Hora das articulações




Ciro Gomes e Aécio Neves não descartam unir-se para as eleições majoritárias de 2010

As engenharias políticas para as eleições majoritárias de 2010 não param de surgir. Desta vez, os personagens principais são o governador de Minas Gerais Aécio Neves (foto)(PSDB) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Durante o encontro entre o governador mineiro, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), o Ciro Gomes e o senador Tasso Jereissati (PSDB), à portas fechadas, no Palácio Iracema, na última quinta-feira, 20, brotou a possibilidade da formação de uma chapa presidenciável “histórica” encabeçada pelo deputado socialista tendo Aécio como vice, conforme noticiou o jornal O Estado na edição do dia 21.

Entretanto, o cientista político Josênio Parente relatou que essa possibilidade faz parte de um conjunto de ideias políticas que envolve a sucessão do presidente Lula em 2010. Para ele, esse é o momento de todos os políticos formarem “seus balões de ensaio”. Contudo, apesar de Aécio ser de um partido de oposição ao governo federal, Parente informou que a relação entre o governador mineiro e Lula não está desgastada, fato que não impossibilita totalmente a hipótese.
“Estamos em um período de muita criatividade no cenário político. Entretanto, levando em consideração essa possibilidade, podemos analisar que Aécio não apresenta tanta queda de braço com Lula e o Ciro sabe que o candidato do presidente tem muito prestígio. Agora, é preciso sentir o momento para definir quem vai ser vice de quem. Se as eleições tiverem um ar de conciliação, Aécio seria melhor opção como candidato à presidência. Se o caso for de confronto, aí Ciro seria o melhor nome”, explicou.

O deputado tucano Fernando Hugo revelou que essa possibilidade é muito salutar para o País, tendo em vista que essa chapa seria pautada pela juventude, dinamismo e capacidade administrativa. Para ele, Aécio é um governador que não precisa mais provar sua competência e Ciro é um dos maiores personagens da política cearense. “Se isso realmente acontecer eles vão formar uma chapa imbatível”, pontuou.
Por outro lado, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Nelson Martins (PT), revelou que não acredita nessa possibilidade. Segundo ele, na época em que Ciro foi ministro da Integração Nacional na administração Lula, mostrou-se leal e fiel ao presidente nos momentos mais difíceis de sua gestão. Nelson disse que não acha a hipótese inviável, mas supõe que Ciro estará do lado dos partidos que apóiam Lula. “Sou incrédulo quanto a isso porque Ciro tem uma aproximação íntima com o presidente”, ratificou.

O deputado Heitor Férrer (PDT) rechaçou a hipótese declarando que se isso acontecer, mais uma vez, os políticos brasileiros vão mostrar que articulam alianças apenas visando “conveniências eleitorais”. De acordo com ele, Ciro é o preferido de Lula para contrapor o PSBD ano que vem e essa união com Aécio seria incoerente. “Parece que tudo gira em torno da conveniência. É chegar ao poder pelo poder”, ressaltou.

PSDB SEM ESPAÇO
O deputado federal José Nobre Guimarães (PT-CE) revelou que Cid Gomes não vai apoiar e re-eleição do senador Tasso Jereissati. Para ele, o tucano não tem espaço na aliança formada pelo PT, PSB, PC do B e PMDB, e disse ter certeza que o governador não vai mudar de ideia.
O parlamentar disse que não sabe o grau de amizade entre o governador e o senador, mas observou que os dois pertencem a partidos diferentes. De acordo com ele, após Cid assumir a presidência estadual do PSB, vai melhorar ainda mais a relação entre os socialistas e petistas. “O dr. Cid como político é um homem tão correto que não dá para acreditar que ele vá fazer nada que contrarie os interesses da aliança”, explicou Guimarães.

Do jornal O Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário