Parlamentares criticam "setembro vermelho"

“Do jeito que estava, não precisava de mudança”, afirmou o senador Inácio Arruda (PCdoB), criticando o ato petista, chamado “Setembro Vermelho”, lançado na última terça-feira, na sede do partido, no qual os principais nomes da legenda, com exceção do vice-presidente, deputado José Guimarães (PT), candidato à reeleição, organizaram-se com o objetivo de intensificar os esforços para levar José Pimentel (PT) ao Senado.
Inácio teme que o principal adversário da coligação, o senador Tasso Jereissati (PSDB), candidato à reeleição, seja fortalecido com a individualização de Pimentel.

Para ele, a manobra do PT pode acabar beneficiando o candidato tucano, porque poderá levar a uma ruptura entre petistas e peemedebistas, avalia o comunista, mesmo havendo de ambos os lados inúmeras manifestações de que a parceria será mantida. Diplomático, Inácio julga que o melhor para a coligação seria superar as supostas desavenças. “A coligação precisa ficar unida e enfrentar a divisão, como acaba de decretar o PT com o individualismo em torno de Pimentel”, disse.

União
O senador disse que não concorda com a mudança porque, segundo ele, a dobradinha Pimentel e Eunício Oliveira, conjuntamente, já vislumbra resultados positivos, referindo-se à última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, cujo resultado apontou crescimento da intenção de voto para os dois candidatos, que estariam, de acordo com o instituto, tecnicamente empatados.

Inácio defendeu a união, salientando que aposta na propaganda eleitoral na televisão e no rádio, iniciada em agosto, já estaria rendendo frutos, o que, segundo ele, reforçaria a necessidade de mais dedicação de ambas as partes. O senador também acrescentou que as duas candidaturas têm o apoio da coligação governista e, por isso, carece de sentido o PT isolar Pimentel. “Há uma grande possibilidade de elegermos os dois nomes propostos, não precisamos de manobras para favorecer apenas um postulante, no caso Pimentel”, declarou.

Prejuízo
Já o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB), candidato à reeleição, disse que “custei a acreditar nesse apelo do PT, por meio da presidente estadual da legenda, prefeita Luizianne Lins, mas, infelizmente, a ideia foi confirmada”.

Segundo ele, cabe à direção do PMDB tomar providências no sentido de evitar prejuízos para Eunício, colega de Pimentel na chapa governista. Aníbal considera que as candidaturas, petista e peemedebista, unificadas como estão, estaria funcionando e já apresenta resultados.

“O mais prejudicado pela atitude do PT será Eunício Oliveira, pois por onde passou tem pedido votos para ele e para Pimentel”, observou o deputado. Gomes informou que no final de semana anterior esteve com Eunício e Pimentel e, na ocasião, ambos pediram voto casado. Ele também acredita ter espaço para eleger os dois candidatos, mas ressaltou que a forma mais eficiente para fazê-lo é a união de todos em prol dos dois postulantes.

O parlamentar disse que não vê sentido no “Setembro Vermelho”, porque a última pesquisa Datafolha apontou o crescimento tanto de Eunício quanto de Pimentel, enquanto Tasso Jereissati (PSDB) registrou uma queda de 7%. Diante disso, Anibal renovou a esperança na manutenção da dobradinha.