Contato

Rompendo a barreira

Carlos Chagas -
Dois meses atrás, quando o governador Roberto Requião admitiu a hipótese de candidatar-se à presidência da República, pelo PMDB, a mídia erigiu em torno dele uma verdadeira cortina de silêncio. E não apenas a mídia, mas também as elites, os demais partidos, as associações de classe e até os institutos de pesquisa eleitoral. Nem relacionavam seu nome como uma opção para os consultados. As coisas começaram a mudar, menos pela crise que atropela o PMDB, mais pela reação que a presença do governador vem despertando nos diversos estados que percorre. A razão é simples: enquanto Dilma Rousseff, José Serra, Marina Silva e Ciro Gomes apresentam-se como candidatos, mas sem planos ou programas de governo, Requião aparece com um elenco de postulados concretos. Promete a redução drástica da carga fiscal, a participação dos empregados no lucro das empresas, a descentralização administrativa, o apoio à pequenas e médias atividades industriais, comerciais e agrícolas, investimentos públicos maciços na infra-estrutura rodoviária e ferroviária, além dos portos, e mais uma série de objetivos diretamente voltados para quantos o ouvem. Pelo menos um serviço ele vem prestando ao processo sucessório: tira-lo da estratosfera. A prova é de que a mídia já começa a acompanhá-lo, cedendo à natureza das coisas.

PARECE QUE NÃO O CONHECEM - De uns dias para cá tem aparecido certos disparates em torno da sucessão presidencial. Ora se divulga a formação da chapa Aécio Neves-Ciro Gomes, ora se fala na permanência de José Serra no governo de São Paulo. A impressão é de que os boateiros perderam a noção da realidade. Para o bem ou para o mal, quer dizer, quaisquer que sejam seus planos para o país, neoliberais ou progressistas, José Serra não deixará de ser candidato ao palácio do Planalto. Gostaria de ter Aécio Neves como seu vice, mas não será a ausência do governador de Minas, na chapa, que o fará voltar atrás. Da mesma forma, como supor Ciro Gomes atrelado aos tucanos, ele que tem sido ferrenho adversário do PSDB, desde os tempos de Fernando Henrique?

Nenhum comentário:

Postar um comentário