Colombiano recebe ordens do patrão

Presidente da Colômbia toma posse sob pressão de reduzir produção de drogas

Iván Duque terá que reverter o aumento dos cultivos de coca e da produção de cocaína, registrado com o acordo de paz que desarmou a principal guerrilha de esquerda



O presidente eleito da Colômbia, Iván Duque, a pouco mais de um mês da posse no cargo, em 7 de agosto, acaba de retornar dos Estados Unidos sob pressão das autoridades americanas para reverter o “inaceitável” recorde no aumento das áreas de cultivo de coca e da produção de cocaína em seu país, o maior fornecedor mundial da droga. Números divulgados recentemente expõem o insucesso da política de incentivos governamentais para a substituição do plantio ilegal, prevista no acordo de paz de 2016 entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), transformadas em partido político após a deposição das armas. Ferrenho opositor dessa e de outras cláusulas do pacto, Duque tem o apoio de Washington para lançar uma abordagem mais repressiva contra o narcotráfico, cujo controle é agora disputado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) e por grupos criminosos, após a desmobilização das Farc.

O político de direita, aliado do ex-presidente Álvaro Uribe,  iajou aos EUA para uma extensa agenda de compromissos, na semana passada, ao mesmo tempo em que eram divulgados resultados alarmantes de dois levantamentos sobre o assunto: um do Gabinete Nacional de Controle de Drogas (ONDCP, em inglês) americano e outro do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC, em inglês).

Segundo estimativas do ONDCP, a área de cultivo de coca na Colômbia expandiu-se 11% em 2017, alcançando 209 mil hectares, em seu mais elevado nível histórico. A capacidade de produção de cocaína no país, segundo o organismo americano, teria aumentado 19%, de 772 toneladas (2016) para 921 toneladas (2017). Para o UNODC, a produção global de cocaína em 2016 “alcançou o maior nível já registrado”, com uma estimativa de 1.410 toneladas e um aumento de 25% em relação a 2015. Na Colômbia, segundo o órgão, ela cresceu em mais de um terço entre 2015 e 2016, chegando a 866 toneladas. Dos 213 mil hectares dedicados ao plantio de coca em todo o mundo, 69% estão na Colômbia.

Duque assegurou ter recebido o apoio das autoridades americanas à estratégia traçada para reverter o aumento do cultivo de coca nos próximos dois anos. Sem falar da necessidade de implementar a cláusula do acordo de paz que trata da substituição de cultivos, o presidente colombiano anunciou que busca “combinação de segurança e desenvolvimento social” para retomar os resultados obtidos entre 2010 e 2012, quando as plantações ilícitas não excediam 50 mil hectares. Também anunciou a disposição de usar drones para pulverizar herbicidas, desde que não usem produtos químicos proibidos pelo Tribunal Constitucional, que os danos a terceiros sejam mitigados e que ferramentas de precisão sejam aprimoradas.

Negociações


Na viagem a Washington, Duque explicou a política que pretende adotar durante audiências com o secretário de Estado Mike Pompeo; o senador republicano Marco Rubio; a diretora da Agência Central de Inteligência (CIA), Gina Haspel; o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton; e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. “Minha maior satisfação é que o Congresso, o secretário de Estado e as agências governamentais com os quais falamos confiam na agenda que estamos propondo para a Colômbia, para que possamos ser muito efetivos contra as drogas nos próximos dois anos”, disse.

Duque partiu para os EUA dias depois de receber um telefonema em que o vice-presidente americano, Mike Pence, o parabenizou pela vitória eleitoral e cobrou empenho nas ações antidrogas. De acordo com a Casa Branca, Pence reforçou “a necessidade de se mover de forma decisiva para cortar a produção e o tráfico de drogas”.

A nova onda de pressão americana sobre Bogotá ocorre após quase duas décadas de execução do Plano Colômbia, por meio do qual os EUA investiram bilhões de dólares para equipar e treinar as forças oficiais colombianas na guerra contra o narcotráfico. Longe desses objetivos, porém, foi acrescentada ao projeto a intervenção militar estrangeira no crônico conflito envolvendo a polícia e o Exército contra  as guerrilhas de esquerda (Farc e ELN) e grupos paramilitares de direita. Depois de diminuírem por vários anos seguidos, tanto o cultivo de coca quanto a produção de cocaína têm aumentado drasticamente nos últimos cinco anos, um aspecto crucial e doloroso da relação do país com os EUA.

Mercado dá as cartas


O professor Alexander Gillespie, da universidade neozelandeza de Waikato, afirmou que, embora Washington pressione a Colômbia a frear a produção e o tráfico de drogas, uma das raízes do problema está justamente nos Estados Unidos, onde o número de novos usuários de cocaína cresceu 81% desde 2013. O total de mortes por overdose da droga duplicou no mesmo período, segundo o Gabinete Nacional de Controle de Drogas (ONDCP, em inglês).

“Não há novidades nessa divulgação sobre o aumento do cultivo e da produção de cocaína na Colômbia. É apenas uma tendência continuada de mais usuários de drogas e mais demanda a cada ano”, afirmou Gillespie ao Correio. “A droga corresponde à demanda, e é preciso perceber que a pureza da cocaína está aumentando e o preço, caindo. Ambos são indicativos de mais, não de menos oferta”, continuou, observando que o aumento do consumo de cocaína é um fenômeno mundial. A Colômbia responde por 70% do fornecimento.

Para Benjamin Smith, professor da Universidade de Warwick, no Reino Unido, “desde que o presidente Nixon anunciou a guerra às drogas, em 1971, ela continha uma certeza: uma completa incapacidade de alcançar os objetivos declarados”. Na opinião do estudioso, “enquanto os gastos com a proibição das drogas aumentaram, o uso aumentou, a variedade de narcóticos orgânicos e artificiais aumentou e o preço dos remédios diminuiu”, observou.

Para Smith, raramente o objetivo real dessa guerra foi sufocar as drogas. “No caso do Plano Colômbia, ela desempenhou três papéis, sendo o primeiro o fortalecimento de certas instituições, incluindo o Exército, e o poder e influência da DEA (agência antidrogas americana), tanto em Washington quanto na América Latina”, disse.

“Em segundo lugar, manteve-se à tona o complexo industrial militar americano. Em terceiro lugar, ajudou os EUA e certos aliados a construir apoio e poder político dentro da própria Colômbia. Nesses termos, o Plano Colômbia tem sido um sucesso desenfreado”, ironizou Smith.

Na visão de Alexander Soderholm, da London School of Economics and Political Science, “o que a Colômbia precisa é de um compromisso com uma abordagem abrangente de desenvolvimento, para livrar da pobreza e da insegurança as comunidades afetadas pelas drogas ilícitas”. Essa abordagem  “teria de reconhecer que a coca, em alguns casos, é a única opção viável para meios de subsistência e geração de renda em comunidades rurais e marginalizadas e, como tal, uma redução instantânea na coca não deveria ser o objetivo, mas sim uma transição sustentável da coca para culturas lícitas, através do desenvolvimento rural integral”, disse.

“Isso requer que políticos e líderes assumam um compromisso sustentado com uma abordagem que coloque o envolvimento militar no fim de uma lista muito mais longa de intervenções voltadas ao desenvolvimento.”

Capa do jornal OEstafo CE


Opinião


Bolsonaro é fenômeno com calcanhares de vidro

Josias de Souza


O que é um fenômeno? Um deputado de ultradireita não é um fenômeno. O endeusamento de Donald Trump não é um fenômeno. Pesquisa eleitoral não é um fenômeno. Fenômerno é um apologista de Trump liderar as pesquisas presidenciais no Brasil recitando teses de ultradireita. Com a aclamação de sua candidatura pelo raquítico PSL, neste domingo, Jair Bolsonaro consolida-se como grande surpresa da temporada eleitoral de 2018. Mas o fenômeno, indica o Datafolha, tem calcanhares de vidro que dificultam sua caminhada até o Palácio do Planalto.
Com Lula fora da raia, Bolsonaro lidera o páreo presidencial com 19%, informa a sondagem mais recente do Datafolha, divulgada em junho. Entretanto, um terço do eleitorado desenvolveu uma ojeriza pelo fenômeno —32% dos entrevistados disseram que jamais votariam no capitão. Bolsonaro tem dificuldades para crescer. Mais: nas projeções de segundo turno, sua liderança derrete.
Se não estivesse inelegível, Lula (49%) surraria Bolsonaro (32%) num hipotético segundo round. Marina Silva (42%) colocaria dez pontos de vantagem sobre o fenômeno (32%). Ciro Gomes (36%) subiria ao ringue estatisticamente empatado com a novidade (34%). Até Geraldo Alckmin (33%) emparelharia suas luvas com as de Bolsonaro (33%), num empate matemático.
Numa eleição imprevisível, em que 33% dos eleitores chegam à beira da urna sem ter escolhido um candidato, tudo pode acontecer. Mas a liderança de Bolsonaro tem, por ora, a solidez de um pote de gelatina. Sem alianças, o candidato terá algo como sete segundos para vender o seu peixe no horário eleitoral. Mal dá para pronunciar o nome.
Bolsonaro alardeia que vencerá a eleição no primeiro turno, fazendo suas barricadas na internet. Em política, impossível não é senão uma palavra que contém o possível.  Mas Valdemar Costa Neto, um PhD em poder, preferiu tomar distância. Ao farejar o risco de Bolsonaro dar com os burros n’água, o dono do PR decidiu apostar num burro mais seco. Entregou o tempo de propaganda do seu partido para o tucano Geraldo Alckmin, estimulando as outras legendas do chamado centrão a fazer o mesmo.
O fenômeno arrancou a extrema-direita do esconderijo entoando raciocínios que transformaram o candidato numa espécie de porta-voz do desalento. Bolsonaro captou no ar o sentimento do armário. Há quatro meses, ao filiar-se ao PSL, declarou que seu modelo é Donald Trump, “um exemplo para nós seguirmos.”
Na área da segurança pública, sua prioridade é liberar as armas, aproximando o Brasil dos Estados Unidos, país onde estudantes adolescentes matam colegas de classe com armas compradas na loja da esquina. Apoiado pela Bancada da Bala, Bolsonaro deseja vitaminar o grupo no Congresso. “Quem sabe teremos aqui a bancada da metralhadora”, vaticionou. “Violência se combate com energia e, se necessário, com mais violência”.
No rol de inimigos de Bolsonaro, “marginais” e “vagabundos” dividem espaço com os homossexuais. “Um pai prefere chegar em casa e ver o filho com o braço quebrado no futebol, e não brincando de boneca”, declarou. “Casamento é entre homem e mulher. E ponto final”.
No final do ano passado, Bolsonaro classificou a turma do MST de “terrorista”. Propôs um tratamento implacável: ''A propriedade privada é sagrada. Temos que tipificar como terroristas as ações desses marginais. Invadiu? É chumbo!'' Chegou mesmo a defender o uso de ''lança-chamas'' contra os liderados de João Pedro Stédile.
Deputado federal de sete mandatos, Bolsonaro às vezes soa como se os seus 27 anos de Congresso fossem um mero asterisco. ''Se o Kim Jong-un jogasse uma bomba H em Brasília e só atingisse o Parlamento, você acha que alguém ia chorar?”, indagou numa palestra, arrancando risos da plateia.
De economia Bolsonaro reconhece que não entende bulhufas. Nessa matéria, o candidato tornou-se uma espécie de jarro vazio, dentro do qual o economista Paulo Guedes despeja o seu receituário liberal. Guedes disse que, num eventual governo Bolsonaro, seriam mantidos em seus postos membros da equipe econômica da gestão de Michel Temer, um presidente reprovado por oito em cada dez brasileiros.
Dogmático aos 63 anos, Bolsonaro comporta-se como se já não tivesse idade para aprender mais coisas. Polêmico, também não exibe a sabedoria dos políticos que aprenderam a ocultar o que ignoram. Para um candidato assim, tão controverso, a tarefa de reduzir antipatias é mais complicada. O fenômeno terá que se desdobrar se não quiser passar à história como o presidente mais fenomenal que o Brasil jamais terá.

Coluna do blog


Como Brasília viu a candidatura de Ciro Gomes
O centro-esquerdista Ciro Gomes prometeu nesta sexta-feira (20/7) combater os privilégios e a corrupção, depois de ter sua candidatura oficializada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).  O político de 60 anos, que tenta pela terceira vez chegar ao Palácio do Planalto, foi nomeado por cerca de 500 delegados do PDT e representantes de movimentos sociais reunidos em Brasília sob gritos de "Brasil presente, Ciro presidente!". Ciro insistiu na necessidade de "voltar a crescer, de se reindustrializar, de reduzir as desigualdades para acabar com a vergonha da pobreza extrema". Também ressaltou que o Brasil está com uma situação fiscal "absolutamente deplorável", sinalizando para os mercados temerosos de suas propostas "populistas". Ciro, que já foi ministro da Fazenda em 1994 e ministro da Integração Nacional no governo Lula, prometeu combater "com dureza e intransigência" a corrupção, que disse ser um "câncer" que quebra a confiança do povo na democracia. Falou, ainda, em enfrentar a "cultura do ódio", às vésperas de uma eleição presidencial caracterizada pela incerteza, na qual se destaca a figura do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, nostálgico da ditadura militar e favorável à flexibilização do controle das armas para combater a violência. Lula lidera as pesquisas eleitorais, apesar de cumprir desde abril uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção. É provável que sua candidatura seja impugnada pela justiça eleitoral. Na ausência de Lula, Bolsonaro lidera as pesquisas de intenções de voto, com 17%, seguido por Marina Silva (13%) e de Ciro Gomes (8%). "É a primeira vez que você tem disputa nos dois blocos hegemônicos desde 1994. No bloco da centro esquerda você tem uma relativa crise do PT, que abriu espaço para Ciro Gomes, e no da centro direita surge um fenômeno como o (Jair) Bolsonaro, que traz para a agenda uma discussão de extrema direita", explica à AFP Ricardo Sennes, diretor da consultora Prospectiva.

A frase:"Todos terão que fazer muitas concessões. Alguns partidos esperam até o final para ter certeza de quem oferece mais".  Ricardo Sennes, diretor da consultora Prospectiva sobre espera por coligações partidárias.



Mas não aprendem...(Nota da foto)
A 2ª Promotoria de Justiça Auxiliar de Sobral ingressou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o vereador Francisco Ivonilton Camilo Cavalcante, conhecido como “Camilo Motos”. Segundo a Promotoria de Justiça, o legislador recolhia parte do salário de seus assessores parlamentares em benefício próprio.

Novíssimo
O Partido Novo resolveu que, no Ceará, só terá candidato a deputado federal. Sua convenção será realizada dia 29 , domingo que vem.

Além disso...
PSL e PDC igualmente farão suas convenções no doingo, dia 29. Essas duas agremiações estarão em salas distintas da Assembleia do Estado.

Aliás...
PSL e PDC resolveram que se coligarão para as disputas de vagas para deputados federais e estaduais no Ceará.

Cada um na sua
O PDC comandado por Ely Aguair será fiel ao velho parceiro...Ei Ei EI Eimael terá o voto de Ely pra presidente, no primeiro turno. No segundo. só Deus sabe.

O outro...
O PSL é Bolsonaro desde novinho. Será o grande eleitor do defensor que comunista deixe de ser comedor de criancinha pra ser o comido.

Fortes
Anunciam-se pelo menos tres mulheres fortes a caminho da Assembleia do Ceará em outubro que vem. Uma já tem cadeira lá,Aderlania, outras prometem grandes chegadas.

Lia e Érika
Da Zona Norte do Ceará viria Lia Gomes, irmã de Ciro , Cid e Ivo. Da região metropolitana de Fortaleza promete a  chegada de Érika Amorim,1a.dama da Caucaia.

Cadê Patrícia?
Indagou-se que Domingos Filho não apostaria na mulher Patrícia pra chegar com ele à Assembleia. O caminho é outro:Patrícia quer voltar pra Prefeitura de Tauá.

Cidadania
Raimundo Gomes de Matos,deputado federal,, recebeu a cidadania honorária do Juazeiro do Norte, no fim de semana. Ta completo já  é cidadão do   Crato.




Bom dia


Tucanos caem no colo da turma do "cadê o meu".

Seis exigências que Alckmin aceitou engolir para ter o apoio do centrão
Aliança do PSDB com o bloco formado por DEM, PP, PR, SD e PRB encorpa a candidatura de Geraldo Alckmin com cerca de três minutos a mais na propaganda eleitoral. Mas ele terá de cumprir exigências

Depois de muita indefinição sobre quem apoiar nas eleições deste ano, os partidos que formam o bloco do centrão no Congresso Nacional decidiram que vão se coligar com o PSDB para tentar eleger o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin à Presidência da República. O apoio, claro, não foi fechado sem o já conhecido toma lá dá cá que domina Brasília.

Dividido entre aderir a Alckmin ou ao ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), o bloco formado por DEM, PP, PR, SD e PRB decidiu engrossar a coligação liderada pelos tucanos. Com o apoio do Centrão, Alckmin, que tinha sozinho 1 minuto e 18 segundos na propaganda eleitoral na TV (em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos), somará 4 minutos e meio, quase 40% de toda a fatia da disputa. Adversário histórico do PSDB, o PT, que ainda não fechou nenhuma aliança, tem 1 minuto e 34 segundos.

Mas a aliança do centrão com o PSDB não saiu de graça. O bloco fez uma lista de seis exigências que o PSDB vai ter que engolir. Confira:
1. Candidato a vice-presidente tem de ser o filho do vice de Lula

A primeira exigência para a formação da aliança é a indicação do candidato à vice-presidência na chapa. A indicação já está definida e os partidos fecharam questão em favor do empresário Josué Alencar (PR-MG), filho de José Alencar – que, por sua vez, havia sido vice-presidente nos dois mandatos de Lula.

2. Imposto sindical tem de voltar

Outra exigência que o PSDB vai ter que engolir é a volta do imposto sindical, ou no mínimo a criação de um novo modelo para financiar os sindicatos do país. A exigência foi feita pelo deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), ligado à Força Sindical, para que o Solidariedade apoie o tucano nas eleições. O PSDB teve um papel importante na condução da reforma trabalhista que acabou com o tributo, mas Alckmin teria dito ao centrão que aceita discutir uma alternativa.
Geraldo Alckmin

3. Presidência da Câmara continua nas mãos de Rodrigo Maia (DEM)

Geraldo Alckmin também se comprometeu a apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Câmara dos Deputados, se os dois forem eleitos em outubro. Rodrigo Maia chegou a lançar sua pré-candidatura à Presidência da República pelo DEM, mas com a costura do bloco deve disputar a reeleição à Câmara. O presidente da Casa tem o poder de controlar a agenda de votações, ponto crucial para o governo.
4. Presidente do Senado será do bloco, possivelmente do PP

Se o bloco formado pelo centrão com os tucanos eleger Geraldo Alckmin, o grupo deve ter número suficiente para eleger o novo presidente do Senado em 2019. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, especula-se que o PP será o partido que terá direito de indicar um nome para a disputa da cadeira. O Senado é controlado pelo MDB desde 2001, com exceção de quando Tião Viana (PT-AC) assumiu a presidência em 2007, depois da renúncia de Renan Calheiros (MDB-AL).

5. Composição do governo: centrão assegura assento em ministérios e outros órgãos

O cenário de presidencialismo de coalizão que impera em Brasília atualmente deve mudar pouco a partir do ano que vem se Alckmin for eleito. Com os partidos de centro unidos em prol de uma única candidatura, as legendas devem conseguir eleger uma bancada significativa no Congresso Nacional. Para apoiar o tucano, o grupo também exigiu fazer parte da composição do governo a partir de 2019, com participação em ministérios, secretarias e outros órgãos.
6. PSDB terá de apoiar candidatos do centrão nas eleições estaduais

O apoio do PSDB nos estados a candidatos do centrão também entrou na conta das exigências do bloco para formar a coligação. O grupo quer que os tucanos, por exemplo, embarquem no no Rio de Janeiro na campanha de Eduardo Paes (DEM) ao governo do estado. O nó em torno das alianças regionais foi um dos impedimentos para formação de alianças do grupo de partidos do centro com outros pré-candidatos, como Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).

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Sorteio nº 2061 . 21/07/2018
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Acumulou!

Bom dia

Olha só do que Ciro Gomes se livrou. Este é um editorial do Estado de SãoPaulo, o Estadão, sobreo Centrão.


O jogo do ‘centrão’
Por melhores que possam ser suas intenções, o futuro presidente dificilmente conseguirá implementar sua agenda sem se submeter à chantagem

Deveria ser proibido para menores de 18 anos o noticiário sobre as articulações do chamado “centrão” em torno da sucessão presidencial.

Para quem não está familiarizado com o subdialeto do baixo clero do Congresso, “centrão” é o nome que se dá ao ajuntamento de partidos fisiológicos que se mobilizam sempre que existe a oportunidade de aumentar seus ganhos em barganhas que, de tempos em tempos, lhes são oferecidas – ou procuradas, que ninguém é de ferro. Nada ali lembra nem remotamente a política como deve ser, isto é, o embate democrático de ideias em torno dos interesses dos eleitores. Tudo o que importa para esses partidos é defender uma divisão equânime do butim estatal entre seus caciques e agregados, e ninguém ali faz muita questão de esconder esse comportamento obsceno.

Somente os incautos acreditam que “centrão” seja o nome de um bloco político legítimo, com aspirações programáticas ideologicamente discerníveis. O “centrão” é apenas um rótulo para vários partidos nanicos, pequenos e médios que buscam avidamente orbitar o poder para auferir benefícios políticos e pecuniários e sabem que, juntos, ganham maior capacidade de constranger o governo ou outra presa qualquer a atender às suas demandas – que se resumem a facilidades, cargos e verbas.

Em circunstâncias normais, candidatos de partidos tradicionais, com compromissos mais sólidos com seus eleitores, rejeitariam de pronto o apoio do “centrão” em suas campanhas, por tudo de nefasto o que esse bloco representa. Afinal, o que esperar de um governo formado a partir da associação com notórios oportunistas? Mas o sistema político-eleitoral brasileiro infelizmente é talhado para produzir aberrações que praticamente inviabilizam a formação de candidaturas competitivas sem coligação com partidos explicitamente fisiológicos.

Assim, o País tem assistido nos últimos dias ao leilão do “centrão” entre diversos candidatos a presidente, de todos os matizes ideológicos. A adesão do bloco, é óbvio, não será definida conforme o posicionamento dos candidatos acerca de questões fundamentais, como tamanho e formato do Estado, modelos de desenvolvimento, políticas sociais e inserção internacional. Termos tradicionais da política como “esquerda”, “centro” e “direita” são, portanto, irrelevantes – é por isso que a expressão “centrão” deve ser lida como uma ironia, pois de centro, naturalmente, esse bloco nada tem. Somente à luz disso é possível entender, por exemplo, a declaração do líder do PR na Câmara, José Rocha (BA), segundo a qual a bancada de seu partido “está meio a meio, há deputados que preferem Jair Bolsonaro e outros que são favoráveis a apoiar Lula”. Afinal, Lula e Bolsonaro só se igualam na geleia geral.

Enquanto o gelatinoso “centrão” não se decide, quase todos os candidatos mais competitivos guardam lugar em suas chapas para um candidato a vice-presidente indicado pelo bloco. Tudo isso na expectativa de adicionar precioso tempo de TV às suas campanhas, algo que, para muitos analistas, pode ser decisivo.

É espantoso, mas ao mesmo tempo revelador dos tempos esquisitos que o País vive, que o apoio do “centrão” seja mesmo considerado o fiel da balança nesta eleição. Depois de todo o movimento em prol do saneamento da política, que tem mobilizado a opinião pública desde a eclosão da Lava Jato, a eleição presidencial mais importante dos últimos tempos pode ser decidida justamente por alguns dos partidos e caciques mais identificados com as baixarias que aviltam a política.

Assim, um governo formado a partir de uma aliança com o “centrão” não augura coisa boa. Por melhores que possam ser as intenções do vencedor da eleição, na hipótese de ser alguém comprometido com as reformas de que o País tão urgentemente necessita, o futuro presidente dificilmente conseguirá implementar sua agenda sem se submeter à costumeira chantagem do “centrão”. E os estragos causados por essa turma na atual legislatura, inviabilizando votações cruciais e aprovando projetos que sabotam o esforço fiscal mesmo depois de arrancar dedos e anéis do governo, deveriam ser suficientes para mostrar que o preço de um punhado de segundos a mais na propaganda eleitoral pode ser alto demais para o País.