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Uma lei mudou o jogo
De apelo populista, a Lei da Ficha Limpa acabou por atrapalhar as eleições no Brasil. Fora de época, segundo a Constituição, claramente criada para discriminar candidatos e candidaturas, a Ficha Limpa deixa um rastro de exceção e um certo ranço de arrogância. Só o povo dirá, nas urnas, sempre, quem é ficha limpa.
A subjetividade de sua eloquência apenas empurra com a barriga o verdadeiro processo democrático. Agora, a tal lei, põe no colo de uma pessoa só, ainda a ser nomeada pelo presidente da república, a decisão tomada por milhares de eleitores que não entenderam que seus candidatos sejam ficha suja. Um só juiz, ministro do Supremo, terá então a responsabilidade de desempatar aquilo que o Supremo decidiu por empatar. Foi a verdadeira novidade da eleição que aos meus ouvidos sempre teve um som dirigido. Mas, se você quiser outra novidade, jamais se viu um presidente da república transferir tanto voto quanto transferiu Lula pra Marina. A vida que anda dirá, mais tarde, se isso se confirma no segundo tempo do jogo. O mais, fica por conta das trapalhadas de quem buliu com a política ditando regras, atrasando o processo, misturando estação. Finalmente, Marina foi o fenômeno. Seu eleitor simplesmente largou de lado a guerrilha PT x PSDB, por decepção, ou por ver nela, a coerência de largar o governo a que serviu e se jogar no abismo de um vôo solo.

A frase: "“Depois da onça morta, todo mundo mete o dedo...ce sabe onde”. Do saudoso Otacílio Correia que nunca perdeu eleição.

E Lula matou o último desafeto
Só faltava o senador Tasso Jereissati passar pelo fio da guilhotina de Lula da Silva. Fez o diabo pra derrotar o Galego. Conseguiu. Perde o Ceará o único senador que fazia oposição ao governo. Ganha o próximo governo, se for Dilma, vozes afinadas no uníssono do amém que pediu O Cara.

• Sessão 429 da 3ª Zona.
Senhor de 65 anos não enxergava a cola. Muito menos os números. Havia uma semana fez cirurgia de catarata e usava os velhos óculos. Tudo embaçado, constatei.

• Salvo a tempo.
Na frente do colunista, uma mulher de pernas e “derriere” maravilhosos encantava a um oftalmologista do meu lado, e a mim, claro que emprestei meus óculos de ver mulher bonita e salvei o voto do cidadão.

• Pelo esforço.
Humilde, pés rotos, camisa surrada, bermuda suja, o senhorzinho agradeceu feliz da vida pelo empréstimo e nós pelo seu senso de responsabilidade, pois havia sido preterido pela mesa que não o podia ajudar.

• Ouvido na sessão.
Cavalheiro bem, passado dos 50 desabafou, do meu lado, depois de votar numa sessão do Ginásio Paulo Sarasate: Pronto, agora não valho mais que o cocô do cavalo do bandido”.

• Recorde.
Uma senhorinha de uns 60 e poucos anos levou exatos 30 minutos para conseguir votar numa sessão no Colégio Dom Bosco, no Montese. Ao sair da cabine, foi aplaudida com estusiasmo.

• Que horror!.
A turma sofreu pra driblar a Lei Seca em Fortaleza. No interior, todo mundo matou-o-bicho aqui e acolá. Aqui foi difícil pra turma do gole engatar uma primeira e queimar o dente.

• Pelamordedeus.
Em Mulungu, na bodega do Nicolau, às cinco horas da tarde de ontem, um bebum de bracinhos finos, barriga grande e canela seca, esmurrava a porta desesperado com a Lei Seca.

• Tá na hora.
O homem gritava pedindo “por tudo que é sagrado” pro Nicolau botar uma cana pra ele: “Tá na hora! Já deu cinco horas Nicolau. O Nicolau nem ouviu. Fechou a bodega e embriagou-se dentro”.

macariob@uol.com.br

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