Apesar da pressão do Palácio do Planalto para que ele abandone a disputa à Presidência da República, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem, que mantém a sua pré-candidatura e que, por sua vontade, não disputa o governo de São Paulo, para onde transferiu o domicílio eleitoral a pedido do presidente Lula.
“Continuo candidato a presidente, meu projeto de candidatura está mantido”, disse Ciro, que passou hoje pela Câmara durante a solenidade de abertura do ano legislativo. O deputado diz que as últimas pesquisas confirmam a tese de que a manutenção de sua candidatura é benéfica para o Planalto, embora Lula tente promover uma disputa nacional “plebiscitária” entre a ministra Dilma Rousseff (PT) e o governador José Serra (PSDB).
Ciro referia-se particularmente à pesquisa CNT/Sensus, segundo a qual sua saída do páreo abre margem para uma vitória de Serra no primeiro turno. Congressistas aliados de Lula argumentam, entretanto, que essa é uma avaliação precipitada, já que uma adesão explícita de Ciro à candidatura de Dilma aumentaria o percentual de migração de votos para a ministra.
De acordo com o levantamento, quando o nome do deputado aparece na disputa, a ministra encosta em Serra. Neste cenário, o tucano recebeu 33,2% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 27,8%, e por Ciro, com 11,9%.
SALTO BAIXO
Dilma minimizou, depois da sessão de abertura dos trabalhos do legislativo, seu crescimento na pesquisa. “Na vida, a gente não sobe em salto alto. É só uma pesquisa.” Questionada se estava feliz, disse: Feliz eu também não estou”.
`Não digo que “definitivamente’ [se recusa a disputar o governo paulista] para que não seja eventualmente desmentido lá na frente, mas não é esse o meu projeto”, afirmou Ciro. Ele ressalvou, entretanto, que a definição sobre seu futuro será tomada em conversa com Lula, no mês que vem.
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