se, anteriormente, partidos não negociassem alianças e coligações, nem as financiassem, como fez o PT, no caso da Ação 470, ajudado em um empréstimo, pago, depois, a um banco, obtido pelo Sr. Marcos Valério, que, claro, para o Ministério Público, ao que parece, é como se nunca tivesse trabalhado para o PSDB antes.
Como se os 12 Sábios do Sião do PT, reunidos, bebendo cachaça, em algum boteco do ABC, tivessem resolvido, inédita e insidiosamente, em certo encontro secreto, primitivo e clandestino, corromper a pobre classe política nacional - tão ingênua e impoluta como um bando de carneiros - e também o empresariado brasileiro.
Como se, anteriormente, nenhuma empreiteira fizesse doação de campanha, ninguém fosse a Brasília para conseguir obras, não existisse lobby nem Caixa 2, políticos e ex-políticos não prestassem “consultorias” a empresas particulares, e nem se montasse a  negociação de partidos para aprovação de medidas provisórias, como, ou de emendas, como, por exemplo, lembramos mais uma vez, a da reeleição do Sr. Fernando Henrique Cardoso.
E a Nação dormisse, inocente e serena, sonhando com flores e passarinhos em berço esplêndido, e tivesse sido despertada violentamente, de repente, por um emissário do inferno, vermelho e barbudo como o diabo, que chegou do Nordeste de pau de arara, para acabar com o seu sono e conspurcar-lhe, covarde e impiedoso, a virginal moralidade que ostentava antes.
Finalmente, se formos nos deixar dominar pela imaginação e pelo delírio conspiratório, qualquer um poderá pensar e afirmar o que quiser.
Até mesmo que pode haver, mesmo, uma conspiração em curso.
Mas não para entregar o Brasil ao PT ou ao comunismo.
Mas para derrubar, usando como biombo uma campanha  anticorrupção pseudo moralista, seletiva,  dirigida e  paranóica, um governo legitimamente eleito há pouco mais de um ano.
Trabalhando deliberadamente para chegar, de qualquer forma, e o mais depressa possível, à Presidente da República, na tentativa de tirá-la do Palácio do Planalto da forma que for possível, com um jogo escalado e proposital de prisões sucessivas e de “delações”.
Uma espécie de “corrente” no qual uma pessoa é presa – seja por qual motivo for (na falta de provas, muitos podem imaginar que se estejam produzindo “armadilhas”, suposições, ilações, combinações) e delata outra, que também é presa e passa a participar, obrigatoriamente, da trama, delatando também o próximo da “fila” – ou o novo degrau de uma escada que até mesmo no exterior já se imagina aonde vai chegar - sob pena, caso se recuse, de permanecer anos e anos na cadeia sem nenhuma garantia ou perspectiva real de proteção por parte do direito ou da justiça, enquanto bandidos apanhados com contas de milhões de dólares no exterior vão sendo, paulatina e paradoxalmente, soltos.

Mauro Santayana é jornalista e meu amigo.

Saúde pública


Conferência Nacional de Saúde tem início nesta terça-feira
Começa nesta terça-feira (1º/12), a 15ª Conferência Nacional de Saúde. O evento é o mais importante do calendário da saúde, acontece a cada quatro anos e reúne usuários do Sistema Único de Saúde, profissionais e gestores da saúde pública. A conferência é coordenada pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Saúde, e este ano terá o SUS como centro dos debates sob o tema “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro”. Tendas de cuidados, atividades paralelas, exposições e agenda cultural também fazem parte da programação.

Confira a programação do evento.

Evento criado em 1937, as conferências nacionais de saúde têm desempenhado importante papel nos avanços alcançados pela saúde pública brasileira. As bases para a criação do SUS foram estabelecidas na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e depois consolidadas na Constituição Federal de 1988. Importantes estratégias de saúde pública do país, como SAMU, Rede Cegonha e programa Saúde da Família tiveram suas sementes lançadas em conferências nacionais.

Participarão da conferência nacional 4.322 pessoas, sendo 3.248 delegados eleitos nas conferências estaduais e 976 convidados. Até sexta-feira (4), 28 grupos de trabalho debaterão as propostas definidas nas etapas preparatórias da conferência, produzidas em plenárias populares regionais, em conferências municipais e estaduais e nas conferências livres realizadas desde abril em todo o país. Ao todo, mais de 1 milhão de pessoas foram mobilizadas e contribuíram com as propostas.

São oito os eixos temáticos que norteiam os debates da conferência nacional: “Direito à saúde, garantia de acesso e atenção de qualidade”; “Participação e controle social”; “Valorização do trabalho e da educação em saúde”; “Financiamento do SUS e relacionamento público-privado”; “Gestão do SUS e modelos de atenção à saúde”; “Informação, educação e política de comunicação do SUS”, “Ciência, tecnologia e inovação no SUS” e “Reformas democráticas e populares do Estado”.

Serviço:
15ª Conferência Nacional de Saúde
Tema:
“Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro”
Data: 1º a 4 de dezembro (terça a sexta)
Horário: 19h (abertura, 1º/12) e 9h às 19h (quarta a sexta)
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães -  Eixo Monumental, Brasília (DF)