O texto ai é da jornalista Ines Aparecida, por isso publicamos, mesmosempedirlicença ao jornal O Povo onde Neidinha tem sua brilhante coluna.
Prefeitura deve se manter firme com relação à rua José Avelino. Ficar
contra a retirada é atitude de alguns aproveitadores políticos, como
uns dois ou três vereadores que apareceram no local em “solidariedade”
aos ambulantes. Aliás, só assim, se soube que eles – de atuação apagada –
tinham assento na Câmara Municipal. Neste pequeno espaço, desde a
gestão de Luizianne Lins, não foram poucas as vezes que mostramos o
quanto era danoso para o Centro a permanência da feira. A ex-prefeita
até ensaiou fazer um ordenamento na área, mas não teve coragem, ou
força, de levar adiante.
Passar a imagem de “fraco, oprimido e perseguido” é ideal para atrair
defensores. Mas, afora os que agem de má fé, se sabe que a história não
é bem assim. Um número significativo dos que ali comercializam ou usam
“laranjas” para o trabalho de vendas, vivem confortavelmente em bairros
de classe média ou alta e se deslocam em veículos de luxo.
Tomara na semana que começa não se repitam as cenas de vandalismo
protagonizadas por aproveitadores. Não creio que foram os “pobres
feirantes pais de família” que jogaram bombas, pedras e incendiaram
ônibus. Vamos torcer, também, para que a Prefeitura transforme o trecho,
agora maltratado, em espaço bonito de se ver e aproveitar.
Recadinho aos patrulheiros de plantão: a Prefeitura não me deve, nem eu devo nada a ela.
Da Redação
O vídeo acima reúne dois trechos do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sergio Moro, em Curitiba.
No primeiro, Palocci tenta contextualizar as ações de um governo para
demonstrar que nem toda ação de ajuda é necessariamente criminosa. Por
exemplo, diz que tentou salvar a Varig inclusive em reunião realizada no
Supremo Tribunal Federal!
Como se sabe, Moro pressupõe que qualquer ação política é criminosa.
Talvez acredite apenas na “meritocracia” dos concursados, pois a
soberania popular brasileira está contaminada por um povo que, em si, é
desdentado, descamisado e corrupto.
No segundo trecho, Palocci tinha acabado de contar que soubera,
através de Marcelo Odebrecht, que existia uma “provisão” da empreiteira
para as campanhas do PT, que ele contou ao então presidente Lula, que
por sua vez ficou surpreso.
É aquela coisa: você separa 500 mil reais numa conta para ajudar um
amigo e a própria existência dessa grana, sobre a qual seu amigo não
necessariamente sabe, nem movimenta, pode incriminar seu amigo.
Palocci narra, então, que foi procurado por um banqueiro para um
assunto que, segundo ele, hoje tem relação direta com a Lava Jato.
Mas… o juiz Moro não parece muito interessado — pelo menos não agora. Ele só quer falar em Odebrecht, Odebrecht, Odebrecht.
O contexto, que é essencial inclusive na atividade jornalística… esse não interessa.
O curioso é que Moro faz política fora da cadeira de magistrado: dá
palestras, participa de eventos públicos, dá entrevistas, se comunica
com seguidores através das redes sociais.
Mas, no papel de julgador, ele não quer saber da complexidade das relações políticas, tomando-as como intrinsicamente corruptas.
Longe da gente acreditar na santidade do ex-ministro Palocci,
especialmente depois que se tornou lobista, mas observando a íntegra do
depoimento fica claro que ele já foi condenado e o testemunho é mera
formalidade.
Do site VIOMUNDO