EUA investirão no pré-sal e aumentarão compras de petróleo brasileiro

O subsecretário para Política e Assuntos Internacionais da Secretaria de Energia dos Estados Unidos, David Sandalow, anunciou neste sábado, 19.03, a disposição das empresas americanas de investirem na produção do petróleo brasileiro da camada do pré-sal e também de importarem o combustível.

“Os Estados Unidos querem ser parceiros no pré-sal e esperam ser um bom comprador do petróleo brasileiro”, afirmou ele, na abertura da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília. O encontro, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Câmara Americana de Comércio e Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, será encerrado no fim da tarde pelo presidente norte-americano Barack Obama.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, destacou que o Plano de Ação firmado entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos na área de energia, em julho do ano passado, em plena execução, amplia fortemente a integração no setor entre os dois países.

O Plano de Ação estabelece a cooperação bilateral em energia renovável, distribuição e transmissão de eletricidade, eficiência energética e petróleo, entre outras atividades. “Brasil e Estados Unidos, lideranças incontestes nas Américas, têm papel fundamental como supridores de energia”, assinalou Zimmermann.

Injustiça - Um dos quatro participantes do painel Criando um Futuro Seguro e Sustentável para o Setor Energético, instalado em seguida à apresentação do subsecretário de Energia dos EUA, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, informou que o Brasil já é o oitavo maior fornecedor de combustíveis para os Estados Unidos.

Previu que, com a produção do pré-sal e a retomada da economia dos EUA, que consomem 2/3 do petróleo mundial, as importações americanas de petróleo do Brasil irão se elevar substancialmente.

Segundo Gabrielli, a exploração do pré-sal não só irá demandar altos investimentos como provocará a formação de uma vasta cadeia de fornecedores, envolvendo não apenas empresas americanas, mas do mundo inteiro. “Haverá um movimento intenso no setor petrolífero”, antecipou.

Outro participante do painel, o presidente do grupo Corsan, maior produtor brasileiro de etanol, Rubens Ometto, criticou como “injusta” a sobretaxa americana nas importações do etanol brasileiro, equivalente a 30% do valor FOB.

De acordo com Ometto, a medida, adotada para proteger os produtores americanos de milho, matéria-prima do etanol americano, é injusta porque as importações de petróleo pelos EUA, fonte de energia não renovável, ao contrário do etanol, não têm qualquer taxação. O presidente da Petrobras considera ser a sobretaxa insustentável no médio prazo, pela demanda crescente do mercado americano por energia renovável.

O presidente da General Eletric (GE) para a América Latina, Reinaldo Garcia, que também participou do painel, sugeriu que os governos do Brasil e EUA firmassem acordo para fixar metas conjuntas de produção de energia limpa. O outro representante de empresa americana nos debates, Aris Candis, presidente da Westinghouse, defendeu maior integração bilateral no desenvolvimento de novas tecnologias na área de energia

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