Zelaya e governo de facto se reúnem na embaixada do Brasil




Por Anahí Rama e Esteban Israel

TEGUCIGALPA (Reuters) - Um enviado do governo de facto de Honduras se reuniu com o presidente deposto Manuel Zelaya na embaixada do Brasil, onde ele se abriga há quatro dias desde que voltou ao país para tentar retomar o poder. Apesar do encontro, não há sinais de que Zelaya será restituído.

Essa foi a primeira indicação de diálogo para encontrar uma saída para a crise que afundou o país em vários protestos, mas o governo de facto se recusa a devolver o poder a Zelaya, que por sua vez não aceita um governo interino até que se transfira o poder ao vencedor das eleições de novembro.

Zelaya se reuniu na noite de quinta-feira na embaixada do Brasil com os quatro candidatos à presidência.

"Essa é uma primeira aproximação e esperamos que avance... Esperamos um acordo o mais rápido possível", disse o presidente deposto a jornalistas na embaixada, onde está cercado por tropas hondurenhas armadas.

Elvin Santos, candidato do Partido Liberal de Zelaya que se reuniu previamente com o presidente de facto Roberto Micheletti, disse que o líder deposto estava disposto a "sacrificar-se", mas não esclareceu a que se referia.

"As partes mostraram enorme abertura. Sinto que o diálogo pode ser perfeitamente implementado", disse Santos a jornalistas ao sair da embaixada brasileira.

Mas a volta de Zelaya ao poder promete ser um duro obstáculo em qualquer negociação futura.

Manifestantes pró e contra Zelaya saíram às ruas da capital Tegucigalpa na quinta-feira para protestar.

O presidente deposto conseguiu burlar os esquemas de segurança e voltou ao país na segunda-feira, após meses de exílio forçado. Ele se refugiou na embaixada do Brasil para escapar de uma ordem de prisão do governo de facto.

(Reportagem adicional de Gustavo Palencia, Edgard Garrido, Oswaldo Rivas, Pat Markey e Sean Mattson)

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