Bom dia

Com discurso de Madonna e personalidades, milhares protestam contra Trump em Washington

Do UOL, em São Paulo

Marcha das Mulheres reúne milhares em Washington em protesto contra Trump

Milhares se reúnem para a Marcha das Mulheres, em protesto contra Donald Trump, em Washington VEJA MAIS > Imagem: REUTERS/Lucas Jackson
Milhares de pessoas, em sua maioria mulheres, participaram neste sábado (21) da Marcha das Mulheres, em Washington, em protesto contra o presidente americano, Donald Trump. Segundo os organizadores, cerca de 500 mil pessoas, de todo o o país, compareceram.
O protesto começou pela manhã, enquanto Trump participava, ao lado de sua família e do vice-presidente Mike Pence, de uma cerimônia religiosa na Catedral Nacional de Washington, que tradicionalmente fecha os eventos de posse do novo presidente.
Nas ruas, milhares de pessoas se juntaram a personalidades, como as cantoras Madonna e Alicia Keys, as atrizes Scarlett Johansson, Ashley Judd e America Ferrero, e o cineasta Michael Moore, além de outros ativistas, que discursaram contra o presidente e pediram mais respeito às mulheres, imigrantes, muçulmanos, gays, deficientes físicos e minorias.

Theo Wargo/Getty Images/AFP
Scarlett Johansson foi uma das personalidades que discursou em Washington
Enquanto isso, cerca de 300 "marchas irmãs" ocorrem em outras cidades dos Estados Unidos, como Nova York --onde o protesto será finalizado na Trump Tower, antiga residência principal do presidente--, Boston, Los Angeles e Seattle. Manifestantes também tomaram as ruas para Marchas das Mulheres ao redor do mundo, como em LondresBerlim, Paris, Roma, Viena, Genebra e AmsterdãTóquio e Seul, entre outras cidades.
Na sexta-feira (20), dia da posse de Trump, também houve protestos em Washington, com mais de 200 manifestantes presos após ativistas e policiais entrarem em confronto.

"À rebelião"

A cantora Madonna surpreendeu os presentes ao se juntar ao protesto e subir no palco para se pronunciar sobre o novo governo. "Bem-vindo à revolução do amor", disse a cantora, encerrando horas de discursos por celebridades e ativistas. "À rebelião. À nossa recusa como mulheres em aceitar essa nova era da tirania."

REUTERS/Shannon Stapleton
Madonna discursou contra Trump em Washington e conclamou à multidão: "À rebelião"
"Não podemos passar de uma nação de imigrantes a uma nação de ignorantes", disse uma das primeiras oradoras, a atriz de origem hondurenha America Ferrera, em referência à promessa de Trump de deportar entre dois e três milhões de imigrantes e construir um muro na fronteira com o México.
Uma das oradoras que mais recebeu aplausos foi Sophie Cruz, uma menina americana-mexicana de seis anos cujos pais se encontram em situação irregular e que ficou famosa em 2015, quando foi abraçada pelo papa Francisco. "Estamos aqui juntos para formar uma rede de amor que proteja as nossas famílias", disse no palco, enquanto sua mãe, ao seu lado e vestida com uma roupa indígena, enxugava as lágrimas.
"Também quero dizer às crianças que por favor não tenham medo porque não estamos sós (...) Vamos lutar pelo justo!", pediu a menina.
"Presidente Trump, não votei em você, mas apoie minha filha, que, como resultado das suas nomeações, pode crescer em um país que está retrocedendo, não avançando, e que talvez não terá o direito de tomar decisões para o seu corpo e o seu futuro como a sua filha Ivanka teve o privilégio de poder", pediu Scarlett Johansson.

Xinhua/ZUMAPRESS
Michael Moore discursa no protesto e diz que "carniceria de Trump" será freada
Em resposta ao discurso de posse de Trump, que disse que acabaria com a "carniceria americana" em seu governo, o cineasta Michael Moore afirmou: "Estamos aqui determinados a frear a carniceria de Trump". O diretor também disse que estava na hora de reformar o Partido Democrata, que precisa de novas lideranças, segundo ele.
A democrata Hillary Clinton, que perdeu para Trump na eleição presidencial, agradeceu aos manifestantes em sua conta do Twitter. "Obrigada por estar aí, por falar e marchar por nossos valores @womensmarch. Mais importante do que nunca. Realmente acho que sempre somos mais fortes juntos", tuitou a democrata.

Marcha das mulheres contra Trump reúne multidões ao redor do mundo

"EUA devem respeitar todos"

"A marcha é uma demonstração de nossa solidariedade e nossa crença de que os Estados Unidos devem ser grandes e devem respeitar todas as pessoas, de todos os credos e cores", declarou à à AFP Lisa Gottschalk, uma cientista de 55 anos que viajou da Pensilvânia para protestar. "Estou muito preocupada pelo novo presidente. Vamos garantir que não faça coisas desonestas ou injustas", acrescentou.
Tudo surgiu com uma ideia de uma desconhecida advogada aposentada do Havaí, Teresa Shook, que cresceu como uma bola de neve nas redes sociais. "E se as mulheres marchassem em massa em Washington durante a posse?", perguntou. Quando foi dormir, tinha 40 "curtidas". Quando acordou, mais de 10.000, e a convocação seguiu crescendo.
Esta é a primeira vez em 40 anos que um presidente recém-eleito tem uma popularidade tão baixa, de apenas 37%, segundo uma pesquisa da CBS News.

Gorro rosa para pedir mais respeito

"Apenas uma semana depois da eleição de Trump, comprei a passagem de ônibus para vir a Washington à marcha. Para mim, é uma questão de ativismo pacífico", declarou Cecile Scius, uma manifestante de 33 anos do Queens, Nova York, que tem quatro filhos.
Como milhares de manifestantes, Scius vestiu um gorro de lã rosa com duas orelhas de gato, que foi produzido por vizinhas de seu bairro de Sunnyside e que se converteu em novo símbolo do desafio ao novo governo.
Os gorros, ou "pussy hats", como são chamados em inglês, têm orelhas de gato: é um trocadilho, porque a palavra em inglês "pussy" tanto pode significar gatinho quanto a forma pejorativa de se referir ao órgão sexual feminino.
A palavra faz referência direta a um áudio de 2005 vazado durante a campanha eleitoral em que Trump, conhecido por sua retórica controversa e divisionista, afirma que "quando você é uma estrela, (as mulheres) deixam você fazer o que quiser. Pode agarrá-las pela 'xota' ("pussy")".
A marcha é apoiada oficialmente pela Anistia Internacional e pela Planned Parenthood, a maior rede de planejamento familiar do país, da qual os republicanos do Congresso querem tirar o financiamento.
Também estiveram presentes representantes do movimento Black Lives Matter, que protesta abusos policiais contra os negros. (Com agências internacionais)

Quer pegar uma cana séria?

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A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou projeto que tipifica condutas criminosas contra cães e gatos (PL 1417/15).
A proposta, do deputado Goulart (PSD-SP), estabelece pena de reclusão de dois a quatro anos para quem matar os animais, mas ressalva que não configura crime a prática de eutanásia se realizada sem dor ou sofrimento e com o animal em situação irreversível.
O relator na comissão, deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), apenas retirou do texto original a previsão de que, se o crime for cometido sob o domínio de violenta emoção, o juiz possa reduzir a pena do agressor de um sexto a um terço.
“Não nos ocorre nenhuma situação em que um estado de violenta emoção poderia induzir uma pessoa a matar ou maltratar um animal, justificando assim uma redução da pena”, explicou o parlamentar.
Coelho manteve, no entanto, a previsão de que, se o crime for por motivo de relevante valor social ou moral, a pena possa ser reduzida de um sexto a um terço.
O projeto prevê que ainda pena de reclusão de dois a cinco anos se o crime for cometido com emprego de veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastamento, tortura ou outro meio cruel.
A omissão de socorro a cão ou gato em grave e iminente perigo ou a falta de comunicação do fato a autoridades públicas são crimes previstos no projeto com pena de detenção, de um a dois anos.
A proposição estabelece ainda pena de detenção de um a três anos nos casos de abandono.
(Agência Câmara Notícias)

Eita! Agora vai!

Trump assume presidência e diz que "carnificina americana termina agora"

O empresário Donald Trump se tornou efetivamente nesta sexta-feira (20) o 45º presidente da história dos Estados Unidos depois de fazer o juramento no Capitólio, o Congresso norte-americano, em Washington.
Logo após fazer o juramento, Trump iniciou seu discurso de posse. Apesar de agradecer Barack Obama no início da fala, dizendo que o presidente e a ex-primeira-dama Michelle Obama foram "magníficos", ele fez um discurso duro, dizendo que transferia o poder "de Washington para vocês", se dirigindo à população presente à cerimônia de posse.
"Nós, cidadãos da América, estamos agora unidos em um grande esforço nacional para reconstruir o nosso país e restaurar a promessa para todos o nosso povo. Juntos vamos determinar o curso da América e de todo o mundo por muitos muitos anos. O establishment protegeu a si próprio, mas não os cidadãos de nosso país. As vitórias deles não foram vitórias do país. Esse dia marca a data em que o povo se tornou soberano desta nação novamente", afirmou Trump no começo da fala.

Patrick Semansky/AP
20.jan.2017 - O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, faz seu primeiro discurso depois de ter tomado posse nesta sexta-feira (20), no Capitólio, em Washington DC
"20 de janeiro de 2017 será lembrado como o dia em que as pessoas se tornaram as governantes outra vez. Os homens e mulheres esquecidos do nosso país não serão mais esquecidos. Todos estão escutando vocês agora."

"O crime, as gangues e as drogas roubaram muitas vidas. Essa carnificina americana termina agora", disse, depois de enfatizar que há muitas famílias em estado de pobreza, principalmente no interior do país. "Somos uma nação, e sua dor é a nossa dor, seus sonhos são os nossos sonhos, e seu sucesso será agora o nosso sucesso."

"Imparável"

No discurso, Trump também fez um aceno às forças de segurança dos Estados Unidos, além de fazer referência religiosa. "Quando a América está unida, é totalmente imparável. Não devemos ter medo. Estamos protegidos e estaremos sempre protegidos pelas forças da lei, de militares, e o mais importante, seremos protegidos por Deus."
"A proteção nos guiará rumo a grande prosperidade e força. Vou lutar por vocês com cada respiração do meu corpo, e nunca vou desapontá-los. A América vai começar a ganhar outra vez, vencerá como nunca antes. Vamos trazer de volta nossos trabalhos. Vamos trazer de volta nossas fronteiras, nossa riqueza. E traremos de volta nossos sonhos."

Lucas Jackson/Reuters
Multidão acompanha posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em frente ao Capitólio, em Washington DC
Trump fechou o discurso usando seu slogan da campanha presidencial, que se torna também o mote do seu governo. "Vamos tornar a América forte novamente. Vamos tornar a América rica novamente. Vamos fazer a América orgulhosa novamente. E sim, juntos, vamos tornar a América grandiosa novamente."

Juramento

A cerimônia foi introduzida pelo senador republicano Roy Blunt, do Missouri, responsável do Congresso pelo evento de posse, que disse que a cerimônia é uma celebração da "democracia", e não da vitória de Trump nas urnas.
O primeiro a fazer o juramento foi o vice-presidente e ex-governador de Indiana, Mike Pence, que substituirá o democrata Joe Biden como primeiro na linha sucessória da Casa Branca.
Em seguida, Trump fez seu juramento, sobre duas bíblias: uma presenteada a ele por sua mãe, em 1955, e a do ex-presidente Abraham Lincoln, também utilizada por Obama em suas duas cerimônias de posse.

Trump faz juramento e se torna presidente dos EUA

A posse de Trump contou com a presença de Hillary Clinton, democrata derrotada por Trump na disputa pela Presidência dos Estados Unidos. Ela acompanhou o marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001). A cerimônia também teve a presença dos ex-presidentes Jimmy Carter (1977-1981) e George W. Bush (2001-2009).
 
Congressistas como o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, e o pré-candidato democrata à Presidência no ano passado, o senador Bernie Sanders, também compareceram.
Andrew Harnik/AP
Trump faz o juramento ao lado da mulher, Melania
Trump chegou ao Capitólio junto com Barack Obama, após os dois tomarem café da manhã na Casa Branca. Obama foi apresentado pouco antes do novo vice-presidente, Mike Pence, e em seguida por Trump.
Antes disso, Trump passou a noite na Blair House, a residência diante da Casa Branca reservada aos dignitários de alto escalão, e por volta das 8h30 (11h30 de Brasília) participou de uma cerimônia religiosa na à igreja episcopal St. John's, conhecida como "Igreja dos Presidentes" - e todos os comandantes do país desde James Madison (1809-1817) foram à igreja, que fica bem próxima à Casa Branca, pelo menos uma vez.
A manhã em Washington também teve protestos, com manifestantes anti-Trump quebrando vidranças e sendo dispersados pela polícia com gás lacrimogênio.

"Foi uma honra", diz Obama


Evan Vucci/AP
Obama acena para o público enquanto embarca em um helicóptero das Forças Armadas durante solenidade de despedida depois da posse de Trump
Minutos após o discurso de Trump, Obama e sua família deixaram Washington a bordo de um helicóptero para iniciar um breve período de férias. Enquanto o helicóptero decolava em Washington, Trump e Pence acenaram para a família.
Pouco antes de receber Trump na Casa Branca, Obama e Michelle divulgaram no Twitter um quarto vídeo em que o agora ex-presidente agradeceu a seus compatriotas pelo apoio recebido nos oito anos de governo.
"Foi uma honra na minha vida servir-los. Vocês fizeram de mim um melhor dirigente e homem", tuitou pela última vez o 44° presidente dos Estados Unidos na conta oficial da presidência @POTUS - que já foi transferida para Donald Trump.
"Não vou parar. Estarei aqui mesmo com vocês como cidadão, estimulado por suas vozes de verdade e justiça, de humor e amor", acrescentou Obama, que anunciou a criação da fundação Obama.

Seria insanidade?

Primeiro ato de Trump é contra Obamacare

Em Washington
  • Twitter/Reprodução
    Trump assina ordem executiva sobre o Obamacare na Casa Branca após posse
    Trump assina ordem executiva sobre o Obamacare na Casa Branca após posse
O presidente americano, Donald Trump, assinou um decreto, nesta sexta-feira (20), logo após sua posse, para "minimizar o peso econômico" do sistema de saúde conhecido como "Obamacare" - informou seu chefe de gabinete, Reince Priebus.
A ordem executiva sancionada por Trump "orienta departamentos e agências a reduzir a carga" financeira e regulatória do sistema antes de derrogar a lei e substituí-la, afirmou Priebus.
O objetivo é "criar um mercado de seguro de saúde mais livre e aberto".
Nesta sexta-feira, um grupo de jornalistas foi chamado de urgência ao Salão Oval da Casa Branca para presenciar Trump firmando o decreto.
A lei foi aprovada em 2010 como resultado de um complexo processo de negociação conduzido pelo então presidente Barack Obama, com o objetivo de garantir um seguro de saúde para milhões de americanos.
Mas o conservador Partido Republicano jamais cessou seus esforços para combater o "Obamacare", uma luta que acelerou em 2014, quando os republicanos passaram a controlar as duas câmaras do Congresso.
Durante a campanha eleitoral, Trump afirmou que seu governo se empenharia desde o primeiro dia em eliminar o "Obamacare".
"É um desastre completo", repetia Trump, afirmando que o sistema é muito oneroso e tem demasiadas regulações.
Mas a direção do Partido Republicano no Congresso fez o novo presidente ver que a simples abolição do "Obamacare" deixaria milhões de pessoas sem um seguro de saúde, destacando a necessidade de haver uma alternativa antes de sua derrogação.
Aproximadamente um terço dos americanos têm algum tipo de cobertura médica pública. A metade da população dispõe de seguros de saúde através de seus empregos no mercado privado.
Com o sistema "Obamacare", o governo de Obama permitiu que grande parte dos americanos sem cobertura médica contassem com um seguro de saúde.

Deixaram Padre Cicero na escuridão

Pagamento para religação da luz do Horto efetuado
 Por meio de um acordo entre a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte e a administração do Horto, responsável pela área, foi efetuado, nesta sexta-feira, 20, o pagamento das contas de energia referentes aos meses de novembro, dezembro, e janeiro, com vencimento ontem. A grande preocupação do Governo Municipal era que essa questão fosse sanada o mais rápido possível.
 A administração do Horto, porém, se surpreendeu ao buscar regularizar a sua situação junto à concessionária de energia, para registrar os locais para onde as contas deverão ser encaminhadas, no caso o Casarão do Horto e o monumento. Para que isso ocorresse teria que pagar mais um mês, com vencimento apenas no dia 20 de fevereiro. Com isso, não houve a religação a tempo. O Secretário de Turismo e Romaria, Júnior Feitosa, e outros órgãos da administração, se mobilizaram no intuito de resolver o problema durante o final de semana, alocando um gerador de energia para ficar permanente no Horto.
 Desde que houve o corte de energia no local, para a surpresa da atual administração, que o Prefeito Arnon Bezerra tem movido esforços para resolver a questão de forma rápida. Desde 16 de setembro do ano passado que a Prefeitura de Juazeiro do Norte não tem responsabilidade sobre as contas de energia da área do Horto, mantida pelos seus proprietários, os Salesianos. O mesmo ocorreu com a Basílica dos Franciscanos e a Paróquia Menino Jesus de Praga. As contas quitadas em atraso somam R$ 23. 620,84. A expectativa é que nesta segunda-feira o problema seja totalmente resolvido por parte da Enel.

Bom dia


Avião com Teori Zavascki poderia ter pousado em outro local para fugir do mau tempo

Condições climáticas podem ter sido determinantes para a queda

As condições do tempo podem ter sido determinantes para a queda do avião que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro pessoas na quinta-feira (19) em Paraty (RJ).

O aeroporto de Paraty informou que não havia condições de pouso na hora do acidente. O local é gerido por uma associação de empresários, da qual fazia parte o dono do avião e da rede de hotéis Emiliano, Carlos Alberto Filgueiras, que também morreu no desastre.

O aeroporto não tem torre de controle, nem comunicação direta com as aeronaves para comunicar o fechamento. Mas, de acordo com as normas da Agência Nacional de Aviação Civil, isso acontece quando a visibilidade cai abaixo de 300 metros. No momento do acidente a visibilidade era de 100 metros.

“Ele tinha que ter procurado outro aeroporto”, diz Elder Dedine, um dos membros dessa entidade. “O piloto sabe quando está cometendo uma infração; [nesse caso], a gente notifica o comandante e encaminha para a ANAC.”

Antes de decolar, o piloto Osmar Rodrigues - que também morreu no acidente - ligou para o aeroporto de Paraty e recebeu a notícia de que o tempo era bom. Quando se aproximou, porém, a situação já era completamente diferente.

“Estava um tempo muito ruim, tanto que a gente navegando não conseguia nem ver a ilha”, relatou o marinheiro Reginaldo Coutinho.

O bimotor saiu do Campo de Marte em São Paulo por volta da uma da tarde de quinta-feira. Ao chegar em Paraty, o piloto passou pelo aeroporto para fazer o retorno sobre o mar, uma manobra corriqueira para pousar do lado correto da pista.

Segundo testemunhas, foi nessa hora que o avião fez uma curva acentuada e caiu no mar, próximo à Ilha Rasa, a cerca de dois quilômetros de Paraty.

Investigador do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira), Urley Seixas disse que o bimotor tinha combustível suficiente para pousar em outro aeroporto. “Tinha possibilidade chegar a Guaratinguetá, a uns dez minutos de voo de onde [a aeronave] estava”.

Além da pista curta e de não oferecer condições de pouso por instrumentos, o aeroporto tem outros detalhes que reduzem a margem de manobra quando alguma coisa sai errada, como a serra do mar e uma praça, construída bem no meio do caminho entre o mar e a cabeceira da pista, que diminuem as áreas de escape.

“É importante que a gente tenha aeroportos em condições de receber os aviões em qualquer situação, com instrumentos para permitir uma aproximação de precisão; isso diminui um pouco a carga de trabalho do piloto dentro da cabine numa situação dessa: numa arremetida, num problema após uma arremetida”, afirma Marcus Silva Reis, especialista em aviação civil.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o acidente e esperam rapidez na apuração para evitar especulações. Os trabalhos também são conduzidos pelo Cenipa. A perícia dos destroços do avião, que ainda não foi içado do mar, vai ajudar a determinar o motivo da queda.

A aeronave não possuía caixa-preta, mas o gravador de voz que registra as conversas do piloto foi resgatado e será fundamental nas investigações.

Como foi o acidente Teori Zavascki - colocar nas matérias sobre o temaReprodução/Metro Jornal