Propina imperial
Nos treze anos que viveu no Brasil, D. João, que trouxe com ele entre 10 mil a 15 mil portugueses, não ficou devendo nada a muitos governantes brasileiros de hoje. Primeiro, levantou 600 mil libras esterlinas com a Inglaterra, para pagar despesas da viagem e as mordomias iniciais da corte; depois, em 1808, abriu o Banco do Brasil, com capital composto de 1.200 ações no valor unitário de um conto de réis. Quem comprava muitas ações, ganhava títulos de nobreza. Detalhe: na época, o BB, falido em 1820, podia emitir papel-moeda à vontade. Outra herança da época de D.João era a prática da caixinha nas concorrências e pagamentos de serviços públicos (em média, de 17%). Se o interessado não comparecesse com os 17%, os processos simplesmente paravam de andar, método utilizado até hoje em todo o país. As informações estão no livro 1808, bestseller escrito por Laurentino Gomes. Como se vê, D. João era um pioneiro guloso: na época de Adhemar de Barros, falava-se de 3% à 5%; agora, 20% é considerado um percentual baixo.
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