Barack Obama admite culpa pela derrota

Um Barack Obama, visivelmente abatido, reconheceu ontem que a economia dos EUA não vai tão bem quanto os americanos gostariam. Também assumiu sua parcela de culpa, nesse que foi o principal fator da derrota democrata nas eleições de anteontem. A economia melhorou em seus dois anos de governo, defendeu Obama, em entrevista coletiva na Casa Branca. Mas reconheceu: “Claramente muitos norte-americanos não sentiram esse progresso ainda, e nos disseram isso ontem [anteontem]. E, como presidente, assumo a responsabilidade por isso”.

Os americanos foram às urnas nessa terça-feira para renovar todos os 435 membros da Câmara dos Representantes, 37 dos cem assentos do Senado, além do governo de 37 dos 50 Estados. Antes mesmo de encerradas as apurações, as eleições legislativas deste ano já se configuram como o maior avanço de um partido opositor na Câmara dos Representantes em mais de 62 anos, com os republicanos recuperando ao menos 60 assentos na Casa e impondo dura derrota aos colegas de legenda de Obama.

O avanço republicano, que ainda pode se mostrar maior conforme as apurações mais acirradas forem concluídas, superam em 21 cadeiras o necessário para a esperada reconquista da maioria na Câmara dos Representantes, antecipando sérias dificuldades para Obama na Casa nos seus próximos dois anos de mandato. A votação diminuiu a força de Obama em áreas que vão do corte de impostos à habitação. Ele terá de afastar as tentativas de reverter suas reformas da saúde e financeira, e enfrentará uma oposição agressiva a suas políticas de governo.

NOVA AGENDA
Os republicanos prometeram reduzir o tamanho do governo dos EUA e contestar a agenda do presidente Barack Obama, depois de terem sido conduzidos pelos eleitores de volta ao poder na Câmara dos Representantes. Iniciativas importantes nas áreas de mudança climática e imigração provavelmente não serão discutidas no Congresso com a maioria obtida pelos republicanos. A oposição, porém, terá dificuldade em aprovar projetos, já que o Senado ainda é controlado pelos democratas e Obama tem poder de veto. O cenário mais provável é o de paralisia. O líder da bancada dos republicanos na Câmara dos Representantes e seu provável futuro presidente da Casa, John Boehner, destacou nesta quarta-feira a redução dos gastos do governo federal como o principal assunto na pauta do Congresso no ano que vem. Boehner prometeu ainda lutar para rever a reforma da saúde, uma das principais vitórias do governo do presidente Barack Obama, qualificando-a de “monstruosidade”.

“Está muito claro que o povo americano quer que façamos alguma coisa sobre o corte de gastos aqui em Washington e ajudemos a criar um ambiente em que consigamos os empregos de volta”, disse Boehner a jornalistas. Para o líder republicano, o resultado do pleito é uma prova de que “a agenda Obama-[Nancy] Pelosi [atual presidente da Câmara] foi rejeitada”. “É um mandato para que Washington reduza o tamanho do governo.” Os republicanos conquistaram pelo menos 60 cadeiras nas eleições dessa terça-feira (2) e terão uma maioria sólida na Casa no ano que vem, na qual se prevê que Boehner assumirá a Presidência.

Penso eu - Estive todos esses dias em NY. Acompanhei de perto as eleicoes americanas. Os republicanos, que criaram a crise na qual está até hoje mergulhado os Estados Unidos, precisavam de um pato pra jogar todas as culpas nas costas. Acharam Barack Obama e deram o troco da derrota sofrida na eleicao presidencial. Não serão agora, culpados sozinhos pelas viradas que o mundo vai dar em torno do país deles.

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