Coluna do blog


Sentiremos saudades da cabeceira 13 do Pinto Martins quando foi embora pra Natal

Era melhor na ditadura
Hoje está tudo muito burocrático. Na verdade nem sei se muitos de vocês entendem o que vou falar. Quer dizer, escrever. Na ditadura éramos muito mais criativos. Pra fazer música, tínhamos que driblar a sanha de inteligência do sensor. Pra fazer teatro,tínhamos que ouvir os desaforos do milico-sensor-de-plantão. A Polícia Federal, um embrião de SS (hoje graças a Deus servindo ao país de forma quase irretocável) subia nos muros pra espiar casas de perigosos comunistas comedores-de-criancinhas, agora, chatos empresários ou pseudo socialistas encarapitados nas primeiras classes dos aviões internacionais pra cima e pra baixo. Era melhor na ditadura. A gente fica pensando a quem desafiar. A gente fica pensando em xingar o governo que permite a idiotice de treinar policiais em 90 dias e ensiná-los a atirar em 48 horas. Cursos intensivos de formação de imbecis. Mas não adianta,eles não entendem. A rádio Moscou a gente não sintoniza mais. A rádio Havana...nem pensar. O Transglobe foi desativado. Só tinha graça ouvir os comunistas, escondidos, nas ondas curtas de 11, 19 e 21 metros. Às vezes em 49 metros. Agora tá tudo na internet. Pum! E entra a web limpinha da silva, capaz de virar cd, DVD, sei lá, com inigualável qualidade. Né saudade, não. É constatação. Ninguém falava em pedofilia nem tinha malucos acessando crianças em situações vexatórias (graças a Deus nunca vi). A gente ia pra praia...num fusca com a namorada, tão de maior que também era comunista. E tinha os livros de capa vermelha, procurados e escondidos em poços profundos. E as reuniões pra encarar a redentora. E as rolhas na avenida Rio Branco pra derribar os cavalos dos “home”. Era tudo melhor na ditadura. Pelo menos os políticos, os com mandatos, eram criativos. Havia a inteligência do Lacerda, a esperteza da mineirada, o dinheiro dos paulistas, a bazófia dos gaúchos, o discurso faminto dos nordestinos e as ligas do Julião. Hoje, não há mais nada. Uma rasteira aqui, outra ali, e só. Nada inteligentemente digno de nota, porque todos estão esperando o próximo Ibope. Juro que era melhor na ditadura.

A frase:
“Eu não estou dormindo, estou olhando pra dentro.” Mãe Vovó Petronilha, A Racista, quando os netos a apanhavam fazendo tricô em longos cochilos.

Maldade pura (Nota da foto)
Com a arrumação da Prefeitura de Fortaleza querendo acabar com vôos comerciais noturnos e tirar do ar aviões a que chama de barulhentos, tem gente sugerindo fechar o Pinto Martins e mandar os vôos para Natal. Igual foi feito com o estaleiro para Pernambuco.

O boi vai atrás
Sempre lúcido, nosso Mauro Benevides foi personagem central de documentário, esta semana, sobre certos momentos de 64. Grande Mauro!

Novo documento
Em dezembro o Brasil começará a testar um novo modelo de passaporte. Vai ter chip com reconhecimento do mundo inteiro. Ou dos países com os quais o Brasil tem ligação diplomática.

Te cuida Deus!
O Ecad, agora, quer cobrar sobre a música tocada nas igrejas. Vão acabar estatizando a comunhão.
Gaiatice
“Avisa lá que eu vou ter uma conversa séria com a Christina Kirchner: vou me oferecer para ser técnico da seleção. Assim vocês param de perder tanto”, de Lula, em Garanhuns, a um jornalista argentino da comitiva.

Na contramão
O ministro Nelson Jobim, da Defesa, vem enfrentando os mais diversos problemas na Infraero. Agora, prestes a ser privatizada, está planejando uma forma de preservar o setor de navegação aérea.

A novidade
E – surpresa – a melhor forma que os interessados conseguiram encontrar seria a criação de uma nova estatal – e antes do final do ano.

Na ferida
Zé Serra diz na TV: “Reforma agrária? Mero instrumento retórico, do qual o MST se serve para ter acesso às burras do Tesouro.” Tem gente que, como eu, concorda.

Sabença
Zé Valdrido, deputado estadual resolveu homenagear Edson Queiroz dando o nome dele à rodovia Fortaleza-Aracati. Também deputado, Otacílio Correia sugeriu o nome de VirgílioTávora. Argumento que vai, argumento que vem, Otacílio propôs: Valfrido, vamos fazer assim: Indo é Virgílio Távora, voltando é Édson Queiroz.

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