No Brasil, o 141 é o sexto número mais chamado


O telefone do CVV é o 3o em chamadas para atender pessoas angustiadas


Aline Pedrosa
da Redação do Jornal O Estado

Ajudar ao próximo. Um dos mandamentos de Jesus Cristo é o principal lema do Centro de Valorização da Vida (CVV), instituição filantrópica que tem como objetivo oferecer uma alternativa para as pessoas “cansadas de viver” e com um pensamento de autodestruição. Basta ligar para o número 141 (o atendimento funciona 24 horas por dia e tem o valor de uma ligação local) e do outro lado da linha uma pessoa preparada dará palavras de conforto, a ajuda também pode ser pelo e-mail fortaleza@cvv.org.br ou pessoalmente. De acordo com estatísticas do CVV, o telefone está em terceiro lugar em chamadas para atender pessoas angustiadas. Em todo Brasil, é o sexto número mais chamado.

Nesse final de semana será feita uma seleção de voluntários para a instituição em Fortaleza. Será sábado de 13 às 18 horas e domingo de 8 às 13 horas, no Instituto de Educação (Rua Graciliano Ramos, 53, no Bairro de Fátima). Atualmente são 32 voluntários no CVV. Mas, há a necessidade de que esse número aumente pelo menos para 42 pessoas por conta do rodízio de quatro horas e meia semanais, com turmas de 7 às 11horas, 11 às 15horas, 15 às 19horas, 19 às 23horas, e o chamado corujão, de 23 às 7horas.

As inscrições podem ser feitas tanto pelo telefone do Centro, como no dia da seleção. Boa vontade, aptidão, equilíbrio emocional e ter mais de 18 anos são os requisitos que um voluntário deve ter. O candidato passará por um curso de preparação.

A solidão, segundo Rose, a coordenadora do Centro e também voluntária é o motivo pelo qual as pessoas mais ligam. Seu nome completo segundo ela não pode ser divulgado, pois o trabalho tem o anonimato como princípio, tanto em relação aos nomes dos que ajudam, como sobre os assuntos conversados durante a ligação.

“Vivemos em um mundo cheio de novas tecnologias, mas as pessoas se sentem sós. No CVV não temos uma religião e ao mesmo tempo temos todas. E mesmo os que não acreditam em Deus devem ser ajudados. A compreensão para com o próximo e a liberdade de preconceitos é fundamental para as boas relações”, falou. Depressão, problemas com drogas, jovens abandonados pelos familiares são outros motivos de ligações.

Palavra amiga
Pessoas de todas as idades buscam ajuda segundo a coordenadora do CVV. Ela ainda disse que nos finais de ano, quando as pessoas costumam fazer um balanço da vida e refletir mais, o movimento aumenta. “Recebemos muitas ligações de agradecimento também, em especial, nessas datas, como Natal e Réveillon”, completa.
Em todo o Brasil, existem 43 postos de atendimento. O trabalho teve início em São Paulo. A ideia surgiu devido ao grande número de suicídios. Em Fortaleza são 23 postos e o trabalho já existe na cidade há 22 anos. Teve início também pelo mesmo motivo, mais especificamente por um rapaz que se jogou da torre do canal 10. “A pessoa quando desabafa melhora. Diminui o peso da carga emocional. Nós voluntários nunca estamos prontos, sempre temos que estudar”, completou Rose.

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