Agricultores de perímetros irrigados protestam distribuindo 60t de frutas

No mínimo irreverente. Assim foi o ato dos trabalhadores rurais que ontem distribuíram 60 toneladas de frutas, em frente ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), cobrando repasse de verbas atrasadas para a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no campo. Cerca de 600 agricultores de 10 perímetros irrigados do Ceará, Piauí e Paraíba, aproveitaram para mostrar como estão produzindo bem com a ajuda dos técnicos. “A gente quis dizer a sociedade que o povo do campo tem plantado e colhido muito com o apoio da Assistência Técnica. Não queremos perder isso”, frisou o agricultor do perímetro irrigado de Tabuleiro de Russas, Larry Nogueira. Com quatro caminhões cheios de frutas, os manifestantes mataram a fome de quem passou na rua e puderam levar melancia, banana, melão e abacaxi para a casa.

O convênio firmado entre o Dnocs e o Consórcio Magna/Cetrede pretende beneficiar um contingente de 300 mil pessoas em 21 perímetros irrigados no Mordeste, mas, com o atraso de verbas, os trabalhos de Assistência pararam e muitos trabalhadores não estão conseguindo nem crédito bancário, afirmou o membro da Federação de Apoio às Organizações de Produtores dos Perímetros Públicos de Irrigação (Fapid), Sildenberny Santos. “Nossa ação lá no Dnocs foi passiva, a gente não precisou quebrar nada para mostrar nossa indignação. Não vamos ficar parados esperando, vamos continuar cobrando”, frisou o militante. Mesmo com a irreverente distribuição de frutas, o grupo não foi recebido por representantes do Dnocs. Esse não é o primeiro protesto dos agricultores, no dia 14 deste mês eles estiveram no Departamento reivindicando a paralisação da Ater devido a falta de pagamento de 160 técnicos do Cetrede (Centro de Treinamento e Desenvolvimento).

O consórcio Magna/Cetrede tem o valor de R$ 22,5 milhões. Porém, R$ 7 milhões foram empenhados e somente R$ 1,7 milhão foi pago. Informando que o Ministério da Integração fez a promessa de liberar o orçamento até o final desse mês, o diretor de produção do Dnocs, Felipe Cordeiro, afirmou que o Departamento tem o interesse de dar continuidade as ações e reconheceu a importância da Ater. “Nós já temos o recurso do orçamento, falta só a liberação. Os agricultores têm que pressionar para apressar isso”, frisou o diretor. Durante toda a tarde de ontem, uma equipe do Dnocs esteve em reunião com o Ministério em Brasília.

Penso eu: Ei ei, Erere!

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