Christina Lemos, colunista do R7

Há exatamente um mês, neste blog, publiquei uma análise do quadro político que se anunciava, com a alvorada do ano eleitoral de 2010. No primeiro dia do ano, disse aqui que poderia caber a Ciro Gomes (PSB/SP) uma decisão fundamental para a definição do cenário político da sucessão presidencial: candidatar-se ou não.

Defendi que esta decisão teria impacto direto na campanha de Dilma Rousseff, principalmente por dividir votos, dentro do campo governista, no maior curral eleitoral de Lula: os estados do nordeste.

A última pesquisa CNT/Sensus agora mostra que Ciro, aparentemente, transferiu mais votos para Dilma que para Serra. O pré-candidato do PSB perdeu cerca de cinco pontos percentuais em menos de três meses. Em novembro, Ciro Gomes tinha 17,5% de intenções de voto. Agora aparece com 11,9%, e com a segunda maior rejeição: 30,3%, só perdendo para Marina Silva, do PV, que tem 36,6%.

Simultaneamente a este movimento descendente de Ciro, Dilma cresce na mesmíssima proporção. Se, além de Lula, também Ciro transferisse seus votos para Dilma, mesmo que não na integralidade, a ministra ultrapassaria facilmente o favorito, José Serra.

A pressão sobre Ciro Gomes vai aumentar até abril. Mas ele tem “o couro duro de nordestino” – como diz um correligionário do deputado, e deve entrar com prazer no debate público sobre sustentar ou não a candidatura. Aliás, vai tirar o máximo proveito político da discussão – como é bem do seu estilo.

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