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PT lança Lula candidato à Presidência no início de 2017

Estratégia do partido é aproveitar baixa popularidade de Temer e reforçar a defesa jurídica do ex-presidente, que é réu em cinco ações penais e pode ficar inelegível.
O PT pretende lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República ainda no primeiro semestre do ano que vem, entre fevereiro e abril. A estratégia tem dois objetivos. O primeiro é aproveitar politicamente a baixa popularidade do governo Michel Temer. O segundo é reforçar a defesa jurídica de Lula, réu em cinco processos penais, quatro deles provenientes da Operação Lava Jato e seus desdobramentos. 
Foto: Ricardo Nogueira|EFE
Lula
O ex-presidente Lula
A informação foi confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e também do Instituto Lula.
O PT defende formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano, em fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na Justiça que possam barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão em 2017.
A pré-candidatura de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido. Segundo os defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o ex-presidente poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba. Conforme esse raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas pesquisas de opinião reforça a estratégia. 
“A necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação entre os projetos”, disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho. Outro grupo defende que a candidatura seja lançada durante o 6.º Congresso Nacional do PT, marcado para abril, mas que pode ser adiado para maio.
Momento. Em conversas privadas Lula já concordou com a estratégia. A única dúvida é em relação ao momento de anunciar a candidatura. Para evitar precipitações, o ex-presidente tem até evitado alguns eventos públicos temeroso de ter seu nome lançado antes da hora.
A ideia é esperar que o governo Temer, diante das dificuldades de apresentar resultados a curto prazo na economia e com uma agenda impopular de ajustes, chegue ao “fundo do poço” para, só então, Lula ressurgir com um discurso de contraste em relação a seus oito anos de governo e um programa econômico embasado na recuperação do mercado interno.
Em mensagem de fim de ano divulgada nesta quinta-feira, 22, Lula confrontou a política econômica de Temer e defendeu o fortalecimento do mercado interno, uma das marcas de seus governos. “Estou falando com conhecimento de causa porque já fiz isso uma vez”, disse o ex-presidente no vídeo.
Também nesta quinta-feira, a ex-presidente Dilma, em viagem à Argentina, defendeu abertamente um terceiro mandato para Lula. “Não penso em voltar para a política porque o grande presidente para o Brasil é Lula”, disse ela ao lado da ex-presidente do país vizinho Cristina Kirchner.
Fontes do Instituto Lula ressaltaram que a possível antecipação do lançamento da pré-candidatura do petista ao Planalto é incompatível com os planos de amplos setores do PT de convencer Lula a aceitar a presidência da legenda no 6.º Congresso do PT.

Presente de natal?

Olhe, se a gente tivesse duas vidas e pudesse escolher uma, eu queria ser sempre menino.

Bom dia

Feliz Natal!

Opinião


Temer diz que ganhou presente de Natal. E foi você, trabalhador, quem deu

Leonardo Sakamoto
''O governo acaba de ganhar um belíssimo presente de Natal'', afirmou Michel Temer ao tratar da proposta de reforma trabalhista.
O presente não é a reforma em si, mas o fôlego que seu grupo político acredita ter ganhado para continuar ocupando o Palácio do Planalto com a divulgação da medida.
Fôlego dado por parte do empresariado que o ajudou a chegar lá com a condição de que reduzisse a proteção ao trabalhador (reformas trabalhistas e previdenciária em andamento) e garantisse que a fatura da crise econômica pesasse mais sobre o trabalho do que sobre o capital (a já aprovada PEC do Teto, que congela gastos públicos, como saúde e educação, por 20 anos, por exemplo). Ações que, não se enganem, já estavam sendo entregues pelo PT, mas em menor velocidade e quantidade do que a desejada por eles por conta da pressão de suas bases.
O impacto do presente dado pelo governo Temer a uma parcela do PIB brasileiro, recebendo em troca o direito de permanecer onde está, vai se fazer sentir nas próximas gerações de trabalhadores.
É claro que o país precisa de uma atualização de toda a legislação que regula a relação capital e trabalho e não apenas da CLT. Mas, primeiro, o Congresso Nacional deveria reunir todas as leis, instruções normativas, regras, enfim, e simplifica-la, retirando redundâncias e facilitando a vida do trabalhador e do empresário. E só depois buscar os pontos de consenso para começar uma profunda discussão.
A principal proposta, do ''negociado sobre o legislado'', beneficia parte do empresariado e parte dos sindicatos, que terão mais poder para se sobrepor ao que diz a lei. Mas dar mais poder a sindicatos sem repensar a estrutura sindical brasileira é pedir para que apareçam mais caos de corrupção e de negociatas entre supostos representantes dos interesses dos trabalhadores e patrões.
Em outra circunstância, uma greve geral começaria a ser desenhada para evitar mudanças sem um amplo debate nacional. Mas os trabalhadores seguem anestesiados com a política e desesperados com a manutenção do próprio emprego frente às chantagens que circulam diariamente – de que ou se retiram direitos ou o Brasil vai arder no mármore do inferno.
Ao mesmo tempo, essa população não se reconhece diante de deputados e senadores que têm vontade própria e não representam ninguém além de seu próprio umbigo e do das empresas que os alugaram através de doações de campanha e caixa 2.
A classe trabalhadora sabe que está sendo passada para trás – o que pode ser visto pelas pesquisas de opinião. E não há organização que leve à mobilização em massa, fruto deste momento em que antigas lideranças perderam a legitimidade e seu espaço foi ocupado pelo vácuo do ''salve-se quem puder''.
Por isso, trago uma historinha de Natal.
Maria deu à luz, sob o olhar insuspeito de uma vaca e um jegue – figurante sempre presente nessas ocasiões há quase dois mil anos. José acompanhava a cena de perto, amparado pelas paredes de barro e um cigarro de palha. A fumaça esbranquiçada fugia pela porta e fundia-se à paisagem queimada de sol. E a pele do bebê à lavoura, que morreu ainda no pé por carência d`água. Mal presságio… Ao contrário da outra criança – do outro José com a outra Maria – não recebeu reis, muito menos presentes.
Os anos se passaram e ela cismou em ficar do mesmo tamanho. Talvez por causa da água e da comida. Ou da falta de ambos. Certo mesmo é que adoeceu. O pai, desesperado, correu de um lado para o outro e levou-a para se tratar. Diarréia, olhar longo, profundo, perdido. Os doutores fizeram o que podiam e mandaram-na de volta para casa. Naquela tarde, rastejou pelo chão da sala, agonizando. Maria avisou ao marido que a criança estava indo embora. Mas sabiam que de nada adiantaria, pois há tempos a fome vinha comendo-a por dentro. Então, José, resignado, foi à cidade fazer a única coisa que estava ao seu alcance: pedir uma caixão emprestado, prática comum por aquelas bandas.
Ouvi essa história do próprio José, ao fazer uma reportagem no sertão de Alagoas, há alguns anos. A Alagoas de Collor e de Renan. Mas também, de certa forma, dos ditadores do período militar, de Sarney, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer. Adoramos culpar as velhas oligarquias nordestinas, mas esquecemos que elas deram sustentação a todos os governos.
Assim como eles, muitos Josés e muitas Marias ainda enterram seus filhos pelo Nordeste brasileiro – coisa que não deveria acontecer – pais não deveriam enterrar seus filhos. No rádio e na TV, ainda chegam notícias de que o motivo disso tudo são as secas, que castigam o sertão de tempos em tempos, como a que assolou a região este ano. Mas os simples cordéis, pendurados nos varais das feiras livres nos finais de semana, contam mais a verdade.
Remexendo em um deles, achei um que exemplifica: “Doutor, vixe, água não é o problema! / Aqui com a seca e com jeitinho nós se arresolve / O que dói mesmo e é difícil de entender / É a falta de terra, disso ninguém se comove / Falta não, me corrijo antes de tudo / Tem muita por aí, mas é do coroné o seu uso”.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil tornou-se exemplo global ao reduzir o número de pessoas subnutridas. Os programas sociais de distribuição de renda e suas ações correlatas, programas de Saúde da Família, além das atividades de organizações da sociedade civil como a Pastoral da Criança, reduziram a fome por aqui. Sem contar a geração de empregos e a própria estabilidade econômica da última década. Contudo, apesar da quantidade de pessoas em situação de inseguração alimentar caiu bastante, ainda temos milhões de subnutridos.
A cantilena é antiga, mas garantir terra e, principalmente, condições de produção, com apoio técnico, irrigação e financiamento, e facilitar o escoamento das mercadorias é uma das soluções poderosas não pontuais para o problema da pobreza extrema na região rural, por exemplo. Ou seja, distribuição de riqueza – ideia que também vale para as áreas urbanas.
Por isso, dói ver medidas sendo apresentadas e aprovadas indo no sentido contrário e concentrando mais riqueza, ao jogar a conta da crise apenas nas costas dos mais pobres, ceifando direitos trabalhistas ou investimentos em gastos públicos. Enquanto isso, dividendos recebidos de empresas não são taxados, muitos menos grandes fortunas ou grandes heranças, e o Imposto de Renda não é progressivo a ponto de morder 30%, 40% de quem é rico e pode pagar mais.
Ou seja, as lojas de alto luxo de Rio, São Paulo e Brasília continuarão apinhadas de gente no mês de dezembro. E os mais pobres reduzirão suas ceias de Natal nos próximos anos, tendo que escolher entre comer durante a semana e comprar um presente para os filhos.
Essas famílias pobres podem até ser ignoradas pelo “céu”, que não manda a chuva, mas se estrepam mesmo é com a ação direta do pessoal de carne e osso (que está de olho em suas terras ou sua força de trabalho), com a ação perversa do Estado e com a complacência de muitos de nós.
Sem contar o fato de que lucramos sim com essa estrutura de exploração. Ou você acha que os produtos baratos que nós consumimos são socialmente limpos com esse exército de trabalhadores temporários superexplorados que se esfolam aqui e ali?
Perdoem-me. O objetivo deste texto não é fomentar a culpa em um dia de festas – apesar de ser um sentimento bastante presente entre muitos cristãos e que não leva a lugar nenhum. Mas lembrar que comemorar significa também ''lembrar junto''. Precisamos ter em mente que nossa caminhada é longa, mas não fará muito sentido se chegarmos lá sozinhos. Aliás, ninguém chegará lá sozinho, pois, desconfio, que ou o país terá que ser para todos ou não haverá nada para que os ''vencedores'' aproveitem o butim ao final.
Enfim, Feliz Natal às mulheres e homens que não se dizem ''de bem'' e não ficam apenas na boa vontade.

acumulou

Mega-Sena de Natal acumula em R$ 225 milhões para a Virada; veja sorteio

A Mega-Sena acumulou em R$ 225 milhões no sorteio deste sábado (24) em Ji-Paraná, Rondônia. O concurso 1.889 -- dentro da "Mega Semana de Natal"-- não teve nenhum sortudo das seis dezenas.
O sorteio seguinte é válido pela "Mega da Virada", que tem regras especiais, como o fato de o prêmio não acumular caso ninguém acerte as seis dezenas.
 
Os números sorteados foram 16-23-25-28-30-44.
 
Em compensação, 49 apostas acertaram a quina e ganharam R$ 28 mil. Outros 3138 jogos acertaram ao menos quatro números sorteados e vão receber R$ 633.
Em comemoração à data, a Caixa promoveu, esta semana, três sorteios em vez dos tradicionais dois, às quartas e aos sábados.Para o sétimo concurso, o 1.888, a estimativa de prêmio para quem acertar a sena é de R$ 40 milhões.
Além do deste sábado, foram realizados um na última terça-feira (20) e outro na quinta-feira (22), quando duas apostas de Campinas (SP) acertaram a sena e dividiram o prêmio de R$ 40,1 milhões.
A "Mega Semana de Natal" é a 11ª no ano em que são realizados três sorteios. Neste ano, já foram feitas semanas especiais em lembrança a Verão (janeiro), Carnaval (fevereiro), Mulher (março), Mães (maio), Namorados (junho), Férias (julho), Pais (agosto), Primavera (setembro), Sorte (outubro) e República (novembro).

A biblia

Natal. Traduções da Bíblia

Ernst Bloch, marxista heterodoxo e ateu religioso, ainda na antiga República Democrática Alemã, dizia nas suas aulas, para escândalo do governo comunista, que os nazis, ao recusarem a Bíblia, já "não puderam compreender a cultura alemã". De facto, sem a Bíblia, não podemos compreender os cânticos de Natal, da Páscoa, costumes populares..., não conseguimos entender o gótico, a Idade Média, Dante, Rembrandt, Händel, Bach... "Sim, sem a Bíblia, o que é que ainda podemos compreender?" Sem a Bíblia, não entendemos a Missa Solemnis de Beethoven, um requiem, "garnichts" (nada mesmo).
Como entender os ideais da Revolução Francesa? Karl Marx, exilado, levou consigo a Bíblia. Bertolt Brecht encontrava inspiração na Bíblia. No século XIX, não havia analfabetos na Noruega e a razão é que as mães liam a Bíblia e uma mãe que sabe ler não permite que os filhos fiquem analfabetos...
Entretanto, a gente pasma, quando lê que, em 1713, o papa Clemente XI, na Constituição "Unigenitus Dei Filius", declarou serem falsas afirmações como: "A leitura da Sagrada Escritura é para todos", "é útil e necessário" todos terem acesso ao estudo e conhecimento da Bíblia.
Estou convencido de que o desconhecimento da Bíblia e a proibição da sua leitura foram uma das causas do atraso cultural de Portugal.
2 É preciso, pois, saudar a Quetzal, que abriu as portas, numa bela edição, à nova tradução da Bíblia por Frederico Lourenço. Trata-se da primeira tradução para português da Septuaginta, a Bíblia dos 70, o que constitui não só o facto literário do ano mas também um acontecimento que fará história, honrando o tradutor e a editora. Um trabalho insano até ao ano 2020 - são 80 livros, tendo sido publicado em 2016 apenas o volume com os Evangelhos -, que não põe em causa outras traduções, mas os leitores vão ter agora em português "nem mais nem menos do que aquilo que está no texto original grego".
Raramente alguém manifesta tanto fascínio pela Bíblia - quantos padres terão lido a Bíblia toda?! - e nomeadamente pelos Evangelhos, sobretudo o de São João, e, apesar do distanciamento em relação à Igreja Católica - eu compreendo as suas razões para isso -,Frederico Lourenço, que acaba de receber o Prémio Pessoa, diz de Jesus esta preciosidade: "Bem vistas as coisas, Ele afinal não morreu. Porque a verdade é esta: tanto crentes como não crentes andaremos às voltas com Jesus nas nossas cabeças, enquanto houver seres humanos na Terra." E sobre os Evangelhos: "Se há verdade que todos os dias nos é confirmada pela observação objectiva da realidade humana é que, no cerne do seu valor ético, a mensagem de Jesus continua hoje tão válida, tão certeira e tão urgente como era há dois mil anos." O que é um feito: talvez nunca como por ocasião desta tradução se tenha falado tanto da Bíblia em Portugal. Quanto à sua competência, ninguém competente que tenha lido a sua tradução da Ilíada e da Odisseia a porá em causa. Claro que haverá debates: por exemplo, a tradução de "hamartía" por erro em vez de pecado não será consensual; de facto, segundo o filósofo grego Sócrates, por exemplo, "ninguém é mau voluntariamente", mas São Paulo queixa-se, porque "faço o mal que não quero e não faço o bem que quero". Portanto, fazer o mal depende só da ignorância ou também, e sobretudo, da vontade má?
3 Dito o que aí fica dito, será necessário prevenir no sentido de que se deve ter algumas cautelas, pois não se pode ficar a pensar que vamos finalmente ter a mensagem de Jesus na sua clareza originária e plena. De facto, os Evangelhos não começaram por ser escritos. Primeiro, foi a pregação oral e, na base de tudo, está a mensagem de Jesus em contexto aramaico e hebraico. Então, já temos aqui a primeira tradução: na passagem do mundo judaico para o helenista. Uma língua não é um mero instrumento, uma língua é um mundo, e o mundo dito em hebraico não é o mesmo que em grego. No grego, quando se fala de Deus, pergunta--se o que é, a sua essência, mas, em hebraico, o que se quer saber é o que é que acontece quando Deus está presente. Assim, no Antigo Testamento, o nome de Deus revelado a Moisés é "eyeh asher eyeh", traduzido para grego e latim como "eu sou o que sou", e Santo Tomás de Aquino, por exemplo, fez a partir daí grandes reflexões metafísicas, mas perdeu-se o dinamismo da libertação, porque o que Deus disse a Moisés foi: eu sou aquele que está convosco na história da libertação. No Novo Testamento, Jesus não respondeu directamente à pergunta dos discípulos de João: se ele é ou não o Messias. Disse-lhes para dizerem a João o que estava a acontecer: "Cegos vêem e coxos andam; leprosos estão curados e surdos ouvem, e mortos ressuscitam e mendigos são destinatários da boa-nova." A graça da libertação.
Que é que isto quer dizer? Com a helenização do cristianismo, houve enriquecimento, mas também e sobretudo há perigos: corre-se o risco de ficar com teologias e uma fé reduzida a dogmas e doutrina, esquecendo o essencial: precisamente o Deus que está presente na história do dom e da luta pela libertação.
4 O Natal celebra o nascimento de Jesus. E Jesus é o Emmanuel, o Deus connosco, o Deus presente e libertador, a boa-nova. Por isso, "tanto crentes como não crentes andaremos às voltas com Ele nas nossas cabeças, enquanto houver seres humanos na Terra".

Dr. Mário no fim da jornada

Mário Soares está em estado crítico

Antigo presidente regressou aos cuidados intensivos. Já foi visitado pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro
O porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha informou este sábado, às 16:00, que o estado de saúde de Mário Soares "é crítico" e que o antigo presidente foi novamente transferido para a unidade de cuidados intensivos.
Segundo o porta-voz do hospital, José Barata, o estado de Mário Soares agravou-se de forma súbita pelas onze da manhã. Não foram acrescentados mais detalhes.
Internado desde o dia 13 de dezembro, o antigo Presidente fora transferido na quinta-feira dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.
Na ocasião, o hospital anunciou que Mário Soares iria manter-se "sob vigilância continuada a cargo da equipa clínica multidisciplinar que o acompanhou na Unidade de Cuidados Intensivos".
O hospital divulga novo boletim clínico às 20:00.
Marcelo e Costa já estiveram no Hospital da Cruz Vermelha
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, interrompeu a sua agenda oficial para visitar Mário Soares no Hospital da Cruz Vermelha. No final da visita, onde esteve com a filha de Soares, Isabel, Marcelo Rebelo de Sousa não fez declarações aos jornalistas. Também o primeiro-ministro foi à unidade hospitalar onde está internado o ex-presidente. António Costa chegou com a mulher e não falou à imprensa.
O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, falou esta tarde com João Soares, o filho do fundador do PS, que lhe deu conta da situação clínica do pai. "Mário Soares não está melhor, mas vamos aguardar que haja uma evolução favorável", disse à Lusa fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República.

A Grande Sobral

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A Assembleia Legislativa aprovou, nessa noite de quinta-feira, a lei de criação da Região Metropolitana de Sobral (Zona Norte). O autor é o deputado estadual Ivo Gomes, também prefeito eleito pelo PDT desse município. A lei tem o objetivo de “contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural da Região Norte do Ceará”, segundo justificativa do parlamentar.
A Região Metropolitana de Sobral será composta pelos seguintes municípios:
Alcântaras, Cariré, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Graça, Groaíras, Massapê, Meruoca, Moraújo, Mucambo, Pacujá, Pires Ferreira, Reriutaba, Santana do Acaraú, Senador Sá, Sobral e Varjota.

O novo time de Roberto Claudio

O coordenador de imprensa da Prefeitura de Fortaleza, jornalista Moacir Maia, anuncia o novo secretariado do prefeito Roberto Cláudio (PDT). A equipe chega com 67% de renovação. De acordo com Moacir, isso significa que virá “um novo governo e não o continuísmo”. Foram levados em conta os critérios “técnico e perfil político”, mas também aproveitando gente experiente da atual gestão.
Secretariado
Queiroz Maia – Chefe de Gabinete (mantido)
Samuel Dias – Secretário de Governo, deixa a Seinf
Philipe Nottingham – Secretária do Planejamento (mantido)
Jurandir Gurgel – Secretaria de Finanças (mantido)
João Pupo – Secretaria de Conservação e Serviços (Mantido)
Águeda Muniz – Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (mantida)
José Leite Jucá – Procurador-geral do município (mantido)
Vereador Evaldo Lima – Cultura
Manuela Nogueira – Secretaria Municipal de Infraestrutura
Vereador Elpídio Nogueira – Secretaria de Desenvolvimento Social
Alcimor Rocha – Secretaria de Controladoria, Ouvidoria e Transparência.
Romel Araújo – Secretaria Municipal da Saúde
Dalila de Freitas – Secretaria Municipal da Educação
Sérgio Rocha – Secretaria Municipal da Habitação
Mosiah Torgan – Desenvolvimento Econômico e Trabalho
Alexandre Pereira – Secretaria Municipal de Turismo
Antonio Azevedo – Secretaria Municipal de Segurança
Ricardo Souza – Secretaria Municipal dos Esportes
Eudoro Santana – Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) (mantido)
Coordenador Especial e Articulação Política – Lúcio Bruno
SER 1 – Gilberto Bastos
SER 2 – Ferruccio Feitosa, deixa a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece)
SER 3 – Vereador Antonio Henrique
SER 4 – Francisco Sales
SER 5 – Ronaldo Nogueira
SER 6 – Antonio Albuquerque
SER Centro – Adail Fontenele
Coordenador das Regionais – Renato Lima.
priscooo
DETALHEPrisco Bezerra, irmão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), deixou a equipe, embora estivesse com carta branca para permanecer. Vai se dedicar a projeto particular.
Fusão
A Setra vai se fundir com a Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos surgindo a Secretaria de Direitos Humanos, Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A Secretaria do Desenvolvimento Econômico absorverá a área de trabalho que era da Setra.
Reunião
No dia 2 próximo, o prefeito RC empossará a a equipe, às 9 horas, no Paço Municipal, e, em seguida, comandará a primeira reunião com o secretariado.
Seminário
De 26 a 28 de janeiro próximo, haverá um seminário com todos os secretários para debater ações do segundo mandato. Com especialistas do Brasil e do Exterior. O local não foi divulgado.

Vai piorar, diz comandante


Em vídeo, comandante do Exército prevê 'agravamento das dificuldades'

Em mensagem de fim de ano para desejar boas festas, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que o país passa por uma crise política, econômica e ética e fez previsões de um 2017 ainda pior.
Ele gravou um discurso, com duração de pouco mais de três minutos, postado em uma rede social e publicado também no site oficial do Exército nesta quinta-feira (22).
Ele direcionou a mensagem aos seus "comandados".
"Neste ano difícil que está prestes a se encerrar, em meio a uma persistente crise política, econômica e sobretudo ética, testemunhei com satisfação e orgulho sua presença efetiva, pronta e entusiasmada por todo país", afirmou o comandante-geral.
"Vislumbro para o ano que se aproxima o agravamento das dificuldades que assolam o país, com reflexo negativo no nosso orçamentos e nos nossos salários", acrescentou.
Apesar do diagnóstico, o general exaltou o respeito à hierarquia e declarou que a situação não abala a confiança que tem de que a corporação não se afastará "nem um milímetro" da "trajetória retilínea" do Exército, "respaldando e respeitando a Constituição brasileira".
Questionado pela reportagem sobre a mensagem de Villas Bôas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), afirmou que "o conteúdo está em linha com o momento que vive o país e com o papel estritamente constitucional e democrático das Forças Armadas".
Apesar do lamento do comandante-geral sobre o reflexo negativo aos orçamentos e salários, o ministro disse que não houve diminuição.
INTERVENÇÃO MILITAR
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no começo deste mês, Villas Bôas disse que há "chance zero" de setores das Forças Armadas se encantarem com a volta dos militares ao poder.
Ele disse que há "tresloucados" ou "malucos" que aparecem cobrando intervenção por causa do caos político que vive o país.
"Eu respondo com o artigo 142 da Constituição. Está tudo ali. Ponto", afirmou na entrevista.
Pelo artigo 142, "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."
Isto é, as Forças Armadas estão submetidas ao presidente e agem sob solicitação de algum dos três Poderes.
OUTRA MENSAGEM
Durante o processo que deu início ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o comandante do Exército já havia se manifestado sobre os problemas no país.
Em vídeo divulgado em redes sociais em março deste ano, Villas Bôas declarou que o Brasil estava atravessando uma crise econômica, ética e política, mas adiantava que o Exército apenas obedeceria à Constituição.
"Toda e qualquer atitude nossa será absolutamente respaldada no que os dispositivos legais estabelecem, desde a Constituição até as leis complementares [...], e sempre condicionado ao acionamento de um dos poderes da República", afirmou à época.
Em outro vídeo, este feito em outubro de 2015, o general disse ver risco de a crise virar uma "crise social" que afetaria a estabilidade do país, o que, segundo ele, diria respeito às Forças Armadas.