
O número de mortos devido às chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde o final da tarde de segunda-feira (05) chegou a 100 pessoas na madrugada desta quarta-feira (07), segundo levantamento do Corpo de Bombeiros. O crescimento do número se deve a mais dois corpos localizados pelos bombeiros do Batalhão de São Gonçalo, onde 11 pessoas já foram localizadas em meio aos deslizamentos que aconteceram na região.
Com a confirmação dessas duas novas mortes, o total de corpos já encontrados pelos bombeiros no Estado chegam a 100. Na cidade do Rio foram registradas 37 mortes --14 no morro dos Prazeres, cinco no morro dos Macacos, quatro no bairro Taquara, três no morro do Turano, três no morro do Borel, uma no morro do Andaraí, três na ladeira dos Guararapes, uma no Recreio dos Bandeirantes, uma na Ilha do Governador, uma em Olaria e uma em São Cristóvão. Os bombeiros ainda procuram 21 pessoas --15 no morro dos Prazeres (em Santa Teresa), quatro no bairro Taquara e duas em São Gonçalo.
Esse número diverge um pouco do último levantamento da Defesa Civil, que contabilizou 96 vítimas no balanço anunciado no final da noite desta terça-feira (06).
Situação na capital
As chuvas deixaram até agora 2.134 pessoas desabrigadas na capital fluminense, segundo balanço divulgado no fim da noite desta terça pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. O balanço do órgão mostra que entre 17h de segunda até as 21h desta terça, 726 chamados foram computados pelas autoridades de emergência da cidade. A maioria dos chamados refere-se a desabamentos de imóveis, rachaduras, deslizamentos de barreiras e quedas de muros. Nesse mesmo período o órgão da prefeitura interditou 180 imóveis.
A previsão é de mais chuva na região nesta quarta-feira. A prefeitura afirma que, devido ao acumulado dos últimos dias, há possibilidade de novos deslizamentos de terra no Rio. O sistema AlertaRio, da Prefeitura da capital, chegou a colocar toda a cidade, no final da tarde, em alerta máximo para novos deslizamentos e alagamentos. À noite, contudo, o alerta foi cancelado e a cidade entrou apenas em estado de atenção, representa possibilidade de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas.
O drama de quem ficou preso com a chuva
Em entrevista coletiva no começo da noite desta terça-feira (6), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou que as escolas estarão fechadas nesta quarta-feira (7) devido aos estragos causados pela chuva. O intuito do cancelamento é evitar o deslocamento de pessoas pelas ruas.
Paes, no entanto, eximiu a responsabilidade da prefeitura e culpou exclusivamente o excesso de chuva pelo caos instalado na capital fluminense. De acordo com ele, na história recente da cidade nunca houve uma chuva como a das últimas 24 horas.
O prefeito do Rio afirmou que a chuva foi a maior já registrada na cidade. Em menos de 24 horas, foram 288 milímetros de precipitação (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado). Em 1966, choveu 245 milímetros em 24 horas --na ocasião, a chuva histórica destruiu a cidade.
"Foi o maior volume de chuvas relacionadas a enchentes já registrado em nossa cidade. Tivemos a chuva forte somada à maré alta e ressaca, o que agravou a situação. Para se ter uma ideia, o nível da lagoa Rodrigo de Freitas que normalmente é de 50 centímetros foi a 1,40 metro. É claro que ninguém nega que existam deficiências e problemas estruturais, mas não há galeria pluvial limpa que segure este volume de água", disse Paes.
Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), culpou a ocupação irregular de favelas pelo tragédia. Ele confirmou que vai decretar estado de emergência no Estado devido ao temporal.
Ajuda federal
O ministro da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, e a secretária nacional da Defesa Civil, Ivone Maria Valente, seguirão na manhã desta quarta-feira para o Rio para avaliar, junto com o governo estadual, a ajuda necessária para os municípios atingidos.
O ministro das Cidades, Marcio Fortes, afirmou que esteve reunido com o governador do Rio e com o prefeito da capital, Eduardo Paes, nesta terça e disse que aguarda uma avaliação mais completa da situação do Estado para uma “eventual liberação de verbas”.
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