PT fica refém de Ciro em São Paulo
Lançamento de candidato petista ao governo depende agora do deputado
De Vera Rosa e Clarissa Oliveira
A iniciativa do deputado Ciro Gomes (PSB) de transferir o domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo agradou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas jogou o PT na encruzilhada e dividiu o partido.
Embora a tática tenha sido combinada com o Planalto e Ciro diga que será candidato à Presidência - e não ao governo paulista, em 2010 -, o movimento já provocou efeito colateral.
Na prática, o PT ficará refém de Ciro no maior colégio eleitoral do País enquanto o destino político do ex-ministro da Integração não for definido.
"A eleição está muito longe e não precisamos ter pressa para acertar nada antes de março", amenizou o deputado Antonio Palocci (PT-SP). "Compreendo a ansiedade de muitos no PT, mas até agora não sabemos nem mesmo quem será nosso adversário no PSDB."
Ex-ministro da Fazenda, Palocci é hoje o nome mais cotado, nas fileiras do PT, para concorrer à sucessão do governador José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência. Tudo depende, porém, do jogo com Ciro.
Lula não quer a base aliada dividida na campanha e tenta atrair o apoio de Ciro à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Planalto.
Sob a alegação de que uma eleição plebiscitária entre o PT e o PSDB é melhor para o governo, Lula insistirá com Ciro para que desista de disputar a Presidência e entre na briga pela cadeira de Serra. Nesse cenário, garante o aval do PT a ele.
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