SUS PODE ENTRAR EM COLAPSO

Do jornal das Misericórdias
Brasília - DF, 15 de dezembro de 2010 - Nº 92 - Ano 5


A rede hospitalar formada pelas santas casas e hospitais sem fins lucrativos está convivendo com uma situação que se apresenta como praticamente insolúvel até o final deste ano e que pode acabar provocando sérios danos para este segmento, fiel parceiro do sistema público de saúde.


Os danos já foram causados. Há tempos vem se deteriorando a confiança dos prestadores de serviços nos gestores do SUS, especialmente na direção nacional desse sistema, que é exercida pelo Ministério da Saúde. Está muito claro que o enfraquecimento e o definhamento dos hospitais sem fins lucrativos em nada preocupam os dirigentes máximos da saúde pública brasileira. Lamentavelmente.


Nada é mais significativo, e a confirmar os comentários acima, que o atraso no pagamento do custeio do mês de novembro pelo Ministério da Saúde. Não é novidade para ninguém a sobrecarga de encargos financeiros que afetam os hospitais no último trimestre de cada ano por conta do 13º salário. Num cenário em que a remuneração dos serviços prestados ao SUS esta aquém dos custos incorridos na produção, qualquer irregularidade no cronograma de pagamentos torna-se insustentável. Mas, parece que as autoridades não pensam assim.


Após várias gestões realizadas pela CMB junto a órgãos do governo federal, procurando alertá-los do colapso que se avizinha, recebemos a informação de que o Tesouro Nacional deverá estar repassando, no início da noite de hoje, os recursos financeiros para a regularização da situação. Se isto efetivamente ocorrer, o Fundo Nacional de Saúde estará realizando amanhã os repasses para os fundos estaduais e municipais de saúde.


Vamos acreditar nessa promessa e pedir aos céus que isto se concretize.


José Luiz Spigolon

Diretor Executivo da CMB

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