Baron cai na Amazônia

 Força Aérea Brasileira encontra aeronave desaparecida em Tabatinga



Agência Brasil
A Força Aérea Brasileira (FAB) confirma acidente envolvendo a aeronave de matrícula PT-ICU, modelo BE-58, ocorrido em Tabatinga, no Amazonas. A aeronave estava desaparecida e foi encontrada por volta das 15h30 (horário local) de ontem (23). A aeronave foi encontrada a 13,5 Km da cabeceira da pista do aeroporto de Tabatinga. Bombeiros locais informaram que quatro pessoas estavam a bordo. Três pessoas morreram e uma sobreviveu. Os nomes não foram divulgados.
De acordo com informações divulgadas pela FAB, o pequeno avião havia decolado de Tefé (AM) com quatro passageiros a bordo, às 10h32 local. O destino era Tabatinga (AM). O piloto fez o último contato com o controle de tráfego aéreo pouco antes do horário previsto para pouso, que era 11h30 local.
Uma equipe de investigadores do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII), sediado em Manaus, será enviada ao local do acidente para iniciar os trabalhos de investigação. A previsão de chegada é por volta das 16h local.
O objetivo dessa investigação é prevenir ocorrências semelhantes, por meio de Recomendações de Segurança. Para isso, a equipe leva em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais (sistemas da aeronave e projeto, por exemplo), humanos (aspectos médicos e psicológicos) ou operacionais.
Não é possível estabelecer prazo para o término das investigações, o qual varia de acordo com a complexidade de cada ocorrência. No entanto, é importante ressaltar que não é necessário esperar a finalização do processo para promover ações preventivas: à medida que identifica possíveis fatores de risco para a aviação, o CENIPA emite as Recomendações de Segurança.

 Piloto acreano é uma das três vítimas de acidente com avião no interior do Amazonas

O piloto acreano Atilon Alencar tinha 34 anos e havia casado há pouco tempo


Piloto acreano é uma das três vítimas de acidente com avião no interior do Amazonas

A aeronave modelo BE-58, prefixo PT-ICU, que decolou de Tefé e caiu a 13,5 quilômetros do aeródromo do município de Tabatinga, no interior do Amazonas, na manhã desta sexta-feira, 23, era pilotada pelo acreano Atilon Alencar. Ele era natural do município de Cruzeiro do Sul e está entre as três vítimas fatais do acidente. Uma pessoa foi resgatada com vida por homens do Corpo de Bombeiros que trabalharam nas buscas no local.

Atilon Alencar tinha 34 anos e havia casado há pouco tempo. Há sete era piloto. Ele morava em Manaus. Deixou sua terra natal no Juruá para residir na capital amazonense depois de fazer um curso para piloto de avião, sua paixão.

“A navegação aérea de Cruzeiro do Sul está de luto”, disse Paulo Soriano, controlador aéreo do aeroporto de Cruzeiro do Sul, colega de Atilon.

O Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII), sediado em Manaus, irá investigar as causas do acidente.

Informações dão conta de que a aeronave desapareceu dos radares pouco antes das 11h30. O avião decolou da pista do município de Tefé às 10h32 e deveria chegar ao seu destino às 11h30. O último contato do piloto com o controle de tráfego ocorreu pouco antes do horário previsto para pouso.

A aeronave possuía certificado de aeronavegabilidade válido até janeiro de 2019, estava com seu registo de manutenção em dias e com a documentação regular, segundo a Anac.

A família se no mobiliza para velar o corpo de Atilon Alencar em Cruzeiro do Sul.

Vaias e piti em Recife

Ministro da Cultura é chamado de golpista e dá piti em Pernambuco

Roberto Freire se exaltou no Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife

Roberto Freire, Ministro da Cultura, deu um piti durante a cerimônia de entrega da titulação de Patrimônio Cultural Brasileiro no Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife, em Pernambuco.
É que ele foi vaiado, chamado de golpista e obrigado a permanecer no evento enquanto cartazes pedindo "Diretas Já" eram erguidos.
Na hora de seu discurso, Freire retrucou: disse que a crise tem seus responsáveis (dando um recado à esquerda) e que eles têm que responder por seus atos na Justiça.
Freire e o governador de Pernambuco
Freire e o governador de Pernambuco
Foi o bastante para mais gritos, inclusive "Fora Temer", inflamarem o Palácio.
Freire, irritado, deu piti e aumentou o tom de voz: "Isto é um Palácio de respeito. É preciso primar pela educação. Respeito o pluralismo, sem 'fora' ou 'volta'. Aliás, nunca escuto 'volta'".
E teve mais: o secretário da Cultura do Pernambuco, Marcelino Granja, alfinetou Freire dizendo que a importância cultural do estado é desproporcional à quantidade de recursos que recebe da Lei Rouanet - com edital subordinado ao Minc.

Tragédia no natal russo

Avião militar russo com 91 pessoas a bordo cai no Mar Negro

O Tupolev Tu-154 ia para a Síria. Transportava militares e membros de um grupo musical do exército, para as celebrações de Ano Novo
Um avião militar russo com 91 pessoas a bordo caiu no Mar Negro. Destroços do Tupolev Tu-154 que tinha desaparecido dos radares foram encontrados no Mar Negro, de acordo com agências de notícias locais que citam o Ministério da Defesa. Não foram encontrados sobreviventes.
O avião transportava 91 pessoas - 83 passageiros e oito membros da tripulação - e dirigia-se para a Síria. Saiu às 05:40 (02:40 em Lisboa) de Adler, na zona balnear de Sochi, na costa do Mar Negro, onde fez uma paragem técnica, e realizava um voo de rotina para a base russa Hmeimim, na região síria de Latakia, quando desapareceu dos radares, 20 minutos depois de descolar.
"Fragmentos do avião Tu-154 do Ministério da Defesa russa foram encontrados a 1,5 quilómetros da costa da cidade de Sochi, no Mar Negro, a uma profundidade entre 50 e 70 metros", indicou o ministério.
O avião transportava militares e membros do Alexandrov Ensemble, o grupo musical oficial do exército, que se deslocavam à Síria para participar nas celebrações de Ano Novo na base.
Segundo o ministério estavam nove funcionários de órgãos de comunicação social a bordo.
Em abril de 2010, um avião do mesmo modelo, um Tu-154, despenhou-se em Smolensk, matando as 96 pessoas a bordo, incluindo o presidente polaco Lech Kaczynski.

Lula 18

PT lança Lula candidato à Presidência no início de 2017

Estratégia do partido é aproveitar baixa popularidade de Temer e reforçar a defesa jurídica do ex-presidente, que é réu em cinco ações penais e pode ficar inelegível.
O PT pretende lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República ainda no primeiro semestre do ano que vem, entre fevereiro e abril. A estratégia tem dois objetivos. O primeiro é aproveitar politicamente a baixa popularidade do governo Michel Temer. O segundo é reforçar a defesa jurídica de Lula, réu em cinco processos penais, quatro deles provenientes da Operação Lava Jato e seus desdobramentos. 
Foto: Ricardo Nogueira|EFE
Lula
O ex-presidente Lula
A informação foi confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e também do Instituto Lula.
O PT defende formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano, em fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na Justiça que possam barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão em 2017.
A pré-candidatura de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido. Segundo os defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o ex-presidente poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba. Conforme esse raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas pesquisas de opinião reforça a estratégia. 
“A necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação entre os projetos”, disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho. Outro grupo defende que a candidatura seja lançada durante o 6.º Congresso Nacional do PT, marcado para abril, mas que pode ser adiado para maio.
Momento. Em conversas privadas Lula já concordou com a estratégia. A única dúvida é em relação ao momento de anunciar a candidatura. Para evitar precipitações, o ex-presidente tem até evitado alguns eventos públicos temeroso de ter seu nome lançado antes da hora.
A ideia é esperar que o governo Temer, diante das dificuldades de apresentar resultados a curto prazo na economia e com uma agenda impopular de ajustes, chegue ao “fundo do poço” para, só então, Lula ressurgir com um discurso de contraste em relação a seus oito anos de governo e um programa econômico embasado na recuperação do mercado interno.
Em mensagem de fim de ano divulgada nesta quinta-feira, 22, Lula confrontou a política econômica de Temer e defendeu o fortalecimento do mercado interno, uma das marcas de seus governos. “Estou falando com conhecimento de causa porque já fiz isso uma vez”, disse o ex-presidente no vídeo.
Também nesta quinta-feira, a ex-presidente Dilma, em viagem à Argentina, defendeu abertamente um terceiro mandato para Lula. “Não penso em voltar para a política porque o grande presidente para o Brasil é Lula”, disse ela ao lado da ex-presidente do país vizinho Cristina Kirchner.
Fontes do Instituto Lula ressaltaram que a possível antecipação do lançamento da pré-candidatura do petista ao Planalto é incompatível com os planos de amplos setores do PT de convencer Lula a aceitar a presidência da legenda no 6.º Congresso do PT.

Presente de natal?

Olhe, se a gente tivesse duas vidas e pudesse escolher uma, eu queria ser sempre menino.

Bom dia

Feliz Natal!

Opinião


Temer diz que ganhou presente de Natal. E foi você, trabalhador, quem deu

Leonardo Sakamoto
''O governo acaba de ganhar um belíssimo presente de Natal'', afirmou Michel Temer ao tratar da proposta de reforma trabalhista.
O presente não é a reforma em si, mas o fôlego que seu grupo político acredita ter ganhado para continuar ocupando o Palácio do Planalto com a divulgação da medida.
Fôlego dado por parte do empresariado que o ajudou a chegar lá com a condição de que reduzisse a proteção ao trabalhador (reformas trabalhistas e previdenciária em andamento) e garantisse que a fatura da crise econômica pesasse mais sobre o trabalho do que sobre o capital (a já aprovada PEC do Teto, que congela gastos públicos, como saúde e educação, por 20 anos, por exemplo). Ações que, não se enganem, já estavam sendo entregues pelo PT, mas em menor velocidade e quantidade do que a desejada por eles por conta da pressão de suas bases.
O impacto do presente dado pelo governo Temer a uma parcela do PIB brasileiro, recebendo em troca o direito de permanecer onde está, vai se fazer sentir nas próximas gerações de trabalhadores.
É claro que o país precisa de uma atualização de toda a legislação que regula a relação capital e trabalho e não apenas da CLT. Mas, primeiro, o Congresso Nacional deveria reunir todas as leis, instruções normativas, regras, enfim, e simplifica-la, retirando redundâncias e facilitando a vida do trabalhador e do empresário. E só depois buscar os pontos de consenso para começar uma profunda discussão.
A principal proposta, do ''negociado sobre o legislado'', beneficia parte do empresariado e parte dos sindicatos, que terão mais poder para se sobrepor ao que diz a lei. Mas dar mais poder a sindicatos sem repensar a estrutura sindical brasileira é pedir para que apareçam mais caos de corrupção e de negociatas entre supostos representantes dos interesses dos trabalhadores e patrões.
Em outra circunstância, uma greve geral começaria a ser desenhada para evitar mudanças sem um amplo debate nacional. Mas os trabalhadores seguem anestesiados com a política e desesperados com a manutenção do próprio emprego frente às chantagens que circulam diariamente – de que ou se retiram direitos ou o Brasil vai arder no mármore do inferno.
Ao mesmo tempo, essa população não se reconhece diante de deputados e senadores que têm vontade própria e não representam ninguém além de seu próprio umbigo e do das empresas que os alugaram através de doações de campanha e caixa 2.
A classe trabalhadora sabe que está sendo passada para trás – o que pode ser visto pelas pesquisas de opinião. E não há organização que leve à mobilização em massa, fruto deste momento em que antigas lideranças perderam a legitimidade e seu espaço foi ocupado pelo vácuo do ''salve-se quem puder''.
Por isso, trago uma historinha de Natal.
Maria deu à luz, sob o olhar insuspeito de uma vaca e um jegue – figurante sempre presente nessas ocasiões há quase dois mil anos. José acompanhava a cena de perto, amparado pelas paredes de barro e um cigarro de palha. A fumaça esbranquiçada fugia pela porta e fundia-se à paisagem queimada de sol. E a pele do bebê à lavoura, que morreu ainda no pé por carência d`água. Mal presságio… Ao contrário da outra criança – do outro José com a outra Maria – não recebeu reis, muito menos presentes.
Os anos se passaram e ela cismou em ficar do mesmo tamanho. Talvez por causa da água e da comida. Ou da falta de ambos. Certo mesmo é que adoeceu. O pai, desesperado, correu de um lado para o outro e levou-a para se tratar. Diarréia, olhar longo, profundo, perdido. Os doutores fizeram o que podiam e mandaram-na de volta para casa. Naquela tarde, rastejou pelo chão da sala, agonizando. Maria avisou ao marido que a criança estava indo embora. Mas sabiam que de nada adiantaria, pois há tempos a fome vinha comendo-a por dentro. Então, José, resignado, foi à cidade fazer a única coisa que estava ao seu alcance: pedir uma caixão emprestado, prática comum por aquelas bandas.
Ouvi essa história do próprio José, ao fazer uma reportagem no sertão de Alagoas, há alguns anos. A Alagoas de Collor e de Renan. Mas também, de certa forma, dos ditadores do período militar, de Sarney, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer. Adoramos culpar as velhas oligarquias nordestinas, mas esquecemos que elas deram sustentação a todos os governos.
Assim como eles, muitos Josés e muitas Marias ainda enterram seus filhos pelo Nordeste brasileiro – coisa que não deveria acontecer – pais não deveriam enterrar seus filhos. No rádio e na TV, ainda chegam notícias de que o motivo disso tudo são as secas, que castigam o sertão de tempos em tempos, como a que assolou a região este ano. Mas os simples cordéis, pendurados nos varais das feiras livres nos finais de semana, contam mais a verdade.
Remexendo em um deles, achei um que exemplifica: “Doutor, vixe, água não é o problema! / Aqui com a seca e com jeitinho nós se arresolve / O que dói mesmo e é difícil de entender / É a falta de terra, disso ninguém se comove / Falta não, me corrijo antes de tudo / Tem muita por aí, mas é do coroné o seu uso”.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil tornou-se exemplo global ao reduzir o número de pessoas subnutridas. Os programas sociais de distribuição de renda e suas ações correlatas, programas de Saúde da Família, além das atividades de organizações da sociedade civil como a Pastoral da Criança, reduziram a fome por aqui. Sem contar a geração de empregos e a própria estabilidade econômica da última década. Contudo, apesar da quantidade de pessoas em situação de inseguração alimentar caiu bastante, ainda temos milhões de subnutridos.
A cantilena é antiga, mas garantir terra e, principalmente, condições de produção, com apoio técnico, irrigação e financiamento, e facilitar o escoamento das mercadorias é uma das soluções poderosas não pontuais para o problema da pobreza extrema na região rural, por exemplo. Ou seja, distribuição de riqueza – ideia que também vale para as áreas urbanas.
Por isso, dói ver medidas sendo apresentadas e aprovadas indo no sentido contrário e concentrando mais riqueza, ao jogar a conta da crise apenas nas costas dos mais pobres, ceifando direitos trabalhistas ou investimentos em gastos públicos. Enquanto isso, dividendos recebidos de empresas não são taxados, muitos menos grandes fortunas ou grandes heranças, e o Imposto de Renda não é progressivo a ponto de morder 30%, 40% de quem é rico e pode pagar mais.
Ou seja, as lojas de alto luxo de Rio, São Paulo e Brasília continuarão apinhadas de gente no mês de dezembro. E os mais pobres reduzirão suas ceias de Natal nos próximos anos, tendo que escolher entre comer durante a semana e comprar um presente para os filhos.
Essas famílias pobres podem até ser ignoradas pelo “céu”, que não manda a chuva, mas se estrepam mesmo é com a ação direta do pessoal de carne e osso (que está de olho em suas terras ou sua força de trabalho), com a ação perversa do Estado e com a complacência de muitos de nós.
Sem contar o fato de que lucramos sim com essa estrutura de exploração. Ou você acha que os produtos baratos que nós consumimos são socialmente limpos com esse exército de trabalhadores temporários superexplorados que se esfolam aqui e ali?
Perdoem-me. O objetivo deste texto não é fomentar a culpa em um dia de festas – apesar de ser um sentimento bastante presente entre muitos cristãos e que não leva a lugar nenhum. Mas lembrar que comemorar significa também ''lembrar junto''. Precisamos ter em mente que nossa caminhada é longa, mas não fará muito sentido se chegarmos lá sozinhos. Aliás, ninguém chegará lá sozinho, pois, desconfio, que ou o país terá que ser para todos ou não haverá nada para que os ''vencedores'' aproveitem o butim ao final.
Enfim, Feliz Natal às mulheres e homens que não se dizem ''de bem'' e não ficam apenas na boa vontade.