BIRUTA DE AEROPORTO


Empenham-se os institutos de pesquisa, esta semana, em apresentar diariamente os últimos números apurados junto à pequeníssima fração do eleitorado que conseguem consultar. Assim, os números não batem, sequer os de cada instituto com ele mesmo, pois o divulgado na véspera colide com o mostrado no dia seguinte. “Dilma caiu”, “Dilma parou de cair”, “Dilma continua onde estava”, “Serra cresceu”, “Serra estacionou”, “Marina subiu” e outras conclusões tem sido apresentadas pelos veículos de comunicação e pelas próprias empresas encarregadas das consultas, tudo sem o menor respeito à inteligência do eleitor. Será que imaginam estar o cidadão comum acreditando na dança dos percentuais, como se a população se assemelhasse a imensa biruta de aeroporto, ao sabor do vento? Na verdade, quem quiser aferir as tendências e até as decisões já tomadas por 135 milhões de eleitores, em 5.583 municípios do país, deve esperar a abertura das urnas, amanhã à noite. Ficar imaginando acertar, depois de consultar quatro mil eleitores em duzentos municípios, ou é presunção descabida ou vã tentativa de influenciar a voz do eleitorado.
Eu, penso como meu amigo Carlos Chagas.

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