Aborto em pauta - "Aldo faz chantagem emocional"


Por Bruno Pontes
Da redação
O deputado estadual Carlomano Marques (PMDB) investiu ontem contra o arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto, que gravou um vídeo denunciando a política desenvolvida pelo Partido dos Trabalhadores em favor da legalização do aborto, no Brasil. “Dom Aldo está fazendo chantagem emocional”, afirmou Calormano, na tribuna da Assembleia Legislativa.

No último domingo, Pagotto divulgou um vídeo de 15 minutos no Youtube em que lista as ações promovidas pelo PT no sentido de legalizar o aborto e denuncia o apoio financeiro de fundações internacionais à militância abortista do país. “O PT assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil”, afirma o arcebispo. “Em 2005, nosso governo se comprometeu perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU a descriminalizar completamente o aborto no País”, informou no vídeo.

Para o parlamentar do PMDB, partido que tem Michel Temer como candidato à vice da petista Dilma Rousseff, o discurso de Pagotto constitui uma “mistura fé com interesses partidários”. Carlomano afirmou também que o arcebispo “está semeando o ódio contra o Lula. Isso não é papel de um pastor, porque é uma posição partidária, que tira de um para dar a outro”.

Esse “outro”, naturalmente, seria o candidato tucano à Presidência, José Serra. Carlomano chegou a dizer que o arcebispo teria se pronunciando em vídeo por orientação do PSDB, como parte de “uma política rasteira” que o partido faria “contra um projeto que não é da Dilma nem do Lula, mas do povo brasileiro”. Segundo o deputado, Pagotto mostrou ser “PSDB de carteirinha” quando exerceu funções eclesiásticas no Ceará.

Para tentar rebater o discurso de Aldo Pagotto referente à posição do PT pela legalização do aborto, Carlomano entrou a enaltecer realizações do governo Lula, tal como o Programa Bolsa Família, resultado da junção de programas de transferência de renda criados pelo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso: Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação, Bolsa Escola e Auxílio Gás.

“TERRORISMO ELEITORAL”
Carlomano alegou ainda que “a nação brasileira está perplexa” com as críticas feitas por “alguns setores da igreja católica” a Dilma Rousseff e ao PT. O peemedebista citou a homilia do padre José Augusto Souza Moreira, transmitida pela TV Canção Nova, como exemplo do “terrorismo eleitoral” que estaria sendo praticado contra a candidata petista.

No último dia 7, o padre José Augusto Souza Moreira declarou aos fiéis que não poderia se calar “diante de um partido apoiando o aborto”. Afirmou também: “Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova”.

Segundo o deputado do PMDB, é mentira que Dilma irá legalizar o aborto caso seja eleita presidente. “Como é que nos podemos agora, na véspera da eleição, aceitar esse tipo de debate esguio, miúdo, que se a Dilma for eleita vai legalizar o aborto? É mentira. É preciso que se diga: é mentira!”
Parece a Carlomano que a sociedade tem assuntos mais importantes a debater. “O Brasil precisa de uma reforma fiscal, de uma reforma política, de uma reforma judiciária. É preciso discutir isso, e não fazer terrorismo com a religião”.

Aos telespectadores e ouvintes da Assembleia Legislastiva, Carlomano ressaltou finalmente que o Brasil é um Estado laico, o qual ele explicou da seguinte forma: “Quer dizer que a Igreja é separada do Estado. Claro que a CNBB tem seu juízo de valor, mas nem ela, nem o bispo nem o papa podem tentar influenciar as decisões democráticas”. Assim, na visão do peemedebista, todos os grupos podem defender pontos de vista e contribuir para o debate democrático, menos os religiosos.

Penso eu - Pena que o Carlomano Marques não conheça o moço em questão como o conhece o povo de SObral. Pelo menos o povo de Sobral que ainda tem vergonha na cara.

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