Declarações de Ciro Gomes irritam petistas cearenses

As críticas feitas pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB) ao PT de São Paulo incomodaram não apenas os petistas paulistas. O ataque teve reflexo no reduto cearense também. Em entrevista publicada no jornal Folha de São Paulo, o parlamentar tachou o partido do presidente lula como “um desastre”. De imediato, causou frisson junto à sigla que, até então, ensaiava uma aliança para lançá-lo ao Governo do estado mais populoso do País. Com isso, ganhou corpo a candidatura de Aloizio Mercadante (PT).

Na bancada cearense, os deputados federais Eudes Xavier (PT) e José Nobre Guimarães (PT) reagiram à fala de Ciro. “Desastre são as constantes declarações que o deputado vem dando contra o PT e até mesmo contra a ministra Dilma [Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, cargo que Gomes também deve disputar pelo PSB]. Ele foi infeliz”, revidou Eudes.

RESPEITO E CONDIÇÕES
Para Xavier, a popularidade de Lula junto ao eleitorado mostra o quanto o PT tem credibilidade em todo o País, incluindo São Paulo. Segundo ele, nem as crises internas da legenda que chegam a público abalam o status. “O deputado Ciro deveria nos respeitar! Quem diz que o PT não tem um metro e meio se engana, porque não é só a representação parlamentar do partido que deixa ele grande, mas sim a sua militância de base, que é gigante”, contrapôs.

Eudes disse ainda que Ciro foi injusto e, ao atacar o PT paulista, afetou toda a agremiação. Em seguida, afirmou que o parlamentar socialista não tem condições de governar o País. “Nós temos tido paciência com o Ciro, mas ele não está percebendo que o feitiço está caindo sobre o feiticeiro. O povo brasileiro, pelo menos nas pesquisas, está mostrando que ele não tem condições de governar o Brasil”, alfinetou.

CONSEQUÊNCIAS
Já Guimarães disse que Ciro fez uma análise desfocada da realidade. De acordo com ele, o PT-SP tem os melhores quadros da política nacional. “Quem faz esse tipo de coisa, não pensa nas consequências. Temos condições não só de postular o Governo de São Paulo, como de ganhar a eleição”, alertou.
José Nobre chegou a dizer que os petistas têm 22% de preferência do eleitorado paulistano. “Ele tinha todo o apoio do PT para se candidatar e não aceitou porque não quis. Se aconteceu assim, ele não tem o direito de maltratar o PT de São Paulo, porque está maltratando o PT por inteiro”, reiterou.

PARTIDO DOS TRABALHADORES REALIZA ENCONTRO ESTADUAL


No próximo dia 10, o PT cearense reúne-se com uma única pauta na mesa: a sucessão estadual. Hoje, o partido vive um impasse diante de uma suposta resistência do governador Cid Gomes (PSB) à reivindicação da legenda de permanecer com a vice da chapa e ainda lançar um nome para a disputa pelo Senado. O ministro da Previdência, José Pimentel, é o mais cotado. “Vamos viabilizar com ou sem o apoio do governador”, avisou Eudes Xavier.
A atividade vai reunir prefeitos, vereadores, deputados e filiados em geral. Todos também devem debater a decisão do PCdoB de lançar candidato ao Senado. Por ora, o ex-presidente da seccional cearense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Hélio Leitão, é colocado pela legenda para a disputa. O advogado é recém-filiado à sigla.
Além dele e de Pimentel, o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE) também coloca-se como candidato da base governista. “As duas mais possíveis são as do ministro e de Eunício”, pondera Eudes.

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