Bom dia




LABOMAR fará projeto para solucionar erosão na Praia de Jericoacoara

A Universidade Federal do Ceará, através do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), irá elaborar um projeto, com estudos previstos de um ano, objetivando buscar soluções para o acelerado processo de erosão que ocorre na Praia de Jericoacoara, no litoral oeste do Estado. Para discutir o assunto, o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, recebeu em seu gabinete, na manhã desta quarta-feira (30), o deputado estadual João Jaime (DEM), autor do pedido à UFC; as professoras Ozilea Bezerra Menezes e Lidriana Pinheiro, respectivamente, diretora e vice-diretora do LABOMAR, além do Prof. Eduardo Lacerda Barros, do Laboratório de Oceanografia Geológica daquele Instituto.

O deputado João Jaime explicou que, junto com lideranças daquela região, vem trabalhando no projeto de reordenamento da Vila de Jericoacoara, e entre os problemas já detectados, o mais grave é a erosão costeira, que se soma a outros como poluição, destinação do lixo, aumento no tráfego de veículos e ocupação desordenada da praia. Ele revelou que a erosão tem se tornado mais acelerada especialmente na faixa de praia em frente à Vila, uma área de 600 metros.

“Nós estamos buscando a Universidade, o LABOMAR, que tem especialidade em estudos costeiros, para que a gente possa desenvolver um estudo, entender o que está acontecendo para que a erosão avance da forma que está avançando, e apresente a solução. De posse do projeto, da solução, nós iremos em busca de recursos do governo federal”, disse o deputado.

Com estudos e pesquisas de campo realizados em Jericoacoara, o Prof. Eduardo Lacerda Barros fez uma apresentação do “Diagnóstico Preliminar da Atuação dos Processos Erosivos na Praia Principal da Vila de Jericoacoara”. Com fotos de anos passados até este mês, gráficos e diagramas, ele mostrou as mudanças pelas quais aquela faixa de praia vem passando.

Explicou que existe uma predisposição de pouco sedimento na costa, que há uma movimentação natural anual de areia e pedras na praia daquela Vila e que a própria geometria do litoral formando o sistema promontório (o cabo ou ponta que existe naquela praia) acaba formando uma enseada, que também altera o padrão de ondas e, consequentemente, acelera a erosão. Para agravar, há ainda os fatores antrópicos, ou seja, a ação do homem alterando o ambiente e influenciando ainda mais o processo de erosão.

RECOMENDAÇÕES – Com esse diagnóstico prévio e outros estudos que o LABOMAR já possui sobre aquela área, em 20 dias o Instituto pretende apresentar o orçamento para a elaboração do projeto mais profundo e detalhado, que deverá envolver estudos ao longo de pelo menos um ano. “É necessário estudar, levantar dados científicos, tendo atenção às questões da climatologia, da oceanografia, com o envolvimento de uma equipe multidisciplinar dentro das ciências do mar”, disse a vice-diretora do LABOMAR, Profª Lidriana Pinheiro.

A partir do diagnóstico preliminar apresentado pelo Prof. Eduardo Barros, a diretora do LABOMAR, Profª Ozilea Bezerra, adiantou que sua equipe já pode fazer algumas recomendações. Será preciso, disse ela, primeiro restaurar o balanço sedimentar (o movimento natural de ganho e perda de sedimentos numa praia por ação das marés e ventos. A erosão ocorre quando a praia perde mais sedimentos do que recebe). Uma segunda recomendação é a de permitir que haja um espaço necessário para que os processos costeiros possam se desenvolver naturalmente, porque ela explicou que há períodos do ano que a praia apresenta erosão e no outro acressão (acumulação de sedimentos, areia e rochas), isso é, um balanço sedimentar dinâmico com as marés, na zona da praia e em Jericoacoara. Isso precisa ser estudado para que o homem não ocupe a área onde ocorre essa movimentação natural. Uma terceira recomendação do LABOMAR é designar áreas de reservas estratégicas de sedimento para que sejam usadas na recomposição da área que sofreu erosão.

Para Ozilea Bezerra, identificado o problema, parte-se para a fase 2, que é a elaboração do projeto para monitorar aquela área e, ao longo desse monitoramento, devem ser apontadas as soluções mais viáveis para que sejam executadas. Uma outra fase que, de acordo com ela, deve ser constante e que serve para qualquer zona costeira, é o planejamento de políticas públicas que incluam nos orçamentos – municipais, estaduais e federais – o custo com a erosão costeira e as ações de prevenção.

UNIVERSIDADE E SOCIEDADE – Para o reitor Cândido Albuquerque, ao poder atender a uma demanda como a apresentada pelo deputado João Jaime, “a Universidade está cumprindo seu papel. No momento em que a comunidade tem um problema, precisa de uma resposta científica, a Universidade comparece para dar essa resposta após a realização de estudo”, afirmou.

Comentou ainda que “a comunidade de Jericoacoara está sofrendo com o grave problema da erosão e as soluções que estão sendo dadas lá não são as adequadas exatamente por falta de um estudo científico. Então o que se discutiu aqui com o deputado João Jaime foi exatamente isso: a academia dando a solução para o que a sociedade precisa. Esse é o papel da UFC e é isso que a comunidade espera da Universidade”.

Ao final da reunião, o deputado disse estar muito satisfeito com o que foi feito até agora: um estudo preliminar. “Com o cronograma que foi traçado, em 20 dias a gente tem um orçamento para fazer o estudo. E daqui a um ano, com esse estudo na mão, vamos buscar recursos e resolver o problema”, finalizou.

Bem querer em estado quase sólido

Ei, pessoal.
Fiquei todo pimpão com as lembranças de todos vocês em cumprimentos pelo meu aniversário. E não é por isso, apenas, que agradeço; é vocês gastarem seus preciosos tempos debruçados sobre essa lembrança que me é tão cara. Deus abençoe vocês tudim.

É fogo!!!

AUDIC ALERTA PARA COMBATE A INCÊNDIO
NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AIUABA

Um incêndio de grandes proporções atinge a Estação Ecológica do município de Aiuaba, na região dos Inhamuns, desde as 13 horas do último domingo, 27. Para mobilização de esforços de órgãos estaduais em torno do acidente, o deputado Audic Mota (PSB) fez um alerta em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, 29. 

O parlamentar adiantou, também, que encaminha, junto à Casa Civil e Corpo de Bombeiros, um pedido de reforço em equipamentos e equipes de brigadistas. 

Elas devem se somar às da Floresta Nacional do Araripe para atuação junto aos servidores do ICMBio e voluntários ex-brigadistas da Estação de Aiuaba. 

O fogo já destruiu hectares de mata nativa da Serra do Buzi. As operações de combate tiveram prosseguimento na manhã de hoje.

Heitor e as desigualdades sociais

Heitor Férrer repercute aumento da desigualdade social 

O aumento da desigualdade social no Brasil foi tema de pronunciamento do deputado Heitor Férrer (SD), nesta terça-feira (29), na Assembleia Legislativa. O parlamentar repercutiu na tribuna dados do Global Wealth Report, que apontam que o 1% mais rico da população brasileira detém 49% de toda a riqueza familiar do País. “Isso é uma tragédia nacional e não há como ela não ser imputada a nós políticos e representantes de quem nos coloca aqui, de que nós pouco fazemos em prol da legião de brasileiros que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza?”, lamentou Férrer. 

Heitor Férrer ressaltou ainda os números do Estado nesse cenário. “Em 2003, aprovamos na Assembleia a criação do Fundo de Combate à Pobreza - Fecop. Hoje, o Ceará é  o 4º estado, dentre as 27 unidades da Federação, em extrema pobreza. Metade da nossa população vive em situação de pobreza e, para cada 100 crianças, 61 vivem em situação de pobreza. Qual tem sido o nosso papel de políticos, então?”, questionou.

SAMU no Icó


SAMU EM ICÓ 

Nesta terça-feira, 29, o Governador Camilo Santana em solenidade bastante concorrida, em Fortaleza, entregou à prefeita Laís Nunes e à Secretária de Saúde de Icó, Dra. Orianna Nunes, as chaves das duas ambulâncias totalmente equipadas que estarão à disposição da base do SAMU no município icoense. 

Em Icó, o SAMU funcionará com duas equipes de urgência e emergência, com médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. 

O deputado estadual Oriel Nunes Filho e o ex-deputado Neto Nunes, também prestigiaram o evento, promovido pelo governo do estado do Ceará.

Coluna do blog


Calma, gente,muita calma nesta hora
Camilo Santana foi ao meio fio. Subiu o tom, mesmo com a finesse de sempre. Mabndou dizer pro PT que não é hora de arrumar indaca discutindo a própria sucessão, onde Roberto Claudio poria a cabecinha pra entrar, ou continuar no jogo, como se prevê e como anunciam todas as rádios-corredores do Ceará e de Brasilia. Camilo quer todo mundo do partido dele, foque no que é importante no momento, a eleição do ano que vem, a de prefeitos e, em Fortaleza, a que vai também substituir o dito cujo Roberto Claudio. Camilo quando faz essas avaliações, ao mesmo tempo cutuca o cão, dizendo que Ciro Gomes, seu mega aliado, erra quando parte pra cima do PT. O Governador do Ceará, que não seria exatamente um gênio no quesito política, e acerta muito quando administra, constroi e trabalha no técnico, tem especial apreço pela juventude e olho grande na educação ao ponto de não esquecer da vice, a sobralense Isolda, sempre citada quando o assunto é educação, eixo que tem dado conforto ao Ceará e exemplo aos brasileiros. Mas o danado do asunto é política e o PT, partido dele esquece que tem uma eleição batendo à porta, pra misturar estação com seu, dele, Camilo, substituto. Se pense que quer tudo, o PT,dizem lá de dentro do Abolição, tem que ir com calma ao pote. Muita sede reflete angústia de chegar ligeiro ao pote. É que, nem sempre quem chega primeiro bebe águal  limpa; o alvoroço na beira dágua quebra copo, derruba a quartinha, suja o pano que cobre o pote, assusta o caçote que costuma fica no pé da bilheira.

A frase: "Com a chegada dos 777B, vamos observar se com 15% a mais de assentos, continuaremos com a média de 90% de ocupação de nossos voos". Fonte da Air France ao acabar com a Joon Joon e deixar a mãe grande no lugar.
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Roberto Cláudio é o único prefeito brasileiro convidado para evento em Washington, D.C.(Nota da foto)
O prefeito Roberto Cláudio participa, nos Estados Unidos, como o único prefeito brasileiro convidado pela Bloomberg Philanthropies, da sétima edição anual do CityLab: Soluções Urbanas para Desafios Globais.O evento reuniu 40 prefeitos de todo o mundo e aconteceu desde o último domingo (27) até esta terça-feita (29), em Washington D.C., a capital norte-americana.O encontro é promovido pela Bloomberg Foundation e a Universidade de Harvard e o prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, junto com os prefeitos de Santiago, no Chile, e de Quito, no Equador, foram os únicos da América Latina convidadas para o CityLab 2019.Também participam do CityLab 2019, os prefeitos de Praga (República Tcheca), Helsinque (Finlândia), Freetown (Serra Leoa), Atenas (Grécia), San Juan (Porto Rico), San Diego (EUA), Filadélfia (EUA), dentre outras.

No  Ponto a Ponto
- Não julgo se foi inadequado, ou adequado. Cada um tem seu pensar. Eu não aceitaria." Carlos Veloso, ex-presidente o Supremo Tribunal Federal ao ser perguntado se Sérgio Moro fez bemem aceitar ser Ministro da Justiça, depois de julgar Lula.

Dep.Queioz Filho sobre fim do Fundeb em 2020.
- O congelamento dos gastos constitucionais, a não obrigatoriedade dos repasses da União de 25% para a educação e 15% para a saúde, é algo criminoso que dá continuidade ao que vinha sendo feito..A reforma  tende a aumentar as desigualdades sociais.

Dep.federal Idilvan Alencar sobre o tema
.-Se ele for cancelado, não vamos conseguir nem pagar os professores. Queremos que ele seja firmado no texto da Constituição, não como Disposição Transitória. Se pensam que vamos aceitar prorrogação do Fundeb ou desvinculação de Receita, estão errados.

Posse do novo DG
Angelo Guerra caiu. Era indicação de Eunício Oliveira (MDB) que, sem mandato, saiu de cena.  Heitor Freire assumiu a paternidade de Angelo, mas foi vencido pelo deputado federal Genecias Noronha (SD), que emplacou o apadrinhado Rosilônio Magalhães empossado ontem em Brasilia.

E Freire?
Freire também caiu porque teria assinado a nota do PSL da banda do presidente Bivar contra a ida do Bolsonaro 2 para a liderança do partido na Câmara Federal. As pessoas não entenderam ainda a lei dos Bolsonaros apliadas desde a criação de Dadá Maravilha: Ou tá comigo ou tá contramigo.

Bem educados
Na campanha, candidatos a presidencia da Argentina baxaram o pau, um no outro. Contados os votos o presidente perdeu a eleição.No diaimediato a vitória, o presidente atual e o eleito se reuniram pra discutir a transição. E mais>o presidente derrotado parabenizou o eleito. Gente fina é outra coisa.As pessoas educadas se cumprimentam e até parabenizam adversários.

Bom dia

Bebianno vai para o PSDB apoiar Doria e antevê golpe de Bolsonaro

Há exatamente um ano o advogado Gustavo Bebianno devolvia a presidência do PSL ao deputado Luciano Bivar, após ter comandado o partido durante a vitoriosa campanha de Jair Bolsonaro, a pedido do próprio presidente. De lá para cá, porém, muita coisa mudou.
Demitido pouco mais de um mês após assumir a Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno avalia que Bolsonaro deixou o poder subir à cabeça, abandonou suas promessas de campanha para proteger e favorecer os filhos, cercou-se de “loucos” e faz uma gestão marcada pelo autoritarismo, pelo “desarranjo mental”, pela irresponsabilidade e pelo “desgoverno”.
Nesta entrevista ao Congresso em Foco (veja a íntegra abaixo), Bebianno anuncia que vai se filiar ao PSDB a convite do governador de São Paulo, João Doria, e indica que vai trabalhar por sua candidatura presidencial em 2022. Quanto ao governo que ajudou a eleger no ano passado, suas apostas são as mais pessimistas possíveis.

Bebianno acredita que o desfecho da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto será mais uma página triste da história política brasileira: ou ele renunciará, ou sofrerá impeachment ou, na hipótese mais grave, tentará uma ruptura institucional, um golpe de Estado.
“Não acredito que ele conseguiria consolidar uma ruptura institucional, mas tudo indica que ele vai tentar. É muito preocupante. Uma simples tentativa pode gerar muito derramamento de sangue. O Brasil não precisa disso. É um risco real”, afirmou. Segundo ele, o presidente dificilmente teria o apoio das Forças Armadas para levar o plano adiante por não gozar da confiança dos militares.
O ex-ministro também dispara contra integrantes do chamado núcleo duro do governo e sugere ao presidente que afaste do poder seus filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro, a quem acusa de “destruir” o governo com suas “palhaçadas” e sua “beligerância”.
“A primeira coisa é afastar os filhos. Em segundo lugar, mudar o núcleo duro todo. Tem de afastar esse Filipe Martins [assessor especial da Presidência], trocar o ministro das Relações Exteriores [Ernesto Araújo], cortar relações com o Olavo de Carvalho, tem de ouvir pessoas normais. E não loucos. Ou ele muda radicalmente seu comportamento, afasta os filhos e passa a ouvir pessoas racionais e adultas, ou ele não vai terminar bem. Ou vai renunciar, dar uma de Jânio Quadros, ou vai sofrer impeachment ou ele próprio vai tentar ruptura institucional”, considera.
Na avaliação de Bebianno, a divulgação do vídeo em que Bolsonaro é tratado como um leão cercado por hienas como o Supremo Tribunal Federal, partidos de oposição, imprensa e outras organizações, é mais um indicativo de que os filhos e o núcleo duro do presidente desejam uma ruptura institucional. Bolsonaro pediu desculpas nesta terça-feira e classificou o episódio como um "erro".
“Sim, é um indicativo, assim como a fala do Olavo e do Filipe Martins sugerindo um novo AI-5, o extermínio de partidos de oposição. Isso tudo claramente. O Eduardo disse que bastava um cabo e um soldado, não precisava nem de jipe, para fechar o Supremo. Outro dia o Carlos disse que as coisas são muito lentas na democracia. Não são sinais que precisam ser traduzidos. As falas deles são explícitas. Só estou observando o que eles próprios estão dizendo”, diz. Filipe Martins é um dos assessores da Presidência convocados pela CPI das Fake News.
Para ele, a situação do governo só não é pior graças aos “presidentes” – palavras dele – Sergio Moro e Paulo Guedes. Bebianno também vê aí potenciais novos riscos de conflito com Bolsonaro. “Moro é visto com desconfiança, o presidente teme que Moro será candidato. Eu acho que, no fim da linha, Paulo Guedes também será candidato.”
Bebianno foi demitido por Bolsonaro em fevereiro após ser bombardeado internamente e nas redes sociais por Carlos, seu desafeto desde a campanha eleitoral.
> Confirmada demissão de Bebianno. Governo ganha oitavo ministro militar
Veja a íntegra da entrevista de Gustavo Bebianno ao Congresso em Foco:
Congresso em Foco - O senhor recebeu convite do governador João Doria para se filiar ao PSDB?
Recebi o convite sim. Acho que o Brasil precisa hoje de eficiência de gestão e de seriedade no trabalho. Infelizmente a gente não observa isso no atual governo. Hoje existem dois ou três governos. Destacaria o governo do presidente Paulo Guedes, que é uma cabeça que pensa num novo Brasil. Há o governo do presidente Sergio Moro, que também pensa num Brasil diferente do que é hoje. Já o governo do presidente Jair Bolsonaro é uma decepção para todos os brasileiros que pensam, raciocinam e que querem não uma dinastia, um sistema ditatorial, personalíssimo, baseado numa entidade suprema, num mito.

Do que o Brasil precisa?
O Brasil precisa de um gestor. De um presidente que saiba exercer as suas funções em benefício do país. Infelizmente as promessas de campanha foram todas deixadas de lado, seja para proteger e favorecer os próprios filhos, seja porque infelizmente ele só olha para as eleições de 2022. É com muita perplexidade que eu e a maioria dos brasileiros assistimos a esse show de palhaçadas promovido principalmente por Carlos Bolsonaro. De uma maneira inconcebível, ele tem acesso exclusivo às redes sociais do presidente. Faz publicações cotidianas de forma infantilóide e irresponsável. Está destruindo o governo do pai. Afinal, num sistema democrático ninguém gere sozinho um país. É preciso que haja conjugação de esforços e o mínimo de boas relações com o Congresso, o poder Judiciário, a imprensa, a classe empresarial, os seus adversários políticos.

Quais os desdobramentos que o senhor antevê para esses problemas?
Infelizmente, o que vejo hoje me preocupa. Não vejo como o governo dele possa chegar ao final de uma maneira normal, pacífica, porque ele e os filhos alimentam essa beligerância. Veja agora o episódio com o PSL e o vídeo do leão e das hienas. É um negócio tão beligerante e personalista, mesquinho, egoísta e tão burro, sem estratégia, sem nada. Se não fossem os presidentes Paulo Guedes e Sergio Moro – pode botar ipsis litteris –, o Brasil já estaria mais no fundo do poço que já está. Vejo a gestão Jair Bolsonaro como irresponsável e desgovernada. Por conta disso, tudo, essa grande decepção, enxergo hoje que o Brasil não precisa de ideologias extremas para ser governado, mas de eficiência de gestão e seriedade. Precisa de uma pessoa que acorde cedo, durma tarde, tenha agenda de trabalho diferente da de Bolsonaro. Se pegar a agenda presidencial, você vai ver que não tem trabalho nenhum em benefício do Brasil, zero. Por conta desse quadro muito preocupante, não vejo como ele possa chegar ao fim de maneira pacífica.

Como assim?
Ou ele vai buscar a ruptura institucional, ou vai renunciar ou vai acabar recebendo processo de impeachment, porque é impossível se manter mais três anos nesse ritmo. Ele entrou numa maratona de 40 e tantos km e está correndo como se fossem 100 m rasos. Ninguém aguenta isso. Nenhum lutador aguenta lutar 100 rounds. Lutador consegue lutar, três, dez. É impossível. Ou ele muda radicalmente sua postura...

O que ele deveria fazer?
A primeira coisa é afastar os filhos. Em seguindo lugar, mudar o núcleo duro todo. Tem de afastar esse Filipe Martins [assessor especial da Presidência], trocar o ministro das Relações Exteriores [Ernesto Araújo], cortar relações com o Olavo de Carvalho, tem de ouvir pessoas normais. E não loucos. Ou ele muda radicalmente seu comportamento, afasta os filhos e passa a ouvir pessoas racionais e adultas, ou ele não vai terminar bem. Ou vai renunciar, dar uma de Jânio Quadros, ou vai sofrer impeachment ou ele próprio vai tentar ruptura institucional.

O senhor acredita que possa haver uma ruptura institucional, um golpe?
É o que o núcleo duro dele fala, é o que ele fala. Não é que eu acredite ou não. As pessoas vinculadas diretamente a ele falam isso. Ele não diz o contrário. Esse Filipe Martins fala em ruptura institucional. O Olavo fala em ruptura. O Eduardo e o Carlos falam em ruptura institucional. O presidente em algum momento desdisse? Deu alguma manifestação contrária a isso? Não, ele silencia. O Brasil está caminhando para um lugar muito pantanoso, escuro e perigoso. Do jeito que esse núcleo duro do presidente se manifesta, vão fazer uma guerra civil? Olavo diz que tem de eliminar toda a oposição. O que significa eliminar a oposição? Diz que tem de fechar os partidos de esquerda. Como seria no mundo prático a operação disso? Eu aceitei o convite do João Doria porque enxergo nele hoje uma pessoa que é extremamente trabalhadora, que trabalha das 6h às 2h, todo santo dia, não tem fim de semana, feriado.

Enxergo nele um bom gestor e um gestor que tem uma fórmula que é praticamente novidade na gestão pública brasileira, que são as parcerias com a iniciativa privada. O Estado brasileiro quebrou depois de mais de uma década de PT. Não tem condições de fazer investimento. O João Doria tem capacidade muito grande de unir pontas. Enxergo nele uma luz no fim do túnel para o futuro do Brasil de maneira democrática. Acho que tem perfil de estadista e gestor de forma democrática. O Brasil não pode abrir mão da sua democracia. Não quero uma ditadura bolsonarista para ser governado por Eduardo e Carlos Bolsonaro, deus me livre. Por isso aceitei esse convite [de filiação ao PSDB].
Quando o senhor se filiará? O senhor mora no Rio. Vai para o PSDB de São Paulo?
Será em breve. Será no PSDB de São Paulo. Pretendo ficar boa parte do tempo em São Paulo ajudando no que eu puder.

O senhor será o coordenador do projeto presidencial de João Doria?
É um projeto pró-Doria, pensando no Brasil.

O senhor pretende se candidatar a algum cargo em São Paulo?
Por ora não tenho essa preocupação. Minha preocupação, assim desde o Jair, é pensar o Brasil. O que eu não podia imaginar é que com ele seria esse desarranjo mental o tempo inteiro. Não podia imaginar que o Brasil seria gerido de maneira tão irresponsável.

O senhor reconhece como um erro ou se arrepende do apoio dado a Bolsonaro?
Naquela época os filhos dele pouco participavam. Eram contatos esporádicos. Depois que ele chegou ao poder, os filhos Eduardo e Carlos grudaram de modo que não sobra espaço para nenhuma cabeça mais preparada, racional, ninguém mais, influenciar o presidente. O Brasil hoje é governado de fato por Carlos e Eduardo Bolsonaro. Quem votou em Jair esperava outra coisa. O poder acabou subindo à cabeça dele, que começou a mostrar um perfil muito autoritário. Eu esperava uma coisa completamente diferente, esperava que depois da vitória ele tivesse uma postura mais nobre, mais conciliadora e apaziguadora. Metade do Brasil tem uma cabeça diferente da dele. Faz o que com essas pessoas? Elimina? Mata? Joga dentro do mar? Não é assim, não é com agressão, briga e hostilidade que o Brasil vai ser unido. O Brasil é de todos, tem lugar para todo mundo. Precisamos de um movimento de conciliação. Vejo no João Doria essa disposição. Como os próximos três anos vão passar voando, a gente tem de pensar numa solução para o Brasil que não seja o PT e muito menos o Jair Bolsonaro. É preciso que a população brasileira enxergue que, entre esses extremos que fazem mal para o país, há uma avenida gigantesca a ser percorrida. Acho que o Doria faz esse caminho.

Quanto a uma eventual tentativa de ruptura democrática, o senhor acredita que haveria apoio nas Forças Armadas?
É difícil dizer. Houve ali uma quebra de confiança no início da gestão. O que é até bom. Por conta desses mesmos filhos, o general Mourão foi muito agredido, o general Santos Cruz e o general Eduardo Villas-Boas também. As Forças Armadas também olham com muita desconfiança para ele. Não acredito que ele conseguiria consolidar uma ruptura institucional, mas tudo indica que ele vai tentar. É muito preocupante. Uma simples tentativa pode gerar muito derramamento de sangue. O Brasil não precisa disso. É um risco real. É difícil precisar o momento, mas que essa hipótese é cogitada na cabeça dos filhos, dele, do entorno, isso é.

O senhor vê no vídeo em que o STF e outras instituições são tratados como hienas que atacam um leão, o presidente, um indício disso?
Sim, é um indicativo, assim como a fala do Olavo e do Filipe Martins sugerindo um novo AI-5, o extermínio de partidos de oposição. Isso tudo claramente. O Eduardo disse que bastava um cabo e um soldado, não precisava nem de jipe, para fechar o Supremo. Outro dia o Carlos disse que as coisas são muito lentas na democracia. Não são sinais que precisam ser traduzidos. As falas deles são explícitas. Só estou observando o que eles próprios estão dizendo.

O senhor presidiu o PSL durante a campanha eleitoral. Quem tem razão nessa briga entre Bolsonaro e Bivar?
Isso é uma loucura. Quem definiu bem a situação foi o Major Olimpio. [Bolsonaro querer deixar o PSL] É como uma pessoa morar sozinha e fugir de casa. Quem mandava no partido era ele, Bolsonaro. Como o poder subiu à cabeça e ele é muito mal assessorado, há advogados em redor dele que não têm habilidade política, ele briga com todo mundo. Se não tiver com quem brigar, ele briga com ele mesmo no espelho. É muito complicado.

O senhor acredita na possibilidade de ele tentar criar novo partido?
Não sei o que ele vai fazer. Vai levar cinco anos para criar um novo partido? Vai migrar para o Patriotas? A situação do Patriotas é muito pior que a do PSL.

O presidente do Patriotas não quis ceder a ele todo o controle partidário...
Lógico que não. Ele vive daquele dinheiro. Como vai ceder? Bivar foi correto, deu tudo que foi combinado e foi até além. É uma briga totalmente desnecessária.
O que Bivar prometeu?
Para fazer tudo em todos os aspectos. Não tem motivo para essa briga. O motivo da briga foi a ganância do Eduardo Bolsonaro e de assessores dele em tomar o partido do sujeito, de olho no poder político e no fundo partidário e eleitoral. Ele não vai entregar o partido assim.

O senhor vê chance de o presidente se recuperar?
Se continuar nesse ritmo, nenhuma. Salvo se o presidente Paulo Guedes e o presidente Sergio Moro fizerem uma gestão excepcional. Mas o presidente Jair Bolsonaro atrapalha tanto os outros dois.
Moro e Guedes estão indo bem, na sua avaliação?
Paulo Guedes está tentando, existem dificuldades a serem superadas. Mas olhando a distância me parece que está indo bem. O ministro Moro é visto com desconfiança, o presidente teme que Moro será candidato. Eu acho que, no fim da linha, Paulo Guedes também será candidato.